O ensino de música foi legitimado como conteúdo curricular obrigatório nas escolas brasileiras através da Lei no 11.769 de 18 de agosto de 2008, significando uma grande conquista para a sociedade brasileira de forma geral. No entanto, a educação musical, não está escape de enfrentar problemas peculiares ao momento atual. A flauta doce1 vem sendo utilizada por professores de música que não possuem qualificação adequada, promovendo o que podemos chamar de descrédito do instrumento no cenário musical. É extremamente necessário que se levante dados sobre a efetivação do ensino de música, bem como a maneira como este está se consolidando, sendo que este foi o principal objetivo da presenta pesquisa que consubstanciou em quatro etapas: revisão teórica, elaboração e realização de entrevistas semiestruturadas, apreciação dos dados e a produção textual. Três professores de música de diferentes campos de atuação dentro da educação musical e de localidades diferentes no município de Cuiabá, foram escolhidas, levando em consideração o meio para o ensino da música: a flauta. Como fundamentação teórica, apresento Hauwe (1984) e suas preocupações em torno do ensino da flauta, as considerações de Cuervo (2008) sobre a falta de credibilidade do instrumento e a falta de familiaridade do educador musical com o instrumento e ainda os apontamentos de Loureiro (2003) sobre o ensino de música. Considero após a análise dos dados que nos três contextos pesquisados, que a flauta é somente um recurso facilitador na aula de música do professor que está despreparado para ensina-la, mais a utiliza por conveniência. Ainda reflito sobre a necessidade da delimitação do campo de atuação do profissional do ensino de música, bem como da capacitação deste.  

Palavras-chave: Flauta doce. Ensino de música. Educador musical.