FORUM - Centro de Formação, Estudos e Pesquisa

Instituto Superior de Gestão - ISG 

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO COM ACESSO AO MESTRADO 

Reputação e Responsabilidade das Empresas: Uma Reflexão Teórica da Economia Verde dentro das Organizações.

Componentes: Adriano César Beserra da Silva

 Fernâncio Barbosa Carneiro

 Márcia Cristina Castro Borges

Teresina/Piauí

Março/2013

AGRADECIMENTOS

A Deus, em primeiro lugar, e a nossas famílias pela força que nos é dada por toda essa caminhada.

Aos Professores e colaboradores do Curso de Especialização em Gestão de Empresas do FÓRUM.

E a todos os que colaboraram direto e indiretamente para a conclusão deste trabalho.

INTRODUÇÃO

            O presente trabalho não tem a pretensão de conceituação ou explicação das responsabilidades de uma empresa, mas apenas analisar e refletir a definição de Economia Verde dentro da responsabilidade das empresas no mundo dos negócios. Desde início dos tempos, da fixação do homem à terra e do surgimento do conceito de propriedade, os indivíduos passaram a utilizar os recursos naturais para suprir as necessidades de subsistência (Paiva, 2003). A relação homem natureza é estabelecida em função das relações e interações sociais por ele desenvolvidas a partir das condições materiais estabelecidas, seja como indivíduo ou como organização Vieira et al. (2003). A empresa é uma entidade que congrega os fatores de produção e realiza a produção. Na sua imagem mais simples, a função da empresa é gerar bens e serviços, mediante absorção ou consumo de recursos. Tanto o produto da empresa como os recursos consumidos são bens econômicos: contêm utilidades e são escassos. A existência e a atividade da empresa só têm sentido quando a utilidade dos produtos gerados é superior, ou pelo menos igual à utilidade dos recursos consumidos. Este diferencial de utilidade constitui o fundamento e a essência da vida e responsabilidade da organização.


I - METODOLOGIA

Para a realização do trabalho, foi utilizada a pesquisa bibliográfica e metodologia exploratória descritiva.

Segundo Martins, (2005, p. 80), metodologia:

Corresponde ao estabelecimento das atividades práticas necessárias para a aquisição de dados com os quais se desenvolverão os raciocínios que resultarão em cada parte do trabalho final. Cada procedimento (ou grupo de procedimentos) é planejado em função de cada um dos objetivos específicos estabelecidos, ou seja, pensa-se a coleta de dados para cada problema expresso na forma de objetivo específico, os quais concorrerão para a consecução do objetivo geral.

           

Para este tipo de pesquisa, levou-se em conta a pesquisa bibliografia que de acordo com Cervo e Bervian, (1983, p. 55), pesquisa bibliográfica é a pesquisa que: "explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental".

A pesquisa descritiva, por sua vez, caracteriza-se como intermediária entre as pesquisas exploratória e explicativa, ou seja, não é tão preliminar quanto a primeira e nem tão profunda como a segunda.

Para Gil, (1999, p. 48 apud Beuren, 2003, p. 81):

[...] a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados.

De posse desses conhecimentos e dos métodos utilizados na pesquisa, pode-se finalmente tecer algumas considerações a respeito do tema, para se chegar a uma afirmativa considerável como “O que Represente a Economia Verde dentro da Responsabilidade de uma Empresa”.


II - DESENVOLVIMENTO TÉCNICO

Reputação e Responsabilidade Social das Empresas

            A responsabilidade social está associada ao atendimento de que a ação das empresas repercute sobre o conjunto de indivíduos muito mais amplo que apenas o de seus sócios e acionistas. Esse conjunto envolve os empregados, clientes ou consumidores, fornecedores, investidores, competidores, sindicatos, governo e a comunidade em geral. Assim, a grande responsabilidade social das empresas consiste em gerar emprego e renda, sem deixar de lado o enfoque socioambiental, ou seja, uma gestão com consciência ecológica e social responsável.

            Na administração contemporânea, a dimensão da gestão ambiental está sendo considerada uma das principais chaves para a solução dos graves problemas que afligem atualmente o mundo moderno (Tachizawa, 2004, p.34). As vantagens da gestão ambiental decorrem de regras e práticas administrativas preestabelecidas que atuam para reduzir os riscos ambientais da atividade, aumentando a satisfação e motivação de seus clientes internos e externos.

