Medidas da Saúde Coletiva - Indicadores e Determinantes Sociais

Breno Palácio Pinheiro
Jhanyne Luz Pereira
José Cosendey Jardim
Laís Oliveira Bastos
Lorena Pousas de Andrade
Samira Pires Borçali
Taynara Ferreira Leandro
Yasmim Santiago Campos

Acadêmicos do Curso de Fisioterapia – Faculdade Redentor

 Maria Esther de Araujo

Mestre em Gestão Ambiental - Docente de Saúde Coletiva - Faculdade Redentor

 1 - Introdução

A relação entre a saúde e doença varia na história e nas culturas, compondo um processo dinâmico e de relações recíproco entre uma e a outra, a partir de uma rede causal múltipla e complexa. Conhecer como a saúde e a doença se comporta nos indivíduos (a Clínica); conhecer o modo pelo qual a saúde e a doença dos indivíduos se relacionam com o meio social (a Medicina Social); contar estes fatores para observá-los no coletivo (a Estatística) é fundamental para se intervir corretamente no problema. Uma vez conhecida a Clínica e a relação da saúde e da doença com o meio social, o passo seguinte é "contar", ''enumerar" estes fatos, "medir" a saúde coletiva, através principalmente das estatísticas de saúde e dos indicadores de saúde. (MEDRONHO, 2002)

2. Desenvolvimento

2.1. Indicadores de Saúde e Doença

Os indicadores são medidas utilizadas para descrever e analisar uma situação existente, avaliar o cumprimento dos objetivos, as metas e suas mudanças ao longo do tempo, além de prever tendências futuras. Em termos gerais, indicadores são medidas síntese que contêm informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. (RIPSA, 2008)

Devido à dificuldade em medir os indivíduos com saúde, normalmente os indicadores medem a doença adquiridas em um determinado intervalo de tempo (morbidade), ou seja, a ausência de saúde, e as mortes em um determinado intervalo de tempo (mortalidade), ou seja, as incapacidades tanto físicas quanto mentais, as chamadas sequelas e são classificados em:

a)    Demográficos: esses referem – se à fecundidade, natalidade a perspectiva de vida, entre outros. Só pelo fato de dividir a população nas faixas etárias zero a 14 anos (população jovem); 15 a 64 anos (população economicamente ativa) e acima de 65 anos (população idosa) serve de base para mensurar o nível de vida: predomínio da população jovem sobre a idosa indica piores condições de vida e de saúde, ou seja, são necessários novos planejamentos para aumentar a perspectiva de vida. Quando ocorre o inverso, predomínio da população idosa sobre a jovem significa que a população possui melhor nível de vida e saúde.  

b)    Sócio – econômicos: referem – se à renda, a escolaridade do indivíduo, saneamento básico, etc. Um dos indicadores sócio – econômicos mais importantes é o PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de bens e serviços produzidos por um país ao decorrer do ano. Quanto maior for o PIB, mais rico é o país.

c)    Saúde: refere – se à mortalidade e morbidade. Não se tem um indicador especifico para a morbidade e mortalidade, pois são vários os requisitos para isso. Um deles seria a falta de planejamento do estilo de vida, onde não se consegue ter uma alimentação saudável, um saneamento adequado, um programa de vacinação, e uma assistência ideal no sentido conscientizar cada indivíduo das causas e efeitos que essa má organização de vida diária pode causar e levar a doenças.

A Morbidade normalmente vem sendo estudada por indicadores básicos, como, a incidência, a taxa de ataque, a prevalência e a distribuição proporcional. Esses indicadores nada mais são do que o estudo de uma doença em determinado local, período, frequência (seja dia, semana, mês ou ano), surto, e a distribuição em pessoas afetadas, por uma localidade, sexo, grupos etários e outros. Já a Mortalidade mostra, em virtude de uma doença, o risco que as pessoas dentro da população apresentam de vir a morrer, ou seja, é a intensidade com que as pessoas levadas ao óbito por uma doença ocorre em uma certa população, é calculada através dos coeficientes de mortalidade ou por taxa.

2.2. Determinantes Gerais da Saúde

Os Determinantes Sociais de Saúde segundo a Comissão Nacional são fatores econômicos, sociais, culturais, raciais, psicológicos e comportamentos que influenciam a ocorrência de elementos de risco na população e problemas de saúde, ou seja, todos esses elementos estão interligados ocasionando o bem estar da pessoa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os Determinantes sociais de saúde são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.

Segundo a CEBES, os determinantes sociais esta baseado sobre a possibilidade de que a saúde humana tem que ser compreendida e analisada a partir de formas da organização da sociedade, ou seja, de sua estrutura econômica e social. As determinações sociais se referem à forma possível de conhecer, onde seja mais especifico e concreto as relações entre sociedade e saúde. A dificuldade maior dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais é estabelecer uma classificação de determinação entre os fatores mais gerais de natureza econômica, social, política e meios pelos quais esses fatores incidem sobre a situação de saúde de grupos e pessoas, já que esta relação não se resume a um processo de causa-efeito. (BUSS; PELLEGRINNI, 2007).

Um exemplo a ser citado é a desigualdade de saúde entre grupos populacionais. Segundo Adler (2006), pode – se identificar três estudos de desigualdades em saúde, sendo elas as relações entre saúde e pobreza, estratificação socioeconômica e mecanismo de estudo de produção das desigualdades.

