AS CAUSAS E EFEITOS DA INFLAÇÃO E SUA SIGNIFICÂNCIA NO CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1964 AOS DIAS ATUAIS


FERREIRA, Davi Cunha 1
SILVA, Elis Regina Lira 2
FERREIRA, João Paulo Rufino 3
ALMEIDA, Mabel Soares 4
FERREIRA, Eunice 5

Resumo
O presente trabalho é constituído dos principais tipos de inflação de uma economia de mercado. O mesmo abrange o modo como essa economia se desenvolve, quais os elementos que contribuem para o seu surgimento e/ou crescimento na visão dos clássicos e de Keynes (1985) e as principais políticas para controlá-la. Aborda também uma sintética análise deste fenômeno desde a ditadura até os dias atuais, enfatizando as principais medidas tomadas pelos governos que contribuíram para seu crescimento e/ou controle. Com esta revisão literária foi possível perceber que a onda inflacionária na economia brasileira esteve presente em todo o período ditatorial e que, mesmo pós ditadura essa problemática não se conteve.

Palavras-Chave: Inflação, renda, consumo, investimento e câmbio.

1 Introdução

A questão inflacionária, de forma geral, é um assunto que interessa a todos os indivíduos. Dessa forma, estudá-lo ou entendê-lo consiste numa melhor definição e/ou aplicação desta no cotidiano individual e coletivo. A inflação, em seu sentido político, social e econômico, consiste em um processo de difícil compreensão até mesmo entre os mais gabaritados estudiosos. A inflação, como termo universal onde cada ser define e defende seu ponto de vista, se sujeita a observações, as quais dizem respeito a fatores que se relacionam diretamente com a: natureza do fenômeno, à magnitude da taxa de elevação dos preços, à dimensão do fator tempo, ao caráter dinâmico do processo, a abrangência do fenômeno, aos fatores exógenos e os mecanismos repressores.
Além disso, essa se fragmenta e se compõe em vários tipos como: inflação de demanda, quando existe um excesso de moeda em relação aos bens e serviços disponíveis; de custos, quando ocorre por uma elevação salarial, expansão dos custos de matéria prima e pela elevação dos lucros; estruturalista, quando ocorre a inflação que se apóia em fatores estruturais básicos, de raízes mais profundas que as de fatores meramente circunstanciais ou causais; inercial, que ocorre devido ao efeito das expectativas inflacionárias que podem ser do tipo adaptativa ou racional.
Em meio a tantos tipos de inflação também se geram formas de contê-las. No Brasil, por exemplo, desde o presidencialismo são tomadas algumas atitudes e lançados planos econômicos no intuito de reduzir e conter a inflação, porém nem todos, ou melhor, quase nenhum plano obteve o sucesso necessário para o país sair da crise que se encontra a muitas décadas.
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1 Davi Cunha Ferreira1 Acadêmico de Administração/UEPB
2 Elis Regina Lira Silva2 Acadêmica de Administração/UEPB
3 João Paulo Rufino Ferreira3 Acadêmico de Administração/UEPB
4 Mabel Soares de Almeida 4 Acadêmica de Administração/UEPB
5 Eunice Ferreira5 Orientadora, Mestre e Docente da Universidade Estadual da Paraíba/UEPB

2 Problemática

Diante de uma situação inflacionária tão perdurada se tornou necessário saber os motivos pelos quais o País passa por essa situação desequilibrada há tanto tempo. Assim sendo, descobrir quais são as causas desse descontrole e que dimensões isso toma em uma economia constituiu o maior desafio.

3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral

Identificar quais são as causas e os efeitos da Inflação na economia brasileira especificamente no período de 1964, quando iniciou o Regime Militar, até os dias que se seguem.

3.2 Objetivos Específicos

Esclarecer o que, na realidade, é Inflação; Mostrar quais são os tipos de inflação em uma economia; Apontar quais planos foram adotados por cada governo em seu período governista e se essas medidas foram eficientes para a economia se tornar equilibrada.

