O USO DE ESTRANGEIRISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA

(Jonathan Diniz de Souza) 

    O estrangeirismo é um fenômeno linguístico que se destaca no uso de palavras ou expressões estrangeiras que não são compatíveis com a língua vernácula. Esse processo faz com que sejam substituídas palavras locais por de culturas diversificadas e concretizando a desvalorização da língua regente e, em alguns casos, quando o estrangeirismo está bem enraizado chegam a se fundir no vocabulário como, por exemplo, no caso de delete que se abrasileirou e virou deletar.

 A língua é representação máxima de um Estado soberano e o estrangeirismo pode ser absorvido de modo voluntário ou imposto. A imposição da língua estrangeira desfaz a identidade cultural de um povo tornando-o submisso. Podemos utilizar como exemplo os grandes impérios do passado como Grécia ou Roma. Assim como a Grécia, Roma considerava qualquer povo que não se assemelhasse em sua cultura, inclui-se aí o latim, como povo bárbaro passível a ser dominado.

 No Brasil o estrangeirismo se mostra de uma forma não tão diferente. Por ser um país plural culturalmente, existiu a necessidade de manter certos aspectos culturais dos países que o colonizaram e o principal aspecto que ficou consolidado foi a língua. Em muitos lugares do Brasil ainda se mantêm coloquialismos estrangeiros como em São Paulo que foi principal receptor da colonização japonesa ou o Rio Grande do Sul como principal acolhedor dos italianos e alemães. Ainda se escuta, no interior do estado, expressões como Nono e Nona (avô e avó) e isso se manteve na descendência assimilando-se na cultura sulista e se adaptando no coloquial regional.

 O estrangeirismo trouxe uma glamourização aos dialetos estrangeiros e uma desvalorização da língua nacional e, por mais que seja positiva a adição de novos vocábulos, isso gera um abandono das palavras que esses estrangeirismos significam. A globalização impôs a necessidade se manter uma segunda língua, a língua vernácula e a mais entendida no mundo atualmente (no nosso caso a língua inglesa). Essa imposição faz com que, no mercado de trabalho, a segunda língua esteja bem compreensível ou até mesmo bem afiada se tornando motivo de exclusão em uma disputa de vaga. Tecnologias também colaboram com a vinda de palavras e expressões estrangeiras. Podemos citar exemplos básicos como a informática e outros eletrônicos que trazem em suas essências palavras estrangeiras que se fundem ao vocabulário local e isso não é só no Brasil como o caso já supracitado deletar que, por sua vez, foi introduzido nacionalmente pela informática além de diversos outros casos que são inseridos por simples expressões de outras línguas e países que nos apossamos e mantemos como uma expressão de natureza local (regionalismos).

 Existe a importância de aumentar o vocabulário e seu conteúdo intelectual, mas não se deve deixar de lado a língua mãe, a vernácula, por simples modismos ou por uma valorização de algo por eles simplesmente ser estrangeiro. A língua vernácula deve ser mantida e bem compreendida, pois dela se faz o maior uso no cotidiano e devemos respeitá-la como parte importante de um Estado soberano e de independência cultural. (Jonathan Diniz de Souza - Graduando em História)