O PARADOXO DA DEMOGRAFIA AFRICANA NA CONTEMPORANEIDADE, DESAFIOS E OPORTUNIDADES. UM ESTUDO DE CASO EFECTUADO COM JOVENS ANGOLANOS RESIDENTES NA PROVÍNCIA DE BENGUELA

 

THE PARADOX OF CONTEMPORARY AFRICAN DEMOGRAPHY, CHALLENGES AND OPPORTUNITIES. A CASE STUDY OF YOUNG ANGOLANS LIVING IN BENGUELA PROVINCE

 

Autor: Kelsom Chavonga

Mestre em Gestão de Recursos Humanos

[email protected]

Orcid: 0009-0009-7778-1689

 

RESUMO

O crescimento demográfico é várias vezes apresentado como um dos factores da crise global dos países em via de desenvolvimento, por esta razão, ao longo dos tempos muitos países da Europa, da América do Sul, da América do Norte e da Ásia, adoptaram políticas com níveis elevados de sucesso, o que contribuiu para a redução da fecundidade e o abrandamento do crescimento populacional, porém, diferente do resto do mundo, o continente africano, por questões de várias ordens, manteve-se com um nível acelerado da taxa de natalidade, o que contribuiu para aumento da sua população jovem, esta realidade contrasta com o sistema de governação de muitos países africanos que é ainda caracterizado por um total desrespeito pelos direitos humanos, assim como pela marginalização da grande maioria da população jovem, o que constitui um desafio e, ao mesmo tempo um poço de oportunidades. Isto ocorre numa altura em que paradoxalmente muitos países desenvolvidos olham para o continente africano, como sendo a solução da disponibilidade de força de trabalho para o desenvolvimento das suas nações. Nesta ordem de ideias, considera-se que é necessário que exista uma transformação estrutural em África passando pela construção de sociedades mais abertas, mais transparentes, mais participativas e mais justas para que todas vantagens competitivas advindas da massa jovem sejam, efectivamente, desenvolvidas e aproveitadas no continente berço.

Palavras-chave: Demografia africana, paradoxo, desafios, oportunidades

 

SUMMARY


Demographic growth is often presented as one of the factors behind the global crisis in developing countries. For this reason, over the years many countries in Europe, South America, North America and Asia have adopted policies with high levels of success, which have contributed to a reduction in fertility and a slowdown in population growth, but unlike the rest of the world, the African continent, This reality contrasts with the system of governance in many African countries, which is still characterised by a total lack of respect for human rights, as well as the marginalisation of the vast majority of the young population, which is both a challenge and a source of opportunity. This is happening at a time when, paradoxically, many developed countries are looking to the African continent as the solution to the availability of labour for the development of their nations. With this in mind, we believe that there needs to be a structural transformation in Africa through the construction of more open, transparent, participatory and fair societies so that all the competitive advantages arising from the mass of young people can be effectively developed and utilised in the continent's cradle.

Keywords: African demography, paradox, challenges, opportunities

INTRODUÇÃO

O continente africano é, por assim dizer, o segundo continente mais povoado do mundo com cerca de 1,2 bilhões de habitantes, perdendo apenas para Ásia com um total de 4,5 bilhões de habitantes. Ainda assim, a população africana encontra-se espalhada pelo continente de modo bastante desigual. Em razão das condições naturais, existem grandes vazios demográficos, como é o caso das áreas do continente dominadas por grandes desertos e nas regiões de densas florestas equatoriais, com densidades demográficas muito baixas (menos de 1hab/km²). Em contrapartida, existem áreas intensamente povoadas, concentradas principalmente nos grandes centros urbanos, sobretudo no litoral africano. Entre as aglomerações urbanas mais populosas da África estão as cidades de Lagos (cerca de 10 milhões), Cairo (cerca de 11 milhões) e Kinshasa (cerca de 9 milhões). Nessas áreas, as densidades demográficas podem superar 400 hab./km² (Garcia, 2013).

