COMO AS ATIVIDADES LÚDICAS PODEM CONTRIBUIR NO APRENDIZADO DE MATEMÁTICA


PROFESSOR JOÃO BOSCO





RESUMO
O presente artigo faz uma breve revisão de literatura sobre a importância do lúdico no processo de aprendizagem da matemática, ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. A matemática faz parte da nossa vida. Iniciando no nascimento, temos uma data, dia mês e anos, são pesados, medidos e aí continua a matemática no nosso cotidiano, ela nos acompanha em muitos aspectos de nossa vida. Os educadores matemáticos devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. Aluno precisa de estímulo para aprender, e o exercício lúdico desperta a motivação, sendo que o lúdico tem sido utilizado em muitas escolas como fonte de inspiração para os professores e de grande motivação aos alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Motivação, Jogo, Educando, Professor, Aprendizagem.






1. INTRODUÇÃO

Brincadeiras, brinquedos e jogos fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu inicio. Este artigo vem tratar da busca e introdução do lúdico no processo educativo, mostrando que trabalhar ludicamente não será abandonado à seriedade e a importância dos conteúdos apresentados às crianças, pois as atividades lúdicas são importantes para o desenvolvimento dos conhecimentos, possibilitando melhor percepção da imaginação da fantasia e dos sentidos. Através das atividades lúdicas a criança passa a perceber e aceitar o outro estabelecendo relações sociais construindo conhecimentos e desenvolvendo-se integralmente.
O jogo formal ou informal faz parte da vida do homem. Um dos mais antigos que se conhece, foi encontrado na sepultura de um rei babilônico, morto cerca de 2600 anos antes de Cristo. Lá estavam os tabuleiros, as peças e os dados. Infelizmente, não possuía as regras, motivo pelo qual não podemos saber como se jogava. Desde os tempos mais remotos, os antigos já tinham uma imensa sabedoria. Sabiam que a brincadeira era muito importante para o desenvolvimento integral do ser humano. A brincadeira está presente em nossas vidas desde o nascimento até a fase adulta, é a forma mais agradável de expressarmos a liberdade e o prazer. "Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que têm hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivos a distração e o recreio." Quando bem aplicada à educação lúdica pode contribuir para a melhoria do ensino, tanto na qualificação quanto na formação critica do educando valorizando-o para o melhor.
Os jogos têm sua função educativa, pois, para jogar, as crianças precisam respeitar as regras, decidir, sentir a necessidade de pensar para resolver a sua estratégia. Mesmo que haja acertos e erros, fazem com que a criança exercite sua inteligência, participe ativamente, construindo uma interação durante a realização do jogo.

