A Relação entre a quantidade de jogos e a formação dos técnicos de futebol do campeonato brasileiro de 2009 serie A

Leonardo de Windsor Oliveira Alves
Alan Victor Moraes Mariano







Resumo

O presente trabalho teve por objetivo discutir a relação teoria e prática na formação profissional em Educação Física, atuando profissionalmente como técnico de futebol profissional. É de fundamental importância para o crescimento da área, a valorização do conhecimento específico sobre a Educação Física.
Para alcançarmos este propósito são necessárias as discussões que apontam neste sentido, esclarecermos qual o conjunto de conhecimento é de competência do profissional de Educação Física dominar, para que sua atuação.
O profissional deve saber justificar suas atitudes profissionais através do conhecimento científico, que certamente não é produzido em função das vivências práticas. Embora não haja um consenso dentro da área acerca deste assunto, esperamos ter contribuído com estas discussões, para uma melhor compreensão da natureza da preparação profissional em Educação Física.






















Introdução
O futebol é um dos esportes mais praticados no mundo (Tomas, et. al, 2005) e o mais popular do Brasil. O número de torcedores que assistem o futebol nos Jogos Olímpicos supera a soma dos torcedores de outras modalidades esportivas. O futebol é uma espécie de cultura particular que norteia os brasileiros, é "uma paixão nacional", "um estilo de vida". Na verdade o futebol no Brasil é um segmento de amplitude imensurável, em suas disputas em "peladas", várzea, amador, master e o profissional, sendo fator destacado nos índices de desenvolvimento econômico do país, sendo um potencial gerador de emprego e renda formal e não formal, estimulando o setor industrial, publicitário, construção civil, e outros incontáveis setores.
Além disso, numa caracterização apenas para o desporto profissional, são promovidos no país diversos Campeonatos Oficiais Regionais, Estaduais e Nacionais, todos com diferentes subdivisões, IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS, em inglês) considerou o Campeonato Brasileiro como o 4º mais disputado campeonato nacional do mundo (IFFHS, sd).
Nesse dimensionamento, os grandes clubes de futebol estabelecem-se como grandes geradores de renda, formalizando suas estruturas administrativas, esportivas e profissionais em níveis organizacionais de grandes empresas.
Mediante o compromisso com a "paixão nacional" e o gigantismo da estrutura empresarial, define-se um profissional importante nessa engrenagem: o técnico, professor ou treinador.
Para a função, ou atribuição destacada no parágrafo anterior, o treinador de futebol é auxiliado por uma comissão técnica, formada por uma equipe multiprofissional de professores de educação física, nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assessores de imprensa, entre outros. Normalmente, ele é o responsável por toda a programação a ser desenvolvida pela equipe e assim ele deve ter competências e habilidades para exercer essas múltiplas funções para conduzir adequadamente seu trabalho técnico-tático com a equipe (Marturelli e Oliveira, 2005).
Neste processo, as funções de um treinador exigem tanto um conhecimento amplo da modalidade bem como a necessidade de uma boa comunicação entre os outros profissionais da comissão técnica (Maturelli, 2002; Marturelli e Oliveira, 2005). No entanto, Leal (2000) aponta que o fato de muitos treinadores serem apenas ex-jogadores, que, ao encerrarem a carreira, mantêm vínculos com os clubes sem uma formação de ensino superior poderia atrapalhar esse trabalho. Costa e Samulski (2006) Esse resultado tem relação com o contexto histórico do futebol brasileiro. Leal (2000) aponta que foi a partir do Decreto-Lei 3.199 de 1941 que se reconheceu a presença de um profissional qualificado para trabalhar como treinador. Já 35 anos depois a Lei 6354 de 1976. No entanto, a regulamentação da ocupação de treinador profissional de futebol onde se estabeleceu as mesmas legislações do trabalho e da previdência social foi regulamentada pela Lei 8650 de 1993.
Atualmente a LEI Nº 9.696, DE 1º DE SETEMBRO DE 1998 que regulamenta a profissão de Educação Física.
Benites, Barbieri e Souza Neto (2007) fizeram uma revisão sobre essa evolução histórica do treinador profissional de futebol e percebe-se que está bem alicerçada e permite que todo um contexto de reprodução seja "passado adiante".
No entanto para Marques (2001), quem quer ter sucesso como treinador no desporto de alto rendimento tem que ser dono de um conjunto vasto de recursos em conhecimentos e competências, uma vez que somente intuição e inspiração não se obtêm resultados. E neste recente processo advindos da escola de ex-jogadores sem formação e/ou recentes de cursos superiores de Educação Física ou Esporte leva a crer que a formação de profissionais qualificados para atuarem neste setor, mais especificamente a de treinadores de futebol, ainda é deficiente.
Com a criação do conselho da classe em 1998, para atuar na área como treinador de qualquer modalidade esportiva, o treinador deve passar por uma qualificação para adquirir o registro no conselho e atuar na profissão. Isso tem o intuito de melhorar a qualidade do trabalho nesse segmento de mercado. Neste quesito, muitos treinadores de futebol não possuem uma formação específica, que preencha os requisitos mínimos de um profissional competente, resultando em trabalhos repetitivos e adestrados que foram construídos através dos anos por profissionais que obtiveram sucessos clubes de futebol do passado.
Já foram realizados muitos estudos no âmbito da psicologia e nos aspectos técnicos, táticos e físicos no futebol (Costa, 2003; Papanikolaou, Patsiaouras & Keramidas, 2005; Simões, Rodrigues & Carvalho, 1998; Costa, 2003; Costa, Samulski & Marques, 2006). Muitos autores discutem a importância da formação do treinador de futebol para atuação profissional (Leal, 2000, Benites, Barbieri & Souza Neto, 2007; Santos, 1981). Mas não foram encontrados estudos que relacionassem a formação profissional com os resultados em jogos durante uma temporada.
Seguindo esse contexto este estudo quantificou o numero de técnicos de futebol com registros no Confef/Crefs atuaram na 1º divisão do campeonato brasileiro de 2009