Por outro lado, o crescimento demográfico é várias vezes apresentado como um dos factores da crise global dos países em via de desenvolvimento e da África subsariana (Mosca, 2004). Segundo o relatório do PNUD (2003) em vários países africanos a população duplica em períodos entre 25 a 35 anos. Nesta senda, diferentes políticas nacionais com apoios internacionais foram sugeridas e aplicadas na tentativa de controlar o crescimento demográfico (Barata, 2003). Foram experimentadas diversas formas de controlar os nascimentos (desde o planeamento familiar, até medidas rigorosas de caracter económica) com êxitos diversos. Segundo a Organização das Nações Unidas, (2022) a África Subsariana foi a região que menos adoptou um dos diferentes métodos de limitação de nascimentos: estima-se que apenas 13% dos casais com mulher em idade reprodutiva praticaram algum método. A China, segundo o mesmo relatório da ONU, foi um dos países com maior adopção (cerca de 72% dos casais) e os países mais desenvolvidos (71%). Ressalta-se que muitos países da América do Sul, da América do Norte e da Ásia, adoptaram políticas com níveis elevados de sucesso, o que contribuiu para a redução da fecundidade e da natalidade e o abrandamento do crescimento populacional a partir da década dos anos 1980 e 1990 nos países desenvolvidos e em via de desenvolvimento. Em África, apenas a África do Sul, o Botswana e as Maurícias adoptaram políticas com impactos relevantes. Mosca (2004) salienta que as questões culturais e o entendimento dos sistemas de reprodução económica e social das famílias e das comunidades, são fundamentais para a aplicação e a avaliação dos impactos das políticas. Em África tem importância a poligamia e a função dos filhos, das crianças e dos jovens na divisão do trabalho no seio das famílias e da comunidade. Os filhos são uma fonte de rendimento, não só por constituírem força de trabalho para as actividades económicas no âmbito das economias familiares e de subsistência, como ainda pelas receitas das filhas através do pagamento dos dotes.

Por outro lado é, também, por evidente, que o continente africano, tem recursos, espaço e clima para uma população mais numerosa daquela que possui. Desde que existam políticas ajustadas e considerando os actuais indicadores produtivos e de produtividade por hectares e por jorna de trabalho, as possibilidades de aumento da população agrícola é grande. Vale ainda ressaltar que, mesmo considerando as políticas desajustadas dos governos e das instituições financeiras internacionais, o princípio malthusiano não está verificado em África: as terras aráveis não estão esgotadas, a floresta é um recurso natural imenso, a produtividade do trabalho pode multiplicar a produção e os recursos naturais são exportados a troco de baixos salários e de doenças profissionais ou mesmo de sangue. Por esses e outros vários factores Mosca (2004) refere que o volume da população africana não é a causa (ou uma das causas) da pobreza, mas sim um efeito.

Do ponto de vista demográfico, segundo relatório da ONU (2022) a média de idade no mundo está distribuída da seguinte forma:

África

Ásia

Europa

América Latina e Caribe

América do Norte

Oceania

19,7 Anos

32 Anos

42,2 Anos

31 Anos

38,6 Anos

33,4 Anos

Fonte: ONU (2022)

Num estudo comparado, apresentado pelo mesmo relatório, pôde-se notar que no Canadá , por exemplo, a idade média é de 41 anos e a expectativa de vida é de 82 anos, ao passo que no Uganda, a expectativa de vida é bem mais baixa (63 anos) e a idade média é de 16 anos de idade  com o particular destaque de apenas 2% da sociedade ter 65 anos de vida ou mais (ONU, 2020).

Por de trás dos números existem várias realidades complexas que passam pelas seguintes questões: com cada vez menos jovens e uma população cada vez mais envelhecida, como os países vão manter suas economias activas? E, como a humanidade vai sobreviver?

É neste contexto que muitos olham para o continente africano, em particular para os países da África subsariana. As projeções indicam que a população da região vai dobrar até 2050, chegando a 2,5 bilhões de pessoas. Na prática, isso significa que, em menos de 30 anos, um quarto da humanidade poderia ser potencialmente africana.

