CIBERCULTURA E A FORMAÇÃO DO

PROFISSIONAL DE DIREITO CONTEMPORÂNEO

Irma Aparecida Funke

Jaíne Eugênia Pazetto

Juliana Avi

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Prof. Paulo Cesar dos Santos

Bacharelado em Direito – Sociologia Jurídica

10/05/2013

RESUMO

Este estudo tem como objetivo apresentar considerações sobre como a cibercultura contribui com o

profissional do direito no desenvolvimento de suas atividades, correlacionando o espaço

cibercultural às possibilidades de praticidade e do conhecimento, por meio das redes

informacionais, através de uma análise simplificada. Chegando a opinião de que o direito necessita

da intervenção das novas tecnologias para aperfeiçoar-se.

Palavras-chave: Cibercultura. Direito. Tecnologia.

1. INTRODUÇÃO

Vivemos em uma sociedade aonde a tecnologia cresce constantemente e a modernidade vem

tomando conta, até mesmo sem percebermos. Hoje, com o avanço da informação através da

internet, é possível efetuar compras e realizar pagamentos no conforto do seu lar.

Os ramos profissionais mais conservadores, dentro destes, o direito, rendem-se a esta

realidade abrangente nacional e mundial que será abordada como um dos principais objetivos.

A esta imensidão virtual, damos o nome de Cibercultura, junção entre a palavra cibernética,

sendo o estudo da comunicação, e, a palavra cultura, não sendo difícil sua conceituação.

Cibercultura é a cultura contemporânea, é a modernidade que nos cerca.

No presente trabalho, serão abordados vários aspectos em torno deste tema, pouco

difundido, relacionando-o com a sociologia, mercado de trabalho e com o profissional do direito.

2. CIBERCULTURA

O mundo é movido por ideias e vivemos em grandes transições. O ser humano, a cada dia se

encaminha para maiores descobertas e avanços na tecnologia com um único objetivo: facilitar

nossas vidas.

O termo cibercultura pode ter várias definições. Pode-se entendê-la como sendo uma relação

de trocas entre a sociedade, a cultura e novas tecnologias. É uma forma sociocultural. Isto se deve,

por fazermos uso de toda tecnologia e modernidade que nos está disponível. É como gerenciamos

nossas ações e relações em comunidades do espaço virtual. Podemos citar aqui, Twitter, Facebook,

Orkut. Estas comunidades, entre outras tecnologias se fazem mais presentes em nosso cotidiano.

Temos também como exemplo, o voto eletrônico nas eleições.

Quando se fala em cibercultura, pode-se facilmente lembrar como tudo é mais acessível.

Buscar notícias em portais de nossa preferência em tempo real, realizar transações financeiras e

efetuar pagamentos on-line, fazer compras. Assim, a impressão que se tem, é de que tudo está em

Pierre Lévy, conceituado filósofo acerca da cibercultura, aduz:

[...] é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores.

[...] o termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas

também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos

que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo ‘Cibercultura’, especifica

aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de

pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço

(LÉVY, 1999, p. 17).

2.1. SOCIOLOGIA E AS NOVAS TECNOLOGIAS

Podemos dizer que a sociologia estuda a relação entre as pessoas pertencentes a uma

comunidade formando a sociedade.

Segundo Schaefer, (2006, p.3 apud SILVA; URBANESKI, p.12):

A sociologia, de modo bem simples, é o estudo sistemático do comportamento social e dos

grupos humanos. Ela focaliza as relações sociais e como essas relações influenciam o

comportamento das pessoas e como as sociedades, a soma de tais relações se desenvolve e

muda.