Segundo informações divulgadas pela FIOCRUZ (2008), uma criança que nasce no Nordeste tem grande chance de morrer antes de chegar ao primeiro ano de vida do que uma criança que nasceu na região Sudeste, por conta da seca causada pela escassez de chuva na região que gera pobreza e fome e consequentemente aumenta a taxa de mortalidade.

2.3. Aspectos Sociais

Aspecto social é o estudo de determinada sociedade, ou seja, como o povo que se encontra nela se comporta com o passar dos anos, se acontece alguma transformação e como o povo manifesta suas ideias.

A sociedade brasileira segue a mesma linha social utilizada há séculos. A maioria dos povos encontra-se no nível mais baixo, e a minoria no nível mais alto, em termos de economia. A divisão das classes sociais no Brasil demonstra uma das grandes desigualdades sociais, onde determinadas pessoas ganham milhões e outras ganham apenas um salário mínimo ou menos do que isso. (BENDA, 2011)

Os problemas sociais causam um grande impacto na saúde da sociedade. O autor ressalta que esses problemas são comuns no Brasil e em alguns países das Américas, destacando-se a violência, que afeta principalmente a população jovem. Outros problemas sociais são comuns, destacando-se a falta de saneamento básico, moradia, alimentação inadequada, dentre outros. (SOUZA, 2005)

2.3.1. Morbidade e Mortalidade nos Aspectos Sociais

Morbidade é uma variável que se refere ao conjunto dos indivíduos que adquirem doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta. A morbidade é frequentemente estudada segundo quatro indicadores básicos:

a)    Incidência: número de novos casos de doença que se iniciou em um mesmo período e local;

b)    Prevalência: o que aconteceu permanecer existindo;

c)    Taxa de ataque: forma de incidência específica em uma população;

d)    Distribuição proporcional: total de casos ou mortes ocorridas por uma determinada causa.

Mortalidade é o conjunto dos indivíduos que morrem num dado intervalo de tempo. Segundo Souza (2005), o crescimento da violência social no Brasil teve impacto no perfil de morbidade e mortalidade de sua população, sobretudo na faixa etária jovem. Os jovens são um dos grupos mais atingidos por essa violência. Esta fez com que o seu modo de viver, suas necessidades de atenção e assistência, e sua forma de morrer fossem alterados. Os jovens se tornaram reféns da violência, comunicando-se e se relacionando de forma violenta e, assim, transformando-se em suas vítimas preferenciais, mas também em autores de práticas ligadas ao tráfico de drogas e a atos antissociais e infratores na escola e em seu próprio circulo de amizade. A incidência desses eventos envolvem, sobretudo os jovens das camadas sociais menos favorecidas, moradores das periferias das grandes cidades, com pouca escolaridade e baixa qualificação profissional.

A falta de saneamento básico gera vários tipos de doença, entre elas a diarreia que o ocupava um grande número de incidências no Brasil e levava muitos indivíduos à morte. Para diminuir o número de mortes, uma série de estratégias de saúde pública foram realizadas, em especial saneamento básico, promoção do aleitamento materno, distribuição de hipoclorito de sódio 2,5% para tratamento da água (para famílias sem acesso a água tratada), ampliação do PSF e vacinação contra rotavírus, entre outros. (TOSCANO et. al, 2009)

3. Considerações

O objetivo do trabalho é mostrar a desigualdade social, que causa grande impacto na saúde da sociedade. A falta de saneamento básico, de alimentação saudável, um programa de vacinação, entre outros que geram vários tipos de doenças, que levam muitos indivíduos brasileiros a morte.

Mediante ao número de mortes, os responsáveis pela saúde pública criaram estratégias tratando da água, melhorando o saneamento básico, ampliando os serviços de saúde. Finalmente oferecendo uma vida mais digna e saudável para essas pessoas.

Um dos maiores problemas encontrados nos determinantes sociais, é a qualidade de vida que os próprios indivíduos escolhem para si, hoje a atenção primária esta presente no nosso dia-a-dia, mostrando estilos de vida saudável, mais depende de nós mesmos trazermos esses hábitos para nosso cotidiano que irá melhorar consequentemente nossa saúde. 

5. Referências

Fundação Oswaldo Cruz, A saúde no Brasil em 2030: diretrizes para a prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro. / Fundação Oswaldo Cruz... [et al.]. Rio de Janeiro : Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2012.

MEDRONHO, R. A. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2002.

PELLEGRINI, A; BUSS, P. A Saúde e seus Determinantes Sociais - PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007

SOUZA E. V. Problemas Sociais impacto da violência no Brasil e em alguns países das Américas. Editora FIOCRUZ, 2005.

SVS. Medidas em saúde coletiva e introdução à Epidemiologia Descritiva. Brasília: 2003

TOSCANO C. et, Al. Morbidade e Mortalidade por doenças transmissíveis no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde/MS - Saúde Brasil, 2009.

BARRETO,I. Fontes de dados e metodologias para construção de indicadores analíticos e sintéticos. Disponível em: http://www.seade.gov.br/produtos/anipes/pdf/03.pdf href="http://www.seade.gov.br/produtos/anipes/pdf/03.pdf"

BENDA, J. Aspectos Sociais do Povo Brasileiro. Disponível em: http://www.etniabrasileira.com.br/2011/09/aspectos-sociais-do-povo-brasileiro.html

Fundação Oswaldo Cruz, Educação Profissional e Docência em Saúde: a formação e o trabalho do agente comunitário de saúde. http://www.epsjv.fiocruz.br/index.php?Area=Serie&Tipo=1&Num=13&