O crescimento populacional da África ocorre duas vezes mais rápido que o do sul da Ásia e quase três vezes mais do que o da América Latina. O que impulsiona esse crescimento é uma característica única desta região: na maioria dos países africanos, pelo menos 70% dos cidadãos têm menos de 30 anos. Isso contrasta fortemente com a situação no resto do mundo, onde a população está envelhecendo rapidamente.

Esses dados, numa análise holística, representam aquilo que chamo de disponibilidade de força de trabalho para o crescimento e desenvolvimento de África mas, tal desiderato só será concretizado se houver boa vontade política por parte dos governos de muitos países africanos em apostar seriamente na potencialização técnica dos seus jovens. 

Justificativa

O presente artigo pretende identificar e caracterizar os vectores considerados essenciais para que os estados africanos despertem e passem a olhar para a demografia jovem africana como uma oportunidade capaz de elevar a África para patamares fortes de desenvolvimento.

Numa altura em que a diminuição do crescimento demográfico nos países desenvolvidos trouxe um problema que eles tentam resolver: o elevado número de idosos que hoje representa um aumento dos encargos para com a previdência social (Almeida & Rigolin, 2002), por outro lado a população jovem africana, se bem aproveitada pelos governos, pode ser um factor de desenvolvimento, principalmente pelas seguintes razões: I - O número de idosos representa uma baixa proporção de pessoas dependentes e, II - Uma proporção elevada de população em idade produtiva representa recursos mobilizáveis e de aumentos de produção e de rendimentos.

METODOLOGIA

Esta investigação alicerça-se no paradigma quantitativo porque procuramos quantificar os fenómenos a estudar. É, igualmente, um estudo de delineamento transversal porque recolhemos os dados num único momento.

A pesquisa é de natureza descritiva e, utilizou-se métodos de níveis teóricos (indutivo-dedutivo e análise-Síntese) e métodos de níveis empíricos (pesquisa bibliográfica e matemático-estatístico). Utilizou-se igualmente o inquérito por questionário como instrumento de recolhas de dados e foram introduzidos no package estatístico IBM/PSPP tendo-se seguido a depuração da base de dados e procedido ao tratamento estatístico

Pergunta de partida

Será que a população jovem africana pode ser o garante do desenvolvimento do continente berço da humanidade?

Objectivos

Constitui-se como objectivo principal desta investigação analisar os principais paradoxos da demografia africana, tendo como mote os seus principais desafios e oportunidades. Cumulativamente pretendemos analisar ainda os seguintes aspectos:

  • Fundamentar teoricamente sobre o paradoxo da demografia africana na contemporaneidade, seus desafios e oportunidades;
  • Identificar a média de idade no mundo por continente e suas respectivas implicações;
  • Avaliar o nível de percepção dos jovens angolanos residentes na província de Benguela sobre a forma como são vistos em termos de aproveitamento de suas potencialidades em diferentes áreas;
  • Analisar a visão dos jovens angolanos residentes na província de Benguela sobre as razões que estão na base da possibilidade de emigração;

Caracterização da amostra

Na realização deste estudo foi utilizada uma amostra de conveniência (técnica de amostragem não probabilística) abrangendo jovens de diferentes províncias de Angola residentes na província de Benguela num total de 100 sujeitos. Destes, 66 são do sexo masculino (66%) e 34 do sexo feminino (34%). Em termos de idade, 80 pertencem à faixa etária dos 18 a 23 anos de idade (80%), e 20 têm idades superior a 24 anos (20%). Em termos de habilitação literária, 63% dos jovens inquiridos possuem a licenciatura, 25% possuem o ensino médio (com frequência universitária) e, apenas 12% possuem o ensino médio (sem frequência universitária).

Resultados

Tabela – 1: Percepção dos jovens angolanos em relação a forma como são aproveitadas as suas potencialidades em diferentes domínios como: valorização da sua formação superior, acesso ao primeiro emprego, estado providência, acesso ao crédito habitacional, opinião pública, participação nas decisões políticas e entre outros domínios).

