A COMPREENSÃO COMO FORMA DE ENFRAQUECER O PRECONCEITO
A função do ser humano, desde o seu nascimento, é de descobrir e experimentar, ainda que sobre o abrigo do instinto e da intuição, isto é - a verdade - sobre as coisas e as pessoas, a fim de poder compreender o mundo e a si mesma. Tal ação, infelizmente, é tolhida, muitas vezes, por influência da sociedade e por motivações ou imposições familiares, ainda que bem intencionadas. Essa situação é uma das vertentes para a falta de formação, de opinião própria das pessoas, a qual propicia a origem de preconceitos; bem como, do não desenvolvimento da reflexão, seja no âmbito da natureza humana, seja no âmbito espiritual.
Uma maior compreensão pessoal só se realiza, quando o indivíduo procura entendimento naquilo que não conhece, ou da qual, não tem convicção. Para isso, deve ser livre para procurar os instrumentos necessários para refletir sobre os assuntos, que cotidianamente, surgem no meio em que vive. Esses instrumentos passam desde o estudo em livros, como na conversa com profissionais especializados de diferentes áreas do conhecimento humano. No entanto, muitas vezes, tais iniciativas são imediatamente sufocadas, pelas concepções errôneas do meio social, através da ridicularização e humor sarcástico, principalmente, no que se refere à opção sexual ou no consumismo, como fator preponderante de felicidade. Pode-se, naturalmente, ampliar o rol de comportamentos pré-concebidos, também no ambiente familiar: seja na construção mental, pelos responsáveis, de carreiras profissionais para os filhos, seja na formação de um modelo de vida instituído ou consagrado como bom e indispensável.
O raciocínio com a observação das questões psicológicas e necessidades que envolvem a natureza humana devem ser objeto de reflexão, pois todos os indivíduos, em regra, procuram atender as mesmas áreas de crescimento, sejam elas: pessoal, social, profissional, afetiva, entre outras. Assim, chega o individuo à compreensão de que as pessoas são muito semelhantes, sendo que essa conclusão serve como resultado para restringir preconceitos. Além disso, a compreensão dos assuntos ligados a questões espirituais, do mesmo modo, caminha na direção de que os seres humanos são obra e imagem de um ser criador único; e diante de tal circunstancia, evitar-se-iam posicionamentos negativos contra o que é diferente, visto que tudo teria a mesma origem, e com isso, o preconceito, seja qual a origem ficaria escasso de argumentação, sendo que a agressão ao outro seria, em tese, uma violência, a si mesmo ou contra o seu semelhante criador.
Portanto, os preconceitos surgem ou são criados, já no transcorrer do desenvolvimento da pessoa, tanto na família, quanto na sociedade. A imposição familiar e a inexperiência natural da pessoa, também, estimulam o surgimento de questões pré-concebidas, que são nocivas para o crescimento individual. A falta de análise da própria natureza humana e da busca por concepções espirituais impedem uma melhor compreensão de si mesmo, o que favorece a ignorância. Desse modo, o ser humano só encontrará o entendimento benéfico se somar experiências e estudos que se encontram ao redor da própria pessoa, ou por acontecimentos não intencionais e involuntários que provoquem mudança no seu ponto de vista.