1CRESCER EM MOVIMENTO: UMA REFLEXÃO PEDAGÓGICA MACIEL. Lidiane Cristaldo Sélis2
Em movimento vamos crescer, partilhar, rir e brincar. Com o movimento, e possível o melhor da vida. E por que não o melhor da educação? Criança é vida. Criança é movimento e movendo-se ela adquire habilidades que treina seu corpo, permitindo maior destreza corporal, para que possa dominá-las mais tarde. A criança é um ser dinâmico, cheio de indagações espontâneas e com múltiplas habilidades físicas. Sua habilidade motora é utilizada para expansão de seu desenvolvimento, em que o jogo é seu meio de comunicação e aprendizagem, conforme Flinchum (1981). Um grande rival do desenvolvimento da motricidade da criança hoje em dia é o excesso de TV, vídeo game e uso de computadores, Esses meios tecnológicos oferecem atividades que estimulam a passividade, devido aos movimentos mecânicos repetitivos e unilaterais. Isso acaba sendo cômodo aos pais, que estão deixando de lado, de certa forma, a interação com o próprio filho. Estudos apontam que a brincadeira é uma atividade improdutiva, por não apresentar resultados objetivos. Em muitas ocasiões, por favorecer a reprodução de atitudes indesejáveis aos espaços escolares, classificados como sérios, em que a atenção e a dedicação não poderiam conviver com atitudes e expressões decorrentes das atividades lúdicas. Para Paulo Freire (1991), a aprendizagem formal está presente no corpo inteiro. Pois o ser que pensa é também o ser que age e que sente. O sujeito realiza-se e constrói-se movido pela intenção, pelo desejo, pelos sentidos, pela emoção, pelo movimento, pela expressão corporal e criativa. O contato direto e simples com o movimento demonstra o quanto a motricidade humana pode instigar questões que permitem ao professor se conhecer e construir sua prática indissociável. Sendo assim, o foco será a corporeidade. Nesse foco, o educador percorre caminhos de conhecimento corporal buscando incisivamente uma aprendizagem pautada no possível e no desejável. Algo do tipo que priorize o lado humano e não mecânico. 1 Ensaio apresentado a UNINTER - Universidade Três Fronteiras como requisito parcial de avaliação da disciplina de Motricidade Humana ministrada pela Profa.Dra. Judite Filgueiras Rodrigues. 2 Mestranda em Ciências do Movimento Humano - UNINTER
Compreendemos que a motricidade é desenvolvida diariamente em nossa sala de aula; por meio de estímulos variados, seja no recreio, no ginásio ou mesmo em contextos de sala, de forma implícita. Pensando em habilidades motoras Rosa Neto (2002) propõe um protocolo psicomotor, o qual foi aplicado durante aulas do Curso de Mestrado integrado ao Doutorado em Movimento Humano, orientado pela Professora Doutora Judite Rodrigues. Esta foi uma das atividades práticas do referido curso. Foram realizados testes do desenvolvimento motor em uma criança de 10 anos de idade. Com essa avaliação detectou-se que o nível de habilidades motoras dessa criança, encontra-se acima de sua idade cronológica. Os resultados foram considerados muito satisfatórios. Essas atividades me fizeram refletir pedagogicamente, da importância de nossas aulas na vida de cada um de nossos alunos. A cada brincadeira, a cada conversa, a cada atitude tudo que falamos, pensamos e agimos nos faz essência dentro do mundo motor. Portanto, um programa na educação física bem estruturada desde as primeiras idades pode contribuir notavelmente para o desenvolvimento motor sem pretender acelerar este desenvolvimento. Porém, para exercer esta influência sem o perigo de cometer erros no processo de ensino, todo educador deve alimentar-se da informação necessária sobre a evolução do desenvolvimento, seus avanços e retrocessos (GONZÁLES RODRIGUES, 2005). A educação física, como componente da educação integral, assume uma importância vital no desempenho geral do sujeito. Estudos de diferentes autores (Piaget 1973, Vigotsky, 1986) permitiram compreender a contribuição dos movimentos no desenvolvimento infantil e como ambos os processos, educação e desenvolvimento, se relacionam.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Rosa Neto. F.2002. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre-RS: Artemed. Freire, P. 2002. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 24ª ed. Fonte: http://www.webartigosos.com FLINCHUM, B. M. Desenvolvimento Motor da Criança. Interamericana, 1981. GONZÁLES RODRIGUES, C. Educação física infantil: motricidade de 1 a 6 anos. [tradução de Roberto Francine Júnior]. ? São Paulo: Phorte, 2005.
PIAGET, J. A Linguagem e o Pensamento da Criança. RJ: Fundo Cultural, 1973. Vigotsky, L. S et all. 1986. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo:Ícone.