INTRODUÇÃO 

As conquistas de vantagens competitivas num mercado de rápidas e complexas transformações têm exigido das organizações uma reformulação nos seus sistemas de gestão. Desta forma é necessário criar consciência da importância das pessoas e da necessidade de gerenciar de maneira constante os processos de mudança através de um novo comportamento organizacional. De acordo com a Fae Business School,administrar uma empresa, atualmente, requer muito mais do que o exercício das funções básicas de gerência, como planejar, organizar, liderar e controlar. É necessário um conhecimento mais aprofundado sobre pessoas, grupos e estruturas. A compreensão do comportamento individual e dos grupos em situação de trabalho constitui o campo de estudo do Comportamento Organizacional.

Livro relacionado:

A revista Coleção Gestão Empresarial (2006, P.12),comenta a respeito da mudança que vem acontecendo nos últimos anos nas organizações. As organizações estão se tornando mais conscientes do papel das pessoas no desenvolvimento e sucesso de seu negócio:Desde os primórdios da empresa moderna – das linhas de montagem, da produção em massa, do surgimento das grandes corporações e suas estruturas hierarquizadas até os dias de hoje -, a maneira como o ser humano era visto e tratado no processo produtivo passou por uma grande transição. Foi uma transformação dos “Braços e Mãos” (Frase de/ou atribuída a Henry Ford - Coleção gestão empresarial ISTOÉ (2006, p.6)do tempo de Henry Ford nos trabalhadores do conhecimento, detentores do capital intelectual das empresas atuais. Por incrível que pareça , ao longo do último século, paulatinamente, o ser humano deixou de ser uma “coisa”, um “recurso produtivo” como outro qualquer, e passou a ser “gente”, apesar de ainda ser carinhosamente apelidado de “Recurso Humano”. 

Da mesma forma Moreira (2005, p.47), afirma que no estudo do comportamento organizacional o gestor pode encontrar ferramentas poderosas para um melhor desempenho e produtividade da organização:

Nos estudos proporcionados pelo Comportamento Organizacional, podem-se encontrar poderosas ferramentas em face da complexidade gerada pela diversidade, globalização, qualidade total e as contínuas mudanças ocasionadas pelas alterações rápidas em vários segmentos da sociedade.

As pessoas formam o diferencial por meio do qual uma empresa aprende, cresce e melhora continuamente, e, simultaneamente, reduzindo custos e proporcionando a satisfação dos proprietários e dos clientes.

Tendo em posse as informações supracitadas, é possível entender a dimensão da importância deste estudo para as organizações modernas. Existe a necessidade de que as diversas organizações revejam seus modelos de gestão, e, se necessário, considerem a idéia de implementá-los, lançando mão desta excelente ferramenta que é o estudo do comportamento organizacional.

O enfoque deste estudo será voltado para alguns elementos que cercam o comportamento organizacional. O objetivo será verificar como esta ferramenta se desdobra no ambiente das organizações. Em primeiro lugar procurar-se-á conceituar o comportamento organizacional. O segundo lugar ficará para o estudo dos elementos que compõe o comportamento organizacional. Os elementos tratados neste estudo que compõe o comportamento organizacional são: Necessidade e Motivação, Comunicação, Liderança, Cultura e Clima Organizacional.

É de comum acordo em toda a bibliografia pesquisada que os elementos supracitados são os mais importantes e relevantes neste assunto. Uma ou outra referência consultada pode citar outros elementos, porém foi conveniente, para este estudo, explorar apenas estes elementos que são comuns em toda referência consultada. 

CONCEITOS DE COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 

Dá-se o nome de organização ao conjunto de pessoas que trabalham juntas numa divisão de trabalho com um objetivo comum: contribuir com algo de valor para a sociedade.Segundo Moreira (2005, p.45), organizações são coletividades especializadas na produção de um determinado bem ou serviço e que combinam agentes sociais e recursos, formando unidades sociais portadoras de necessidades e interesses próprios.

Chiavenato (1999, p. 304), conceitua o Comportamento Organizacional como o estudo da dinâmica das Organizações e como os grupos e pessoas se comportam dentro delas. É uma ciência interdisciplinar. Como a organização é um sistema cooperativo racional, ela somente pode alcançar seus objetivos se as pessoas que a compõe coordenarem seus esforços a fim de alcançar algo que individualmente jamais conseguiriam.

Para Wagner III e Holleuberh (2003, p.6) Comportamento Organizacionalé um campo da pesquisa que ajuda a prever, explicar e possibilitar a compreensão de comportamentos nas Organizações. De acordo com Moreira (2005, p.45), comportamento organizacional é o estudo científico de indivíduos e grupos em organizações de qualquer tipo e suas implicações sobre o desempenho de estruturas, sistemas e processos. França (2010, p.3), conceitua o comportamento como "o estudo do conjunto de ações, atitudes e expectativas humanas dentro do ambiente”.

