APRENDA A DIZER “NÃO”!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Muitos irão se chocar com este título! Para a geração dos mais ‘maduros’ denominados de ‘velhos’ que fazem parte da Terceira Idade, ouvir um sonoro ‘não’ era parte do cotidiano. Essa educação tornou estas criaturas mais experientes e saber driblar as dificuldades da existência.

Com o passar dos anos, chegamos às décadas de oitenta e noventa, aonde foi disseminado, sobretudo por psicólogos e agentes relacionados ao processo formativo do ser humano, a teoria entendida que ‘contrariar a criança’ causaria enormes ‘traumas psicológicos’. Assim, passamos a conviver com a geração desacostumada a receber ‘não’ e passam a ouvir apenas o sonoro ‘sim’, onde tudo é admitido alegando não deixar esses seres ‘traumatizados’.

Essa postura levou ao esquecimento das experiências salutares que dignificam o ser humano. O pretexto dessa mudança de conduta relacionado ao estudo de ‘psicológicos’, defendendo a necessidade de novos métodos na educação dos filhos, pois estes poderiam ter sérios problemas psicológicos, modificou a postura educacional que trouxe um resultado diferente do que esperavam estes estudiosos. Esse novo cenário originou criaturas, além de terem falta de boas experiências, passam a não saber enfrentar os desafios reais do cotidiano. Deixar de ouvir o não contribuiu para se fazer o que se quer, assim, essa geração cresce sem entender o quanto custa ter algo; o quanto é importante ter discernimento em tudo e,  para viver em sociedade requer limites e regras.  

Portanto, em pleno século vinte e um devemos aprender a dizer ‘não’ com autoridade.   Isso não significa ser ruim ou ter maldade, seja em qualquer tipo de convívio.  O verdadeiro ato do educar consiste em levar o ser humano a aprender a ser responsável e ter consciência de valores embutidos em limites para haver convivência fraterna e dialogal. Atualmente no recinto escolar, percebe-se que o fato dos pais terem sempre dito ‘sim’ aos filhos, contribuiu em muito para termos uma geração com enormes problemas e dificuldades em conviver com harmonia na escola.

Dentro da importância de dizer não, lembro-me de Tânia Zagury, pesquisadora carioca que nos anos dois mil, escreveu o livro denominado: É preciso dizer não. Nele argumenta a grandeza dos filhos terem limites. Afirma que os pais foram abalados por uma crise ética e de valores, não impondo limites às crianças e não ensinando o certo e o errado.  Os pais na atualidade trabalham mais e ficam menos tempo com os filhos. Inclusive a mãe, antes ficava em casa e transmitia valores morais, agora trabalha fora e, chegando do trabalho, ambos cheios de culpa pela ausência e, para minimizar esse sentimento, ficam mais permissivos, não impõe limites e também não ensinando a disseminar o certo do errado.  

E, desta forma a família, em vista destas dificuldades, frente à crise ética institucional que se alastrou pelo Brasil, acaba passando a responsabilidade do ‘ato de educar’ para a escola. No passado, a família tinha o papel fundamental da formação ética do indivíduo. À escola cabia a transmissão da cultura acumulada (tendo o professor no papel de centro de conhecimento) e uma parte da formação de hábitos e atitudes. Reestabelecida a democracia, a volta da liberdade de imprensa permitiu que uma série de escândalos viesse à tona e a população percebeu que a impunidade ainda corre solta! 

Temos como reverter à forma de evoluir e conviver em uma sociedade mais justa e equilibrada, basta entender o momento certo de dizer ‘não’.

Reflita sobre essa questão e mude seus hábitos!

Até o próximo!