RESUMO

Estudo realizado por intervenção à área de campo e questionário misto com 15 perguntas, aplicado em 39 participantes idosos de ambos os sexos, que se voluntariaram no Centro de Convivência do Idoso de Itajaí, com o objetivo de identificar e compreender de que forma o lazer proposto neste local potencializa a qualidade de vida e saúde dos frequentadores. Os dados coletados por meio do questionário, sugerem que em unanimidade os idosos deste estudo tem uma boa qualidade de vida.

Palavras-chave: Terceira Idade. Lazer. Saúde.

INTRODUÇÃO

Na grande maioria dos estudos na área da gerontologia, o velho doente, fraco e dependente tem sido o foco principal, correspondendo à visão mais comum que se tem das pessoas idosas, e segundo Campedelli (1989, p. 92) citado por Ferraz e Peixoto (2005, p. 318) “[. . .] raramente os anciãos saudáveis têm sido estudados tão completamente quanto os idosos doentes”.

Silva (2008) apud Pestana (2008) descreve que o surgimento da categoria 'terceira idade' é considerada, pela literatura especializada, assim como outros termos empregados

“[. . .] uma categoria social historicamente construída. A modificação da sensibilidade investida sobre a ‘velhice’ acabou gerando uma profunda inversão dos valores à ela atribuídos: antes entendida como decadência física e invalidez, momento de descanso, quietude, solidão e isolamento afetivo, e agora passa a significar o momento do lazer, propício à realização pessoal que ficou incompleta na juventude, à criação de novos hábitos, hobbies e habilidades e ao cultivo de laços afetivos e amorosos alternativos à família”. (ibid.)

Sendo assim, é de fundamental importância a realização de mais estudos que focalizem a qualidade de vida do idoso fora do ambiente hospitalar, fomentando à literatura deste assunto.

Em 1960 surgem os primeiros Grupos de Convivência ou Centros de Convivência organizados pelo SESC, onde aposentados poderiam usufruir do lazer e da recreação, ocupando o “tempo livre”, e de acordo com os estudos de Teixeira (2007), os programas sociais para a terceira idade tem como objetivos a integração, ressocialização e valorização social dos idosos através do lazer e da educação permanente.

O conceito de lazer nos leva à vários caminhos, e muitas vezes em contraversão, mas certamente associam-se a um estilo de comportamento, podendo ser encontrado em qualquer atividade que traduza no praticante uma grande satisfação, distração, entretenimento, capaz de aliviar as tensões e eliminar o desgaste físico-mental produzido pelos compromissos cotidianos. (TEIXEIRA, 2007, p. 173)

Acreditando na liberdade e livre escolha, Dumazedier (2004, p.34) define o lazer como:

Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode se entregar de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

Nos mais diversos programas, o lazer apresenta-se como atividade principal, possuindo ainda, grande fundamento teórico para o trabalho social com idosos. Dentre os programas públicos, destacam-se os Centros de Convivência para Idosos (CCI), e que de maneira geral, as atividades incluídas nesse programa baseiam-se nas dimensões corporais, artísticas, culturais, educativas, informativas, recreativas e o mais nítido de todos: sociais.

Atualmente, os Centros de Convivência espalham-se por todo o país, como programa social financiado pelo governo federal e implementado pelos municípios, estados e sociedade civil, com aqueles mesmo objetivos e atividades. (TEIXEIRA, 2007, p.172)                               

Portanto, este estudo qualitativo tem como objetivo identificar e compreender de que forma as práticas de lazer desenvolvidas no Centro de Convivência do Idoso de Itajaí contribuem para a qualidade de vida e saúde na “terceira idade” ativa, na intenção de melhorar as capacitações profissionais de intervenção, ou apenas ao próprio interesse de conhecimento.

Situado na Rua Carolina Vailat, no bairro São Judas, na cidade de Itajaí-SC, o Centro de Convivência do Idoso (CCI) Hermógenes Marcelino Mendes, foi fundado em 28 de maio de 1992, e hoje, com 22 anos de existência em Itajaí, o centro atende cerca de 280 idosos em duas turmas diferenciadas. Uma na segunda e quarta-feira e a outra na terça e na quinta-feira, oferecendo diversas atividades, como: oficina de crochê, bordado, pintura em tecido, alfabetização e letramento, viagens e excursões, ações do programa Itajaí Ativo, canastra, dominó, bocha, bingo e dança.

O CCI é mantido em convênio com a prefeitura de Itajaí e também conta com a parceria da Universidade do Vale do Itajaí. Possui atendimento médico, odontológico, e ainda, com o voluntariado de fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais da área da saúde.

