KARLA ROBERTA DE FREITAS SALVINO
Trabalho apresentado ao Curso Bacharel em Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Formação Social, Política e Econômica do Brasil.Orientador: Profª. Lúcia Glicério Mendonça. 

INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como finalidade observar as distorções socias interligadas com nosso passado colonial, não dando isso como desculpa para o caos atual, mas ressaltando que os conflitos causados pela escravidão e racismo na época do império nos deixou heranças nada positivas, observando assim que mesmo no século XX, as pessoas tem conceitos formados baseados pré-conceitos tão antigos e velhos como suas mentalidades.

Palavras-chave: Escravidão, Racismo, Herança, Sociedade.

DESENVOLVIMENTO

Para entendermos o porque de tanta discriminação social e racial, vamos fazer uma análise simplificada de nosso passado na época do Império. Vamos nos apegar à análise social desta época, para tentarmos entender os fracassos sociais que nos aflige hoje.

Se nósdissessemos que o Brasil da época do Império é o mesmo em questão social, estariamos sendo hipócritas, pois já conseguimos muitas mudanças no decorrer da nossa história, infelizmente muitas não são colocadas em prática, fazendo assim reflexos do passado interferir no nosso presente. Vamos relatar o nosso passado comparando com o presente, para tentarmos entender um pouco de tanto preconceito nos nossos dias atuais.

Com a chegada da corte Portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808, o Brasil passa de colônia a sede do Império. Ouve uma mudança social radical, introduziram usos e costumes muitas vezes de forma obrigatória e anti-social, mas também trouxe um certo tipo de desenvolvimento, como a abertura dos Portos ao comércio estrangeiro, Banco do Brasil, Jardim Botânico, entre outras coisas.

As mudanças estruturais ocorridas a parir da chegada da Família Real Portuguesa no Brasil até a total independência do Brasil de Portugal e seus desdobramentos nos remetem a idéia de cidadania.

Um marco que nos aflige até hoje foi à instituição da escravidão no Brasil durante a colônia e o império. Na sociedade escravista existia um corte separando pessoas de "não-pessoas", pois o escravo era considerado juridicamente como "coisa". Ao pensarmos nessa época começamos imaginar como pessoas podem tratar um semelhante dessa forma, como se cortasse uma pessoa negra, índia ou branca, sua carne não fosse vermelha e seu sangue não fosse o mesmo, como pode apenas uma película fina sobre uma carne mudar o pensamento de pessoas pré-conceituosas, a ponto de tratar um ser humano como coisa.

A escravidão hoje ainda existe, com a diferença que hoje não é aceito como constitucional, e os escravos não são só negros; são brancos, negros, crianças, mestiços e todo ser humano com classe social inferior. Em um jornal virtual "www.reporterbrasil.com.br", publicaram um atigo qua nos chama muito a atenção, pois relata a escravidão em nossos dias de forma muito clara.

"Nova escravidão é mais vantajosa para patrão que a da época colonial". Em tempos de desemprego recorde,"pessoas descartáveis" são numeroso contingente de reserva para a exploração ilegal da mão-de-obra. No Brasil-colonia, o negro era um investimento dispendioso, a que poucas pessoas tinham acesso. Hoje o custo de um trabalhador é quase zero, paga-se apenas o transporte e, no máximo, sua dívida em um hotel." ( Sacamoto, 2007)

Com certeza a escravidão é diferente da época Imperial, pois nessa época vender e usar gente era uma atividade legal, hoje é algo ilegal, mas é tão perverso quanto naquele tempo, pois é tirada a liberdade e dignidade do indivíduo. Na escravidão contemporânea, os escravos são miseráveis, sem distinção de cor e credo. Nas duas épocas, temos pessoas usando de terror psicológico, ameaças, punições e assassinatos.

Na época do Império, os escravos eram chicoteados se não fizessem tudo que lhes fossem ordenado, hoje pessoas têm suas dignidades agredidas, pois muitas vezes tem que aceitar imposições que não concorda por causa da ameaça de ser mandado embora, tendo que ouvir muitas vezes a frase "se não quer ter um monte na fila querendo", com o desemprego, profissionais capacitados tem que se submeter à sub-empregos.

