Manejo é portanto, um fator primordial quando se deseja uma criação eficiente de frangos de corte. Como primeira regra importante temos que deve-se procurar evitar mudanças bruscas nas práticas de manejo para se evitar estresse, que em avicultura significa alterações que provocam baixa no rendimento das aves. A seguir, apresentaremos alguns tópicos importantes no manejo de frangos de corte:
















2.0 O MANEJO SANITÁRIO

O objetivo principal do manejo sanitário é o de reduzir o número de patógenos que provocam doenças. Os pintinhos devem ser iniciados em um ambiente livre de patógenos tanto quanto possível. Não se necessita esterilizar a granja avícola mas há um meio termo mais econômico que a queda na produtividade das aves e o uso de drogas em caso de doenças.

Sabemos que a ave sadia é que produz adequadamente, e portanto a saúde é um fator com implicações profundas quanto à produção de aves, especialmente nos sistemas intensivos da avicultura moderna. Ainda que considerada convencionalmente como um fenômeno técnico, uma enfermidade é igualmente um fenômeno econômico, pois exerce uma influencia negativa no processo de criar valor, pois pode: destruir recursos (mortalidade), diminuir os resultados da produção (carne) e diminuir a eficiência da transformação de recursos em produtos (ou seja piorar a Conversão Alimentar).

A criação de frangos é feita estritamente em confinamento, e ao se buscar condições de vida e produtividade é importante considerar vários aspectos, pois a criação em confinamento total, acarretou aumento na probabilidade das aves contraírem doenças, todavia isto pode ser diminuído por técnicas higiênico- sanitárias.

Além de normas diárias de um bom manejo, uma granja deve ter um bom controle de doenças, para isso é imprescindível o chamado sistema ALL IN - ALL OUT, que consiste basicamente na aquisição de pintos de 1 dia, cria-los e vende-los todos juntos ao final do ciclo para logo proceder a limpeza, lavagem, desinfecção e descanso do galpão. Este sistema apresenta as vantagens:

- limpeza e descanso são os principais meios para se combater enfermidades.
- em caso de enfermidade, o controle é mais fácil
- maior facilidade no manejo da granja
A palavra higiene provem de "HYGEIA" , que era a deusa da saúde na mitologia grega. A higiene da criação avícola, se ocupa da produção de aves de boa qualidade e isentas de enfermidades ou alterações.

Com o advento de modernas tecnologias de produção que transformaram a criação de aves na avicultura atual (produtiva), as medidas sanitárias passaram a ocupar o seu lugar devido, tornando-se a base de qualquer empreendimento bem sucedido.
Nunca o velho ditado: Mais vale prevenir do que remediar foi tão válido como na avicultura atual. O custo da prevenção torna-se mínimo quando comparado a custos de tratamento e prejuízos advindos da mortalidade.

O entender como se transmite uma doença é um fator importante no desenvolvimento de um programa de biossegurança, e estudos demonstraram que em aproximadamente 90% das vezes, doenças das aves são transmitidas entre granjas por pessoas, equipamentos e veiculos contaminados. Assim não devemos esquecer o principio do vazio sanitário: " tudo de fora é sujo e tudo de dentro é limpo" , e mesmo com possível êxito na criação anterior não esquecer que todo local de cria tem um potencial de microrganismos causadores de doenças, e portanto deve-se preparar bem o galpão para novos lotes, conforme normas de higiene. A seguir temos um roteiro de limpeza e desinfecção modelo, e podem haver variações sem mudar os resultados, desde que os princípios básicos sejam seguidos.

A limpeza efetiva da granja se inicia com registros de diagnósticos precisos de enfermidades, porventura presentes nas aves da granja, e após o despovoamento do lote, procedemos da seguinte forma:

- Remoção do equipamento usado na criação anterior, que deve ser lavado e desinfetado
- Remoção da cama usada com caminhão lonado
- Retirar crostas
Varrer todo o galpão
- Passar lança- chamas (ou vassoura de fogo)
Lavar (jato sob pressão), enxaguar
Desinfetar
Vazio sanitário
Colocar cama nova, e fazer montagem do equipamento e teste de seu funcionamento.

É importante que aves ao chegar, encontrem tudo em ordem, pois a condição ideal para a povoação avícola é a ausência total de enfermidades, e na maioria das regiões é impossível erradicar as enfermidades e se deve lograr controle, mediante o bom manejo, drogas, higiene e vacinações, sendo que cada um destes fatores desempenha o seu papel.

