1 Os eventos artísticos culturais

Os eventos são tão variados quanto à criatividade de quem os provoca. No presente estudo, iremos compreender os eventos como serviços prestados que visam atender as expectativas de um público. Devido à dinâmica da própria sociedade, os eventos surgem através da proposta de realizar investimentos ajustados às suas finalidades, refletindo valores e necessidades de uma determinada época.
Segundo Ansarah (2004), todo evento é o resultado de um ato criativo. Essa criatividade, esse ato, deve espelhar a vontade de fazer, como fazer e por que fazer, isto é, criar. Por isso, estão na criatividade e na ação criadora das pessoas o início e o fim dos eventos. Essa criatividade não pode ser um limitador da ação, mas sim um facilitador da geração e concretização do evento.
Sendo o evento a soma de ações previamente planejadas com objetivos de alcançar resultados definidos junto ao público-alvo, sua realização proporcionará resultantes de ordens social e cultural que se dimensionarão de acordo com a própria dinâmica do evento.
De fato, o evento é uma reunião de pessoas que apresentam algum ideal relacionado à temática que ele cogita. Classificando os eventos, temos as reuniões dialogais, que consistem em busca de informação e aplicação do conhecimento (palestras, seminários, congressos...) e as reuniões coloquiais, que buscam a dimensão do entretenimento e do lazer (MEIRELLES, 1999).
A partir desse pressuposto, o tipo de evento a ser considerado se trata do "evento cultural" que está inserido na categoria de reunião coloquial. Este tem como foco difundir manifestações, estimular a criatividade e expressões populares artísticas e culturais.

1.1 A proposta sócio-cultural do Som da Mata de Natal/RN

Todos os domingos, no Parque das Dunas ou Bosque dos Namorados acontece o projeto Som da Mata, que trás música instrumental ao vivo no anfiteatro do espaço.
O projeto Som da Mata vem se consolidando como um dos eventos culturais mais populares da cidade. Realizado aos domingos no Anfiteatro Pau-Brasil do Parque das Dunas, o Som da Mata traz sempre atrações que representam o melhor da nossa música popular. Com iniciativa do Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente), através de licitações dedicadas a produtores e instituições culturais, o projeto contempla a iniciativa de promover a cultura em Natal.
Para o presente estudo realizamos uma pesquisa de campo, no Som da Mata realizado em 06 de junho de 2010, edição especial da Semana do Meio ambiente. No evento ocorreram a leitura e distribuição de cordéis e apresentação musical com o artista Antônio de Pádua, reconhecido pelo seu repertório de música instrumental potiguar.
Aplicamos questionários com o público, tomando uma amostragem de 30 (trinta) pessoas escolhidas aleatoriamente, mas que estavam no auditório assistindo ao evento, para definirmos o perfil do público e compreendermos melhor as suas motivações. O questionário possuía questões fechadas e abertas para melhor análise dos dados. Nos resultados e análise dos dados será utilizado o pseudônimo "indivíduo" para representar as pessoas que contribuíram com a pesquisa. Desse modo, objetivamos com este estudo investigar o Projeto Som da Mata enquanto atividade de lazer e se tal proposta atende aos anseios do público como uma atividade que proporcione um desenvolvimento pessoal e social.
Podemos classificar nossa pesquisa como um estudo quanti-qualitativo. No discorrer do trabalho discutiremos a relação do lazer e das escolhas dos sujeitos para seu tempo livre; explicitaremos acerca dos eventos e o entretenimento e as políticas de lazer. Dessa forma, procuraremos mostrar como o Som da Mata se configura como uma atividade de lazer para os seus frequentadores.

