Férias diferentes
Publicado em 10 de dezembro de 2009 por Ricardo Lopes
O
Estado do Amapá fica no extremo Norte do Brasil. Graças às suas
particularidades geofísicas, sociais, políticas e econômicas, faz parte da virtuosa
região amazônica. A linha do Equador passa ao sul do estado, na cidade de
Macapá. Macapá, aliás, é a capital do Estado, está localizada ao sul e é
banhada pelo braço norte do rio Amazonas.
A
leste, o Estado se choca com as águas do Amazonas e do Oceano Atlântico. Com a área de 143.453 km², o território amapaense chega a
ser maior não só do que outras unidades federativas brasileiras, como também do
que alguns países do mundo. O clima equatorial conserva duas estações bem
definidas, mas diferentes: inverno e verão.
As temperaturas variam de 20º a 36º e o índice pluviométrico anual
têm média superior a 2.500 mm. O tempo, geralmente quente e úmido, favorece coberturas
vegetais bastantes diversificadas, como as florestas de Várzea, Terra Firme, campos
e cerrados
- cerca de 73% da cobertura vegetal amapaense, inclusive, é de floresta
Amazônica. Já as regiões próximas ao litoral
são recobertas pelas águas fundas do manguezal.
Demograficamente falando, a última pesquisa do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) no Amapá, feita em agosto de 2007, cadastrou
587.311 habitantes - 436.251 dos quais só em Santana e Macapá. São, aproximadamente,
1,92 habitantes por km². O Estado se limita, a norte, com a Guiana Francesa; a
leste, com o Oceano Atlântico; a noroeste, com o Suriname; e a sul e a oeste,
com o Pará.
Os
pontos turísticos de Macapá são belos e curiosos. O Parque do Meio do Mundo,
que reúne, no mesmo espaço, o Monumento do Marco Zero do Equador, o Estádio Estadual
Milton de Souza Corrêa, mais conhecido como Zerão, e a Escola Sambódromo de
Artes Populares, é um deles. Tudo por conta da linha do Equador.
A
propósito, Pontianak, na Indonésia, Coquilhaville, no Congo, Entebes, em Uganda,
e Quito, no Equador, são as únicas cidades do mundo atravessadas pelo paralelo
imaginário. Além de Macapá, claro. Só ali, do alto do obelisco do Parque do
Meio do Mundo, dá para ver o momento exato em que o Sol cruza o Equador
(Equinócio).
Esse
fenômeno acontece apenas em março e setembro. Por isso, o Monumento Marco Zero foi
construído para oferecer aos visitantes todo o conforto possível. Do amplo terraço
ao espaço para shows; do salão de exposições à livraria, passando pelas lojas que
vendem artesanatos típicos, o cenário se completa com o obelisco e o relógio do
sol.
E
a pororoca, quem não conhece? Trata-se de outro fenômeno natural característico
do Amapá. É o encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. Como a
água doce é mais leve, estende-se a grande distância pelo mar e atrasa a onda
de maré. Até que o mar vence, rompe o equilíbrio e a onda de maré cresce
gigantesca, alimentada pelos ventos alísios, e avança pelo rio, cuja correnteza
fica invertida.
O
termo vem do tupi, poro´roka, e do gerúndio,
porórog, que significa estrondar. Apesar
de ser mais comum no rio Amazonas, também acontece nos outros rios que
desembocam tanto no golfo amazônico quanto no litoral amapaense. A pororoca,
assim como o Equinócio, tem uma sazonalidade: a época de chuvas, entre os meses
de janeiro e maio, e em setembro, durante as luas novas e cheias.
A economia também vai muito bem, obrigado. O PIB (Produto Interno Bruto) amapaense está distribuído entre a agropecuária (5,2%), a indústria (8,8%) e os serviços (86%). As empresas, respondem por quase 70% dos postos de trabalho. Aliás, em 2006, mais de mil apareceram no Estado, o que alavancou a empregabilidade no setor em 33% - um índice superior até ao da média nacional, que é de 23%.
Mas o Amapá não
é só isso. Tem culinária também. Dos pratos típicos, os mais suculentos são o
vatapá, o caruru, o pato no tucupi, a caldeirada de tucunaré, o camarão no
bafo, a farofa de pirarucu e o próprio pirarucu. Já a famosa castanha-do-pará está
presente na maioria dos bolos, biscoitos, tortas e cremes que encontrar. Das
bebidas, valem a pena o açaí, o tacacá, o refresco de cupuaçu, maracujá ou graviola,
e por aí vai.
Só não saia de lá sem aprender o Marabaixo, o ritmo favorito dos amapaenses. Ele
é tocado na Festa do Divino, enquanto as pessoas dançam em torno de um mastro
ao som de caixas e tambores. Durante a festa, servem-se iguarias como
beijo-de-moça, quindim, rosquinha, beijus, mingau de banana e de farinha de
tapioca. Uma delícia.
Em algumas cidades do Amapá, as comunidades conservam tradições de festas
religiosas. As de Macapá, por exemplo, são as de São José e do Círio de Nazaré.
Em Curiaú, comemoram-se as do Divino e de São Joaquim. No Igarapé do Lago, tem a
do Divino e a da Nossa Senhora da Piedade. Em Mazagão Velho, a de São Thiago.
Lá, religião e folclore quase andam de mãos dadas. No meio das quadrilhas, são apresentados os cordões de pássaros e do boi. Eles são usados em encenações teatrais, à maneira do povo. Ao longo da história, as personagens conversam e cantam nas gírias locais. Os cordões mais celebres são os do papagaio, da ema e do boi.
Já as lendas são muitas. E muito interessantes. Tem a do Manganês; a do João de Gatinha; a da Pedra do Guindaste; a do Boto, e muitas outras mais. Só que, para saber o que cada uma delas significa, só indo para lá e conhecendo alguém que as conheça. Acredite. Vale a pena.
Fonte: site oficial/Governo do Estado do Amapá