3. O CLIMA
Para a avicultura de corte, prefere-se regiões de clima seco e temperatura amena na maior parte do ano. Como a avicultura comercial é super intensiva, as condições adversas de clima podem em parte ser eliminadas ou atenuadas, ou seja: se o clima geral da região (macro clima) tiver algum elemento adverso, podemos corrigir esses inconvenientes microclimaticamente através da utilização de aviários construídos com meios de proteção adequados. Considera-se que em regiões de macroclima mais favoravel, as medidas de proteção necessárias são mais simples e mais econômicas, e o inverso pode ocorrer.

Teoricamente a avicultura pode ser desenvolvida em qualquer parte do mundo, quaisquer que sejam as condições climáticas reinantes, na prática, o que irá variar são os custos, a complexidade e o manejo das instalações, mas por mais favoravel que seja o clima, alguns itens devem ser observados ao se definir a localização de uma criação de aves para corte, visando a diminuição dos custos de instalação, bem como a facilidade no seu manejo, o que em ultima instância, proporciona menor custo do produto final.

Na produção de frangos o meio ambiente é de extrema importância, e três fatores se destacam na sua composição: Temperatura, Umidade Relativa e Ventilação, sendo que aves tem exigências diferentes conforme a idade. Há evidências de que outros fatores possam também interagir causando estresse, como: radiações, campos eletromagnéticos, pressão do ar, ruído ambiental, componentes poluentes do ar, etc..
Quanto a Umidade Relativa, determinou-se que em um nível de 35 a 75% não há interferência no desenvolvimento inicial de frangos.

A ventilação tem seu efeito menos estudado, mas há relatos de que ventos não são de grandes consequências para aves com mais de 2 semanas de idade, mesmo assim, deve-se procurar evitar regiões onde ocorrem ventos fortes e frios com frequência, pois isto dificulta aeração dentro da instalação, além de exigir construções mais solidas e resistentes.

A temperatura é o fator ambiental mais estudado, sendo objeto de muitas pesquisas, e temos que as aves mudam de comportamento para se defenderem contra altas ou baixas temperaturas, assim, no tempo quente há maior consumo de água ( com consumo excessivo, o alimento permanece menos tempo no intestino, e há menor tempo para absorção de nutrientes, portanto o intestino deve estar saudável), enquanto que no tempo frio as aves se aglomeram.

Na maioria dos trabalhos que comparam diferentes temperaturas foi demonstrado que para as variáveis : ganho de peso, conversão alimentar, pigmentação e empenamento, as temperaturas de 15 a 25 °C são as mais adequadas, sendo os resultados melhores a 15 que a 25°C, exceto para conversão alimentar, pois ave tem maior exigência nutricional porque tem que produzir calor , portanto vamos admitir como temperatura ideal para frangos de corte a faixa compreendida entre 15 - 25°C, e temperaturas inferiores ou superiores a esta faixa estão fora da zona de conforto térmico, e portanto demandam adaptações fisiológicas no sentido de gerar calor animal (quando inferior) ou dissipar calor (quando superior). Existem regiões e/ou períodos onde há grande diversidade de clima, as vezes, até em um único dia, e portanto torna-se difícil planejar o ambiente ideal, e o que se faz é tentar combater o elemento mais prejudicial, que em nossas condições é o calor, e para combater o frio, usam-se medidas de proteção como:: aquecedores, cortina, mureta, etc.

Ademais, os modernos frangos de corte tem maior resistência contra o frio intenso que contra o calor (resistem a temperaturas 20-30°C inferiores à sua temperatura corpórea, porém tem dificuldade de resistir a 5°C superiores) Assim, para restringir os efeitos provocados pelo calor e para manter a produção e o crescimento são importantes diferentes abordagens, resultando em medidas para: prevenir a radiação solar no galpão, manter a produção de calor pelas aves o mais baixo possível, promover a perda de calor pelas aves, e manter a ingestão do alimento.

4. A VENTILAÇÃO
Ventilação pode ser definida como o ato de administrar ar fresco. Esta palavra e o processo em si, é um dos aspectos mais importantes do manejo avícola. As razões importantes para se promover a ventilação são:
- Fornecimento de uma quantidade adequada de oxigênio
- Remoção de gases tóxicos (CO2 e amônia)
- Regular a temperatura
- Controle da Umidade

As cortinas são um componente importante pois podem facilitar os microclimas dependendo da idade da ave e estação do ano, elas não apenas mantém o calor nos primeiros dias de vida dos pintinhos, como desempenham outras funções importantes, o seu manejo é aparentemente muito simples, mas muitas vezes entramos num galpão e notamos problemas. A variável que impede estabelecer-se uma regra para o manejo correto da cortina é climática, pois podem ocorrer alterações atmosféricas e aves ficarem prejudicadas, assim torna-se muito importante, em galpões convencionais vigiar a ventilação dentro do mesmo, especialmente a noite, e quando não se dispõem de cortinas automáticas . Dependendo do clima externo ao galpão as cortinas de ambos os lados devem ser deixadas abertas, assegurando-se um movimento adequado de ar dentro do galpão.