4 Definindo Inflação

Segundo Thompson (2005) inflação é um processo pelo qual ocorre um aumento dos preços de bens e serviços, gerando desta maneira, a desvalorização da moeda, ou seja, à medida que inflação aumenta, diminui o valor da moeda e com isso subtrai-se também a condição de consumo dos dependentes de valores fixos. Ela tem sua origem na economia de mercado e é estimulada muitas vezes pela oferta e a procura. No campo internacional, inflação pode ser entendida como uma desvalorização da moeda local frente às outras, principalmente em relação ao dólar e o euro.
Ao termo inflação estão relacionadas à desinflação que em tese é o contrário de inflação. Ou seja, é uma baixa relativamente prolongada no nível geral de preços. Partido desse conceito pode-se dizer que ela é caracterizada por um aumento da oferta e diminuição da demanda, ou seja, aumento da oferta e diminuição da procura; e deflação, que apesar dos pré-fixos indicarem queda, elas tem significados diferentes (MORAN, 2003).
Analisando estes dois temas percebe-se que a inflação não é um fenômeno monetário, ela tem relação com a distribuição de renda. Sabe-se que os salários são inflexíveis para baixo. E se esses salários aumentam haverá mais renda e conseqüentemente mais consumo. Com isso pode-se dizer que inflação é causada pelos grupos sociais que dispondo de renda excedente tende a elevar seu consumo gerando uma inflação de demanda (TROSTER, 2002).
Segundo Viceconti (2007) o meio utilizado para medir o ritmo da inflação num período chama-se taxa de inflação, esse que é calculado mês a mês, e dependendo do grau de variação que for encontrado torna possível identificar se a economia é inflacionária ou não. Hoje as principais metas dos governos é controlar e reduzir a inflação. Pois os maiores problemas duma economia são provocados por ela.

5 Tipos de inflação

5.1 Inflação de demanda

Para Thompson (2005) inflação de demanda é dinheiro demais à procura de poucos bens ou serviços, ou ainda, surge do desequilíbrio entre a oferta e procura, ou seja, quando a procura for maior do que a oferta a tendência é a elevação dos preços. A inflação de demanda começa exatamente no momento em que todos os fatores de produção são empregados. Neste instante, (SILVA, 2001) não tem mais como aumentar o nível de produção, portanto qualquer aumento na procura por bens e serviços, ou incentivos por parte do governo, apenas elevará os preços dos bens e serviços produzidos desencadeando uma inflação de demanda

5.2 Inflação de custos

Para Viceconti (2007) a inflação de custos é provocada pela diminuição da oferta agregada permanecendo constante ou crescente a demanda agregada. A inflação de custos é gerada basicamente por quedas na produção, aumento nos preços de produtos importados, aumento excessivo de salários e a atuação dos monopólios e oligopólios.

5.3 Inflação inercial

Esse tipo é o que se baseia na inflação decorrida, ou ainda, é a medida mais precisa de longa memória. Deve-se à inércia inflacionária, que é a resistência que os preços de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causa primárias da inflação. Seu grande vilão é a "indexação", que é o reajuste do valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado (FIGUEIREDO & MARQUES, 2009).

6 Causas da Inflação

De forma geral, a inflação é causada pelo aumento de um único item básico de consumo que acarreta um aumento generalizado no preço dos produtos, exemplo normalmente aplicado aos combustíveis, o consumo excessivo de um produto também gera inflação, pois ele fica escasso no mercado e o restante fica mais caro. Também pode ocorrer quando o Governo Federal não possuir reserva monetária para pagar alguma dívida, ou algo parecido, e precisa emitir papel-moeda. Acontece porque a moeda foi desvalorizada, já que foi criado dinheiro novo sem uma riqueza de produção (AUGUSTO, 2010).

7 Efeitos da Inflação

As distorções provocadas pela inflação em economias mais fracas geram uma série de efeitos como: Efeito sobre a distribuição de renda, sobre o balanço de pagamentos, o mercado de capitais, a alocação de recursos, entre outros.

7.1 Efeitos sobre a distribuição de renda

Como já foi definida, a inflação é uma alta generalizada dos preços dos produtos da economia. Com isso os agentes econômicos que dependem de salários fixos, perdem o seu poder aquisitivo. Pois, a moeda encontra-se desvalorizada. Analogamente quem mais sente os efeitos da inflação é o trabalhador de baixa renda.
Para Thompson (2005), a inflação provoca redução do poder de consumo dos seguimentos da população que dependem de rendimentos fixos com prazo legal de reajustes. Os proprietários de imóveis alugados também são vítimas da inflação, pois os aluguéis geralmente são contratados por um determinado período de tempo. Por outro lado, numa economia inflacionária os imóveis tendem a valorizar e se tornam uma interessante forma de investimento.

7.2 Efeitos sobre o balanço de pagamentos

A inflação em índices muito altos torna o produto nacional mais caro do que o internacional, isso estimula as importações e desestimula as exportações. Numa economia na qual as importações são maiores que as exportações a demanda agregada diminui e conseqüentemente todos os seus fatores sejam eles investimentos, gastos do governo, consumo e exportação menos importação ? balança comercial (SOBREIRA, 2010).

