Em meados do século XX, movidos pela difusão da microeletrônica e das comunicações de massa a sociedade iniciou um processo de transformação e descaracterização das antigas sociedades industriais e pós-industriais, neste novo cenário o ser humano deixou de ser mera mão de obra e tornou-se parte do produto, através do conhecimento e utilizando a informação como sua matéria prima. Com todas essas mudanças surgiram também estudos que tentavam definir e melhor entender o comportamento desta nova sociedade.

De todas as propostas políticas oriundas dos países mais desenvolvidos e de discussões acadêmicas, a expressão ‘sociedade da informação e do conhecimento’ consagrou-se hegemônica nos meios de comunicação e de pesquisa. Assim, a sociedade da informação é vista por trás do grande outdoor tecnológico, como complexas redes profissionalizadas de produção e uso da informação, distribuídas, em grande medida, através do mercado, OLIVEIRA (2004, p.36).

A sociedade da informação está associada à expansão e reestruturação do capitalismo a partir de sua crise na década de 70, a fim de recompor a rentabilidade do capital que se encontrara em queda, reorganizando o processo produtivo, através da adoção do método conhecido como acumulação flexível ou toyotismo[1], e realocando espacialmente setores importantes da indústria. Em contra partida a expressão sociedade do conhecimento teve como marco histórico a difusão da internet, a partir da década de 90, e consolidou-se na propagação das redes sociais, fóruns e outras ideias colaborativas, pelas quais os usuários ensinam e aprendem, uns com os outros, em todas as áreas de conhecimento.

As mudanças e transformações em direção à sociedade estabeleceram uma tendência até mesmo para países menos desenvolvidos e definiram um novo paradigma, o da tecnologia da informação, que expressa à essência da atual transformação tecnológica em suas relações com a economia e a sociedade. O que de fato determinou o avanço tecnológico neste novo paradigma foi, em grande parte, a ação do Estado, uma vez que ele está à frente de iniciativas que visam o desenvolvimento da sociedade nas nações industrializadas e em muitas daquelas que ainda estão longe de ter esgotado as potencialidades do paradigma industrial.



[1] Toyotismo, ou acumulação flexível, é um modo de produção que sucedeu o Fordismo a partir da década de 1970. Caracterizado por romper com o padrão fordista de produção em massa, que se destacava pela estocagem máxima de matérias-primas e de produtos maquino faturados. Com esse novo modo de produção, a fabricação passou a não prezar mais pela quantidade, mas pela eficiência: produz-se dentro dos padrões para atender ao mercado consumidor, ou seja, a produção varia de acordo com a demanda.