2 O lazer e as escolhas do indivíduo

O entendimento do fenômeno do lazer cria diferenciações em seus significados.
Na concepção de Dumazedier entende-se como

...um conjunto de ocupação às quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para divertir-se, recrear-se ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 1976, p. 34)

As atividades de lazer estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. Independente de variedade de ocupações ou das funções que possa cumprir, isto é, a questão de, como é possível detectar a apropriação do lazer enquanto atitudes ativas ou passivas. Tempo e espaço disponíveis não são condições suficientes para se aproveitar o lazer, visto que, este pode contribuir para o desenvolvimento de atitudes críticas e criativas em relação à humanização, ou simplesmente, acentuar o conformismo, ou seja, os processos que levam o indivíduo a se acomodar.
Para isso, a existência de espaços destinados as práticas dessas atividades de lazer são necessárias, assim como se pode exemplificar, a realização de um evento artístico cultural.
Segundo Marcellino (1999):

Dependendo do espaço físico da empresa, até mesmo as áreas comuns de recepção, refeitórios, eventuais áreas destinadas ao lazer, os jardins ou os espaços não aproveitados regularmente podem ser utilizados como base das mais diversas atividades lúdicas ou recreativas. (MARCELLINO,1999,p. 54).

As motivações que levam uma pessoa a frequentar um evento cultural se devem a vários fatores, sejam pessoais, profissionais, sociais, etc. não existe um indivíduo que participe de um evento à toa.
O que analisamos no presente artigo foi justamente identificar e analisar os agentes motivadores que estes indivíduos buscam ao frequentarem tais eventos culturais, neste caso o Som da Mata. De fato, ao aplicar alguns questionários notamos que as pessoas dizem que há a busca por conhecimentos e até vínculos de amizade. Certamente, um indivíduo frequenta um determinado evento cultural porque ele se identifica com algum elemento presente nele, seja em sua estruturação (temática, artistas, localidade, etc.), seja pelo público que provavelmente estará presente no local.
Esse tipo de "preferência" será formada através da interação do sujeito e a sociedade, na qual ele irá adquirir determinados valores culturais (HALL, 2006) que norteiem suas razões para com um evento cultural.
Lembrando que o indivíduo será "livre" em suas escolhas, é assim que as pessoas podem estabelecer suas preferências, dispondo de opções em seus momentos de lazer. Sobre isso, temos que

As atividades de lazer caracterizam-se por uma liberdade relativa de opção, pela percepção individual e subjetiva da expectativa do prazer e pela autonomia e responsabilidade do agente sujeito da ação social (GUTIERREZ, 2001, p.88).

Grande parte dos frequentadores de eventos culturais de natal são estudantes, o que não significa que em outros eventos possa haver outro tipo de público. O evento proporciona interatividade e o desenvolvimento do saber de forma bastante interessante.
O conhecimento adquirido no Som da Mata é em suma ligado à questão artística e da própria produção cultural local. Conforme Bueno (2009):

A cultura apresenta uma estrutura dialética que torna possível tanto a aquisição de saberes e conhecimentos, que permitiriam a adaptação do ser humano à sociedade, quanto a aquisição de saberes e conhecimentos que possibilitariam a crítica à sociedade (p. 38).

Através dessa aquisição, o indivíduo é capaz de perceber a realidade a qual está inserido e assim adquirir uma visão crítica com relação à sociedade e o mundo no qual está inserido. Assim, o indivíduo estabeleceria uma condição de "ser autônomo sem deixar de se submeter, submeter-se sem perder a autonomia" (PUCCI apud BUENO, 2009, p. 38).

3 Eventos, entretenimento e políticas públicas de lazer

No desenvolvimento de um evento cultural é, evidentemente, indispensável a elaboração de um planejamento prévio, suas metas, objetivos, público... e também sua relevância social.
Neste aspecto, temos o papel do produtor cultural, que vai gerir um projeto de acordo com suas visões, embasamentos e valores culturais, os quais de certo modo são quase imprescindíveis serem postos de lado.
Assim, observa-se que o "realizar" de um evento cultural engloba elementos não só referentes a artistas e público, mas também fatores sociais e políticos externos. De acordo com Gutierrez (2001):

O lazer é, obviamente, uma manifestação cultural. O problema, neste caso, é que todas as ações com sentido do sujeito social possuem dimensão cultural. Isto advém da própria definição de cultura como algo único, variável e não acumulativo, em contraposição à definição de civilização (p. 61).

