Santa Maria, 27 de dezembro de 2012.

Hoje, me permito escrever este artigo de caráter de divulgação da cultura surda, visando compartilhar com os leitores um pouco da minha experiência com essa cultura.

Sou ouvinte, mas o contato intenso com minha namorada, surda, me fez enxergar uma realidade diferente, onde eu não estava acostumado a ser tão sensível e solidário.

Testemunhei imensas histórias de vidas, onde a superação era essencial, levando aqueles que contavam, para um caminho cheio de armadilhas, devido esta cultura ser muito mal direcionada ao verdadeiro conhecimento da vida social, ou seja, como ela mesma é. Portanto, percebi que era preciso tentar ajudar, mostrar a eles o quão é importante saber das pessoas, do ambiente social, e saber diferenciarem as situações que aparecem diante de nossas vidas, com isso, levando ao caminho mais seguro mantendo a coisa mais surpreendente que pude notar da vida de um surdo, a ingenuidade para com as pessoas.

Meu primeiro artigo mostra a essa comunidade da internet, uma escola que se chama Reinaldo Fernando Coser, na cidade de Santa Maria-RS, que forma pessoas da comunidade surda no curso de Magistério, habilitando-os a educar crianças, adolescentes e adultos.

Mas para se chegar até o momento da formatura, tive a oportunidade de ouvi muitas histórias de vidas, onde foram mostradas por algumas dificuldades financeiras, falta de confiança de se poder chegar ao sucesso (maior dificuldade de um surdo), devido a sua falta de esperança, e também a falta de solidariedade dos ouvintes, ou aqueles que possuem influencia no meio político para facilitar cada vez mais as vidas daqueles que necessitam muito desta ajuda.

Em meio a todas essas situações pude conhecer ícones da superação, pessoas que fizeram dos tempos das “reguadas nas mãos”, onde estas pessoas precisavam usar das mãos para se comunicar com outras pessoas, talvez pela inexperiência de não saber que algumas pessoas seriam surdas, usavam desse meio de correção, obrigando o surdo a falar.

Encerro esta primeira publicação de muitas, agradecendo algumas pessoas: meus amigos surdos, ouvintes que freqüentam e trabalham dentro da comunidade surda, a minha namorada (Aline Vieira Pedrozo), aos maiores ícones desta luta incansável pela melhoria da comunidade surda, Sr. Wilson de Oliveira Miranda, e seu irmão o diretor da Escola Reinaldo Fernando Coser, Sr. Jeferson de Oliveira Miranda, e outros tantos que ainda não conheci.