TECNOLOGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE MUDANÇAS ESPACIAIS

 

 

2 INTRODUÇÃO

 

O presente projeto tem como tema “Tecnologias para Identificação de Mudanças Espaciais”, o qual será aplicado em aula didática no Município de Fazenda Rio Grande no Estado do Paraná, sendo utilizadas fotografias aéreas e imagem de satélite que possibilitam o confronto da urbanização em 2007 com sua espacialização em1997.

O Município de Fazenda Rio Grande situado no Estado do Paraná apresenta-se como um espaço urbano relativamente novo na sua existência e por isso pouco estudado em relação aos seus aspectos fisiográficos e ambientais.

Fazenda Rio Grande hoje apresenta um crescimento populacional em alta, porém pouco ordenado. Essa desordenação surge como principal efeito da especulação imobiliária que oferecem imóveis a baixo custo, recebendo muitos compradores, onde, na maioria das vezes as áreas compradas apresentam infra-estrutura inadequada para receber a demanda populacional.

Com dados estatísticos será possível fazer um comparativo com o crescimento urbano identificado nas fotografias aéreas e na imagem de satélite no período de 1997 e 2007, como por exemplo, o aumento populacional bastante significativo entre este período, verificar se a instalação de saneamento básico (água potável e coleta de esgoto) corresponde à demanda, e identificar se ocorreu de forma significativa o desmatamento de áreas verdes para aumento da área urbana e/ou área industrial e o que isso reflete em questões ambientais.

Atualmente se faz necessário que os alunos tanto de instituições públicas como privadas tenham conhecimento do espaço geográfico e tudo o que nele está inserido e para tanto esta espacialização pode ser melhor identificada e representada através das novas tecnologias, como por exemplo o Sensoriamento Remoto com o uso de fotografias aéreas e imagens de satélite.

3 OBJETIVOS

 

3.1  GERAL

Apresentar aos alunos as mudanças espaciais ocorridas no Município de Fazenda Rio Grande no período de 1997 e 2007 através de recursos tecnológicos, e desenvolver a capacidade de compreensão do espaço geográfico, para que a partir dela, o aluno seja capaz de extrair dados relevantes daquilo que procura e formular hipóteses reais com as informações de que dispõem em fotografias aéreas e imagens de satélite. E, além de tudo, colocar a disposição dos alunos o conhecimento dessas tecnologias para que possa contribuir para o desenvolvimento da ciência, procura-se despertar o interesse prático dos alunos diante dos temas e assunto estudados em sala de aula.

3.2 ESPECÍFICOS

  • Utilizar fotografias aéreas de 1997 e imagens de satélite de 2007 para identificar as mudanças espaciais ocorridas no município;
  • Permitir que os alunos obtenham contato com a tecnologia do sensoriamento remoto;
  • Possibilitar que os alunos aprendam a trabalhar a espacialização do município onde moram;
  • Comparar dados estatísticos de população e saneamento básico com o crescimento urbano identificado no período de 1997 e 2007;
  • Desenvolver o censo crítico do aluno em relação ao desenvolvimento da cidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4 JUSTIFICATIVA

A realização de projetos como este se faz necessário, uma vez, que os alunos necessitam aprender o que é espaço geográfico e o que nele está inserido, ou seja, é importante que ele saiba o que são elementos formados pela natureza e os que são formados pela sociedade humana, além, de descobrir que estes elementos são dinâmicos, que estão em constantes transformações e adaptações devido as necessidades. E ao saber desta dinâmica descobrir se as mudanças espaciais ocorridas são positivas ou negativas para o local em que ocorreram.

            Reconhecer conceito e categorias, tais como espaço geográfico, território, paisagem, lugar, conhecer a importância dos mapas como leitura de paisagens e suas várias escalas, saber diferenciar seu lugar dos diversos locais que constituem o mundo, perceber como a comunidade se identifica com os lugares e deles se apropria, desenvolver postura crítica em relação ao comportamento da sociedade, etc., (PCN’s, 1998). Para tanto, a paisagem local e o espaço vivido são as referências para o professor organizar seu trabalho e a partir daí, introduzir os alunos nos espaços mundializados (PCN’s, 1997).

