Sylvio Pinto, o pintor carioca.

Por RICARDO V. BARRADAS | 28/10/2019 | Arte

Sylvio Pinto da Silva, mais conhecido como Sylvio Pinto e S.Pinto (Rio de Janeiro, 17 de março de 1918 — Rio de Janeiro, 3 de abril de 1997) foi um dos mais conhecidos artistas da cidade do Rio de Janeiro, pintor, cenarista e professor brasileiro e carioca.

Biografia

Recebeu seus primeiros estudos de pintura com seu pai, o pintor Bernardo Pinto da Silva (vulgo Pinto das Tintas, que dividia ateliê com o pintor Garcia Bento), e no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.

Conheceu e se aproximou de José Pancetti, Armando Viana, Manuel Santiago, Bustamante Sá, Milton Dacosta, Ado Malagoli, Tadashi Kaminagai, Yoshiya Takaoka, entre outros. Esta convivência foi fundamental para a sua formação como pintor. Participou do movimento artístico denominado Núcleo Bernardelli, no Rio de Janeiro, no início década de 1930, núcleo esse que incentivou o movimento modernista na então Capital da República.

Em 1939, Pinto fez cenários para peças teatrais e alegorias de carnaval para escolas de samba do Rio de Janeiro. Em 1940 fundou o dirigiu no Jacarezinho, uma pequena escola de arte, gratuita, para crianças pobres. Em 1953-1954, viajou a Lisboa (Portugal), seguindo depois para Madrid e Sevilha (Espanha), logo alcançando Paris (França), onde fixou residência por todo o tempo do prêmio de viagem, obtido no Salão Nacional de Belas Artes.

Em 1977 viajou aos Estados Unidos e realiza importante exposição internacional com suas obras. Em 1981 montou um atelier em Ellenville, onde permaneceu por alguns anos.

Em 1985, entre o Rio de Janeiro e Ellenville, lança seu livro “Vida e Obra em depoimentos”, escrito por seu grande amigo, o crítico e pintor brasileiro, Quirino Campofiorito.

Em 1988, recebeu a medalha Pedro Ernesto. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por projeto da vereadora Neusa Amaral, aprovou por unanimidade dos vereadores, a concessão da láurea. Em 1989, foi agraciado com a medalha de Honra ao Mérito na Assembléia do Rio de Janeiro pelas mãos do deputado Cláudio Moacyr. Em 1991, em Portugal na localidade de Constância recebeu a medalha de Honra ao Mérito da Cultura de Portugal com a presença do então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva. Em 1993, foi agraciado com a medalha de Honra ao Mérito da Cultura de Brasília da vice-governadora Márcia Kubitschek.

Obteve o prêmio de viagem ao exterior, indo estudar na França, onde realizou inúmeros trabalhos em Paris, Sévres, e noutras cidades européias. Recebeu essa importante premiação no Salão Nacional de Belas Artes de 1952. Participou da primeira Bienal de Arte de São Paulo, em 1951, e foi premiado em inúmeros salões e coletivas importantes a partir dos anos 50.

Expôs individualmente no Brasil e no exterior. Em 1985, integrou a mostra “100 Obras Itaú”, no Museu de Arte de São Paulo. Em 1993, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro inaugurou uma retrospectiva de sua obra.

As obras de Sílvio (ou S. PINTO, como assinava), em sua grande maioria, procuraram retratar a alma fluminense, suas marinhas, suas festas populares e o “modo de ser” do povo carioca. Nos ultimos anos devido a grande busca e aceitacao publica de suas obras do Grande Mestre Sylvio Pinto tem aparecido diversas grotescas falsificacoes, o que tem provocado uma grande preocupacao no mercado. Atualmente o Projeto Oficial do artista no RJ, encontra se fechado reformulando se perante os novos protocolos da Lei de Direito Autorais, vigente no Brasil.

Nos últimos anos de sua vida, Sílvio Pinto morou no bairro litoral carioca do Leme. O renomado marchand e curador Ricardo Vianna Barradas, Ubirajara Pinto (filho do artista) ambos posteriormente curadores oficiais do Projeto Sylvio Pinto, pelo alto e completo conhecimento de quase toda totalidade das obras originais do artista e muitos outros marchands, intelectuais, escritores e artistas reuniam-se no fim de tarde, em torno do artista e, na prática boêmia, comum entre os intelectuais cariocas para o choppinho intelectual, ente risos, anedotas e muita amizade fruto da melhor descontracao carioca e nos encontros relembravam fatos e casos pitorescos das artes plásticas e visuais do mercado de arte e de antiguidades tradicional da cidade do Rio de Janeiro.