Melo, Lira Lúcia. Dias[1]

Souza, Meiryzangela Fco[2]

Magalhães, Paulo Anderson[3]

 


[1] Acadêmica do primeiro período do curso de Direito do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná

[2] Acadêmica do terceiro período do curso de Biologia do CEULJI/ULBRA

[3] Acadêmico do primeiro período do curso de Direito do CEULJI/ULBRA


O objetivo deste artigo é analisar as dificuldades enfrentadas pelos ex-dependentes químicos para inserir – se no convívio social. O mesmo será norteado pela seguinte questão: Será que a família dos ex-dependentes químicos estão preparadas para o seu retorno? Frequentemente o assunto vem gerando medo e frustrações em todos os membros da família. Sendo a família papel fundamental na vida de um individuo. Os pais sempre estão dispostos a apoiar um filho. Quando o ex-dependente químico volta para casa à família fica feliz, mas há uma desconfiança, pois será difícil confiar em alguém que os feriu. As mães têm mais facilidade em aceitar o retorno do filho do que os pais. Agora ele necessita mais do apoio da família, pois terá muitos obstáculos pela frente, como o preconceito que se constitui na sociedade. Por relacionar o uso de drogas com pobreza e marginalização, uma parte da sociedade vê no ex-dependente químico um marginal, impossibilitando assim uma nova chance a ele. Não devemos procurar culpados para esse problema, como cidadãos de bem temos o dever de apoiar a família e o ex-dependente químico.

1. Introdução

 

Numa sociedade dividida pela desigualdade socioeconômica, algumas famílias vivem um dilema: lutar contra o mau do vicio de seus filhos dependentes químicos. Com o aumento do consumo de drogas, algumas entidades preocupadas criaram centros especializados na recuperação de dependentes químicos. Ao ser internado o dependente químico passa por vários processos com acompanhamento medico, psiquiátrico e psicológico. A família também passa por acompanhamentos psicológicos para estarem preparados para o retorno do filho. Quanto ao processo de inserção do ex-dependente químico ao convívio social discutiremos neste trabalho.

 

2. Retorno ao convívio familiar

 

                     

A família é uma das ferramentas fundamentais na vida de um individuo nela ele encontra todo o apoio que necessita. Os pais sempre estão dispostos a apoiar um filho. A partir do momento que os pais descobrem que o filho está fazendo uso de drogas ilícitas, começa uma difícil missão, e muitos por falta de conhecimento acabam piorando a situação.

Um dos primeiros passos que a família dá é de internar o filho em uma clinica de recuperação para dependentes químicos, deste momento em diante cria-se uma grande expectativa. A família de um dependente químico, por muitas vezes sofreu com certas atitudes do próprio, causando assim uma desconfiança em relação a ele.

 

 Frequentemente, o problema acaba gerando fortes sentimentos de culpa, raiva, frustração e medo em todos os membros da família. Por isto, deve-se buscar uma comunicação clara entre eles, modo a buscar soluções satisfatória para todos (FOCCHI, 2001, p. 73)

 

 

Quando a família o recebe novamente em seu laço familiar, ficam felizes, mas aquela desconfiança perdura por algum tempo, pois não é fácil confiar em alguém que os feriu profundamente. Geralmente as mães têm maior facilidade em aceitar a volta do filho do que os pais. É nessa fase que um ex-dependente químico necessita mais do amparo familiar, pois agora terá que começar do zero, sem contar nas grandes dificuldades que enfrentara para se inserir novamente na sociedade.

 

    2.1 O retorno ao convívio social

 

 

O primeiro obstáculo que um ex-dependentes químicos enfrentara é o preconceito constituído na sociedade. “Há uma ou duas décadas atrás, o abuso de drogas era associado geralmente à pobreza e / ou marginalização social. Por isso era comum relaciona-la com a privação”. (SANCHEZ, 1982, p. 227)

 

Por associar o uso de drogas com marginalização, parte da sociedade vê um ex-dependente químico como marginal, e com isso não acreditam na sua recuperação, inibindo assim a chance dele ter novas oportunidades profissionais e sociais.

 

Quando culpamos pelo abuso de drogas apenas os jovens, ou os pais, traficantes e criminosos, ou a sociedade, está á procura de culpados e não de possíveis soluções. Esquecemo-nos de que pais, filhos, sociedade e governo devem e podem trabalhar juntos em busca de um melhor caminho. Podemos e devemos desenvolver melhores maneiras de encarar a questão e encontrar meios eficazes de comunicação com nossos filhos compartilhando nossos pontos de vista, provavelmente nós os ajudaremos a desenvolver os deles próprios. (SANCHEZ, 1982, p. 228)

 

Como cidadãos, temos como dever, apoiar não só a família, mas como também os ex-dependentes químicos no seu retorno ao convívio social. Não há um culpado para esse problema, ao tentarmos culpar alguém, estamos nos afastando de nossas próprias obrigações.

 

3. Conclusão

 

Conclui - se então que o ex-dependente químico, apenas necessita de um apoio moral para que possa visar o seu futuro, com esse apoio dificilmente ele terá uma nova recaída. É dever não só da família, mas também da sociedade preocupar – se em reintegrar o ex-dependente químico no contexto social, apresentando a ele novas oportunidades de recomeçar a vida, dando – lhe oportunidades de trabalho para que possa mostrar que ele é capaz de reescrever a sua historia.

 

 

Referencias bibliográfica:

 

SANCHES, Amauri M. Tonulo. Drogas e drogados: o individuo, a família, a sociedade. São Paulo: EPU, 1982.

 

FOCCHI, Guilherme Rubino de A. Dependência química: novos modelos de tratamento. São Paulo: Roca, 2001.

MARTINS, José. Exclusão social e a nova desigualdade. São Paulo, Paulus, 1997

SPOSATI, Aldaíza. Mínimos sociais e seguridade social: uma revolução na consciência da cidadania. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, v. 18, n.55, p. 9-38, nov.1997.

MIOTO, Regina Célia Lamasso. Família e serviço social. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, v.18, n. 55, p.114-130, nov. 1997.