De acordo com PCN´s (1998), “o estudo da Geografia poderá recuperar questões relatada à presença e ao papel da natureza e sua relação com a ação dos indivíduos, dos grupos sociais e da sociedade na construção do espaço”.

Justifica-se a utilização de recursos tecnológicos para a identificação de mudanças ocorridas num dado espaço, já que estas técnicas se tornam eficazes e rápidas nestas identificações. Além, do fato de estar propiciando ao aluno realizar a leitura de uma fotografia aérea e de imagem de satélite, e também estar inserindo ele no mundo da informação.

O professor de Geografia pode utilizar dados de Sensoriamento Remoto, tais como fotografias aéreas, imagens orbitais, como mais uma fonte de dados para a análise de mudanças no relevo, na hidrografia, na vegetação e, ainda, no processo de urbanização do território, comparando mapas antigos com imagens atuais. Conforme Paiva, Di Maio e Costa (2004), “isto favorece a compreensão, por parte dos alunos, dos processos e das relações da natureza com a vida dos homens em sociedade”.

Para os autores acima citados “conta-se, portanto, com o SR como um recurso didático de grande potencial para as aulas de Geografia, como um poderoso instrumento de ensino e aprendizagem”. Tápia (2003, p.117) já escreveu:

Para que os alunos possam aprender, a primeira coisa a conseguir que queiram aprender, que tenham a intenção de aprender, que persigam esta meta. Para isso, aquilo que aprendem deve atrair sua curiosidade, isto é, deve chamar sua atenção, deve movê-los a explorar seu entorno, escutando ou indagando ativamente. E o que chama a atenção das pessoas? É a novidade, o complexo, o inesperado[...].

A utilização da tecnologia do Sensoriamento Remoto contribui com o processo democrático de inclusão e inserção do cidadão na sociedade da informação, na qual a escola, como mediadora, transforma este recurso em uma importante ferramenta para o desenvolvimento da relação escola-sociedade, propiciando aos alunos uma integração social, política e econômica com a nova sociedade tecnológica contemporânea (PAIVA, DI MAIO e COSTA, 2004).

O professor de Geografia pode utilizar as imagens de satélite e as fotografias aéreas, em papel ou em formato digital, para trabalhar com os itens propostos nos conteúdos programáticos delineados pelos parâmetros curriculares nacionais. Um exemplo de atividade poderia ser “O trabalho e a apropriação da natureza na construção do território” poderia ser trabalhado pelo professor, utilizando mapas antigos e imagens atuais de um determinado lugar, demonstrando o processo sofrido pelo meio ao longo do tempo (PAIVA, DI MAIO e COSTA, 2004).

As fotos aéreas e as imagens de satélite são ferramentas básicas para o professor em sala de aula estimular o aprendizado e o senso crítico do aluno. A possibilidade de utilizar a informática e o Sensoriamento Remoto como recursos didáticos, proporciona instigar o aluno a ser um mapeador crítico e consciente do trabalho que está realizando (MACHADO e SAUSEN, 2004).

O estudo do espaço geográfico, o uso de imagens e a representação dos lugares próximos e distantes são recursos didáticos interessantes, por meio dos quais os alunos poderão construir e reconstruir, de maneira cada vez mais ampla e estruturada, as imagens e as percepções que têm da paisagem local e agora também global, conscientizando-se de seus vínculos afetivos e de identidade com o lugar em que vivem. Além disso, a interface com a História é essencial. A Geografia pode trabalhar com recortes temporais e espaciais distintos dos da História, embora não possa construir interpretações de uma paisagem sem buscar sua historicidade (PCN’s, 1998).

Para buscar a historicidade e a atualidade, por exemplo, da urbanização de um país, estado ou município se faz necessário à utilização de dados estatísticos, os quais juntamente com a interpretação da espacialização urbana temporal em fotografias aéreas permitirá a análise do tamanho do crescimento urbano. Que segundo uma pesquisa realizada por Soares e Alves (2004, p.1):

 A comparação dos dados estatísticos com os dados espaciais, em diferentes datas, aliada a uma breve pesquisa sobre o histórico do crescimento da cidade possibilitou não apenas uma caracterização quanto a morfologia urbana atual, mas também quanto a forma e ao padrão de crescimento da cidade ao longo do tempo. Outro ponto importante é a possibilidade de se explorar uma ferramenta, como o sensoriamento remoto, na espacialização e constatação de dados estatísticos, bem como sugerir a melhoria na aquisição destes dados e a sugestão de novas pesquisas.