Tecnologia vem do grego. No dicionário Michaelis, encontramos sua definição como:

tec.no.lo.gi.a 

sf (tecno+logo2+ia1) 1 Tratado das artes em geral. 2 Conjunto dos processos especiais

relativos a uma determinada arte ou indústria. 3 Linguagem peculiar a um ramo determinado

do conhecimento, teórico ou prático. 4 Aplicação dos conhecimentos científicos à produção

em geral: Nossa era é a da grande tecnologia. T. de montagem de superfície,

Inform: método de fabricação de placas de circuito, no qual os componentes eletrônicos são

soldados diretamente sobre a superfície da placa, e não inseridos em orifícios e soldados no

local. T. social, Sociol: conjunto de artes e técnicas sociais aplicadas para fundamentar o

trabalho social, a planificação e a engenharia, como formas de controle. De alta tecnologia,

Eletrôn e Inform: tecnologicamente avançado: Vendemos computadores e vídeos de alta

tecnologia. Sin: high-tech. (1998-2009. Editora Melhorametos Ltda. Disponível em:

<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-

portugues&palavra=tecnologia>. Acesso em: 06 março 2013.)

É possível desfrutar desta facilidade em qualquer lugar, utilizando-se de aparelhos celulares,

iphones, ipads, palms, notebooks, máquinas digitais, entre outros, sendo que, a cada dia novas

versões são lançadas, possibilitando praticidade.

Relacionando sociologia com as novas tecnologias, a ideia é de que a sociologia que estuda

as relações entre pessoas pertencentes à sociedade, vem sendo transformada pelas inúmeras

invenções na eletrônica e nas comunicações.

Segundo Vidotti (2001, p.16):

[...]as tecnologias de informática têm perdido o ar de ficção científica e vêm ganhando

espaço nos aspectos socioeconômicos e culturais, assumindo cada vez mais sua presença no

cotidiano das pessoas e das empresas.

Dessa forma, é privilegiada a discussão envolvendo sociedade e realidade virtual, uma vez

que esta última é considerada como um mundo alternativo, ampliando a realidade que apresenta

novas possibilidades desenvolvendo-se entre si e com a própria sociedade.

2.2. EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO NO CONTEXTO ATUAL

Hoje, o que se espera de uma pessoa no mercado de trabalho é produção e  precisão no

exercício de suas funções. Ela deve ter capacidade de liderança, boa comunicação, agilidade e

flexibilidade para também lidar com pessoas e trabalhar em equipe. Muitas vezes, é imprescindível

que este profissional saiba algum idioma a mais: inglês, espanhol. É necessário que você seja o

diferencial.

Segundo Ana Cláudia Cravalho de Miranda, especialista em gestão de qualidade total,

especialista em gestão estratégica de pessoas, bacharel em biblioteconomia, e bibliotecária do

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, deve-se observar que:

Com a revolução industrial surgiu um novo paradigma quanto às novas exigências em

relação aos conhecimentos necessários ao novo perfil do profissional, os quais nem a

família e tampouco a igreja têm condições de suprir, em decorrência das mudanças no

mercado de trabalho. Inovaram-se os valores da sociedade e a hierarquia administrativa da

educação passou a evoluir conforme o padrão burocrático industrial predominante,

priorizando conhecimentos e habilidades para atender às necessidades organizacionais,

deixando de lado o foco no passado e se direcionando rumo ao futuro.

O processo educacional está em constante evolução devido às mudanças decorrentes dos

avanços tecnológicos, induzindo os educadores a focalizar as necessidades atuais, criadas

pela sociedade do conhecimento e da informação e pelo mercado de trabalho. Contudo, a

rapidez com que a tecnologia e os processos evoluem diariamente, gera um cenário de

incerteza que afeta toda e qualquer ação educativa, razão pela qual o planejamento, em

qualquer área, deve ser estratégico e inovador, que garanta resultados favoráveis.

Diante dessa realidade, o profissional precisa manter-se atualizando seus conhecimentos,

técnicas e habilidades, a fim de conseguir seu aperfeiçoamento, capacitação e qualificação

profissional por meio de uma educação continuada, quer por iniciativa própria e numa

opinião mais abrangente, por empreendimento das organizações que almejam o

desenvolvimento do seu quadro de recursos humanos. (MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho

de. Disponível em : <http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n3/a07v11n3.pdf>. Acesso em: 09

maio 2013.)