JUSTIFICATIVA
No caso da ligação entre a profissão Educação Física e o futebol a questão perpassa o entendimento de teoria e prática e a construção da solução dos problemas na prática profissional. Isto porque a área enfrenta desafios na divisão para formação de seus profissionais e interpretações errôneas da prática e da teoria (BORGES, 2005).
Dentro do futebol nacional, cada ano mais vem aumentando os investimentos dos clubes, patrocinadores, televisão, entre outras formas de renda para o desporto. Um dos profissionais deste ramo os tecnicos de futebol tiveram aumentados o salarios com isso também as cobranças de resultados, o que vem resultando em muitas trocas destes profissionais durantes os campeoantos nacionais fato cultural do futebol brasileiro. Dentro dessa perspectiva pretendemos descobrir estatisticamente quantos tecnicos com registro no Confef/Crefs atuaram no campeonato brasileiro de 2009 serie A.





















METODOLOGIA
Para realizarmoas a busca de informações iniciou com a procura dos nomes dos tecnicos de futebol que atuaram no campeonato Brasileiro de futebol da serie A, atraves do site de busca winkipedia, onde foram encontrados os nomes completos que nos permitiu verificar atraves do site do Conselho Federal de Educação Física (CONFEFE/CREFS) quais tinham sua formação registrada no conselho e quais eram ex-atletas sem formação especifíca na área ou formados sem registro. Buscamos contatos com os clubes onde não obtivemos respostas.
Dentro também do site Confef/crefs encontramos o codigo de etica do profissional de educação fisíca que rege a atuaçao do profissional. A LEI Nº 8.650, DE 22 DE ABRIL DE 1993 que no seu artigo 3° diz que:
O exercício da profissão de Treinador Profissional de Futebol ficará assegurado preferencialmente:
I - aos portadores de diploma expedido por Escolas de Educação Física ou entidades análogas, reconhecidas na forma da lei;
II - aos profissionais que, até a data do início da vigência desta lei, hajam, comprovadamente, exercido cargos ou funções de treinador de futebol por prazo não inferior a seis meses, como empregado ou autônomo, em clubes ou associações filiadas às Ligas ou Federações, em todo o território nacional.
Para avaliarmos a realçao dos profissioanis que atuarm no campeonato brasileiro da serie A de 2009, definindo eles como formados em educação fisica registrados no Confef/Crefs, e ex-atletas sem formação especifíca na área e formado sem registro.