            Hoje em dia, face à crescente concorrência dada a globalização, os clientes estão cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o meio ambiente, pois os produtos ecologicamente correto vende mais nos mercados e detém a preferência do consumidor. Na tabela a seguir citam-se razões para a adoção da gestão estratégicas pelas empresas:

Tabela 1 – Vantagens da Adoção da Gestão Ambiental

Área de Impacto

Vantagem

Vendas

Maior satisfação dos clientes

Marketing

Melhor imagem da empresa

Mercado

Permanência dos Produtos e conquista de novos clientes

Produção

Eliminação de Desperdícios

Gestão

Melhoria do desempenho geral

Fiscal

Redução de multas, acidentes e ações legais

Financeira

Maior facilidade de financiamento

Certificação

Facilidade na obtenção de certificações

Fonte: Autores (2013).

            Todas essas vantagens apontam para o fortalecimento da empresa em seu ambiente de negócio, o que leva à hipótese de ser uma empresa sustentável e responsável, o que implica diretamente na sua reputação. Pode-se afirmar que a visão do desenvolvimento com foco no crescimento econômico esta saturado, o que prevalece atualmente é visão como foco no equilíbrio e responsabilidade social almejando o respeito ao consumidor, que vão de desencontro as prioridades do crescimento econômico. Essas prioridades são identificadas na tabela a seguir:

 Tabela 2 – Prioridades dentro da Visão da Empresa

Foco no Crescimento Econômico

Foco na Responsabilidade Social

1-Satisfação dos Acionistas ou Sócios

1-Satisfação dos Consumidores

2-Satisfação dos Gestores

2-Satisfação dos Empregados

3-Satisfação dos Fornecedores

3-Satisfação dos Fornecedores

4-Satisfação dos Empregados

4-Satisfação dos Gestores

5-Satisfação dos Consumidores

5-Satisfação dos Acionistas ou Sócios

Fonte: Autores (2013).

            O que pode observar então, o foco não muda, mas apenas a prioridade e forma de administrar, pois se busca uma visão norteada nas ações e resultados da empresa. São com essas expectativas que se devem buscar os novos caminhos para o desenvolvimento econômico e social: o caminho da sustentabilidade empresarial.

Questões Ambientais

            A atuação do homem na busca de sua sobrevivência, historicamente, sempre tem afetado o seu meio ambiente natural. Durante milhares de anos de convivência com a natureza, diversos povos tiveram, em geral, certa sintonia em relação aos recursos escassos representados pelo ecossistema. O modo de produção, os hábitos e as necessidades de consumo foram por diversas Eras lentos, repetitivos, pouco diversificados, em uma população relativamente pequena, se considerados os recursos naturais disponíveis. Como os resultados não eram tão visíveis, ao menos aparentemente, as transformações ambientais, manteve certo equilíbrio entre o consumo necessário, a produção de bens e serviços correspondentes e a capacidade de oferta dos recursos naturais.

            O crescimento sem precedente do consumo a que o desenvolvimento econômico pretende satisfazer vem submetendo o meio ambiente e os ecossistemas a uma pressão incessante, provocando seu declínio e comprometendo a sustentabilidade da vida. Segue os principais problemas ambientais, decorrente da ação direto do processo produtivo sobre a natureza:

1)      Aumento da concentração de Dióxido de Carbono na atmosfera, motivado pela queima de combustíveis fósseis.

2)      Destruição progressiva na camada de ozônio, decorrente da emissão de gases, como os Clorofluorcarbonos e os Hidroclorofluorcarbonos.

3)      Destruição da biodiversidade, decorrente da ação do homem, a qual dá origem a água potável, medicamentos, alimentos e combustíveis naturais,

4)      Poluição industrial, decorrentes dos rejeitos do processo produtivo, ou seja, uso incompleto de recursos naturais ou queima de substância em geral tóxicas jogados no meio ambiente, que provocam incapacidade regenerativa dos ecossistemas.

Todos esses problemas são decorrentes da aceleração do desenvolvimento com ênfase apenas no resultado econômico, sem o devido controle e preocupação com a preservação dos recursos naturais. Na tabela a seguir, busca-se reportar as principais atividades de maior potencial de impacto ambiental, bem como a degradação que provocam.

Tabela 3 – Atividades e Impactos Ambientais

Atividade com Potencial

de Impacto Ambiental

Tipo de Degradação

Mineração Industrial

Esterilização de grandes áreas, degradação de paisagem e impactos socioeconômicos.

Agricultura e Pecuária Extrativista

Destruição da fauna e da flora por queimadas, contaminação e assoreamento dos rios.

Usinas Hidroelétricas

Inundação de grandes áreas florestais e agrícolas, degradando fauna e flora.

Polos industriais

Poluição do ar, água e solo, geração de resíduos sólidos e conflitos com o meio ambiente.