Tornando a pesquisa mais dinâmica, nós, enquanto acadêmicos, vivenciamos durante 8 (oito) intervenções, as práticas juntos com o público-alvo, propondo muitas vezes, novas atividades lúdicas com contornos sociais, respeitando a individualidade de cada pessoa, seus limites e vontades.

Com a aplicação de um questionário misto com 15 (quinze) perguntas na última intervenção (afim de ganhar confiança dos entrevistados e consequentemente mais fidedignidade nas respostas), visamos analisar de forma qualitativa os resultados das entrevistas sobre a percepção de qualidade de vida e saúde desses idosos.

Sobre o procedimento qualitativo, Minayo (1994) citado por Gáspari e Schwartz (2005, p.73), ressalta que o mesmo permite desvelar processos sociais pouco elucidados, reconhecer grupos específicos, inquietações sociais complexas, universos simbólicos do comportamento humano, permeados por sentimentos, crenças, atitudes, valores, emoções, percepções e sentidos.

Para as informações históricas referentes ao CCI, utilizamos os sites dos jornais da cidade de Itajaí e para as revisões da literatura, utilizamos a ferramenta de busca online do Google Acadêmico, pesquisando artigos através das palavras-chave: Terceira Idade, Lazer e Saúde. Demos preferência para os artigos datados de 1997 em diante, destacados por relevância e páginas em português, cujos temas condissessem com as palavras-chave do nosso presente estudo, o que nos redirecionou para os sites de revistas especializadas e ao banco de dados do SciELO.

Nossa limitação neste estudo se dá pelo fato de que durante as nossas intervenções, nem sempre todos queriam participar ou aceitar as atividades, já que nossas propostas aconteciam no período da tarde, e no período da manhã já havia outra dupla de estágio realizando suas intervenções, e isso fez com que eles quisessem ficar mais livres para fazer o que desse vontade, e o único jeito de intervir era com a dança, a atividade mais requisitada por eles e quando tentávamos abordar o grupo que estava na sala de jogos, dava a entender que estávamos atrapalhando a concentração deles.

É bom abordar também que as atividades realizadas no período da tarde se estendiam das 13 até as 17 horas, com o intervalo do café da tarde as 16 horas, e após isto, todos começavam a ir embora, e outro ponto problemático para nós foi em relação às atividades, que não tinham horários estipulados, e por isso os idosos ficavam mais “espalhados” pelo local e tinham o direito de ir e vir a hora que quisessem, o que foi um grande desafio uni-los.

2 DAS INTERVENÇÕES AO QUESTIONÁRIO

No primeiro dia de visita técnica ao local, o que nos chamou mais a atenção foi a sala que é destinada para a dança, pois no local constavam a maioria dos idosos. E também todos os recados de carinho e frases motivacionais referentes à vida, deixados pela coordenadora do centro, Sônia L. Lázzaris. Ao longo da tarde, percebemos também que o hobbie preferido deles é o simples prazer de estar ali na companhia de outras pessoas e colocarem a conversa em dia.

A partir da segunda intervenção notamos que realizar “bailão” dançante dava certo, então começamos a dar maior ênfase à isto. Quando chegávamos no local aumentávamos o som e ao poucos quem estava fora da sala de dança ia se chegando, até que a vontade de dançar falasse mais alto.

Das 8 intervenções, apenas em 3 tivemos êxito em aplicar atividades propostas devido à imprevistos ou não aceitação deles em relação à outras atividades (o que implica, mesmo que minimamente, a limitação do estudo).

As atividades que, sem dúvidas, melhor aceitas por eles foram: a “Dança com balão” (onde os casais ou duplas deviam dançar como de costume, porém com um balão entre seus corpos e não podiam deixar cair no chão), a “Mimica musical” (onde duas equipes foram divididas, e nós fazíamos a mímica de um tipo de dança sorteada, o que implicava no conhecimento deles em relação à isso), e a “Cabra-cega dançante”, que aparentemente foi a brincadeira mais desafiadora para eles, pois uma pessoa da dupla deveria estar com os olhos vendados, o que exigia auto percepção e confiança no companheiro,  porém houve em alguns casos em que a aceitação não foi como planejado, entretanto conseguimos convence-los a participar. É importante destacar que, em todas as intervenções conversamos com eles; ora individualmente ora em grupo, para saber pouco a pouco o que se passava na vida de cada um, e até pedindo sugestões para propor a eles.