Os métodos de ventilação variam conforme o clima predominante, assim, no inverno, normalmente se fecham as cortinas para conservar o calor, e desta maneira pode-se ter uma ventilação inadequada, com uma circulação de ar insuficiente e a concentração de organismos nocivos torna se maior. Por outro lado, uma ventilação excessiva no tempo frio causa mudanças bruscas na temperatura interna do galpão. Sem uma ventilação apropriada a amônia concentra se, e isso é um perigo definitivo. Conforme os frangos crescem a sua exigência em ventilação aumenta, portanto é da maior importância a movimentação de ar fresco no galpão ( Uma das causas primárias de problemas respiratórios radica na má circulação de ar ). A ventilação de inverno sugerida deve situar-se em níveis próximos aos necessários para manter gases poluentes em quantia baixa e tolerável.

Em época de calor intenso, temos como objetivo principal da ventilação, se manter baixa a temperatura da instalação, para se remover o calor produzido pelas aves. No verão, em dias quentes com pouca circulação de ar, torna se necessário o uso de ventiladores elétricos para expulsar o ar quente, fazer circular ar fresco e tornar a temperatura interna mais agradável. Existem outros fatores importantes relacionados a construção do galpão e que também podem ser considerados como sendo partes básicas de um sistema de ventilação, e que basicamente favorecem a entrada de ar fresco e também a saída do ar viciado e carregado de umidade.

5. A ILUMINAÇÃO
A aplicação de programas de luz para frangos de corte visa basicamente um aumento do consumo de ração, desta forma, melhorando o seu desempenho zootécnico, sua importância torna-se maior ainda em época de calor intenso, pois a ocorrência normal de uma temperatura mais baixa nesse horário irá estimular as aves a comer. Para se atingir uma boa eficiência com os programas de luz, algumas regras devem ser seguidas: o uso de um número ideal de lúmens conforme a área do galpão, a distribuição uniforme das lâmpadas, a manutenção das mesmas devidamente limpas e sua substituição quando queimadas, além do emprego de refletores.

Quando não se emprega luz artificial, temos que quase metade da vida do frango de corte, ocorre no escuro, e nesta situação, a ave, praticamente não come, não bebe, além de gastar reservas orgânicas para manter as exigências corpóreas, e portanto o seu crescimento é diminuído. Com o emprego da luz artificial, dobra-se a vida ativa da ave.

Existem diversos tipos de programas de luz sendo empregados por diferentes empresas integradoras de frangos, levando em conta suas necessidades de produção, e que consideram a idade das aves e a época do ano, e que basicamente são: Programa de luz natural, 23 horas de luz e 1 hora de escuro, intermitente, combinação de intermitente com aumento das horas de luz com o crescimento das aves.

Vários estudos realizados concluíram que o programa de luz mais eficiente é o de iluminação intermitente

6. A CAMA
O uso de cama nos galpões de criação de aves é um método tão antigo quanto a própria avicultura industrial. Suas principais funções são modificação do ambiente, alterando características de dureza do piso, evitar umidade e frio, além de evitar aderência de dejeções e facilitar sua remoção. Os materiais recomendados são basicamente sub-produtos da agro-indústria, e portanto tem uma disponibilidade regional (exemplos: maravalha de madeira, cascas e resíduos de cereais, etc...).

O principal fator para se avaliar o estado de uma cama é o seu conteúdo de umidade, e cama molhada é origem de desconforto para as aves e irá diminuir a resistência das aves a doenças, além disso permite que microrganismos patogênicos se multipliquem. As fortes emanações de amônia produzidas pela decomposição do esterco numa cama molhada e em dias quentes interferem na resistência e desempenho do lote (ação deriva de um consumo diminuído). A ventilação reduzida resulta em níveis mais altos de amônia. Além disso cama molhada ao secar, tende a formar um casção, o que causa mais desconforto ainda para as aves. A reutilização da cama para outro lote não é recomendada.

7. O MANEJO DA PRIMEIRA IDADE
7.1 A QUALIDADE DO PINTINHO
O incubatório deve ser considerado como uma unidade industrial de transformação, e portanto a sua matéria prima (ovo embrionado) deve ser da melhor qualidade, É importante lembrar também que o incubatório é uma maternidade (onde nascem os pintos), portanto todo cuidado é pouco para que a higiene se reflita positivamente na qualidade do produto final, que começa com o plantel de origem, assim pintos devem ser oriundos de fornecedores com planteis sadios (sanitária e nutricionalmente), mas ai não radica toda responsabilidade.