Siderurgia e Indústria Petrolífera

Degradação da qualidade da água, emissões de poluidores do ar, despejos de óleos e graxas.

Fonte: Adaptado de Tinoco, (2004, pp. 61-62).

Desenvolvimento Sustentável

            A noção de sustentabilidade está associada à de estabilidade, de permanência no tempo, de durabilidade. Muitos autores têm questionado as possibilidades de aplicação desse conceito e sua operacionalidade no atual contexto globalizado onde todos lutam por competitividade e maiores lucros. Mas esse conceito, desde seu enunciado, tem tido sua abrangência cada vez mais ampliada, servindo de meio de articulação entre as dimensões econômica, ambiental e social, vistas como indissociáveis. A busca da sustentabilidade é um processo em construção, uma tarefa que envolve várias dimensões e tempo. E que exige uma conscientização crescente e profunda dos problemas da natureza e sua relação com o homem.

            O Relatório de Brundtland (IUCN/UNEP/WWF, 1980), traz uma das definições mais utilizadas sobre desenvolvimento sustentável: (WCED, 1987). Essa definição, por outro lado, contém dois conceitos chaves: o conceito de necessidade, referindo-se particularmente às necessidades dos países mais subdesenvolvidos, onde se faz necessário que seja satisfeitas as necessidades básicas da sociedade, e a ideia de limitação, imposta pelo estado da tecnologia e de organização social para atender às necessidades do presente e do futuro, que estão atrelados aos limites dos recursos naturais (WCED, 1987). O presente Relatório foi realizado por um grupo de políticos, cidadãos e peritos em aspectos de ambiente e desenvolvimento, presidido pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland (grifo nosso). O qual destaca três dimensões fundamentais do desenvolvimento sustentável: proteção ambiental, crescimento econômico e equidade social.

Contribuindo para o direcionamento das organizações nessa direção, surgiram também mobilizações da sociedade em prol do meio ambiente, tais como: boicotes de consumo, preferências dinâmicas de consumo e outras exigências de consumidores nessa área que têm afetado fundamentalmente as estratégias de negócios, bem como o valor do negócio principal de várias empresas. As quais determinam a existência de cinco fases da sustentabilidade, que devem ser consideradas de forma simultânea e integradas, como mostra a figura a seguir.

Figura 1 – Cinco dimensões do Desenvolvimento Sustentável

 
   

Fonte: Adaptado de Albuquerque, (2009, p.225).

A partir dessa dinâmica, a proteção ambiental vem sendo observada sob as mais diversas óticas, cuja sustentabilidade induz a um espírito de responsabilidade comum no qual, a exploração dos recursos naturais, os investimentos financeiros e os planos econômicos de desenvolvimento devem adquirir sentidos harmoniosos e propenso ao equilíbrio da vida humana.

Nesse contexto, surge, na prática, a produção mais limpa e a ecoeficiência na estratégia, que vem contribuir de forma efetiva para o fim das práticas das técnicas de “fim de tubo” e construir uma nova estrutura necessária para integrar os conceitos de desempenho econômico e ambiental (Elias & Magalhães, 2003, p.4).

Dentro dessa dinâmica, se faz necessário a contínua pressão ao mercado, da comunidade e dos órgãos reguladores nas empresas para que as mesmas se alterem, buscando a visão do desenvolvimento sustentável e sua própria sobrevivência em longo prazo.

Economia Verde

            O crescimento da questão ambiental tem sido incorporado nos mais diversos campos de conhecimento e agenda política das organizações, sejam, internacionais, nacionais, regionais ou globais. Sua relevância tem origem na busca pelo desenvolvimento de longo prazo das sociedades, principalmente a respeito da sustentabilidade ambiental.

Sob a ótica estratégica, vêm sendo identificadas as potencialidades e oportunidades que as organizações podem utilizar para ultrapassar este desafio. A busca por uma sociedade mais sustentável está, cada vez mais em ascensão, e neste contexto surge a “Economia Verde”.

            Segundo a UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP, a noção de economia verde é mais recente que o conceito de desenvolvimento sustentável. Pode-se definir economia verde como aquela que “resulta em melhoria do bem-estar humano e equidade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica” (UNEP, 2011, p.16).

            Assim, Economia Verde não substitui o conceito de sustentabilidade, mas apenas parte do reconhecimento da sustentabilidade, que busca solucionar as questões econômicas preservando o meio ambiente para gerações futuras.

            O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA lançou em 2008 a iniciativa da Economia Verde, cujo objetivo central é apoiar o desenvolvimento de um plano global de transição para uma economia sustentável, que fosse subsidiada por investimentos e consumo de bens e serviços de promoção ambiental.