7.3 Efeitos sobre o mercado de capitais

Durante um período inflacionário a moeda tende a desvalorizar muito rápido, com isso a aplicação em poupança, títulos e outros investimentos financeiros se torna pouco atraente, apesar de existir pessoas que, a curto prazo, ganham dinheiro com inflação, porém, a longo prazo todos perdem.
Os indivíduos que dependem de salários fixos perdem parte do seu poder de compra e que neste se encontra também os que recebem aluguéis contratados para um determinado período, porém apesar de o valor real dos aluguéis reduzirem-se o imóvel tende a valorizar. Com isso investir em bens de raiz é uma boa opção de investimento durante crises inflacionárias (ASSAF NETO, 2000).

7.4 Efeitos sobre alocação de recursos

Para Thompson (2005) durante um processo inflacionário o perfil de investimentos dos agentes econômicos costuma ser modificado podendo acarretar algumas implicações no meio social. Em um período inflacionário é possível ganhar dinheiro em investimentos a curto prazo, portanto os agente econômicos temerosos com o futuro tentam agir da melhor forma. A lógica é a seguinte: Como a inflação causa sérios impactos na economia, chegando ao ponto de não se saber o que pode acontecer dum dia para outro, fazer um investimento que dará retorno a curto tempo se torna menos perigoso.

8 Inflação no período Militar

O período em que o Brasil foi governado pelos militares foi de intensa instabilidade inflacionaria, o mesmo passou por diversos governos ineficazes no que diz respeito ao combate a inflação. Já nos primeiros anos da ditadura militar a política econômica se mostrava voltada a implantação de um amplo programa de investimentos do Estado, sempre financiados através de fundos obtidos junto às instituições internacionais de crédito.

8.1 Inflação no governo de Humberto de Alencar Castelo Branco

O presidente Castelo Branco entrou no governo com uma proposta de duelo contra a inflação para que a mesma caísse cerca de 90% ao ano. Na tentativa de recuperar a credibilidade junto ao capital internacional ele tomou diversas medidas, entre elas estava à contenção de salários e de direitos trabalhistas. Mas, sabe-se que em uma economia é necessário ter bons salários para a população ter um poder de compra pelo menos nivelado aos preços dos produtos para suprir suas necessidades (ARRUDA & PILETTI, 2002).
Outra tentativa falha desse governo foi o aumento das tarifas de serviços públicos e cortes de despesas. Ainda nesse sentido, o governo facilitou a entrada de diversas multinacionais no país causando a falência de várias empresas nacionais. Essa decisão não afetou somente as classes menos favorecidas, mas também indignaram empresários e fazendeiros (COSTA, 2010).

8.2 Inflação no governo de Artur da Costa e Silva

O governo de Costa e Silva iniciou com a tentativa de fazer uma aliança com o capital internacional para que pudesse incentivar as exportações. Mas, como o Brasil passava por diversas dificuldades financeiras essa foi outra decisão que não ajudava a economia do país, pois com o aumento das exportações os produtos ficavam escassos e, conseqüentemente inflacionavam seus preços, principalmente produtos essenciais. Além disso, o governo passou a arcar com diversas construções de hidroelétricas, portos e rodovias e também com construções desnecessárias (ARRUDA & PILETTI, 2002).
Para que tudo isso pudesse ser realizado o Brasil teve que fazer exorbitantes empréstimos no exterior aumentando a dívida externa. Como a economia já se encontrava cambaleada essa atitude só veio injuriar ainda mais a situação. Com esse endividamento o Brasil teve que recorrer ao FMI, outra decisão inútil, pois o país estava tomando dinheiro emprestado para cobrir outro empréstimo, agravando a condição do país cada vez mais. (MACARINI, 2006).

8.3 Inflação no governo de Emilio Garrastazu Médici

As propostas do governo Médici foram totalmente diferentes das dos demais governos que o antecederam. Porém, já tinha vestígio de fracasso, pois, ele incentivou o crescimento das importações e começou a dar incentivos fiscais, sabendo que essas decisões seriam venenosas para uma economia inflacionada como a do país. Com isso, a venda de produtos nacionais teve uma baixa significante. O governo aumentou as exportações de produtos como soja, frutas e minérios encarecendo cada vez mais esses produtos dentro do Brasil, já que esse aumento das exportações diminuía a oferta dos mesmos. Apesar de tudo, o Brasil teve um rápido crescimento econômico passando seu PIB do 50º lugar para o 10º do mundo caracterizando o chamado "Milagre Econômico" com um crescimento de 11% a.a (ARRUDA & PILETTI, 2002).