Partindo destes conceitos pode-se entender que a principal função do comportamento organizacional é investigar o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional. Ribeiro comenta:

 

De modo particular investiga as questões relacionadas com liderança e poder, estruturas e processos de grupo, aprendizagem, percepção, atitude, processos de mudanças, conflito e dimensionamento de trabalho, entre outros temas que afetam os indivíduos e as equipes nas organizações. 

Quanto à origem deste estudo Wagner III e Holleuberh (2003, p.7) explicam,que o estudo do Comportamento organizacional tem suas origens no final dos anos de 1940 quando os pesquisadores das áreas de psicologia, sociologia, ciência política, economia e de outras ciências sociais procuravam desenvolver uma estrutura unificada de pesquisas organizacionais. Apesar das intenções de seus fundadores, o campo do comportamento organizacional tem resistido à unificação. Atualmente encontra-se dividido em três áreas bem distintas sendo denominados de: comportamento micro-organizacional, meso-organizacional e macro-organizacional onde refletem diferenças entre as disciplinas das ciências sociais. O micro-organizacional ocupa-se principalmente do indivíduo, baseado na psicologia experimental, a psicologia clínica e a psicologia industrial; o meso-organizacional concentra-se principalmente na compreensão dos comportamentos das pessoas que trabalham em equipe e em grupos e o macro-organizacional diz respeito á compreensão dos comportamentos da organização inteira e tem sua origem situada em quatro disciplinas principais sendo: a sociologia com suas teorias sobre estrutura, status social e relações institucionais, a ciência política, com suas teorias sobre poder, conflito, negociação e controle, a antropologia com suas teorias sobre simbolismo, influencia cultural e análise comparativa; e a economia com suas teorias sobre competição e eficiência. 

Moreira (2005, p.46) explica que a importância do estudo do comportamento Organizacional está relacionada a cinco fatores determinantes. São eles:

1.    Preocupação com o serviço oferecido ao cliente e alto desempenho.

As empresas precisam encantar seus clientes e, para isso, é fundamental encontrar maneiras para que o desempenho dos seus funcionários seja altamente produtivo.

2.    Valorização da diversidade e respeito às diferenças.

Estamos vivendo um momento em que a diversidade não é mais vista como um problema, sim como um fator importante para o alcance dos resultados corporativos; entretanto, a maioria das organizações ainda não está preparada para atuar com essa nova realidade.

3.    Qualidade total: comprometimento, melhoria contínua, e foco no cliente.

O objetivo da excelência empresarial em todos os processos faz que as organizações tenham que encontrar novas formas de envolver seus colaboradores para ações de melhoria contínua e foco no cliente. 

4.    Modificação radical nos processos organizacionais.

A globalização e as inovações tecnológicas transformam os cenários de atuação da maioria das organizações, independente do segmento em que operam. Por conseguinte, um dos maiores desafios é a reinvenção dos seus processos organizacionais. 

5.    Mudança da função gerencial: apoiadores, treinadores, e facilitadores.

Os executivos têm um novo papel nas organizações bem diferentes daquele que chefes e patrões tinham no passado. São líderes que devem inspirar, apoiar, treinar e facilitar o desenvolvimento de seus liderados.

NECESSIDADES E MOTIVAÇÃO 

Para que se possa compreender melhor como se dá a dinâmica do comportamento dentro das organizações, é imprescindível o estudo dos fatores motivacionais, porque são eles que irão nortear as atitudes dos vários entes que compões sua estrutura.

As organizações são compostas de pessoas, que representam o coração da empresa, bombeando informações e ações para sua sobrevivência. As pessoas têm necessidades que, quando se manifestam, geram tensões que são direcionadas para um estímulo ou ação que atenda à necessidade latente. Essas necessidades são individuais e influenciadas pela cultura. As pessoas desenvolvem “forças motivacionais” como produto do ambiente cultural em que vivem.

As necessidades são processos pessoais e internos, muitas vezes subjetivos, que impulsionam o comportamento humano. Para França (2010, p.23) “elas surgem em uma situação específica e levam as pessoas a ações direcionadas à satisfação dessas necessidades, no ambiente externo, formando, assim, o Ciclo da Motivação”.De acordo com Moreira (2005, p.51),

os termos motivação e emoção vêm do latim movere, que quer dizer motor. É fácil entender o porquê dessa “coincidência”. São as emoções que impulsionam as pessoas em direção as suas metas e que também influenciam a sua maneira de perceber os fatos – em outras palavras, motivação. 

O Novo Dicionário Didático Brasileiro (p.403) conceitua a palavra Motivação como: “Ato de Motivar, Explosão de motivos”. Ao fazer um exame mais cuidadoso pode-se verificar que o mesmo dicionário traz o seguinte verbete a palavra Motivo: “Que pode fazer mover; motor que causa ou determina alguma coisa”.

A Enciclopédia e Dicionário Koogan/Houaiss (1995, p.572) define motivação como um ”interesse espontâneo por um assunto particular; Estímulo; Interesse”.

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