EVOLUÇÃO E SEXUALIDADE

LAZZARETTI, Tiago.

MERCADANTE, Clarinda. Evolução e Sexualidade: o que nos fez humanos. São Paulo: Ed. Moderna, 2004. 87 p.

Dados bibliográficos

Clarinda Mercadante é bióloga e naturalista pela Universidade de São Paulo escreveu o livro Evolução e Sexualidade: o que nos fez humanos. Objetivando relatar o processo evolutivo e comportamental do homem bem como a importância da sexualidade na vida dos seres humanos, como um ser intimamente relacionado com o mundo que o cerca.

Resumo da obra

O livro é constituído por nove capítulos em cada um destes é relatos fatos importante na historia evolutiva do ser humano.

O ser humano seguiu dos ancestrais meio homem meio macaco, na África, onde grandes áreas florestais foram devastadas por fortes terremotos obrigando estes hominídeos adaptarem-se as variações climáticas e geográficas, uma vez que, montanhas e vales surgiram criando imensas barreiras.

Ao longo de tempo e dom milhões de anos pequenas transformações surgiram modificando as características físicas e comportamentais das gerações seqüentes. Desta forma algumas espécies motivadas pela busca de alimento em regiões mais distantes iniciaram uma jornada pela sobrevivência e assim começaram a andar sobre duas pernas permitindo a conquista de novas áreas.

Com a mudança de ambiente, grandes matas deixaram espaços para pequenos fragmentos envoltos por vegetação rasteira e arbustiva quando não desértica. Assim necessidade de alimentação fez com que algumas espécies fossem forçadas a modificar seus hábitos alimentares, caçando pequenos seres alimentando-se de raízes e espécies florestais até então não consumidas.

Estima-se que cerca de 3 milhões de anos atrás tenha surgido os primeiros hominídeos , depois de inúmeras modificações evolutivas que assim como em outros seres, o Homo sapiens sofreu seleção natural.

Quando trata-se das diferentes etnias entende-se que isso ocorreu pelos divisores geográficas proporcionando modificações na estrutura morfológica ao longo do tempo. No entanto não houve geração de nova espécie a partir da reprodução de raças distintas.

A diferença do ser humano para os primatas, além da feição, esta na forma de raciocínio, compreensão, visão permitindo a eles manipular e criar objetos.

O aumento da massa cerebral e forma ereta de andar são as principais características distinguíveis dos macacos. O homem pode representar suas emoções através de várias formas, dentre elas a música e o desenho.

O corpo e comportamento dos hominídeos teve grande evolução, pois os mesmos iniciaram em processo de caça em grupo (cooperação), onde os macacos saiam para caçar enquanto as fêmeas restringiam-se a coletas de folhas, raízes e frutos e aguardavam o retorno dos machos caçadores que percorriam grandes distâncias a procura de alimento.

Deste modo, surgem também os métodos de comunicação por sinais, sons, olhares e gestos, que a medida que envolviam, as formas mais primitivas foram sendo substituídas por sons articulados que simbolizavam objetos esituações e, posteriormente a origem da fala, que teve grande importância na evolutividade dos hominídeos.

Referindo-se a reprodução, nossos ancestrais possivelmente possuíam comportamentos como os animais, ou seja, a fêmea, por exemplo, tinha um filho a cada quatro anos aproximadamente, neste período o bebe era amamentado e após sua desmama iniciava-se um novo ciclo. Além disso, existiu a formação de parceiros fixos (casais), que para o macho significava menor esforço em busca de alimento para os filhos e parceira.

Já a fêmea se perpetuasse todos os anos, teria dificuldade na coleta de alimento, pois precisaria carregar o filhote em seu poder durante a atividade. Com a formação do casal, o auxílio do macho no cuidado parental dos filhos, tornava a coleta de alimentos mais facilitada para a fêmea.

Já no período vivido pelos hominídeos ocorre o desaparecimento do cio, ou seja, as relações sexuais deixam de ser restritas a um período, mas tornasse um ato prazeroso em que a fêmea e macho tornassem companheiros e passam a ter um relacionamento agradável, onde o macho exerce maior segurança para os filhos.

A sexualidade compõe o conjunto de fenômenos da vida sexual. O sexo é fundamental para a existência e sobrevivência das espécies. Os rituais do acasalamento variam centre os animais, como por exemplo, a demarcação de território por cães, e as danças copulatórias em aves e outros animais.

Nos seres humanos, a presença de pêlos em regiões estratégicas do corpo esta relacionada a substâncias que agem como estímulos sexuais. No homem a barba e na mulher os seios, transmite a idéia de maturidade, tornando os indivíduos mais atrativos para a atividade sexual.

Assim como os animais possuem certos instintos sexuais, o ser humano instintivamente o têm. Isso esta relacionado aos abraços, caricias e a forma de beijar o outro indivíduo antes da prática do sexo.

Nos seres humanos, a vida adulta é atingida a partir do momento em que o jovem passa a fase da puberdade, nos homens aproximadamente aos 14 anos e nas mulheres, pouco mais cedo, entre os 11 e 13 anos, indicando maturidade sexual.