Hoje temos setor de fiscalização, na época não existia isso, mas infelizmente com a corrupção, covardia, e muitas vezes falta de estrutura isso fica muito defasado. Nas ações de fiscalização tem sido encontrada ossada em propriedades, como por exemplo, à fazenda de Gilberto Andrade, família influente da região sul do Pará.

Não temos estatísticas exatas para o número de trabalhadores em situação de escravidão no Brasil. De acordo com a Comição Pastoral da Terra (CPT), estima-se que sejam entre 25 mil a 40 mil.

O trabalho escravo , onde o "poderoso" comandava toda a região e dominava seus agregados e familiares, também temos nos nossos dias, o Ministério Público do Pará (MPE) liberta 25 trabalhadores, que trabalhavam em condições à escravidão em duas fazendas em Itubiranga-PA onde havia retenção de documentos e irregularidades no pagamento, e o difícil acesso impedia os trabalhadores de ir embora. Isso são alguns exemplos de tantos outros que infelizmente temos por ai.

Os escravos eram visto como renda, os seus donos por comodismo e tendo uma visão que trabalho era vergonhoso, colocava os escravos para irem à rua ganhar o sustento de uma forma ou de outra, não tendo oficio, muitos começavam a pedir esmolas, outrossubmetiam-se a trabalhos pesados por pagamento irrisório, outros se prostituíam, e isso temos em nossos dias situações gritantes e idênticas.

Muitos pais com a frustração falta de estrutura emocional e social entram para o mundo dos vícios, quando se tornam dependentes, começam a fazer de tudo para manter o vício, até mesmo a colocar os filhos para mendigar, prostituir e ate mesmo a roubar, outra situação são os traficantes que sem a percepção dos pais aproximam de seus filhos e os vicia, começando ai novamente o círculo de prostituição, roubo e mendicância.

Temos movimentos sociais que nos ajuda a brigar pelos nossos direitos, um dos primeiros movimentos socias que ocorreu no Brasil, foi o movimento abolicionista, que ocorreu ao longo de todo segundo império, concentrando se porém nos anos finais do mesmo. Hoje temos movimentos sociais de todas as formas, mas que infelizmente não soluciona os nossos problemas, talvez sim, ameniza, como o tão falado fome zero, ticket gás e outros, mas não mata o mal pela raiz, apenas e um remédio que tira a dor causada pela doença, mas não cura a mesma.

Para podermos ter uma sociedade digna, os direitos constitucionais teriam que ser colocados em prática, pois fala que todo cidadão tem direito a um salário digno entre tantas outras coisas, mas sabemos que não é isso que acontece.

As pessoas relacionavam status sociais a cor, quanto mais clara a pele, demonstrava posição social elevada, as senhoras não tomavam sol de forma nenhuma para não escurecer a pele, infelizmente isso e mais uma herança que ganhamos, pois as pessoas negras ainda hoje, no século XX, sofrempreconceito por causa da sua cor.

RESUMO

Temos movimentos sociais que nos ajuda a brigar pelos nossos direitos, pois para podermos ter uma sociedade digna, os direitos constitucionais tem que ser colocados em prática.

Para pensarmos mais sobre isso, vamos deixar o pensamento de sacamoto como resumo:

"Nova escravidão é mais vantajosa para patrão que a da épocacolonial". Em tempos de desemprego recorde,"pessoas descartáveis" são numeroso contingente de reserva para a exploração ilegal da mão-de-obra. No Brasil-colonia, o negro era um investimento dispendioso, a que poucas pessoas tinham acesso. Hoje o custo de um trabalhador é quase zero, paga-se apenas o transporte e, no máximo, sua dívida em um hotel." ( Sacamoto, 2007)

REFERENCIAS

FRAGOSO, João Luiz. O Império Escravista e a República dos Plantadores, parte a, economia brasileira no século XIX, capítulo I.

ALENCASTRO, Luís Felipe. Vida Privada e ordem Privada no Império, história da vida privada no Brasil, capítulo V.

TEIXEIRA, Francisco M. P..Dos Barões aos Coronéis, a solidão do império, capítulo X.

SACAMOTO, Leonardo. Nova Escravidão é mais Vantajosa para Patrão que a da Época Colonial, www.reporterbrasil.com.br, 20007.

MENDONÇA, Lúcia Glicério. Formação Social, Política e Econômica do Brasil.