O criador joga também um papel importante: fornecendo um ambiente e um manejo adequados, praticamente irá assegurar que a qualidade do pinto será mantida para lograr um produto final de qualidade superior, e os fatores que indicam a boa qualidade do pinto de 01 dia são: Uniformidade no tamanho, peso entre 40-45 gramas, boa cicatrização do umbigo, penugem seca e fofa, boa hidratação, ausência de defeitos físicos, baixa contaminação de bactérias e fungos, livres de Mg, Ms e Salmonella

7.2 A CHEGADA DAS AVES
O manejo inicial dos pintos deve ter como objetivo estabelecer um lote saudável desde o primeiro dia de vida, no qual o crescimento alcance o alvo de peso corporal padrão da linhagem, juntamente com o alvo de uniformidade, de tal forma que o bem estar das aves possa ser mantido durante todo o processo. O desempenho final e a rentabilidade da criação irão depender da atenção recebida por todos os detalhes ligados, tais como: saúde e manejo das matrizes, cuidados com a incubação, condições ótimas de transporte dos pintos. A primeira semana de vida de um pinto de corte representa aproximadamente 20% de sua vida, e este crescimento rápido aumenta a demanda de um manejo criterioso nessa fase inicial de criação, pois o produtor tem menos tempo para tentar corrigir as deficiências, e assim, dificilmente o rendimento perdido será recuperado.

Os pintinhos são submetidos a inúmeras situações de estresse logo após o seu nascimento, e esses efeitos adversos podem aumentar a mortalidade inicial, reduzir o peso final, prejudicar a conversão alimentar e aumentar o custo de produção do frango
O microclima do local onde os pintos serão criados deve ser tão ideal quanto possível. A área deve ser limpa, aquecida e confortável, também deve haver espaço adequado de piso, comedouros, bebedouros, cama nova e de boa qualidade na área de cria. Além de haver uma quantidade adequada, a sua distribuição também é crítica. O manejo do microclima também inclui a ração e a água: a ração deve ter partículas de tamanho adequado, e deve ser prontamente ofertada para os pintos, pois assim estes se capacitarão para terem crescimento das estruturas de seu aparelho digestivo facilitando o seu metabolismo, pois embora, a maioria dos nutrientes na fase inicial de vida da ave seja oriunda do saco vitelino,é através do consumo de ração que ocorrerão as principais alteraçõesda estrutura física do aparelho digestivo e de suas secreções indispensáveis para a digestão dos nutrientes a água deve estar na temperatura ambiente . Um pinto recém nascido tem 85% de água em seu corpo, e é importante portanto sua hidratação rápida, o que irá estimular o consumo de ração e um crescimento maior.

7.3 O AQUECIMENTO
O aparelho termo regulador dos pintos só vai estar totalmente desenvolvido a partir dos 10 dias de vida, portanto até então deve-se tomar cuidado com aquecedores e círculos de proteção (quando estes são empregados, devem ter sua área progressivamente aumentada). Esse sistema termo- regulador dos pintos recém natos, só reage dentro de uma zona de neutralidade térmica estreita, e após os 10 dias iniciais já são mais resistentes as mudanças bruscas de temperatura ambiente.
As bases funcionais do desenvolvimento rápido dessa homeotermia não são bem conhecidas, mas o aumento da velocidade de produção de calor metabólico e uma diminuição na proporção entre área e massa corporal devem proporcionar essa melhora da resistência das aves ao estresse térmico. O melhor critério para estabelecimento da temperatura adequada para pintos, geralmente é o comportamento das aves, todavia, nunca é demais termos um termômetro para servir de base ao tratador, pois nem todos tem senso de observação acurado, e dizemos ser necessário 32°C na 1? semana, e pode-se ir diminuindo progressivamente 2-3°C/semana.

Esse calor artificial geralmente persiste até que aves estejam razoavelmente bem empenadas, quando a fonte de calor é retirada prematuramente, aves tornam-se mais suscetíveis aos problemas respiratórios, pois apenas uma fina camada de tecido separa o pulmão do exterior. Quando está frio as aves se agrupam e pode haver asfixia e atraso no crescimento. Também não se deve esquecer que mortalidade e refugagens excessivas quase sempre estão relacionadas com o mau controle da fonte de calor. Os pintos devem se sentir sempre cômodos, também deve-se sempre estar pronto para aumentar o calor se os pintos parecem adoecer durante 1 estresse causado por vacinação, etc..

