Quando estava na faculdade, os professores frisavam a necessidade do Administrador ter uma visão generalista da empresa e de suas atividades.

Infelizmente no currículo acadêmico, a transdisciplinaridade é praticamente inexistente, o que impede em grande parte ao aluno entender as inter-relações entre os assuntos abordados por diferentes matérias.

Contudo, na vida profissional, estas inter-relações são a chave para compreender e atuar rapidamente sobre as mudanças que ocorrem no cotidiano empresarial.

A atividade de gestão exige do Administrador o exercício da visão do conjunto, ou seja, sistêmica.

Para isso, ele necessita de uma bagagem técnica ampla e um interesse total na aprendizagem contínua. Só assim pode se considerar um profissional como sendo um verdadeiro gestor.

A visão sistêmica só é possível a partir do conhecimento das características e conceito dos sistemas.

Um sistema nada mais é que um conjunto de elementos interconectados, que formam uma unidade organizada.
 
Essa unidade, para funcionar adequadamente, precisa ter seus elementos trabalhando em harmonia, para poder atingir determinada finalidade.

Um corpo humano é um sistema: sua finalidade básica é permanecer vivo da melhor maneira possível.
Um programa de computador é um sistema: um programa de controle de estoque tem por finalidade o controle adequado das movimentações e custeio dos materiais.
Uma empresa também o é: prosperar e ter lucro é sua finalidade principal.

As funções de um gestor passam pelas seguintes etapas:
- Planejar;
- Analisar;
- Solucionar problemas;
- Organizar e direcionar recursos;
- Liderar os colaboradores;
- Negociar;
- Tomar rápidas e acertadas decisões;
- Controlar todo o processo, para que nenhuma das etapas anteriores fique vulnerável.

Diante desse rol de atividades críticas, notamos que gestão não é para qualquer um.

Para atendê-las adequadamente, faz-se necessário o uso da visão sistêmica, exigindo do gestor conhecimentos bem mais amplos sobre as atividades da organização e de todos os departamentos existentes. Isso o obrigará a fazer muita “lição de casa” a fim de se preparar adequadamente.

Não são raros os casos de negócios que malogram devido à falta de conhecimento dos profissionais que estão na posição de gestores, mas que infelizmente, não o são realmente.

Especialistas não são as pessoas mais indicadas para os postos de gestão. Isso não quer dizer, que não possam se tornar bons gestores, através do estudo e do tempo.

Tomemos por exemplo os médicos especializados. Uma das maiores queixas da população é que não enxergam os sintomas do indivíduo como um todo, o que faz com que tratamentos incorretos sejam ministrados. Por isso a necessidade de haver bons clínicos gerais. Eles é que deveriam encaminhar um paciente ao especialista correto, após um diagnóstico adequado de seus sintomas.

A mesma coisa acontece com uma empresa. Quando se é um especialista, a análise pode ser bloqueada por pressupostos errados, decorrentes dos vícios da especialização.

Para que uma empresa atinja sua finalidade de existência, o gestor precisa estar muito bem preparado. Ele deve ter interesse em todos os aspectos organizacionais, mesmo que o assunto seja “chato” e não o interesse muito à primeira vista. Só assim ele saberá que o que está ocorrendo em determinado departamento poderá afetar a organização inteira ou, que a mudança “x” da legislação alterará o mercado em que atua a empresa de certa maneira.

Informar-se sempre sobre uma vasta gama de assuntos e suas inter-relações, é a obrigação de qualquer um que deseja ser um verdadeiro gestor.