A busca por dados estatísticos auxiliará nas análises das mudanças espaciais, e isto possibilitará ao aluno ter uma mente crítica e avaliativa. O uso e manipulação destes dados em sala de aula contribuirá no aprendizado, além do que, irá criar uma satisfação no aluno em saber através destes dados a dinâmica populacional do lugar em que vive, podendo responder várias indagações do presente, como por exemplo a cobertura vegetal que deu espaço as edificações da área urbana, possuindo poucas áreas verdes.

Este projeto torna-se relevante à medida que irá abordar um assunto de interesse do aluno e da escola já que será discutido sobre o município onde estão inseridos, e por levar a sala de aula algo que chama atenção e que de certa forma ainda é um conteúdo novo (Sensoriamento Remoto).

5 METODOLOGIA

 

5.1 CONTEXTO E SUJEITOS ENVOLVIDOS

O colégio escolhido para o desenvolvimento desse projeto será o Colégio Estadual Desembargador Jorge Andriguetto no bairro Pioneiro, situado à Rua César Carelli s/n, próximo a Unidade de Saúde 24 horas, telefone 3627-2443 / 3627-1815, no Município de Fazenda Rio Grande, no Estado do Paraná.

O colégio possui porte para1.561 a1.960 alunos, porém, atualmente apresenta 1.852 alunos divididos em 46 turmas, segundo a Secretaria de Educação do Estado do Paraná.

O colégio tem como diretor o senhor Hélio Pereira e como professora de Geografia a senhora Maria de Lourdes Castanho.

O projeto será aplicado nas turmas de 1º ano do ensino médio no período noturno, sendo que o 1º E possui 42 alunos, o 1º F possui 43 alunos e o 1º H possui 47 alunos, estes apresentam uma faixa etária que varia entre 15 e 18 anos.

5.2 ATIVIDADES PROPOSTAS

O conteúdo escolhido para ser aplicado na aula refere-se a tecnologias para identificação de mudanças espaciais, para tanto a aula será dividida em etapas.

Como materiais utilizados para a prática educativa serão: fotografias aéreas de 1997 (cedidas pelo município) e imagens de satélite de 2007 extraídas do programa Google Earth; dados estatísticos de população e saneamento básico (água e esgoto) extraídos de censos do IBGE que proporcionarão a montagem de gráficos; e como referência literária, artigo de PAIVA, DI MAIO e COSTA (2004) “Sobre a utilização do sensoriamento remoto na disciplina de Geografia”.

Etapa 1 – Refere-se à teoria que irá embasar a prática em sala

O passo inicial será ressaltar para os alunos a grande importância de conhecer o lugar a onde eles vivem, e os impactos causados com as mudanças espaciais ocorridas no período de 1997 e 2007. Após isso o objetivo será fazer com que os alunos compreendam a importância de trabalharem com fotografias aéreas e imagens de satélite, e a utilização de tecnologias do sensoriamento remoto.

Será elaborada uma apostila contendo a teoria de Sensoriamento Remoto, fotografias aéreas, imagens de satélite e a importância desta tecnologia para a Geografia, serão apresentados os dados estatísticos de população e saneamento básico dos anos de 1997 e 2007, além, de um breve histórico do município. Será entregue uma cópia desta apostila para cada aluno da sala.

Etapa 2 – Explicação da mudança espacial ao longo do tempo

Onde serão montados dois painéis mosaicos (montagem), um com as fotografias aéreas de 1997 e o outro com imagens de satélite de 2007, que serão fixados na sala de aula e sobre eles serão demonstradas as mudanças espaciais ocorridas entre esses dois anos, e através dos gráficos dos dados censitários mostrar aos alunos as diferenças ocorridas nesse período, referente ao aumento significativo da população e se ocorreu uma acompanhamento da infra-estrutura básica de saneamento.

