ENCANTOS E DESENCANTOS DA CIDADE!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

            Os momentos de lazer servem para refletir e buscar entender a dimensão do mundo onde estamos inseridos! Na atualidade mais da metade da população mundial vive nos aglomerados urbanos, ou seja, nas cidades. As estimativas da ONU é que até o ano de 2050, setenta por cento das pessoas vivam nestes tipos de complexos.

Esse é um fenômeno crescente, os centros das metrópoles e até das cidades pequenas, além de terem agitação, tornam-se locais de tensão intensa e, vivendo nestes lugares, há perspectivas para duas situações: encantos e desencantos!

Quanto aos encantos que são os aspectos positivos, os viventes nos centros urbanos terão comodidades para tudo, ou seja, proximidade do local de Trabalho, facilidade de transporte, o comércio está muito próximo, a facilidade de recursos para saúde, educação e as demais oportunidade que podem inclusive prorrogar a existência humana. Nos grandes centros, arranha-céus encantam, aviões de grande porte sobrevoam as cabeças, o metrô passa pelo subsolo, as vias são rápidas e tudo parece ser mais ágil. Aliás, impressiona como o visual arquitetônico de muitos lugares está se tornando atração turística, pois o paisagismo é espetacular e encantador!

Contudo, viver na cidade tem um custo. E, neste sentido podemos destacar os seus desencantos. Onde há maior concentração de pessoas, há tendência ao individualismo. Observando as multidões que passam pelos calçadões das metrópoles, não precisa ser vidente para sentir a angústia e a falta do sabor da existência de seus transeuntes. Talvez seja essa a causa de tanta depressão e suicídio que faz perder o encanto do viver.

Neste aglomerado urbano, inúmeras criaturas vagam pelas suas ruas sem rumo, como seres ‘obsidiados’ e ‘perturbados’ parecem estar em outra dimensão. Essa foi uma de minhas constatações, por exemplo, no centro de Curitiba (PR), no calçadão da Rua XV de novembro, onde há muita gente nestas condições.

E, essa problemática não deve ser apenas dirimida às autoridades constituídas, penso que todos devem refletir a respeito, não apenas do modelo de sociedade que nos circunda, mas, sobretudo do projeto de vida que temos e qual o sentido dado à existência!

Obviamente tais questões não pairam somente aos moradores dos sítios urbanos, muitos isolados no interior, em contato com a natureza e aos fluídos da fragrância rural, também passam por tais circunstâncias. Viver na cidade ou no campo, com encanto ou desencanto, antes de tudo requer comprometer-se com a dimensão das razões de se estar nesse mundo, entendendo que as crises e problemas serão uma constante.

Esse pequeno artigo é mera reflexão para termos certos cuidados com a nossa existência, especialmente pensando em quais são nossos ideais e propósitos! Quem vive na cidade ou meio rural precisa ter sua opinião própria, saber que nem tudo e conveniente para o bem estar humano. As artimanhas estão presentes em todos os lugares, mas temos algo importantíssimo que se chama ‘livre arbítrio’. Assim sendo, na Carta de 1Cor 6,12, Paulo escreveu: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. Talvez esse seja um dos pontos onde podemos encontrar os encantos do lugar onde vivemos, pois tudo passa pelas consequências das atitudes humanas e de suas escolhas.

Portanto, passe a ter essa preocupação com o ‘alimento’ de sua mente, com suas escolhas e seus propósitos de vida. Não será vivendo em uma grande cidade que você irá se encantar com a sua vida, mas nela você poderá se encantar, contudo, caso não saiba aproveitá-los, prevalecerá apenas seus desencantos!

Pense nisto, até o próximo!