8.4 Inflação no governo de Ernesto Giesel

O governo Geisel chegou ao poder e encontrou uma economia ziguezagueada. Para alimentar o crescimento, ele fez empréstimos aos banqueiros estrangeiros e tratou de emitir papel-moeda. A inflação começou a aumentar e a engolir salários. Era o fim do "milagre econômico". Agora, a insatisfação crescia (SCHMIDT, 2010). O aumento vertiginoso dos preços do petróleo, principal fonte energética do país, a recessão da economia mundial e escassez de investimentos estrangeiros interferiram negativamente na economia interna.
Segundo Koshiba (2010) a crise, porém, não foi apenas por causa do aumento do petróleo, uma vez que, países que exportavam petróleo também entraram em crise.

O que aconteceu foi uma crise clássica de superprodução de mercadorias, tal como ocorrera em 1929. Depois da Segunda Guerra, os EUA representavam metade da produção econômica mundial. Mas nos anos seguintes a Europa Ocidental recuperou plenamente sua economia. Surgiu também um grande competidor, o Japão. De repente, o mercado mundial ficou apertado, não havia como continuar investindo capital nos mesmos ritmos. As mercadorias começaram a ficar encalhadas e logo vieram às falências, a inflação, a recessão (SCHMIDT, 2010).

A crise do petróleo e a recessão mundial interferiram diretamente na economia brasileira, uma vez que, os créditos e empréstimos internacionais diminuíram. Com isso o governo da época anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil (FAUSTO, 2010).

8.5 Inflação no governo de João Baptista de Oliveira Figueiredo

Assim como muitos o presidente Figueiredo teve uma atuação na economia que muito deixou a desejar. Os índices de inflação e a recessão aumentaram drasticamente. Figueiredo acelerou o processo de liberalização política e o grande marco foi à aprovação da Lei de Anistia, restabelecendo o pluripartidarismo. O governo também enfrentou a resistência de militares radicais, que não aceitavam o fim da ditadura. Essa resistência tomou a forma de atos terroristas (CANCIAN, 2010).
Na área econômica, a atuação do governo foi medíocre, os índices de inflação e a recessão aumentaram drasticamente. Aumentaram índices de desemprego, miséria, pobreza, e os preços cresceram exorbitantemente causando mais prejuízos para a população e para o país no geral. De uma forma geral, este governo foi o mais desacertado dos militares e rendeu boas dívidas para o Brasil (ARAÚJO, 2010).

9 Inflação pós-ditadura e dias atuais

Após um período de muitas turbulências, o Brasil chega à outra fase de sua história, à volta a democracia que por muitos era a garantia para um país melhor e mais equilibrado. Essa nova etapa se iniciou com um suposto novo modelo de voto que seria eleições diretas, o que na realidade não ocorreu, pois foi eleito Tancredo Neves pelo colégio eleitoral de forma indireta. Não obstante, o mesmo não assumiu, pois, veio a falecer sendo seu sucessor José Sarney que ao assumir encarou uma economia desestabilizada, mais especificamente com uma inflação exorbitante.

9.1 Inflação no governo de José Sarney de Araújo Costa

No primeiro ano do governo de Sarney a inflação alcançou aproximadamente 225% ao ano. Isso ocorreu devido às políticas econômicas adotadas nos governos anteriores, com descontrole econômico, inflação fora de domínio e um grande déficit público. Assim, visando controlar essa acelerada e crescente inflação, foram adotados vários planos econômicos tais como: Plano Cruzado I que objetivava principalmente o congelamento de preços e salários; Plano Cruzado II que liberava os preços dos produtos e serviços e permitia uma melhor negociação de aluguéis entre inquilinos e proprietários; Plano Bresser que decretava, mais uma vez, a cristalização de preços, aluguéis e salários e, Plano Verão que reafirmava a solidificação dos preços. Essa reforma monetária tinha como finalidade reequilibrar a economia (RUIZ, 2003).