2. DESENVOLVIMENTO TEXTUAL

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver' (PCN, 1997,48-49). Podemos sim contribuir com a melhoria da aprendizagem da matemática e desenvolver o gosto pela disciplina. Vê-la de modo diferente, levando a criança a ter uma melhor apreensão dos conceitos matemáticos, tendo como conseqüência uma melhoria na qualidade de vida das crianças.
A interação com pessoas que possuem diferentes experiências e diferentes níveis de desenvolvimento podem ocorrer informalmente, o que não exclui a legitimidade da aprendizagem, uma vez que esta não é uma simples transmissão de idéias ou práticas, mas a reelaboração individual de conceitos e significado culturalmente difundido. A aprendizagem, portanto, passa a ser um processo subjetivo de reconstrução individual, amparado pelo princípio didático da cooperação interdisciplinar.
Piaget descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem: Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção, Jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica.
O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. As características dos jogos simbólicos são: liberdade de regras (menos as criadas pela criança); desenvolvimento da imaginação e da fantasia; ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança; lógica própria com a realidade; assimilação da realidade ao valor do conteúdo de um jogo deve ser considerada em relação ao estágio
de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina. O jogo é umas atividades preparatórias, úteis ao desenvolvimento físico do organismo. Da mesma forma que os jogos dos animais constituem o exercício de instintos básicos e necessários, como os de combater ou caçar, também o indivíduo que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, sua curiosidade em estar experimentando, além de seus valores sociais. É pelo fato de o jogo ser um meio tão valioso e eficiente na aprendizagem, que em todo lugar em que se consegue transformar leitura, cálculo, ortografia em brincadeira, observa-se que os alunos se apaixonam por essas ocupações tidas comumente como maçantes. Seguindo esta expectativa, a importância deste trabalho se constitui pela tentativa de resgatar o lúdico como fator preponderante para a construção do processo ensino-aprendizagem da matemática, tida como uma das disciplinas escolares que apresentam significativos níveis de dificuldades para o entendimento e compreensão entre os alunos do ensino fundamental.
No âmbito da formação educacional, a construção do pensamento, ou dos pensamentos e métodos de transmiti-los situam-se estrategicamente a didática entre as diversas disciplinas pedagógicas presentes no contexto deformação no processo ensino-aprendizagem, que busca contribuir para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica e afetivamente para o tipo de atuação que se objetiva. Assim, a didática enquanto tecnologia a serviço da pedagogia cumpre um papel importante no sentido de propiciar uma reflexão criteriosa sobre os limites e as possibilidades da atuação docente na contemporaneidade. Assim, a questão de estudo básica é: como atividades lúdicas podem ser utilizadas como estratégia didática para maximizar o aprendizado da matemática? A resposta a esta questão está intimamente relacionada com a forma de interpretação e intervenção do professor, mostrando-se estar disponível para as relações. Este também é um dos deste trabalho é descrever algumas das inter-relações didáticas, promovidas pelos jogos e brincadeiras, na construção do processo de aprendizagem da matemática em alunos do ensino fundamental, destacando o papel do jogo como facilitador no processo de aquisição da aprendizagem da matemática em alunos do ensino fundamental. O grande desafio na educação é conhecer o jeito particular de cada criança, pois a criança é antes de tudo um ser que gosta, deseja brincar. O jogo é um
dos artifícios que a própria natureza encontrou para levar a criança a desenvolver uma atividade em seu meio físico e mental.
Vygotsky estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importância. Para que possamos melhor compreender essa importância é necessário que recordemos algumas idéias de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. A principal é que o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contatos regular. Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si sós. A configuração desta discussão se dará de forma específica ao abordar a importância que alguns teóricos atribuem à importância da ludicidade no processo ensino-aprendizagem, destacando ainda o papel do jogo como facilitador no processo de aquisição da aprendizagem da matemática em alunos do ensino fundamental. O autor também detecta no jogo outro elemento a que atribui grande importância: o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a atividade criadora. (Vygotsky, 1999). Ele afirma que os processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
Para Palangana (1994) as concepções de Vigostky e Piaget quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget (1975) no jogo prepondera a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade às estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas modificações das estruturas.
Para Vygotsky o jogo proporciona alteração das estruturas. De acordo com as concepções de Vygotsky, uma prática pedagógica adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas, fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a brincar. Os resultados de tal experiência têm otimizado inúmeros fatores positivos para o ensino-aprendizagem: criatividade, desinibição, espontaneidade, socialização entre outros. Isso se torna um índice a favor da implementação de tarefas lúdicas associadas ao aprendizado justamente porque esses fatores representam algumas condições para o próprio aprendizado.
Segundo Vygotisky (1984, p.97):


"A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa se não a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz."