Com sucesso, nossas intervenções preencheram a sala, e houve um dia que o “bailão” bateu um recorde com 41 idosos no pequeno “salão”, representados por 80% das mulheres e apenas 20% por homens, e as músicas mais pedidas eram ‘xote’, ‘vanera’, ‘marchinha’, ‘chamamé’ e ‘valsa’.

Notamos que para ter mais “agito” e mais alegria é a representação do número de pessoas presentes, e isso faz com que nos mostre que o principal elemento do lazer na terceira idade é a socialização. E isso é reforçado quando observamos quase que o tempo inteiro na dança (e outras práticas do CCI). Era difícil ver uma sala com apenas 1 (uma) ou 2 (duas) pessoas.

Uma das tradições do CCI é a comemoração de datas festivas, e por feliz oportunidade, presenciamos a comemoração que antecedia o dia das mães, e não fazendo por menos, demos à todas as mulheres presentes um bombom com um bilhete, no qual fomos muito elogiados por aquela ação e palavras descritas.

Conforme planejado, realizamos a aplicação do questionário na sétima intervenção. Abordamos Individualmente os voluntários enquanto ocorria o “bailão” deles. Tentamos fazer do jeito mais dinâmicas possível através do desenvolvimento da conversa, obviamente baseada nas perguntas, para que questionário fluísse, e mais do que o esperado, conseguimos obter muito mais informações e histórias de vida que o previsto, e as vezes tínhamos que interromper a conversa e passar para outra questão, pois uma história dava início a outra, e alguns davam um “contorno” em sua vida para nos responder. Com o andar do questionário, percebíamos nos olhares e desabafos deles que tínhamos conseguido a confiança de que tanto almejamos no decorrer das atividades, e que eles só queriam alguém com quem podiam confiar e contar sobre o seu dia, dar boas risadas, contar sobre algo que agoniava-os, fazer piadas, dar um abraço, aperto de mão, ou ao menos segurar suas mãos, num contato o qual eles se sentissem seguros.

Em nossa última intervenção, no dia 28 de maio, por coincidência era o aniversário de 22 anos de existência do CCI na cidade de Itajaí, e nossos objetivos para este dia era ajudar na festa realizada, pois houveram cerca de 250 pessoas nesta tarde, pois estariam as duas turmas do CCI presentes, ou seja, unificaram todos os frequentadores em um dia.

Houve muita dança, conversa, risadas, tudo o que já presenciamos durante todas as intervenções, mas desta vez, com uma força maior. E a resposta parece ser clara: o lado social tomou conta, já que haviam mais pessoas neste dia; houve uma grande interação e interesse maior em estar ativo. A festa, realizada do lado de fora do centro, chamava a atenção de quem passasse na rua devido à grande animação da música e do pessoal. Desde de manhã cedo a festa acontecera, e isso nos mostra (mais uma vez) a disposição desta população.

Neste dia, dona Lene (mãe de Bruno Weber) foi junto para conhecer a realidade do local e nos passar algumas informações baseadas nas suas experiências com idosos, pois já trabalhou em um lar para idosos (asilo). Com toda a certeza nos esclareceu que há muitas diferenças entre estar num ambiente de convivência para o idoso e num asilo.

Ao chegar no local já nos relatou que o CCI tem um “alto astral” que aparenta fortalecer a saúde do idoso, diferentemente do asilo. Outra coisa que nos chamou a atenção com a ajuda de dona Lene, é que até em questões físicas há diferenças entre esses idosos, e isso é algo muito relevante e acrescentável para o nosso estudo.

Em relação ao asilo e a presença do idoso ‘doente’, podemos concordar com o posicionamento de Veras et al. (1987) apud Ferraz e Peixoto (1997):

"Muitas vezes, na velhice, os problemas de saúde causados por patologias múltiplas são agravados pela solidão e a pobreza. A falta de companhia do velho, nos dias atuais, está diretamente ligada às transformações que se operam no interior das famílias." (p. 228)

Porém, conceituar saúde torna-se um tema amplo e relativamente controverso nos últimos anos, na medida em que está relacionado com as várias dimensões que totalizam o ser humano. Porém, o conceito mais conhecido e aceito é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que desde 1948 define saúde não apenas como a “[. . .] ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social, o que significa ter qualidade de vida, bem estar e felicidade”, e por meio do questionário aplicado, isso percebe-se na prática.

Em nossa pesquisa por meio de questionário, 39 participantes se voluntariaram a responder, sendo 35 mulheres e 4 homens. Somando-se as idades dos 39 participantes, obteve-se uma média de 73 anos, com a idade mais baixa de 61 anos e 90 a mais alta. Neste enquadramento, todos eram aposentados, havendo 8 casados, 28 viúvos e 3 divorciados.