9.2 Inflação no governo de Fernando Collor de Melo

As propostas desse novo governo estavam baseadas no controle da inflação através de uma gestão voltada para a melhoria da população menos abastada. Uma das medidas adotadas foi à criação do plano Collor que pretendia acabar de uma vez por todas com a inflação. Essa pretensão se mostrava por meio de reformas monetárias, com a substituição do cruzado novo pelo cruzeiro, sem corte de zeros, confisco da poupança e congelamento das contas bancárias acima de determinado valor, congelamento de preços e salários, com reajustes pré- fixados mensalmente (FIGUEIREDO, 2007).

9.3 Inflação no governo de Itamar Augusto Cautiero Franco

Quando tomou posse, o presidente Itamar Franco buscou acalmar a opinião pública e os setores da economia, assegurando que seu governo não tomaria decisões que abancassem de surpresa à população brasileira. A chamada do senador Fernando Henrique Cardoso para assumir o Ministério da Fazenda brotou na elaboração de um novo plano econômico. O Plano FHC, rebatizado posteriormente como Plano Real, criou o URV (Unidade Real de Valor), um indexador temporário da economia. O real nutriria semelhança com o dólar e suprimiria a espiral inflacionária. (SOUZA & CAMPOS, 2004).

9.4 Inflação no governo de Fernando Henrique Cardoso

O primeiro período de FHC foi marcado pela conquista da estabilidade de preços e a promoção de um novo marco regulatório nos segmentos de infra-estrutura, ainda com elevados custos do ponto de vista do equilíbrio do balanço de pagamentos. O período do segundo mandato apontou o restabelecimento de políticas monetária e cambiais mais equilibradas, que indicavam as condições de solvência tanto do setor público como do setor externo. No entanto, a sucessão de choques externos desfavoráveis, terminou por comprometer o crescimento e robusteceram o processo de cansaço das reformas estruturais, especialmente a reforma tributária e o aperfeiçoamento do marco regulatório (OLIVEIRA & TUROLLA, 2003).

9.5 Inflação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva

Assim como em alguns governos anteriores, Lula tenta lançar meios de ultrapassar a crise inflacionária do país. Para diversos economistas a inflação brasileira vem do câmbio e não dos preços da chamada economia concorrencial, onde o mercado está monótono e as pessoas temem em comprar. É certo que a atual disparada da inflação tem a sua origem na desvalorização cambial e no excesso praticado pelas empresas monopolistas. Para que não padeça dessa fragilidade, a economia brasileira teria que gerar megasuperávits na balança comercial, a fim de paralisar os acomodados abalos especulativos contra a sua moeda. Apesar de tudo isso, o governo optou pelo caminho mais difícil o de captar mais recursos, deixando o sistema econômico brasileiro absolutamente subordinado à ambição e aos preconceitos dos investidores internacionais (CORDEIRO, 2010).

10 Metodologia

Os dados desse estudo foram obtidos a partir de buscas on-line, livros e revistas. Foram utilizados artigos científicos, matérias de revistas e alguns endereços virtuais que continham informações sobre o assunto abordado, assim como realizado algumas pesquisas a bancos de dados como Scielo, Google e Bibliotecas eletrônicas no intuito de aprofundar e melhor embasar o desenvolvimento científico.


11 Conclusão

Diante das definições apresentadas pode-se dizer que inflação é o incremento sustenido de preços independentemente de sua origem, isto é, para que exista inflação deverá existir esta pré-condição, necessariamente. Assim sendo, acredita-se que a origem da inflação se deve a um conjunto de fatores. Percebe-se também que há vários tipos de inflação, onde as quais se diferem em conceitos, porém, todas se enquadram em uma economia. Das mais relevantes tem-se: Inflação de demanda, Inflação de custos e Inflação inercial.
O período ditatorial do Brasil foi um dos mais conturbados, caminhava de paralelo com a intensa instabilidade inflacionária. No início a política econômica se voltava para a um plano de investimentos financiados pelas multinacionais, estas que exportavam os lucros para seus respectivos países fazendo com que a economia brasileira se estagnasse. Com o tempo, os governantes perceberam que essa estratégica econômica não estava dando tão certo, pois, a cada dia a inflação aumentava refletindo assim uma hiperinflação até mesmo após a ditadura. José Sarney assumiu um país economicamente deflagrado pelos altos custos.
Em meio a tudo, os governantes brasileiros, pós-ditadura, adotaram planos tentando conter essa onda inflacionária, porém os objetivos que os planos propunham não obtiveram o êxito esperado nem tampouco as metas mais simplistas. Dentre os planos adotados que mais se destacaram, embora negativamente, estão: Plano Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor I e II e o Plano Real. Essas medidas não foram suficientes para sanar as dívidas e descontroles no Brasil.

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