AMOSTRA
Foram avaliados 33 técnicos que aturam no campeonato brasileiro serie A 2009, avaliamos a quantidade de jogos que cada grupo determinado anteriormente atuou durante o torneio, definido os tecnicos que mais mudaram de cargo durante o camepoanto e aqueles que mais permaneceram no seu cargo. Sem esquecer-se do registro no Confef/Crefs.

























FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Através dos dados fornecidos pelo site confef/crefs, identificou-se a formação dos 33 treinadores, sendo eles dividos em dois grupos: GRUPO A: Formados em curso superior de educação física (Licenciado ou bacharelado) ou do esporte com registro no Confef/Crefs. GRUPO B: Sem formaçao específica, ou com formação, mas sem registro no confef/crefs.
























INDICATIVO DE RENDIMENTOS DOS GRUPOS
Computaram-se os jogos de todos os treinadores independentes de qual grupo inserido estava.
? Posteriormente somou-se o total de partidas de cada grupo verificando o total de jogos de cada grupo,
? O total de troca de tecnicos durtante o campeonato,
? Os tecnicos que participaram de mais jogos,
Disivao dos grupos A e B


























GRUPO A GRUPO B
MARCELO ROSPÍDE NELSINHO BAPTISTA
EMERSON LEÃO MARCIO BITENCOURT
GENINHO MURICY RAMALHO
WALDEMAR LEMOS RICARDO GOMES
VANDERLEI LUXEMBURGO CUCA
CARLOS A. PARREIRA ANDRADE
RENATO GAUCHO RENÊ SIMÕES
PERICLES CHAMUSCA NEY FRANCO
SERGIO GUEDES GOIANO
ALEXANDRE GALO TITE
ANTONIO LOPES MARIO SERGIO
PAULO. C CARPEGIANI ADILSON BATISTA
VAGNER MANCINI ESTEVAM SOARES
SERGIO SOARES
LEVI GOMES
PAULO AUTUORI
DIEGO CERRI
JORGINHO
MANO MENEZES
CELSO ROTH
TOTAL DE PARTIDAS: TOTAL DE PARTIDAS:
383 339
OBS: os nomes foram colocados como os tecnicos são conhecidos popularmente.
Tabela 1 Fonte: Site Confef/Crefs







TÉCNICOS QUE MAIS TROCARAM DE CLUBES GRUPO N° DE TROCAS
Cuca (Flamengo e Fluminense) B 2
Estevam Soares (Barueri e Botafogo) B 2
Geninho (Atlético-PR e Náutico) A 2
Muricy Ramalho (São Paulo e Palmeiras) B 2
Ney Franco (Botafogo e Coritiba) B 2
Vágner Mancini (Santos e Vitória) A 2
Vanderlei Luxemburgo (Palmeiras e Santos) A 2
Tabela 2
Aconteceram ao todo 21 trocas de tecnicos durante todo o campeonato brasileiro de 2009 da serie A.

