Introdução
O objetivo deste artigo tem a tarefa de mostrar como uma simples rotulação e estigmatizarão de determinadas classes sociais, gêneros e perfis podem causar efeitos e conseqüências extremamente graves e muitas vezes quase irreversíveis. Muitas rotulações não adequadas e não devidas ou até mal intencionadas não dão espaço para uma convivência respeitosa com o outro, tenha ele uma determinada orientação sexual, fisiológica ou ideológica divergente da grande maioria.

Texto
Com base nos textos de Adriana Nunan e Mariza Corrêa e também nos filmes "Madame Satã" e "XXY" podemos evidenciar algumas dificuldades de interação social de indivíduos e classes que muitas vezes são tachadas por algo que não são, assim dando possibilidades e propiciando o crescimento do preconceito e jogando fora e excluindo qualquer argumento em prol desta classe que é praticamente quase indefesa.
Muito do preconceito conforme apresenta Adriana Nunan, nasce de determinadas generalizações deformadas ou informações incorretas e incompletas, assim criando estereótipos e em alguns casos criando certa raiva ou uma não aceitação de determinadas pessoas ou até mesmo veículos de comunicação contra o grupo rotulado e estereotipado.
No filme "XXY", por exemplo, mostra como uma menina de quinze anos que é hermafrodita, ou seja, uma alteração cromossômica acompanhada desde seu crescimento pode mudar totalmente sua vida. Ela leva consigo essa diferença fisiológica em relação a outras meninas de sua idade, o que causa muitas vezes depressão e até mesmo uma alteração quase que total em sua rotina e de sua família. Tudo para aparentar ser uma garota normal (na concepção dos habitantes do vilarejo). Justamente neste caso é que é preciso uma atenção maior e um respeito mínimo. Pois uma garota hermafrodita não escolhe ser assim.
E se com pessoas com deficiências físicas e alterações no organismo já geram preconceitos e imagens distorcidas, imaginem então quando a pessoa diverge dos demais por opção e gosto próprio.
Com homossexuais também acontece problemas e barreiras parecidas que são extremamente difíceis de lidar. Infelizmente hoje é comum rotular indivíduos de grupos de minorias que divergem de gostos e preferências da maioria como algo negativo, no caso dos homossexuais chegam a gerar conflito até na própria família em grande porcentagem dos casos, e olha que teoricamente seria sua base e seu conforto para suportar a pressão imposta pela sociedade preconceituosa e estigmatizada.
No caso do filme "Madame Satã" que retrata a vida de um personagem famoso da primeira metade do século XX do Rio de Janeiro,este personagem é o João Francisco.
O personagem principal possui características (negro) e personalidade (que pode gerar extremo preconceito dos demais que não possuem estas qualidades.
O fato de ser negro e homossexual causou estragos na vida de João Francisco,é como se fosse um limite e que por mais que ele tente subir na vida social e profissional o preconceito existente bloqueia,gerando dúvidas e questões sobre suas condutas e atitudes. É como se simplesmente a opção sexual e o fator genético alterassem seu caráter e suas virtudes,tornando o individuo cada vez mais rotulado e estigmatizado como já foi dito anteriormente neste artigo.
Esse bloqueio faz alterações nas atitudes do individuo, fazendo com ele revide (muitas vezes até com crimes) determinadas provocações e insultos que muitas vezes o rodeiam por muito tempo, assim dando a possibilidade dos demais que não concordam com seu grupo ou perfil pensarem ou terem a concepção de que este determinado grupo ou minoria são de atitudes violentas e inadequadas para um convívio respeitoso com a grande maioria da sociedade ou os restantes.


Conclusão
O que muitas vezes a grande maioria (estigmatizador) não tem em mente ou finge não ter é que muitas condutas que eles atribuem a pequenos grupos socialmente rejeitados são causados por ações preconceituosas e discriminantes. Sendo assim, a única forma encontrada em momento de estresse ou raiva interna são ações de revide que muitas vezes podem gerar problemas ainda maiores.
Que o racismo e o preconceituoso são problemas e que aumentam cada vez mais, isto todos sabem, mas poucos sabem que podem ser resolvidos, mesmo não sendo de forma imediata e instantanea, pois estes problemas atingiram um patamar enorme e acompanharam, infelizmente, grande parte da História.
Se deficiências físicas, cor de pele, orientação sexual e ideológica realmente fossem problemas, não seria com preconceito ou discriminação que seria posto um fim nestes problemas,pelo contrario,é um erro pensar assim, pois todos devem ter seus direitos, não são suas características que demonstram sua índole e dignidade, exatamente como dizia Marthin Luther King (revolucionário anti-racismo da década de 1960) "Quero que meus filhos sejam julgados pelo caráter e não por sua cor de pele".