Para Wallon, o fator mais importante para a formação da personalidade não é o meio físico, mas sim o social. O autor chama a atenção para o aspecto emocional, afetivo e sensível do ser humano e elege a afetividade, intimamente fundida com a motricidade, como desencadeadora da ação e do desenvolvimento da ação e do desenvolvimento psicológico da criança. Wallon enfoca a motricidade no desenvolvimento da criança, ressaltando o papel que as aquisições motoras desempenham progressivamente para o desenvolvimento individual. Segundo ele, é pelo corpo e pela sua projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação (diálogo tônico) com o meio, apoio fundamental do desenvolvimento da linguagem. É a incessante ligação da motricidade com as emoções, que prepara a gênese das representações que, simultaneamente, precede a construção da ação, na medida em que significa um investimento, em relação ao mundo exterior. Na concepção de Wallon, infantil é sinônimo de lúdico. Toda atividade da criança é lúdica, no sentido que se exerce por si mesma antes de poder integrar-se em um projeto de ação mais extensivo que a subordine e transforme em meio. Deste modo ao postular a natureza livre do jogo, Wallon o define como uma atividade voluntária da criança. Se imposta, deixa de ser jogo; é trabalho ou ensino.
No jogo para criança em idade escolar, inicialmente, a ação predomina sobre o significado e não é completamente compreendida. A criança é capaz de fazer mais do que ela pode compreender. Mas é nessa idade que surge pela primeira vez uma estrutura de ação na qual o significado é o determinante, embora a influência do significado sobre o comportamento da criança deva se dar dentro dos limites fornecidos pelos aspectos estruturais da ação. Têm-se mostrado que crianças, ao brincar de comer, realizam com suas mãos ações semi conscientes do comer real, sendo impossível agir em situações que não representem o comer. Assim, mostrou-se não ser possível, por exemplo, colocarem-se as mãos para trás ao invés de estendê-las em direção ao prato, uma vez que tal ação teria um efeito destrutivo sobre o jogo. A criança, ao querer, realiza seus desejos. Ao pensar, ela age. As ações internas e externas são inseparáveis a imaginação, a interpretação e a vontade são processos internos conduzidos pela ação externa.
Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Os educadores matemáticos devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.
O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, quebra-cabeça, palavras cruzadas, memória e outros permitem que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e divertido. Analisando as possibilidades do jogo no ensino da Matemática, percebemos vários momentos em que crianças e jovens, de maneira geral, exercem atividades com jogos em seu dia-a-dia, fora das salas de aula. Muitos desses jogos culturais e espontâneos apresentam impregnados de noções matemáticas que são simplesmente vivenciadas durante sua ação no jogo. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc.
Por fim, encontramos destacado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) que um aspecto relevante nos jogos é o desafio que eles provocam nos alunos, gerando interesse e prazer. Dando ênfase à importância de que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que deseja desenvolver. Sendo assim a qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.
3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo do trabalho é repensar a possibilidade em aliar o uso dos jogos ao cotidiano do professor, auxiliando a aprendizagem da matemática ao propiciar um cenário onde novas situações são apresentadas. Introduzindo, também, uma forma de os professores descobrirem, sem constrangimento para os jovens, quais as dificuldades ou os pontos não tão esclarecidos dos conteúdos estudados. Além disso, estimular o uso do raciocínio lógico, já que, após a fase de aprendizagem, os alunos começam a tecer estratégias e elaborar jogadas para vencer o adversário.

3.2 Objetivos Específicos

? Apresentar algumas sugestões de jogos de fácil confecção, agradáveis aos alunos e que possam ser trabalhados em sala de aula, despertando o interesse dos estudantes e auxiliando a aprendizagem da matemática.
? Aplicar os jogos sugeridos e avaliar de forma subjetiva o envolvimento dos alunos com o jogo, sua aplicabilidade e as capacidades desenvolvidas