Tecnicos que mais atuaram CLUBE GRUPO N°jogos
MANO MENEZES CORINTHIANS A 38
ADILSON BATISTA CRUZEIRO B 38
NEY FRANCO BOTAFOGO/CORITIBA B 38
ESTEVAM SOARES BARUERI/BOTAFOGO B 38
Tabela 3



DISCUSSÃO

O objetivo do presente trabalho era avaliar se os formados com registro tiveram maior espaço de atuaram no campeonato Brasileiro de 2009 da serie A.
Em numeros, dos 33 treinadores, que atuaram no campeonato brasileiro de 2009, 19 possuem registro no CONFEF/CREFS isto é 57.58% possuem formação profissional registrada em conselho e 42.42% não posuem.
Após dados coletados e avaliados verificou-se que o numero de partidas em que os membros do grupo A participaram eram no total de 383 sendo superior ao das partidas realizadas pelos membros do grupo B no total de 339, evidenciando assim maior participação dos registrados em numero de jogos no campeonato, Ficou evidente também dentro dos estudos o alto numero de trocas destes profissionais durante o campeonato avaliado, sendo por diversos motivos:
Marturelli e Oliveira (2005) questionaram sobre as principais dificuldades enfrentadas no trabalho dos treinadores de futebol e os autores verificaram os treinadores enfrentam diversos problemas como calendário, interferência da diretoria do clube, da imprensa e relacionamento com os jogadores. Mas a instabilidade profissional, com 42%, foi considerada como o principal problema da classe.




CONCLUSÃO
Após avaliarmos os dados percebemos a evolução das tecnologias que cercam o futebol brasileiro atualmente, os clubes brasileiros continuam contratando os ex-atletas sem formação específica em educação fisíca, visto que muitos deles mantem vinculos bem proximos e fortes com os clubes que atuaram enquanto jogadores profissionais, assim após a sua aposentadoria começam a atuar com coordenadores e técnicos das categorias de bases de muitos destes, onde desenvolvem o que vivenciaram como pratica transmitindo sem nenhum conhecimento teorico ou apoiado em equipes multidisciplinares onde ha profissionais com esse conhecimento teorico. Também apoiados na lei do tecnico de futebol, LEI Nº 8.650, DE 22 DE ABRIL DE 1993, que assegura o seu trabalho como tal no artigo 3 §II, dentro da mesma lei no artigo 3°no § I diz que preferencialmente esta função será dos formados em educação fisíca.
O futebol brasileiro ganha em qualidade e desenvolvimento com a entrada destes profissionais com atuação no alto rendimento profissional pode afirmar visto que dentro do nosso estudo ficou evidente esta diferença, sendo que o maior número de participação em partidas do campeonato foi do grupo A composto pelos formados e regidtrados no Confef/Crefs.
Fica evidente o ganho de espaço que um profissional devidamente formado e registrado em seu conselho tem. O esporte profissional está reconhecendo o valor da formação profissional e suas vantagens.



REFERÊNCIAS
? BRASIL. Lei nº 9.696, de 1 de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 02/09/1998.
? CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Profissionais. Disponível em: www.confef.org.br. Acesso em 11/11/10 as 18h05min.
? Cunha, Fabio Aires da Técnicos de Futebol - Ex-atletas ou professores de Educação Física?
? MARTURELLI, M. J; OLIVEIRA, A.L. Treinadores de futebol de alto nível: as evidentes dificuldades que cercam a produtividade destes profissionais. IX Simpósio Internacional Processo Civilizador: Tecnologia E Civilização, Ponta Grossa (2005). IN OLIVEIRA, Erick Miguel de, PAULO, ANDERSON CAETANO, (2008)
? PAPANIKOLAOU, Z.; PATSIAOURAS, A.; KERAMIDAS, P. Leadership behaviour of the coach in amateur soccer teams. In: REILLY, T.; CABRI, J.; ARAÚJO, D. (Eds.). Science and football V: the proceedings of the Fifth World Congress on Science and Football. London: Routledge, 2005. p.584-6.
? http://www.revistas.ufg.br/index.php/:fef/article/viewArticle/188/1465 acesado em 11/11/10 às 18h30min
? WWW.WINKIPEDIA.COM.BR acessado em 11/11/10 as 18h06min.