Seria uma como proporcionar a reflexão sobre "contextos sociais práticos nos quais os indivíduos produzem e recebem as formas simbólicas mediadas" (THOMPSON, 1998, p. 41), na qual terão acesso a variados tipos de valores e conhecimento, podendo compreender novas formas de perceber a sociedade e o mundo.
O indivíduo na época atual é cercado por diferentes formas de visão de mundo. Uma das polêmicas acerca de sua vivência e experiências no mundo é justamente a questão de sua própria formação enquanto ser humano.
A sociedade atualmente vivência a indústria do entretenimento, o que ocasiona em um dos fatores, a modificação em quantidade de eventos culturais existente. Com a crescente concorrência de produtores para manter a participação das pessoas e que evento seja denominado de "sucesso", utilizam-se processos de comunicação e de relacionamento com públicos das organizações.
O termo eventos de sucesso segundo Neto (2001) são acontecimentos que proporcionam novos tipos de relações entre as pessoas, novos jargões lingüísticos, palavras de ordem, fomentam paixões e desenvolvem hábitos, portanto, o evento trabalha questões inerentes aos seres humanos e influencia na forma de vida.
Todavia, esses eventos não privilegiam as pessoas no que se referem a formação humana, pois trabalha-se apenas a diversão momentânea e a não reflexão, tudo isso causa um empobrecimento de todo o patrimônio cultual existente no mundo contemporâneo. É tomado como exemplo os shows em sua totalidade, que "são considerados m ais pirotecnia do que propriamente produção cultural. Os cenários escolhidos dos atores nem sempre privilegiam o conteúdo artístico e a profundidade do tema escolhido." (NETO, 2004, p.55), pois é fundamental fazer com que os consumidores consigam formar uma imagem de atmosfera livre e descontraída para o evento. A montagem do espaço, os cenários, o ecletismo, a diversidade, a fusão de temas e estilos, o ineditismo, a interatividade, a tradição, a experimentação, a polêmica, as técnicas e a simulação são alguns exemplos de elementos de criatividade que podem influenciar na atração do público e no conseqüente sucesso do evento.
Analisando essa questão, já referente à sociedade atual e à industria cultural, observamos que no evento cultural a dinâmica de formação do indivíduo não passa despercebida, já que os indivíduos que frequentam os eventos culturais o fazem, geralmente, por livre e espontânea vontade como será explicitado em capítulo mais a frente.
Como um meio de encontro dos indivíduos e valorização de determinada temática, o evento cultural tem o papel de formador de opinião. Por esse fato, nota-se que os eventos apresentam esse tipo de educação mais "informal". Segundo Bueno (2009):

A educação deve ultrapassar o plano da crítica às dimensões culturais da racionalidade na sociedade, para atingir as instancias de formação material de relação sujeito e objeto, da constituição social dos sujeitos (pp. 28-29).

Dessa maneira, é papel de um evento cultural afirmar-se a partir dos valores e conhecimentos que pode transmitir ao público vigente. Sabendo que as pessoas possuem a liberdade de frequentarem um evento pela busca ou não deste conhecimento, o evento cultural é mais uma atividade a ser vivida no momento de lazer do indivíduo. Gutierrez (2001), sobre esse tipo de escolha do indivíduo afirma:

Vai da busca de uma simples e amena sensação de conforto até à esperança de vivenciar sensação tão intensa e arrebatadora que pode enterrar qualquer vestígio de racionalidade com o respeito a fins, qualquer busca racional de dominação, qualquer identidade de classe social, ou ainda qualquer sentimento de solidariedade, privilegiando única e exclusivamente a sua realização egoísta e pessoal (p. 14).