Opções

Frequência

Percentagem

Boa

5

5%

Razoável

10

10%

30

30%

Muito Má

55

55%

Total

100

100%

 

Fonte: Elaboração própria

Quando procurou-se saber dos jovens inquiridos sobre a percepção que têm em relação a forma como são vistos pelos seus governos em termos de aproveitamento de suas potencialidades em diferentes domínios, de acordo com os resultados obtidos, as respostas mostram que apenas 5% responderam boa, que perfez 5 jovens, um total de 10 jovens que corresponde a 10% responderam razoável, 30% responderam má e, a maioria (55%) responderam muito má.

Tabela – 2: Percepção da juventude angolana em relação aos efeitos do cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável do estado angolano que passa pela consolidação da legitimação interna e cooperação activa na construção do Estado-Nação (nation-building); Redução da pobreza e a exclusão social; Garantia da segurança e promoção da confiança; Equilíbrio de custos e benefícios da transformação para um desenvolvimento inclusivo e da integração nas áreas social, política, económica e institucional nas suas vidas.

Opções

Frequência

Percentagem

Boa

2

2%

Razoável

13

13%

25

25%

Muito Má

60

60%

Total

100

100%

 

Fonte: Elaboração própria

Nesta tabela procurou-se saber sobre a percepção da juventude angolana em relação aos efeitos do cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável do estado angolano, uma percentagem muito ínfima (2%) responderam boa, que perfez 2 jovens, um total de 13 jovens que corresponde a 13% responderam razoável, 25% responderam má e, mais uma vez a maioria (60%) responderam muito má.

Tabela – 3: Já alguma vez lhe ocorreu a possibilidade de emigrar?

Opções

Frequência

Percentagem

Sim

83

83%

Não

2

2%

Algumas vezes

15

15%

Total

100

100%

 

Fonte: Elaboração própria

De acordo com a tabela nº 3, ao questionarmos se alguma vez os jovens já pensaram em emigrar, num universo de 100 participantes, 83 dos inquiridos (83%), curiosamente a maioria, responderam sim, 15% responderam algumas vezes e, apenas um total de 2% dos inquiridos responderam não.

Tabela – 4: Quais são as razões que estão na base desta intenção?

Opções

Frequência

Percentagem

Fraca qualidade do sistema de educação

10

10%

Sistema de saúde paliativo

10

10%

Escassez de emprego

40

40%

Decepção com o governo

20

20%

Pouca valorização da juventude

20

20%

Total

100

100%

 

Fonte: Elaboração própria

Nesta tabela, interessava-nos saber as razões que justificam a intenção dos jovens de emigrar e, com base nos resultados adquiridos, a maioria (40%) responderam escassez de emprego, seguidos da decepção com o governo (20%) e da pouca valorização da juventude (20%). Para além destes três factores que mais influenciam a intenção dos jovens de emigrar, constatou-se outros factores como, a fraca qualidade do sistema de ensino (10%) e o sistema de saúde paliativo (10%).

Tabela – 5: Qual seria o destino da pretensa possibilidade de emigrar?

Opções

Frequência

Percentagem

Europa

83

83%

Ásia

2

2%

América

13

13%

Nenhum destino

2

2%

Total

100

100%

 

Fonte: Elaboração própria

Com base nos resultados anteriores, na presente tabela procuramos saber dos jovens sobre os potenciais destinos que pretendem alcançar e, constatou-se que a maioria (83%) disseram Europa, 13% disseram América, 2% disseram Ásia e, igual percentagem (2%) disseram nenhum destino.

Discussão dos resultados

O principal objectivo desta investigação foi analisar os paradoxos da demografia africana, tendo como mote os seus desafios e oportunidades e, com base nos resultados obtido, foi por evidente na literatura da especialidade e no relatório da ONU (2022), que a África é, por assim dizer, em termos populacionais, o continente mais jovem e, este dado representa, mais uma vez, aquilo que ao longo do artigo chamei de disponibilidade de força de trabalho porém, paradoxalmente é a força jovem que menos tem sido potencializada e explorada em prol do desenvolvimento do continente berço da humanidade e por consequência, muitos deles decidem sistematicamente emigrar para outras paragens com o fito de emprestarem as suas potencialidades para o desenvolvimento.  