8. A DENSIDADE POPULACIONAL
A questão sobre quantos frangos se pode colocar por unidade de área de criação, desenvolve o principio geral de que é essencial que aves tenham suficiente liberdade de movimento, e sejam capazes de estar de pé normalmente, revolver-se e estirar as asas sem grande dificuldade. Também devem dispor de espaço suficiente nos comedouros e bebedouros, e poder colocar-se nos mesmos sem interferência com outras aves.

As normas de manejo estabelecem o nível máximo aceitável de densidade para a produção de frangos: a densidade máxima normalmente considerada como aceitável é de 34.2 Kg de peso vivo/m2 de solo. Em aviários abertos, a densidade de alojamento deve ser de 30 a 34 Kg/ m2 para pesos finais. Na época mais quente do ano, ou pesos finais maiores do que 3 kg/ave, a densidade de alojamento deve ser reduzida para 27 Kg/ m2.

A densidade de alojamento tem grande influência sobre o produto final quanto à sua uniformidade, desempenho e qualidade. O aumento do número de aves intensifica a pressão ambiental sobre o frango, o que pode reduzir extremamente a lucratividade. Não se pode esquecer que, quando a densidade de alojamento for aumentada, deverá também ser feito um aumento proporcional na disponibilidade de comedouros e bebedouros, além de se tomar cuidado com relação a qualidade do ar.

A densidade populacional é portanto, uma questão muito importante, e irá depender do tipo de construção, dos equipamentos, do espaço habitável, da época do ano (clima) e tamanho do frango que se pretenda obter em idade de abate.

Densidade excessiva relaciona-se com problemas de empenamento, sanitários, eficiência alimentar, crescimento, em alguns casos pode produzir canibalismo ou servir de acesso à enfermidades respiratórias e coccidiose devido a umidade que pode se formar na cama. Também pode haver: aumento da incidência de vesículas no peito, maiores exigências de ventilação e aumento das condenações no abate.
Enquanto que densidade diminuta repercute na economia da exploração.

Os avanços proporcionados pela genética e pela nutrição ensejam a obtenção de maior peso em menor tempo de criação, mas o alojamento de um plantel grande em um espaço restrito não depende só do progresso tecnológico. É preciso antes de mais nada de condições adequadas de manejo, porque o resultado do aumento da densidade será tão melhor quanto melhor o cuidado com a criação.

9. O MANEJO DA SEGUNDA IDADE E A RETIRADA DO LOTE
Após uma fase inicial de criação, onde o manejo é mais rigoroso, e que pode ser considerada como indo desde o dia do alojamento até o final da terceira semana de vida dos frangos, entramos em outra fase, também muito importante, e na qual, as linhagens atuais, de "conformação" são vorazes consumidoras de alimento e apresentam uma alta velocidade de ganho de peso, e para que o seu alto potencial genético possa ser exposto devemos atender suas necessidades quanto a: ambiência, área disponível para criação e disponibilidade de água e de ração.

Quanto à retirada do lote, temos que esta fase normalmente, recebe menor atenção por parte do produtor, mas também é importante e pode acarretar perdas, há relatos de que aproximadamente 90% das contusões que provocam o corte da parte afetada no abatedouro, ocorrem nas 12 horas que antecedem ao abate, portanto o preparo para a apanha dos frangos e o seu carregamento para o abate se revestem de grande importância, pois estão intrinsicamente ligados à qualidade do produto final.

A ração deve ser retirada entre 6 a 10 horas antes da apanha, para evitar-se contaminação no abate por papo cheio, enquanto que a água é retirada, apenas momentos antes da apanha, assim ocorre liberação de espaço e facilita movimentação das pessoas envolvidas, que devem trabalhar com movimentos, os mais calmos possíveis, isso diminui a ocorrência de lesões, como hematomas de coxa, sobre-coxa e peito, bem como hemorragias e fraturas das asas.

10. CONCLUSÃO
A questão do manejo de frangos de corte não deve, nunca, ser tratada de forma isolada, pois existem vários fatores que afetam os custos de produção das aves, cada um desses, exerce um efeito mínimo, mas o efeito combinado pode atingir proporções significativas. Esses fatores podem ser condensados em poucas regras gerais, mas existem variações, que dificultam ou impedem a adoção de certas regras, e normalmente os próprios frangos nos indicam as melhores medidas a serem tomadas. Normalmente dizemos que cada ave tem uma genética e portanto precisa de um manejo característico, desta maneira, o problema de se manejar adequadamente um lote de frangos merece uma análise criteriosa, com vistas à obtenção de ótima produtividade.























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