4. JOGOS APRESENTADOS
? Pega varetas: (a) Nº de alunos: 2 participantes por jogo; (b) Duração: Tempo para concluir o jogo ou 20 minutos; (c) Objetivos: Desenvolver a concentração, raciocínio matemático, e as operações aritméticas; (d) Conteúdos: adição, subtração e multiplicação no conjunto dos números naturais; (e) Material utilizado: Material industrializado do 1,99 ou com palitos de churrasquinho pintados nas cores: 10 amarelas, 7 verdes,6 azuis,5 vermelhas e 1 preta num total de 29 palitos.
? Bingo Educativo ou Loto: (a) Nº. de alunos: No mínimo 4 participantes; (b) Duração: Tempo necessário para a realização do jogo; (c) Objetivos: Desenvolver a atenção à concentração e raciocínio matemático com as operações básicas; (d) Conteúdos: Multiplicação, adição, subtração e divisão; (e) Material Utilizado: Jogo industrializado do 1,99.
? Jogo da Velha: (a) Nº. de alunos: 2 participantes por jogo; (b) Duração: 15 minutos a 20 minutos; (c) Objetivos: Desenvolver a concentração e raciocínio lógico; (d) Material Utilizado: Material industrializado do 1,99 ou uma cartela desenhada com 9 casas e 10 botões com 5 botões de cada cor.
? Dominó da multiplicação: (a)Nº de alunos: Até 5participantes por jogo; (b) Duração: Fica a critério do professor; (c) Objetivos: Desenvolver as multiplicações das tabuadas; (d) Conteúdos: Multiplicação; (e) Material Utilizado: Dominó industrializado do 1,99.
? Dominó da divisão: (a) Nº. de alunos: Até 5participantes por jogo; (b) Duração: Fica a critério do professor; (c) Objetivos: Desenvolver as multiplicações das tabuadas; (d) Conteúdos: Divisão; (e) Material Utilizado: Dominó industrializado do 1,99.
? Boliche: (a) Nº. de alunos: 4 participantes por jogo; (b) Duração: 15 minutos; (c) Objetivos: Desenvolver a concentração e o cálculo matemático; (d) Conteúdos: Operações matemáticas; (e) Material Utilizado: Jogo industrializado do 1,99 ou copos descartáveis (de refrigerante) e uma bola de meia.
Os alunos em contato com os jogos propostos poderão desenvolver uma capacidade de raciocínio, persuasão, motivação, afetividade, e ativação do pensamento e da memória. Tornando-se alunos mais críticos, interessados e participantes das aulas. O relacionamento em grupo estará sendo despertadas para a resolução de problemas, desenvolvendo um espírito de cooperação e companheirismo, atitudes pouco praticadas entre os alunos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já observado o lúdico provoca um estado de inteireza no ser humano. A criança necessita da ludicidade para se tornar um adulto pleno. As reflexões realizadas até aqui são para tentar entender: Por que os professores das séries iniciais do ensino fundamental não aceitam o lúdico no processo de ensino-aprendizagem? Por que insistem em ignorá-lo não se beneficiando e beneficiando seus alunos com essa ferramenta humanizadora?
Os benefícios didáticos do lúdico são procedimentos didáticos altamente importantes; mais que um passatempo; é o meio indispensável para promover a aprendizagem disciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos básicos, necessários à formação de sua personalidade. O propósito geral foi conceber o lúdico no processo de construção do conhecimento matemático da criança, além de contribuir com uma possível alternativa pedagógica que inter-relacione corpo, movimento e ludicidade neste processo.
Nesta perspectiva, existe necessidade de atualização dos professores de matemática a fim de proporcionar uma ação didática, interdisciplinar facilitadora de vivências lúdico-pedagógicas, imprescindíveis ao desenvolvimento dos alunos, contemplando, assim, o caráter lúdico do movimento humano como fonte de prazer e alegria, no ambiente escolar e, em especial, no processo de desenvolvimento da construção dos saberes e do conhecimento. Assim, pode-se perceber, nesse caso, que a vivência e a experiência lúdica permitem que o indivíduo enquanto um sujeito que se constrói nas práticas do cotidiano, dos movimentos sociais, do mundo do trabalho e no espaço da escola entre com sua corporeidade, com sua sensibilidade e com suas forças intelectuais. As vivências e as experiências nessas práticas são possíveis pela relação que se dá a partir do corpo, dos sentidos e das forças intelectuais que se processam no indivíduo que está em atividade interventiva com o social e com as coisas, estimulando a construção do conhecimento da matemática.
Concluindo, Brincar é um ato tão espontâneo e natural para a criança quanto comer dormir, andar ou falar. Basta observar um bebê nas diferentes fases de seu crescimento para confirmar tal fato: logo que descobre as próprias mãos, brincar com elas; a descoberta dos pés é outro brinquedo fascinante; diverte-se com a voz quando balbucia os primeiros sons; cospe a chupeta ou o alimento vezes seguidas; atira, incansavelmente, um objeto ao chão, desafiando a paciência de quem o apanha; levanta-se e torna a cair entretendo-se com isto; pula sem parar; corre sem se cansar. É brincando que a criança conhece a si e ao mundo: quando mexe com as mãos e os pés, segura a chupeta ou um brinquedo, seja levando-os à boca, sacudindo ou atirando-os longe, vai descobrindo suas próprias possibilidades e conhecendo os elementos do mundo exterior através da comparação de suas características, tais como, macio, duro, leve, pesado, grande, pequeno, áspero, liso.
6. REFERENCIAS

GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira; TIMM, Ursula Tatiana. Utilizando curiosidades e jogos matemáticos em sala de aula. http://paginas.terra.com.br/educacao/calculu/artigos/professores/utilizando
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PALANGANA, I. C. (1994) ? "Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social)" ? São Paulo: Plexus.
PIAGET (1975) ? A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976
SANTOS, Carlos Antônio dos. Jogos e atividades lúdicas na alfabetização. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
SANTOS, Santa Maria Pires dos. Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. (org). Petrópolis, R.J.: Vozes, 1999
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
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WALLON, Henri. Psicologia e Educação da criança. Lisboa: Vega/Universidade, 1989.