E QUANDO O BIBLIOTECÁRIO NÃO LÊ?
Ana Lidia Sobrinho Rudakoff
Na história do Brasil a leitura nunca foi tão importante. A todo o momento o governo promove campanhas e programas como o Programa Nacional da Biblioteca da Escola(PNBE) e Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) para melhorar a leitura em termos qualitativos e quantitativos .
Estes programas e campanhas são destinados em sua maioria ao público infantil e juvenil que por sua vez precisa de um mediador, u seja, uma pessoa que aproxime este público dos livros, cabe ao profissional do bibliotecário esta função. Isto leva a uma questão muito séria: e quando o bibliotecário não gosta de lê? Como este profissional poderá incentivar a leitura aos seus usuários?
Segundo o filósofo Immanuel Kant "um homem só pode ser educado por semelhante, isto é, por outro homem educado". Esta frase se aplica muito bem na formação de leitores. Se o bibliotecário não traz o gosto de ler, como pode este profissional transmitir aos futuros leitores o prazer sobre os livros para extrair deles conhecimentos?
O bibliotecário deve ter várias qualidades pessoais, além das competências técnicas adquiridas ao longo do curso de bacharel em biblioteconomia, o profissional deve possuir o hábito de ler, para poder indicar livros aos futuros leitores, conhecer o acervo em que trabalha e que há de novo que se pode adquirir, conhecer o usuário e a comunidade em que a biblioteca está inserida. Se o bibliotecário não lê, quem irá desenvolver estas funções?
Pela falta de leitura o bibliotecário acaba ficando fora das funções. A exemplo pode ser citado o processo de comunicação entre profissional e o usuário, bem como o estudo da comunidade, para saber se a biblioteca corresponde as necessidades informacionais dos mesmos. O bibliotecário no âmbito escolar vai contribuir com incentivo a leitura, como mostra Silva:
as atividades do bibliotecário escolar vão muito além do serviço de empréstimo de livros e preparo técnico do acervo. Ao utilizar a biblioteca como espaço pedagógico, os bibliotecários que trabalham no ambiente escolar podem contribuir significativamente no interesse de jovens e crianças pela leitura. (SILVA, 2005, p. 125)