Quando questionados sobre com quem contam efetivamente quando tem algum problema, 37 pessoas relataram contar os problemas com os filhos, cônjuges e amigos, e apenas uma conta com a vizinha, e uma relata conversar com Deus em horas difíceis; e em grande maioria, responderam ter um relacionamento “bom” ou “ótimo” com parentes e amigos. Para estas questões, consideramos utilizar o termo "sistema de apoio", utilizado de acordo com a conceituação de Veras et al. (1987) apud Ferraz e Peixoto (1997), que definem como a rede de parentes, vizinhos e amigos com os quais o idoso pode contar para resolução de problemas, abrangendo também, o conceito de "convívio social e familiar" que envolve o relacionamento do idoso com cônjuge, parentes e amigos.

Sobre a questão que os levaram a frequentar o CCI, a resposta da maioria foi por recomendação de amigos e parentes, e viram que neste espaço a solidão e a depressão não teve chance contra as companhias que, segundo eles, “tornou-se uma única família”, nos quais podem confiar como irmãos, participar das atividades juntos, compartilhar, divertir-se, sentir-se bem e consequentemente recuperando a alegria de viver, o que entra em concordância com os pontos destacados que remetem às ideias de Giubilei (1993) e De Masi (2000) citado por Gáspari e Schwartz (2005, p.74) referente aos programas de ação para o idoso.

Quando solicitados para darem uma nota de 0 a 10 ao CCI, todos deram nota ‘10’ para a importância do CCI na vida deles, e por detrás disto percebemos a valorização destas instituições, pois em um estudo semelhante, ao serem indagados sobre a importância de participar de um programa de ação voltado para a idade correspondente, 19 de 20 pessoas responderam positivamente, descrevendo que se sentiam importantes, valorizados, incentivados e animados. “Além disso, afirmaram que podiam fazer novas amizades e conhecer mais pessoas. Assim como se divertir, se distrair e de sentir-se bem, e que acreditam ser este um jeito novo de aprender a viver e que, mesmo depois de ‘velhos’, sempre estão abertos a aprender alguma coisa”. (GÁSPARI; SCHWARTZ, 1997, p. 73)

No CCI, dos 39 entrevistados, 22 preferem a dança, e os outros 17 preferem as atividades manuais, como o artesanato, pintura e bordado, e alguns ainda gostam de passar o tempo conversando ou simplesmente viajar e fazer excursões que o CCI promove. Todos os 39 voluntários responderam que se sentem felizes ao estarem presentes ativamente nessas atividades, relatando o prazer e realização pessoal, fazendo com que suas cabeças estejam ocupadas, o que faz “esquecerem” dos problemas; o que igualitariamente foi registrado nos estudos de Ferraz e Peixoto (1997), onde elementos como “a total ausência de medo, de depressão, de tédio, de fracasso, ao lado da unânime manifestação dos sentimentos de alegria e respeito pelo(s) outros(s) foram descritos.”

Em relação à saúde, 10 pessoas não fazem nenhum tipo de tratamento, o que em contrapartida, 29 tem problemas de saúde como: pressão alta, diabetes, Alzheimer, problemas do coração, artrose, osteoporose, e apenas 3 casos de depressão e bipolaridade. Quando questionados em relação aos remédios, 31 pessoas relataram usar medicamentos com prescrição médica. Porém, todos acreditam que apesar de ter estes problemas, se sentem bem e conseguem levar uma vida normal.

É Importante a ressalva de que 4 pessoas assumiram beber, porém socialmente, e destes, apenas 2 associam o fumo e a bebida, representando 5% de todos os pesquisados. Como informatizo à isto, a não-dependência de drogas, álcool e fumo, além de ser preconizada por Zlotnick e Decker (1991) como indicador de qualidade de vida, é apontada por Hogstel e Kashka (1989) como um dos fatores determinantes da longevidade. (FERRAZ; PEIXOTO, 1997, p.328)

No estudo de Hogstel e Kashka (1989) citado por Ferraz e Peixoto (1997, p.327) “os idosos estudados também informaram ser portadores de patologias, no entanto, a maioria deles afirmaram não sentir maiores necessidades de saúde.”

Nas duas últimas perguntas, solicitando a percepção deles de estarem realizados em relação à vida, apenas 3 responderam não estar realizados por não terem conseguido atingir metas e objetivos, o que em contrapartida, na pergunta seguinte dizem ser felizes, e que se sentem bem somente quando estão no CCI. Quando investigadas, estas mesmas 3 pessoas são viúvas, tem histórico de depressão e mais de 2 problemas de saúde cada uma.