Anterior a esta época, algumas mudanças ocorrem, causando certo transtorno na vida dos jovens, como por exemplo, o engrossamento da voz, o ganho rápido de peso e estatura, que chega a apresentar diferença entre os sexos, ocorrendo antes nas meninas, por volta dos 12 anos e nos meninos 14 anos, onde posteriormente os mesmos adquirem maior estatura dos 14 aos 16 anos.

É nesta fase também que surge a orientação sexual, ou seja, a consciência do heterossexual (sexo oposto), homossexual (mesmo sexo) e bissexual (ambos os sexos). Esta percepção é geralmente influenciada pelo fator social, que pode sobressair-se ou não do chamado "sexo biológico", que são as características biológicas herdadas ainda quando feto.

Diferente dos animais, os seres humanos iniciam uma relação após um determinado tempo de namoro, onde acontece conquistas, caricias, olhares e brincadeiras, no chamado jogo da sedução.

Para início do namoro o principal fator é o olhar, associado a ele o sorriso e o tom da voz, que prossegue com uma boa conversa e movimentos como contato físico. Nos animais em geral, os estímulos sexuais iniciam com a secreção de hormônios estimulantes, os chamados feromônios, exalados pelas fêmeas para sinalizarem o período de cio. Alguns animais utilizam esta ferramenta natural por espantar competidores sexuais ou inimigos.

O orgasmo sexual é mais naturalmente notável na espécie humana, pois a mulher tende a ser mais rápida para atingir o orgasmo. Este fato pode ser explicado, se comparado aos animais, pela capacidade de reprodução, ou seja, nos animais o orgasmo feminino é mais prolongado, possibilitando a fêmea manter relações com mais machos, aumentando as chances de fecundação.

Para copular a fêmea, o homem ejacula, e neste processo expele inúmeros espermatozóides, aumentando as possibilidades de fecundar a fêmea. Durante a copula e a fase de excitação sexual, acontecem algumas mudanças no corpo, como a dilatação, os olhos brilham, aumenta a pressão arterial e os batimentos cardíacos.

Após a cópula, os espermatozóides iniciam a corrida pela fecundação do ovulo, onde geralmente um apenas consegue realizar a fecundação, onde em seguida inicia-se as divisões celulares e a origem de uma nova vida, caracterizada pela gravidez.

Nove messes após a fecundação, a criança está pronta e madura para o nascimento, que ocorre através das contrações das paredes do útero.

A conservação da espécie é um fator de extrema necessidade entre os animais. Por exemplo os peixes, que na época reprodutiva sobem o rio em direção as nascentes, ultrapassando vários obstáculos, para que assim possam desovar. Isso caracteriza a piracema, onde nas cabeceiras dos rios encontram água limpa e oxigênio suficiente para o desenvolvimento de seus filhotes.

Os anfíbios por sua vez evoluíram dos peixes, permitindo-os ocuparem terra firme. No abraço nupcial dos anfíbios, a eliminação de espermatozóides e óvulos aumenta a possibilidade de fecundação, que é externa.

Dos anfíbios a repteis e deles as aves e mamíferos. Os repteis apresentam fecundação interna, com a fecundação do ovulo no interior da fêmea, e formação de uma casca que envolve o ovo e protege o embrião.

Quanto as aves, as mesmas exercem um cuidado especial sobre a prole, construindo ninhos, onde aquecem os ovos com a temperatura do corpo e trazem alimento para os filhotes, cuja atividade é desempenhada tanto pelo macho quanto pela fêmea.

Nos seres humanos o bebe é protegido dentro do ventre materno (útero) onde a bolsa d' água protege o filhote de impactos causados por movimentos bruscos e acidentes sofridos pela mãe. O nascimento de um filhote permite a perpetuação dos genes da espécie através das gerações.

O ser humano ao contrário dos outros primatas apresenta maior cuidado sobre a prole do que o exercido pelos ancestrais. Os humanos tiveram sua infância prolongada, e assim puderam aprender os valores culturais básicos, através da aprendizagem com os pais e a sociedade.

Essa interação com a sociedade permitiu desenvolver a mentalidade, aparecendo a arte em pinturas nas pedras e esculturas nas paredes de cavernas.

A fala sem duvida tenha sido o fator principal e mais importante na historia evolutiva humana, permitindo a superioridade sobre os outros animais. Falando, os seres humanos podem se comunicar mais facilmente. Com um rico vocabulário, a linguagem humana surgiu com o aumento da massa cerebral dos ancestrais ao longo do tempo.

O som é uma serie de funções que se iniciam com a saída de ar dos pulmões, que a passar pela laringe, vibram as cordas vocais, sendo que a espessura e comprimento das cordas vocais interferem na freqüência da vibração. Desta forma, quanto mais espessas, mais grave é o som. Este fator permite o entendimento dos timbres vocais de homens, mulheres e crianças.

Contudo, a espécie humana foi aos poucos geneticamente modificando-se, uma vez acompanhando as modificações ambientais, o organismo foi também adaptando-se a estas mudanças, permitindo a sobrevivência com inteligência.

Com os avanços tecnológicos modernos, os seres humanos foram evoluindo e se especializando, e assim possibilitou a acompanhamento e desenvolvimento de novas tecnologias.

Desta forma, a evolução dos animais, sobre tudo dos seres humanos, trouxe inúmeros benefícios às comunidades permitindo a sobrevivência da espécie e assim o descobrimento de novos limites.