O mercado de trabalho, que, também podemos dizer, está em constante inovação, já não está

mais satisfeito, apenas com um diploma universitário. Devido à cultura cibernética, é exigido

atualizar-se e desenvolver habilidades e competências, atendendo a novos requisitos para comportar

tal quantidade de informações.

2.3. FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE DIREITO E EMPREGABILIDADE NA

CIBERCULTURA 

É grande a conexão entre cibercultura e o direito. É possível empregar vários aspectos

importantes.

A Informática Jurídica é o processamento e armazenamento eletrônico das informações

jurídicas, com caráter complementar ao trabalho do operador do Direito; é o estudo da 

aplicação da informática como instrumento, e o consequente impacto na produtividade dos

profissionais da área. E também a utilização do computador como ferramenta na Internet.

(KAMINSKI. Disponível em: <http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/6073-

6065-1-PB.pdf>. Acesso em: 07 maio 2013.)

É imprescindível destacar como a tecnologia vem auxiliando o profissional de direito em

suas mais variadas tarefas. Hoje, tem-se acesso ao andamento de processos via online e a notícias

em tempo real de diversos sites jurídicos. Através do Diário Oficial da União, pode-se, além de

ficar informado das notícias no mundo jurídico, acessar leis revogadas, atualizadas ou criadas.

Pode-se citar ainda, a assinatura digital. Esta, sendo de grande valia, pois o profissional de

direito agiliza documentações via internet.

Se por um lado, houve o aumento das tecnologias e o mundo digital ficou acessível a todos,

por outro, deve-se observar que muitas vezes, pessoas leigas acabam caindo em golpes cibernéticos

que ferem a legislação vigente. Como consequência, ocasionam-se os conhecidos crimes digitais.

Desta forma, exigem-se profissionais aptos e especializados para defender tais causas.

Ainda, o que aos olhos de muitos já pareceu impossível, hoje, é algo muito simples

transmitir audiências, programas jurídicos por televisão, podendo citar aqui a TV Justiça,

administrada pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

Em outros tempos, o que foi citado, era praticado manualmente e hoje se tornou fácil e ágil,

através de um “clique”.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A humanidade progrediu muito e continua em desenvolvimento constante. Tal avanço

auxilia o ser humano em suas atividades cotidianas, tanto em seu ambiente familiar, no conforto de

sua casa, como em suas atividades de cunho profissional.

A cibercultura veio para revolucionar, causando mudanças e melhorando a vida de todos,

mas, exigindo que o ser humano a acompanhe, a entenda e a use.

Viu-se que o objetivo deste trabalho, foi de relacionar o tema cibercultura com o curso

direito e seus futuros profissionais. É grande a relação, pois a cibercultura abre inúmeras portas para

cada vez facilitar e agilizar nossas relações profissionais.

REFERÊNCIAS

1998-2009. Editora Melhorametos Ltda. Disponível em:

<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-

portugues&palavra=tecnologia>. Acesso em: 06 março 2013.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. 1. Ed.. São Paulo, Editora 34, 1999.

MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de. Educação continuada e mercado de trabalho: um estudo

sobre os bibliotecários do Estado Rio Grande do Norte. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n3/a07v11n3.pdf>. Acesso em: 09 maio 2013.)

(KAMINSKI, Omar. Informática Jurídica, Juscibernética E A Arte De Governa. Disponível

em: <http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/6073-6065-1-PB.pdf>. Acesso em: 07

maio 2013.)

Schaefer (2006, p.3 apud SILVA, Prof. Everaldo da e URBANESKI, Prof. Vilmar. Sociologia.

Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2010, p.12).

SILVA, Antônio César da; WEIDUSCHAT, Íris; TAFNER, José. Metodologia do Trabalho

Acadêmico. 2. ed. Indaial: Ed. ASSELVI, 2007.

VIDOTTI, Silvana Apª. B. G. O ambiente hipermídia no processo de ensino-aprendizagem.

Marília, 2001. 126f. Tese (doutorado). Universidade Estadual Paulista 2001. 126p.