Etapa 3 – Prática de identificação e análise dos alunos

Nesta etapa os alunos serão divididos em 10 (dez) equipes, para o 1º ano F que contém um total de 43 alunos serão formadas 3 (três) equipes com 5 (cinco) alunos e 7 (sete) equipes com 4 (quatro) alunos cada, para o 1º ano E que contém um total de 42 alunos serão formadas 2 (duas) equipes com 5 (cinco) alunos e 8 (oito) equipes com 4 (quatro) alunos cada e para o 1º ano H que contém um total de 47 alunos serão formadas 7 (sete) equipes com 5 (cinco) alunos e 3 (três) equipes com 4 (quatro) alunos cada.

Após a divisão em equipes serão distribuídos 2 (dois) jogos de fotos e de imagens para que eles possam fazer a análise, a qual servirá para verificar se houve mudança espacial do ano de 1997 para o ano de 2007. Nos locais onde houve estas mudanças a equipe irá circular de vermelho tanto na fotografia de 1997 como nas imagens de satélite de 2007, essa demarcação deve ser feita nas áreas onde ocorreu expansão da área urbana e/ou adensamento urbano.

5.3 FORMAS DE AVALIAÇÃO

A avaliação a ser aplicada aos alunos será composta de 4 (quatro) questões objetivas tendo que escolher dentre 5 (cinco) alternativas e uma única questão aberta sobre a importância da tecnologia do sensoriamento remoto para a análise de cidades.

A análise feita sobre as fotografias aéreas e imagens de satélite entregue para cada grupo onde eles iram demarcar as diferenças de ocupação do espaço no ano de 1997 e 2007, também será avaliada.

Os acadêmicos iram corrigir e tabular as informações aprendidas pelos alunos apresentando isso em forma de gráficos, para descobrir qual a porcentagem de entendimento do assunto dado na sala. E com a questão aberta descobrir se os alunos obtiveram senso crítico.

6 CRONOGRAMA

FASES

DATA/PERÍODO

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NO LOCAL DE ESTÁGIO

C/H**

 
 

ETAPA 1

Fevereiro/2008

Pesquisa sobre o assunto a ser abordado, escolha do tema e objetivo.

10

 

ETAPA 2

Fevereiro/2008

Leitura da bibliografia para fundamentação teórica, pesquisa do material para sensoriamento remoto.

30

 

ETAPA 3

Março/2008

Procura da Escola para aplicação do projeto, definição das turmas onde o projeto será aplicado, desenvolvimento da metodologia.

10

 

ETAPA 4

Abril/2008

Aplicação e busca de resultados do projeto aplicado na escola, elaboração do memorial descritivo.

20

 

ETAPA 5

04/07/08

Entrega do Memorial Descritivo ao Monitor - socialização. 

5

 

Carga Horária Total

75

 

REFERÊNCIAS

 

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia /

Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF, 1998. 156 p.

 

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: história e geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/ SEF, 1997. 166 p.

MACHADO, C. B.; SAUSEN, T. M. A Geografia na sala de aula: informática, sensoriamento remoto e SIG – recursos didáticos para o estudo do espaço geográfico. In: 4ª JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NOÂMBITO DO MERCOSUL, 11 a13 de agosto de 2004, São Leopoldo, RS. Anais... São Leopoldo: INPE, 2004, trabalho 7.33.

PAIVA, F. V.; DI MAIO, A. C.; COSTA, S. M. F. A utilização do sensoriamento remoto na disciplina de Geografia de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental da rede municipal de São José dos Campos. In: 4ª JORNADA DE EDUCAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO NOÂMBITO DO MERCOSUL, 11 a13 de agosto de 2004, São Leopoldo, RS. Anais... São Leopoldo: INPE, 2004, trabalho 12.40.

SOARES, F. dos S.; ALVES, F. Análise multitemporal do desenvolvimento urbano do Distrito Federal. In: XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, de 20- 24 de Setembro de 2004, Caxambu, MG, Anais...Caxambu:ABEP, 2004,  trabalho 5.

TAPIA, Jesús Alonso. Motivação e aprendizagem no ensino médio. In: COLL, César. Psicologia da aprendizagem no ensino médio 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. cap.4.