Anatomia reprodutiva das aves

Pedro Henrique P. Passamani
Wilber Ribeiro Perbone
Isabela Pereira Silva
Rayan Pastro Machado




Na industria avícola, a fertilidade das matrizes é um ponto crítico, uma vez que determina o máximo retorno econômico a partir do número e da qualidade dos ovos produzidos por ave alojada. (Rutz F, 2007).

A eficiência reprodutiva de matrizes é determinada pela carga genética e por fatores ambientais como instalações, programa de luz, nutrição e manejo, que influenciam a capacidade de atingir este potencial. (Rutz F, 2007).

Para alcançar o desempenho reprodutivo máximo é necessário o conhecimento de fatores que influenciam a maturidade sexual, ovulação, fertilização, formação do ovo e oviposição. (Rutz F, 2007).




Aparelho genital da fêmea


O ovário de mamíferos e de aves difere. Em mamíferos, diversos folículos podem ovular em um determinado momento dentro de um intervalo de vários dias ou semanas, enquanto que em aves um único folículo ovula e o óvulo (gema) é liberado, mas dentro de um intervalo mais curto (preferencialmente todos os dias). (Rutz F, 2007)

Além disso, tendo em vista que o embrião deve obter todos os nutrientes para o desenvolvimento embrionário, o óvulo maduro de aves é muito maior que o de mamíferos. (Rutz F, 2007)

O aparelho genital da galinha, é composto por um ovário e um oviduto, que se localizam do lado esquerdo da cavidade abdominal da ave. O oviduto é composto por varias subdivisões (Infundíbulo, Magno, Istimo, Útero, Vagina). (Bahr e Johnson, 1991).


Durante o período embrionário, o oviduto e o ovário do lado direito estão inicialmente presentes. Entretanto, a produção de substâncias inibidoras do ducto de Müller (origem do oviduto) pelo ovário resulta em regressão do ducto direito e do ovário direito, mas não do esquerdo. (Bahr e Johnson, 1991).

O ducto esquerdo é aparentemente protegido por apresentar maior número de receptores para estrogênio, sendo assim, mais sensível ao estrogênio que o ducto direito. Aparentemente o estrogênio impede a ação de substâncias inibidoras do ducto de Müller. (Bahr e Johnson, 1991).


Subdivisões do oviduto.


Infundíbulo

Apresenta uma mucosa pouco pregueada de epitélio simples, cilíndrico e caliciforme. É aglandular, exceto nas regiões posteriores, onde há transição gradual para o magno. Consiste de uma estrutura tubular de 4 a 10 cm , de parede fina, com região cônica, seguindo-se por outra tubular com pregas em espiral suave. (MORAES, I.A).
Trata-se de um funil que capta os folículos maduros, adiciona a camada fluida interna, formando a gema. É também onde fica os espermatozóides, se tiver ocorrido a copula, ocorrendo à fertilização. A permanência no infundibulo é de 15 minutos. (Rosa Alexandre P.).
Magno

Também chamada de glândula albuminífera. A mucosa é muito pregueada e provida de epitélio estratificado com células caliciformes e cilíndricas ciliadas e glândulas tubulosas. Consiste de estrutura tubular, de parede mais espessa, com 20 a 48cm de comprimento (é a parte mais longa), rico em glândulas tubulares dentro das pregas longitudinais da mucosa. (MORAES, I.A).
Provido pelas células secretoras, é responsável por produzir as camadas densas e fluida externa do albúmen, o tempo de permanência no magno é de 1hora e 45 minutos. (Rutz F, 2007).





Ístimo

É a menor porção do oviduto, forma a camada final do albúmen, responsável por formam as membranas da casca, o tempo de permanência do ístimo é 1hora e 30 minutos a 1 hora e 45 minutos. (Rosa Alexandre P.).
Apresenta luz estreita e mucosa com pregas menores com menor número de glândulas. Tem comprimento de 4 a 12 cm , parede muito grossa, com pregas longitudinais e diâmetro reduzido. (MORAES, I.A)


ÚTERO (Glândula da Casca)

Apresenta parede é mais fina que a do istmo, mas apresenta-se com forte musculatura, pregas longitudinais e transversais e glândulas tubulosas. Tem 4 a 12 cm de comprimento, porém, é uma região expandida em forma de saco. (MORAES, I.A).
Câmara calcígera ou glândula da casca, adiciona proteínas, cutícula, pigmentos e faz a cobertura de carbono de cálcio, formando a casca, o tempo de permanência no útero é de 18 a 22 horas. (Rosa Alexandre P.).

A casca é composta por , 94% de carbonato de Cálcio (CaCO 3 ), 1,4% de Carbonato de Magnésio (MgCO 3 ), 3% de glicoproteinas, mucoproteínas, colágeno e mucopolissacarídeos. (MORAES, I.A).


Vagina

Tem comprimento de 4 a 12 cm , apresenta pregas longitudinais onde se deposita a maior parte dos espermatozóides após a cópula. É separada do útero pelo esfíncter uterovaginal. Abriga as glândulas tubulares. O ovo neste nível está praticamente formado e percorre este segmento em poucos segundos. (MORAES, I.A).

Serve de passagem do ovo ate cloaca, e faz deposição de uma camada protetora de muco sobre a casca. (Rutz F, 2007).


Cloaca

É um extremo dilatável e o ovo apenas estabelece contato com as paredes, pois a vagina se prolapsa no momento da postura evitando o contato do ovo com as dejeções. Este segmento não contribui em nada para a formação do ovo. (MORAES, I.A)





Aparelho reprodutor dos Machos

De início deve considerar que nas aves, o macho é o sexo homogamético, ao contrário, por exemplo, dos humanos e dos cães. A estrutura e localização do trato reprodutivo masculino da ave são significativamente diferentes do trato da maioria dos mamíferos, localiza-se na região abdominal. (MORAES, I.A)


Testículo
É um órgão duplo e simétrico com formato de feijão, coloração amarelada nos jovens e branco puro nos adultos, de localização intracavitária e cranioventral aos rins. Está aderido à parede dorsal do corpo. Por ser intracavitário, funciona à temperatura corporal, não havendo termorregulação como nos mamíferos. (MORAES, I.A).


Aparelho Copulatório
As aves apresentam um aparelho copulatório localizado na extremidade caudal da cloaca que se encontra escondido por uma prega ventral no ânus em animais fora da excitação. (MORAES, I.A).
O aparelho copulatório consiste de, 1 par de papilas dos ductos deferentes, 1 par de corpos vasculares, 1 par de pregas linfáticas, 1 corpo fálico dividido em uma porção mediana (1 a 3mm no galo e em torno de 5cm no pato) e duas laterais (direita e esquerda). (MORAES, I.A).
OBS* O falo de muitas aves é pequeno, logo não serve como órgão penetrante, já em outras aves (patos e gansos p.ex.) é grande e penetra na fêmea no ato sexual. A Intumescência é principalmente linfática, essa intumescência corresponde à ereção dos animais que têm pênis, porém se utiliza esse termo para animais que não contém o pênis. (MORAES, I.A).



































Referencias bibliográficas




Rosa Alexandre P., disponível em WWW.jararaca.ufsm.br, acessado em 04 de março de 2011.


MORAES, I.A, REPRODUÇÃO NAS AVES DOMÉSTICAS, disponível em www.proac.uff.br, acessado em 7 de março de 2011.
Rutz Fernando, Anciuti Marcos Antonio, et.al, Avanços na fisiologia e desempenho reprodutivo de aves domésticas, Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.31, n.3, p.307-317, jul./set. 2007. Disponível em www.cbra.org.br.