Autora: Marilene Eduardo Mendonça

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INTRODUÇÃO

          

.           O câncer, qualquer que seja sua etiologia, é reconhecido como uma doença crônica que atinge milhões de pessoas em todo o mundo, independente de classe social, cultura ou religião. O saber de que se é portador de câncer é, em geral, aterrador, pois, apesar dos avanços terapêuticos permitindo uma melhoria na taxa de sobrevida e qualidade de vida, permanece o estigma de doença dolorosa, incapacitante, mutiladora e mortal. Dessa forma, fica clara a necessidade e a propriedade de intervenções de enfermagem que auxiliem as pessoas no enfrentamento da doença e suas consequências.( Camargo TC.)

             Identificar os fatores que desencadeiam os riscos ocupacionais na equipe de enfermagem no ambiente hospitalar e em atendimentos domiciliares, se faz extremamente necessário para a  prevenção das doenças laborais.

DESENCOLVIMENTO

                     Com o crescimento da demanda para a enfermagem em oncologia, houve o estímulo para educação continuada, sendo esta a razão formal que levou ao aparecimento das organizações de enfermagem oncológica, da inserção da oncologia nas grades curriculares dos cursos de graduação das áreas da saúde e dos cursos de especialização, de atualização, atuando sob o modelo biomédico, o cuidado de enfermagem, por sua vez tem, em sua essência, assistir ao ser humano em sua totalidade, observando a relação bio-sócio cultural, permitindo assim, o reconhecimento e a valorização do profissional ao estabelecer uma relação positiva e empática entre quem cuida e quem é cuidado(Camargo TC, Souza IEO) Nesse enfoque, a assistência de enfermagem em oncologia possibilita a intervenção em diversos níveis: na prevenção primária e na prevenção secundária; no tratamento do câncer; na reabilitação; e na doença avançada. Nesse sentido, a assistência de enfermagem em oncologia evoluiu como um assistir que tem foco no paciente, família e comunidade, visando a educação, provendo suporte psicossocial, possibilitando a terapia recomendada, selecionando e administrando intervenções que diminuam os efeitos colaterais da terapia proposta, participando na reabilitação e provendo conforto e cuidado.( Ades T, Greene P.)

         Quando deparamos com a pobreza e seus déficits econômicos e sociais e a prática do cuidado em si, dilemas e conflitos emergem e nos damos conta de que as soluções necessárias transcendem ao nosso campo de ação, abarcando questões estruturais, econômicas e sociais. situações de extrema pobreza constituem um desafio significante no tratamento oncológico e no serviço de visita domiciliar em oncologia. O planejamento das intervenções de Enfermagem, bem como de todo o processo terapêutico nesse caso, pode falhar, diante da falta de alimento, de condições sanitárias adequadas, de condições de locomoção e transporte, de capacidade cognitiva para o aprendizado, dentre outros. No entanto, apesar desses problemas, principalmente a visita domiciliar em oncologia parece estar contribuindo para a manutenção da qualidade de vida e a expansão do cuidado paliativo.

              “Cuidar para que a morte seja mansa, sem dores e cercado de amigos longe das UTIs,  como no quadro de Michelangelo, onde ele retrata Maria com Jesus morto em seu colo. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.”

       Os riscos ocupacionais se originam de atividades insalubres levando os profissionais de enfermagem a uma exposição exacerbada aos perigos presentes no ambiente de trabalho, ocasionando efeitos adversos à saúde desse trabalhador, desencadeando no aparecimento de doenças e acidentes de trabalho. 

       A Lei Orgânica da Saúde (8.080/90) regulamenta os dispositivos constitucionais sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a Saúde do Trabalhador, a que se refere ao conjunto de atividades que se destinam por meio de ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde  faz se necessário que Instituições implantem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), bem como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e os programas PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PPRO (Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais), em suas unidades que atuarão juntamente com a participação dos profissionais. Além disso, as instituições devem garantir treinamentos e capacitações aos profissionais periodicamente, preparando - os para o cumprimento das normas estabelecidas.( Guglielmi 2010)

, CONCLUSÃO

            Evidencia-se que determinações referentes aos cuidados com o uso adequado dos equipamentos irão evitar problemas de saúde para esses trabalhadores os quais estão expostos diariamente, observa-se que as mesmas não são cumpridas, não só por falta de conhecimento, mas por acomodação e inexistência de compromisso com sua a própria segurança. O profissional que atua no ambiente hospitalar está exposto à acidente de trabalho, desgaste mental e emocional, sobrecarga de trabalho, quantidade insuficiente de profissionais, condições físicas inadequadas, uso incorreto dos EPIs, enfim qualquer problema que possa vir afetar o desempenho profissional do trabalhador coloca em risco as pessoas envolvidas no processo do cuidado, e consequentemente altera a dinâmica do serviço, bem como compromete a qualidade da assistência prestada. Enfim, entende-se o quanto é essencial e importante que os profissionais busquem formas para modificar suas condutas e atitudes e que estejam preparados para enfrentar mudanças com o intuito de amenizar problemas aos quais estão expostos diariamente, através da aquisição do conhecimento de seus direitos e deveres para que consigam trabalhar com mais segurança e menos danos para sua saúde.