Ferraz e Peixoto (1997, p.327) defendem a teoria de que a saúde embora seja considerada um indicador objetivo de qualidade de vida, as pessoas têm uma interpretação subjetiva da própria saúde, e este vai se auto considerar ‘saudável’ desde que os problemas não representem limitações à sua vida tanto ao nível individual como social, já que uma das maneiras do indivíduo avaliar o seu estado de saúde é basear-se na sua própria capacidade de desenvolver atividades cotidianas.

Para Najman & Levine (1981) citado por Ferraz e Peixoto (1997, p.318), diferentes fatores interferem na qualidade de vida dos indivíduos, classificando-os em indicadores sociais objetivos e subjetivos. Dentre os indicadores sociais objetivos, são citados por esses autores:  as condições de saúde, aspectos do ambiente físico, qualidade da habitação, emprego e qualidade do trabalho, lazer, acesso a bens e serviços, segurança, justiça, oportunidades e participações sociais.  E os indicadores subjetivos de qualidade de vida abrangem diferentes termos abstratos, tais como: felicidade, satisfação com a vida, bem-estar geral; que por sua vez estão relacionados a uma descrição positiva do casamento e situação familiar, relacionamento com o outro, amizades, crença religiosa, as realizações alcançadas, entre outros.

É interessante destacar que as descrições dos indicadores subjetivos estão diretamente relacionados ao complexo funcionamento humano baseado nos sentimentos, que é soma da sensação (que capta as qualidades sensíveis das coisas e não as coisas, propriamente ditas) e da percepção (que nessa perspectiva, é um fenômeno complexo que conjuga uma gama de operações que se processam no enredo psicológico) que o indivíduo tem das coisas em seu mundo. (GÁSPARI;SCHWARTZ, p.70)

Braghirolli, Bisi, Rizzon e Nicoletto (1997) apud Gáspari e Schwartz (2005, p.70), enfatizam que embora seja possível a distinção entre sensação e percepção, estes se constituem num processo único de recepção e interpretação das informações externas.

REFERÊNCIAS

CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO: Comunidade prestigia inauguração da reforma. <http://www.itajai.sc.gov.br/noticia/1828/centro-de-convivencia-do-idoso#.UxZta_mwJqw> Site do Município de Itajaí. Acesso em: 22 Fev. 2014.

FERRAZ, Aide Ferreira; PEIXOTO, Marisa Ribeiro Bastos. Qualidade de vida na velhice: estudo em uma instituição pública de recreação para idosos. Rev.esc.enf.. São Paulo, p. 316-338. ago. 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62341997000200012&script=sci_abstract&tlng=pt >. Acesso em: 25 mar. 2014.

GÁSPARI, Jossett Campagna; SCHWARTZ, Gisele Maria. O idoso e a ressignificação emocional do lazer. Rev. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília, p. 69-76. jan. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v21n1/a10v21n1.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2014.

JORNAL DOS BAIRROS: Centro de convivência do idoso é referência para Itajaí <http://www.jornaldosbairros.tv/noticias/23227> Site Jornal dos Bairros. Acesso em: 22 Fev. 2014.

PEIXOTO, Clarice. Entre o estigma e a compaixão e os termos classificatórios: velho, velhote, idoso, terceira idade. Velhice ou terceira idade, v. 2, 1998.

PESTANA, Luana Cardoso; ESPÍRITO SANTO, Fátima Helena do. As engrenagens da saúde na terceira idade: um estudo com idosos asilados. Rev Esc Enferm USP, v. 42, n. 2, p. 268-75, 2008. <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n2/a08.pdf> Acesso em: 08 Jun. 2014.

RELATÓRIO FINAL DE PROJETOS DE PESQUISA: Modelo de apresentação de artigo científico. Disponível em:  <http://www.cav.udesc.br/anexoI.doc.>. Acesso em: 07 Jun. 2014.

SEGRE, Marco; FERRAZ, Flávio Carvalho. O conceito de saúde. Rev. Saúde Pública,  São Paulo ,  v. 31, n. 5, Out.  1997 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101997000600016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  08 Jun.  2014.

SILVA, Luna Rodrigues Freitas. Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento. Hist. cienc. saúde-Manguinhos,  Rio de Janeiro ,  v. 15, n. 1, Mar.  2008. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702008000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  08 Jun.  2014.

TEIXEIRA, Solange Maria. Lazer e tempo livre na "terceira idade": potencialidades e limites no trabalho social com idosos. Revista Kairós. São Paulo, p. 169-188. dez. 2007. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/download/2597/1651>. Acesso em: 25 mar. 2014.