Jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início. O presente projeto trata do resgate do lúdico como processo educativo, demonstrando que ao se trabalhar ludicamente não se está abandonando a seriedade e a importância dos conteúdos a serem apresentados a esta clientela, pois as atividades lúdicas são indispensáveis para o seu desenvolvimento sadio e para a apreensão dos conhecimentos, uma vez que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos.
O Brasil assiste estarrecido as imagens de conflitos movido pela intolerância e o descaso social. A agressão do menor infrator é semelhante a ações terroristas, em decorrência desses episódios, o presente trabalho busca englobar diversas modalidades que envolvam os indivíduos de idades diferentes entre 07 e 18 anos, nas suas possibilidades de progressão a partir do resgate das dificuldades que cada um sente, da conscientização de suas potencialidades e do poder de transformação de suas vidas.
Percebendo a extrema importância de trabalha às comunidades no âmbito preventivo, para não permitir a instalação da ociosidade no seio da população moradora de Belém e municípios, seqüelas que poderiam levar ao caos da Segurança Pública, como ocorre em outras grandes cidades metropolitanas. Vem delimitar a atuação reabilitatória e curativa, a partir das necessidades e dos interesses pessoais, partindo de meios criativos, atingir o pleno desenvolvimento de seu ser, resgatando com isso sua integridade enquanto cidadão.
PAIM (2001) relata que na relação ensino-aprendizagem, em qualquer ambiente, conteúdo ou momento, a motivação constitui-se como um dos elementos centrais para a sua execução bem-sucedida.
A partir dessa visão, observa-se a importância e a necessidade em implantar a integração Polícia Militar e comunidade à Trilha da Cidadania, favorecendo esse relacionamento, trazendo o lazer de forma consciente e participativa, demonstrando a partir de pequenas soluções práticas do cotidiano que é possível transformar a realidade opressora.
Na proposta de ATKINSON (2002), a motivação dirige o comportamento para um determinado incentivo que produz prazer ou alivia um estado desagradável. Segundo MURRAY (1973), o motivo se distingue de outros fatores como a experiência passada da pessoa, as suas capacidades físicas ou a situação ambiente onde se encontra, e que também podem contribuir na sua motivação. MURRAY (1973) também classifica os motivos em dois grupos: inatos ou primitivos e adquiridos ou secundários (agressão, raiva, etc).
A Declaração dos Direitos da Criança Adotada pela Assembléia das Nações Unidas de 20 de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil. Diz em seu 7º Princípio que criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social. Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

A palavra chave quando se pensa em ludicidade é liberdade, o brincar é um direito garantido à criança na Declaração dos Direitos da Criança, o que denota o reconhecimento da importância da brincadeira para desenvolvimento infanto- juvenil.
De acordo com HUIZINGA (1980) apud ORNELAS, desde que o mundo é mundo, o homem sempre manifestou uma tendência lúdica ? uma competência inata para brincar e jogar - sendo por isso denominado, além de homo sapiens, homo ludens. Para este historiador, o jogo é um fenômeno presente em todas as sociedades, sendo inegável a sua existência como elemento da cultura. Nesse sentido, reconhecer e dar lugar ao lúdico na sociedade e na educação significa buscar satisfazer a um impulso natural do ser humano.
"O brincar proporciona a troca de pontos de vista diferentes, ajuda a perceber como os outros o vêem, auxilia a criação de interesses comuns, uma razão para que se possa interagir com o outro. Ele tem em cada momento da vida da criança, uma função, um significado diferente e especial para quem dele participa. Aos poucos os jogos e brincadeiras vão possibilitando às crianças a experiência de buscar coerência e lógica nas suas ações governando a si e ao outro. Elas passam e pensar sobre suas ações nas brincadeiras, sobre o que falam e sentem, não só para que os outros possam compreendê-las, mas também para que continuem participando das brincadeiras. Aí está o difícil e o fácil que é o brincar e o conviver com o outro." (DORNELLES, 2001).

"A palavra reflexão vem do latim ´reflectire` que significa "voltar atrás". Portanto, planejar é refletir, é voltar atrás, observar o que já foi feito, o que existe e o que planejar a partir da realidade encontrada; é tomar uma posição diante desta para transformá-la. Assim sendo, o planejamento é um ato político, busca de cidadania, de autonomia, ao decidir o que se quer e como conseguir." (Marilena Chauí, 1998).
Por meio das atividades lúdicas, o público infanto-juvenil comunicam-se consigo mesmos e com o mundo, aceitam a existência dos outros, estabelecem relações sociais, constroem conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente. Jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início. O presente projeto trata do resgate do lúdico como processo educativo, demonstrando que ao se trabalhar ludicamente não se está abandonando a seriedade e a importância dos conteúdos a serem apresentados a esta clientela, pois as atividades lúdicas são indispensáveis para o seu desenvolvimento sadio e para a apreensão dos conhecimentos, uma vez que possibilitam o desenvolvimento da percepção, da imaginação, da fantasia e dos sentimentos.

O planejamento desse projeto como um meio para facilitar e dinamizar o trabalho multidisciplinar vem permitir a reflexão sobre a ação e o pensar para melhor agir. Devendo-se conhecer a realidade sociocultural da comunidade, avaliar e monitorar os passos sem preocupação com resultados imediatos. Conhecer o campo de pesquisa para identificar com clareza o problema, analisar no sentido de refletir sobre os dados nas diversas perspectivas que envolvem os atores em suas comunidades para poder transformar a partir dos dados discutidos e, poder criar estratégias para resolução do problema, desenvolver a interdisciplinaridade e temas transversais a partir de jogos e brincadeiras, música e arte, incentivando o conhecimento à cultura, o reconhecimento e a valorização pessoal por meio da participação das crianças e dos jovens, é a meta do Projeto Trilha da Cidadania.
Preconceitos, tabus e inibições que antes poderiam ser considerados entraves na vida desses atores serão desfeitos. Melhoria quanto aos aspectos psicossocial e psicoemocional refletirão diretamente na aparência pessoal e auto-estima, bem como nas oportunidades futuras nas áreas familiar, escolar e profissional. Viabilizado demonstrar a realidade vivida de cada integrante desse grupo social estudado e as possibilidades de autodescoberta em situações conflituosas de seu cotidiano.
A motivação é conceituada como o processo que leva as pessoas a uma ação ou inércia em diversas situações. Este processo pode ser ainda o exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo, e executar algumas tarefas com maior empenho do que outras (CRATTY, 1984). Entretanto, MAGILL (1984) se refere à motivação como causa de um comportamento. O mesmo define motivação como alguma força interior, impulso ou uma intenção, que leva uma pessoa a fazer algo ou agir de certa forma.








Referência


DORNELLES, L.V. Na escola infantil todo mundo brinca se você brinca. In: CRAIDY, C. M.; KAERCHER, G. E. P. S. (Org.). Educação Infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 101-108.

ATKINSON, R.; ATKINSON, R.; SMITH, E.; BEM, D. Introdução à psicologia de Hilgard. 13º Ed. Porto Alegre: Artmed. 2002.
MURRAY, E.J. Motivação e Emoção. 3° Ed. Rio de Janeiro: Zahar. 1973.
CRATTY, B.J. Psicologia do Esporte. 2° Ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil. 1984.
MAGILL, R.A. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher. 1984.
PAIM, M.C.C. Fatores motivacionais e desempenho no futebol. Revista de Educação Física/UEM. v.12, n.2, p.73-79, 2001.
CHAUÌ, Marilena. A Universidade Hoje. Revista Praga ? Estudos Marxistas. São Paulo, HUCITEC, n. 6, 1998.