Assim, as pessoas geralmente buscam no evento cultural uma alternativa de lazer. O fato de esta prática lhe trazer algum conhecimento ou valor cultural é facultativo tanto pelo indivíduo frequentador, pelo produtor cultural, ou até pelo próprio evento (situações e fatores internos e externos no decorrer do evento que influenciam em seu próprio sentido).
Adquirir conhecimento é um dos fatores que criam a dinâmica social. Os envolvidos, apesar de não serem em suma todos, adquirem conhecimento acerca do mundo, de uma forma consciente ou até mesmo inconsciente, pois "as esferas que condicionam a relação dos homens com a cultura são a semiformação e a indústria cultural" (BUENO, 2009, p. 38).
Nesse entendimento da dinâmica social e cultural, observamos que os eventos culturais são elementos de importante contribuição para com tal dinâmica. Evidentemente, depende da consciência de cada indivíduo como vai tomar para si tais conhecimentos e valores presentes em um evento cultural. Isso dá um aspecto mais formador ao evento, podendo efetivar valores que proporcionem um desenvolvimento pessoal, social, político ou de qualquer outro tipo, bem com pode incidir em uma "efetivação de valores suspeitos, negativos, perigosos, inconvenientes e desagregadores da tranqüilidade, da ordem e da segurança social" (MARCELLINO, 2006, p. 48).
Dessa maneira, o evento cultural tem papel importante no que diz respeito à própria opção de lazer do indivíduo (hedonista e egoísta) como também em sua formação pessoal. Esse aspecto de entretenimento e a busca pelo prazer no evento cultural são demasiadamente comuns ao indivíduo.


4 O Som da mata como possibilidade de lazer

Através da pesquisa de campo e da coleta de dados, realizou-se um estudo que objetiva identificar o perfil do público frequentador, conhecer os fatores que motivam esse público a freqüentar o evento e se o Som da Mata se configura como uma proposta de lazer para estas pessoas.
O trabalho se constituiu em uma amostragem de 30 pessoas. Em sua maioria mulheres, que representaram 16 sujeitos, enquanto os homens 12 sujeitos . Com relação à idade dos sujeitos, a faixa etária se concentra de 21 a 35 anos, mas também tivemos representantes de idades menores e maiores a esta faixa.
Podemos analisar ainda que a maior parte dos sujeitos esteja cursando ou já possui um ensino superior, o que nos leva a crer que o Som da Mata possui um público bastante seleto e formado intelectualmente. A representação de pessoas que estão cursando ou já possui uma pós-graduação também foi bastante marcada (7 pessoas). Também vimos este aspecto se refletir nas ocupações das pessoas, em que a maioria está inserida em profissões que exigem formação acadêmica e técnica.
Diante desses dados, revela-se que a localização do parque das dunas, espaço público destinado a eventos culturais e áreas afins, não contribui para democratização da cultura, uma vez que há uma escassez de público referente a outras situações intelectuais.
Para Néstor Garcia Canclini (1987,p. 49), a democratização, quando consiste em divulgar a alta cultura, implica na definição elitista do patrimônio simbólico, sua valorização unilateral pelo Estado e por setores hegemônicos, e pela imposição paternalista ao resto da população. Em outros termos, este conceito tem como objetivo a distribuição e a popularização da arte, do conhecimento científico e das formas de "alta cultura".
Nos dias atuais, essa democratização é deficitária, pois a indústria cultural tende a encarar a cultura e o povo como pólos distintos e afastados. Desse modo, não se admite pensar que o indivíduo também é reprodutor da cultura.
De acordo com o gestor anterior do Som da Mata, em diálogo com os pesquisadores, o Idema abre licitações para instituições e pessoal da área, promovendo e fornecendo verba à realização do evento. A licitação dura um determinado tempo, descrito no edital que é disponibilizado periodicamente pelo instituto.
Para efeito de análise da pesquisa realizada, o Som da Mata que ocorreu no dia 06 de Junho de 2010 foi o ultimo da licitação da ultima gestão. No dia 09 de Junho saiu outra licitação que elegeu uma nova gestão para o projeto, que poderá mudar de nome. Segundo o gestor antigo, que fará uma parceria com a gestão atual, o projeto receberá novas opções além da música, como dança e teatro.
Com relação ao conhecimento do evento, estabeleceu-se algumas questões referente a isso como, por exemplo: Com que freqüência você participa do programa? Na sua concepção, você considera os momentos vividos no Projeto Som da Mata como uma opção de lazer? Como você tomou conhecimento do Projeto Som da Mata?
Dos resultados obtidos, conclui-se que a maioria dos pesquisados costumam ir alternadamente ao som da mata, e que tomam conhecimento da realização do mesmo através de amigos, mídia televisiva e internet. No entanto, todos os entrevistados acreditam que o Projeto Som da Mata é considerado uma opção de lazer.
Dentre as justificativas, na fala dos entrevistados em geral, foi identificado o fator espaço, atrações, o evento em si e o prazer como colaboradores da vivência do lazer, como exemplificado nas seguintes falas:

"Porque é prazeroso ouvir o som instrumental, em um ambiente como o Parque das Dunas" (Indivíduo 1);
"Porque está localizado em uma área de lazer e propicia lazer cultural" (Indivíduo 2);
"Precisamos de espaços com estes, nossas crianças, jovens, adultos e a melhor idade anseia por um espaço com este" (Indivíduo 3);
"Uma das raras opções no domingo a tarde" (Indivíduo 4);
"Porque hoje em Natal são poucas opções de lazer que envolve natureza, cultura, lazer etc"(Indivíduo 5);
"É uma opção de lazer muito boa, que nos faz valorizar nossa cultura musical" ( Indivíduo 6);
"Porque é um momento de vivenciar algo relacionado à cultura devido ao preço, uma parte da cultura que não é valorizada" (Indivíduo 7);
"Pois contém atrações seletivas e acessíveis a todos" (Indivíduo 8);
"Devido ao bem estar proporcionado aos participantes do evento" (Indivíduo 9);
"Ótima oportunidade de ouvir boa música associada ao um belo ambiente" (Indivíduo 10);
"Além do ambiente ser agradável, a música é de qualidade, diversificada e nos traz um panorama da música instrumental potiguar"(Indivíduo 11);


De acordo com Marcellino (2006), o desenvolvimento pessoal e social do lazer se encontra em oportunidades privilegiadas e espontâneas onde haja o contato, a percepção e a reflexão sobre a realidade na qual as pessoas estão inseridas. Portanto, o Som da mata, como um evento cultural que contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, através do lazer, do espaço, das atrações, da música, torna um referencial na cidade de natal, na qual carece de eventos nesse porte.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A grande polêmica acerca do entretenimento existente nos eventos artístico-culturais seria justamente a questão de fazer do indivíduo um sujeito passivo, simples consumista de produtos gerados pela grande sociedade de massa. Entretanto, deve ser observado o fato como o indivíduo lida com as informações a ele fornecidas.
Marcellino (2006) vai afirmar que "tanto a prática, como o consumo, poderão ser ativos ou passivos, dependendo de níveis de participação da pessoa envolvida" (p. 20). No caso do evento cultural, o indivíduo, já norteado por suas escolhas individuais, será sujeito às diversas formas de conhecimento e valores proporcionados pelo evento, cabendo a si próprio de dar uma "finalidade" a essas informações. "Um espectador ativo teria como características a seletividade, a sensibilidade, a compreensão, a apreciação e a explicação" (Idem, pp. 20-21).
Observamos então que existe uma forma dos indivíduos adquirirem uma formação satisfatória nos eventos culturais, no que diz respeito à cultura local e outros aspectos de instrução tão necessários para qualquer desenvolvimento individual e social.
De fato, "não podemos negar a importância dos meios de comunicação de massa na difusão das atividades de lazer, levando-as até mesmo à casa das pessoas" (idem, p. 21). Desse modo, os eventos artístico-culturais podem atender a alguns requisitos que contribuem para o desenvolvimento pessoal e social.

REFERÊNCIAS

ANSARAH, Marília Gomes dos Reis: org__. Turismo: como aprender, como ensinar. 3. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2004.

BUENO, Sinésio Ferraz. A formação da sociedade pela indústria cultural. Revista Educação: Adorno pensa a educação. São Paulo, n. 10, Segmento, 2009.

CANCLINI, Néstor Garcia. Políticas Culturales in América Latina. México: Editora Grijalbo, 1987.

DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976.

GUTIERREZ, Gustavo Luis. Lazer e prazer. São Paulo: Autores Associados, 2001.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer e Humanização. Campinas: Ed. Papirus, 1998.

___________, Nelson Carvalho. Estudos do lazer: uma introdução. 4. ed. São Paulo: Autores Associados, 2006.

MEIRELLES, Gilda Fleury. Tudo sobre eventos. São Paulo: STS, 1999.

THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Trad.: Wagner de Oliveira Brandão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.