Procurou-se confirmar os resultados da literatura mediante o estudo empírico para aferir a percepção dos jovens angolanos residentes na província de Benguela em relação à forma como são aproveitadas as suas potencialidades em diferentes domínios como: valorização da formação superior, acesso ao primeiro emprego, estado providência, acesso ao crédito habitacional, opinião pública, participação nas decisões políticas e entre outros domínios, os resultados sugerem que a maioria dos jovens não se vê valorizado e têm pouco espaço nas agendas do governo.

Foi também evidente que a maioria da juventude angolana residente na província de Benguela têm uma percepção muito má em relação aos efeitos práticos do cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável do estado angolano que passa pela consolidação da legitimação interna e cooperação activa na construção do Estado-Nação (nation-building); Redução da pobreza e a exclusão social; Garantia da segurança e promoção da confiança; Equilíbrio de custos e benefícios da transformação para um desenvolvimento inclusivo e da integração nas áreas social, política, económica e institucional nas suas vidas.

Os resultados adquiridos do estudo empírico confirmaram a pretensa possibilidade da maioria dos jovens angolanos residentes na província de Benguela em quererem emigrar, ainda na senda dos resultados obtidos, foi por evidente que grande parte dos jovens vê o continente europeu como sendo a solução dos seus muitos anseios, curiosamente este continente desejado, segundo os dados obtidos do relatório da ONU, em termos de média, é o continente com mais pessoas em idade não produtiva e, a ser assim, tecnicamente a força de trabalho jovem africano seria uma mais-valia para eles, na sequência segue o continente americano como sendo o segundo mais desejado pela juventude e finalmente a Ásia. Contudo, as razões que justificam a possibilidade de emigrar por parte dos jovens são: A escassez de emprego, a decepção com o governo em matérias de não cumprimento das suas agendas políticas, a pouca valorização da juventude resultando em pouco espaço para eles em vários domínios da sociedade, fraca qualidade do sistema de educação e o sistema de saúde que na visão deles é, por demais, paliativo.

CONCLUSÕES

À guisa de conclusão, diante dos resultados obtidos e posteriormente discutidos, a grande questão que se coloca é: por que é que a esmagadora maioria dos governos africanos teimam em ignorar a franja que está em maior número em muitos países do nosso continente estando, grande parte deles, relegados a condições difíceis de sobrevivência quando, se aproveitados com a devida responsabilidade (potencialização do capital humano) podiam, seguramente, fazer jus àquele princípio sociológico “juventude/força motriz da sociedade”. E, em resposta à esta falta de políticas públicas que visam o aproveitamento da demografia jovem angolana em vários sectores, assiste-se a constantes saídas de jovens africanos (qualificados ou não) para outras paragens (Europa e América), num contexto em que tínhamos tudo para aproveitar as potencialidades advindas dos jovens.

Todavia, Fátima Roque (2005; 2012), sustenta que o sucesso da transformação de todo o continente africano, a qual Angola faz parte, dependerá da superação dos obstáculos de pobreza extrema, exclusão social e analfabetismo; frágil harmonia social, política e militar; corrupção, abuso de poder e clientelismo; fracas estruturas políticas e sociedades civis pouco desenvolvidas; discriminação de género, de classes e entre a cidade e meio rural; infra-estruturas debilitadas; falta de quadros, especializações e motivações; desemprego estrutural e demasiada dependência do sector público; dívidas externas insustentáveis e problemas nas contas de capital.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Garcia, V. P. (2013). Bellucci, Beluce. Radix: geografia. São Paulo: Scipione.

Barata, O. S. (2003). Demografia e Sistema Internacional. Lisboa, UTL, ISCSP.

Mosca, J. (2004). S.O.S África. Instituo Piaget.

Roque, F. M. (2005). O desenvolvimento do continente africano na era da mundialização. Coimbra, Almedina.

Roque F. M. (2012) (2.ª edição), África, a NEPAD e o futuro. Luanda, Texto Editores.

ONU (2022). Relatório de desenvolvimento humano. Lisboa, Editora Mensagem.