Enquanto pares no Mundo se digladiam por firulas religiosas e em nome de Deus, na busca de impor suas idéias matam irmãos, negando os elementares princípios éticos das leis divinas que é “AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO” e “NÃO MATAR”, no Brasil, país que já se notabilizou no passado, pelas suas convicções predominantemente católicas, discute-se a obrigatoriedade de se instituir o ensino religioso nas escolas. Note-se que a discussão surge num momento em que não há mais a predominância do catolicismo, há uma diversidade de crenças, sem contar com os agnósticos e ateus. Temos a garantia constitucional da liberdade religiosa e da laicidade, mas nem o aspecto legal, impede que numa escala, infinitamente menor, firulas religiosas sirvam de argumento para imposição de linhas de pensamento. O princípio da laicidade, nada mais é que a separação entre Estado e Igreja. Se assim é, porque tornar-se obrigatória a inclusão do ensino religioso nas escolas como determinação do Estado? Considerando-se que os problemas sociais e de relacionamento humano que enfrentamos tem como origem a falta de princípios éticos e tendo a clareza de que estes princípios estão presentes nas religiões, porque priorizar esta ou aquela? Por outro lado, como atender a todas as demandas religiosas com a pluralidade existente, sem ferir o princípio da isonomia? Como a questão é polêmica e não havendo como contemplar a todas as religiões, escolhe-se algumas e estabelece-se que não há obrigatoriedade por parte do aluno de assistir as aulas. O interesse do aluno pelas disciplinas que tradicionalmente está obrigado a freqüentar , representa uma das maiores dificuldades que a escola enfrenta nos dias de hoje , como então mobilizá-lo para assistir aulas de religião? É papel fundamental da escola, a socialização do indivíduo. É óbvio que a escola não dá conta de tudo que passou a ser da sua obrigação e não será a inclusão de mais uma disciplina que lhe dará condições para atingir plenamente o seu objetivo. As práticas educativas são cobradas exclusivamente da escola, mas o comportamento social de cada indivíduo que integra os vários grupamentos humanos dita, pelo exemplo, o caminho a ser seguido pelas gerações seguintes. No caso específico das religiões, é papel de cada credo dar conta do comportamento ético de seus seguidores e à escola, bem como à família e as várias instituições que atuam coletivamente, abstrair do conteúdo religioso os princípios éticos presentes em todas as crenças e aplicá-los nas suas ações.