O ponta pé inicial da Economia Verde é o desenvolvimento do Relatório “Rumo a Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, elaborado pelo PNUMA em parceria com economistas e especialistas do mundo todo.

            Para o aumento nos investimentos rumo a Economia Verde, o relatório aborda três estratégias básicas, segundo o Periódico, Conservação Internacional Brasil, (2011, pp. 17-18):

1)         Estimular uma mudança nos investimentos, tanto públicos como privados, buscando incentivar setores críticos à transição para uma Economia Verde;

2)         Demonstrar como a economia verde pode reduzir a pobreza persistente através de uma ampla gama de setores importantes, incluindo agricultura, florestas, pescas, água e energia; e

3)         Fornecer orientações sobre políticas que permitem essa mudança: através da eliminação de subsídios perversos, identificação de falhas de mercados, estabelecimento de marcos reguladores ou estímulos a investimentos sustentáveis.

Segundo o relatório agricultura, construção, pesca, silvicultura, abastecimento de energia, indústria, turismo, transporte, manejo de resíduos e água foram os dez setores avaliados pelo estudo e identificados como fundamentais para tornar a economia global mais verde. Para esta transição, os setores públicos e privados deveriam alocar os seguintes recursos, com mostra a tabela:

Tabela 4 – Investimentos por Setor

SETOR

INVESTIMENTO

Agricultura

$ 108 bilhões

Imobiliário

$ 134 bilhões

Energético

Mais de $ 360 bilhões

Pesca

$ 110 bilhões

Silvicultura

$ 15 bilhões

Indústria

$ 75 bilhões

Turismo

$ 135 bilhões

Transporte

$ 190 bilhões

Gestão de Resíduos

$ 110 bilhões

Água

Aproximadamente $ 110 bilhões

Fonte: Adaptado de UNEP (2011).

O relatório ainda, apresenta resultados e recomendações, em nível de setor, apontando as oportunidade geradas pela transição para Economia Verde, como a redução da pobreza, criação de empregos, fortalecimento da economia, equidade social e reestruturação dos recursos naturais.

 

Economia Verde e Desenvolvimento Sustentável

            O termo “Economia Verde” retrata muito a ideia de movimentos políticos, como “Partido Verde” e também movimentos ambientalistas, como “Paz Verde”, os quais pouco a pouco compartilham dos princípios da Economia Verde.

No primeiro momento, “Verde” parece mais a ver com meio ambiente que sustentabilidade, mas na verdade, aborda diversas vertentes, pois sustentabilidade não abrange somente o meio ambiente, mas todas as áreas sustentáveis. Assim, a Economia Verde busca a eficiência dos recursos naturais, redução da pobreza, eficiência energética, inovação e governança global.

            A Economia Verde corre o risco de se limitar a gestos simbólicos, que servem para manter certo “status” para com o meio ambiente, sociedade e economia. Assim, existem diversos efeitos inesperados da Economia Verde, que devem ser levados em consideração, ou seja, não pode ser pontual e empresarial, tem que ser pública no sentido amplo, implementada por meio de políticas que garantam diretos em todos os sentidos e mantenham as funções socioecossistêmicas interligadas assumida pelo Estado.

            Por fim, a Economia Verde e Desenvolvimento Sustentável devem ser promovidos, pois o primeiro seria mais concreto, instrumental e popular, já o segundo, seria mais abstrato, diplomático e governamental. Esta abordagem sensibiliza em especial os países em desenvolvimento, pois o que importa são as necessidades do planeta e das gerações futuras, que dependem da conservação e manutenção dos ecossistemas, com ou sem recursos adicionais, novas tecnologias e novas formas de governança global.

Economia Verde nos Países Desenvolvidos e em Desenvolvimento

            A adoção da Economia Verde requer esforços significativos e o engajamento geral de todos os segmentos da sociedade, governo e setor privado. Cada um destes tem sua parcela de contribuição neste processo, mas cabe ao governo e a iniciativa privada, buscar estratégias e políticas capazes de promover a Economia Verde.

Hoje, as grandes potências como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França detêm força tecnológica e humana para descarbonizar a nível econômico, com os vetos nos acordos internacionais, bem como as médias potências como Índia, Brasil, Rússia e China, detentoras de grandes fontes de energia. Conclui-se, que há necessidade de uma reflexão acerca da importância da Economia Verde nos países em desenvolvimento.


III – APRESENTAÇÃO DOS DADOS

            Segundo o Artigo Economia Verde – Desafios e Oportunidades (Conservação Internacional, 2011): “[..] uma economia verde supõe a redução contínua das emissões de carbono nos países desenvolvidos, a diminuição acelerada da curva de crescimento de emissões com início anterior a 2020 e o estabelecimento de ano de estabilização nos países emergentes de renda média, além da diminuição acelerada da intensidade de carbono do PIB globalmente.”

As emissões de gases estufa cresceram 3% durante a primeira década do século 21, segundo informações da Netherlands Environmental Assessment Agency (Conservação Internacional, 2011). Na tabela a seguir, destacamos os principais emissores de gás estufa no período de 2009.

Tabela 5 – Países Emissores de Gás Estufa

País

Percentual do Total

China

24%

EUA

19%

União Europeia

15%

Índia

7%

Rússia

5%

Brasil

4%

Indonésia

4%

Japão

3,5%

México

2,5%

Canadá

2%

África do Sul

1,5%

Fonte: Adaptado de Conservação Internacional (2011).

A China uma das economias mais intensiva em carbono devido à sua baixa eficiência energética fortemente baseada no uso do carvão e petróleo tem um dos custos de redução de emissão de carbono mais alto dos países emergentes. Assim, a busca pela redução do consumo de petróleo e a redução da queima de carvão, através de novas tecnologias de captura e sequestro de carbono, de carvão limpo e a energia, são muitos importantes para a China.

           

Os EUA têm uma margem importante para a redução de emissões de carbono através de mudanças de tecnologia de termoelétricas para carvão limpo (produção mais limpa) e utilização de captura e estocagem de carbono; expansão das energias eólica, solar, biocombustível e nuclear; diminuição de tamanho e aumento dos padrões de eficiências dos automóveis; modernização da rede de transmissão elétrica e estabelecimento de novos padrões verdes de construção (com redução de emissão de carbono).

            Já a União Europeia, com suas principais lideranças políticas busca ações incisivas para mitigar o aquecimento global, destacando-se os governos da Alemanha, Suécia, França e Reino Unido.

            A Índia também emitente de carbono tem desenvolvido a energia solar fotovoltaica e a eólica, bem como a produção de etanol, o que contribui significativamente para a redução do aquecimento global, sendo um dos países mais vulneráveis à mudança climática.

            No Brasil, apesar do efeito negativo do desmatamento sobre as sociedades e os recursos naturais, encontra-se numa posição favorável para a transição da economia verde, muito diferente dos outros países – EUA, União Europeia, China, Índia, etc., pois produz grande parte da sua eletricidade com aproveitamento do potencial hídrico. Atualmente tem investido em energia solar e eólica.

A Indonésia aumentou suas emissões durante a primeira década do século, em função de amplo desmatamento de florestas de turfa com grande estoque de carbono. O Canadá tem o pior desempenho entre os países desenvolvidos, em virtude do grande crescimento da produção de petróleo na província de Alberta. O México adotou em 2007, um plano nacional de mudanças climáticas avançadas e assumiu uma posição internacional de vanguarda, mas a nova retórica não tem correspondência forte no comportamento dos agentes econômicos. Em 2008, a África do Sul anunciou metas de estabilização e pico de emissões, colocando-se à frente dos grandes países emergentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido às mudanças da imagem empresarial, a população em geral, passou a cobrar mais das organizações, pois não basta que a empresa se preocupe somente com a qualidade de seus produtos ou serviços, com o lucro e o comprimento das leis. Hoje, a responsabilidade e o compromisso social são premissas básicas para a sua legitimação.

Baseado nestas informações é cada vez mais visível que as organizações sócias estão percebendo a importância de desenvolver suas ações a fim de suprir as diversas necessidades sociais as quais integram. Nesse caso, a atividade de relações social tem muita a contribuir no sentido de facilitar o intercâmbio das organizações com os seus públicos.

Por isso a necessidade de que as empresas tenham sempre mais conhecimentos das condições que lhe cercam e sensibilidade para reconhecer potencialidades ainda não exploradas como a responsabilidade social. Sendo que as empresas tornam socialmente responsáveis na medida em que atuam voluntariamente para manter ou aumentar o bem estar social.

            Economia Verde é ainda um conceito muito amplo e que deve ser utilizado para tratar de medidas que modifiquem as economias nacionais. Esta se baseia na premissa de que a modificação na governança coorporativa seria suficiente para conduzir a humanidade à sustentabilidade.

Nos países desenvolvidos os esforços empregados pelas organizações são claros e evidentes, mas insuficientes. Se, de um modo geral, pode-se afirmar que nos países desenvolvidos o cumprimento das normas ambientais é seguido com mais rigor, também é verdade que eles são os responsáveis pela maior parte da emissão dos gases poluentes da atmosfera. Ao mesmo tempo, são os que possuem maiores recursos para investimentos e para aplicação em programas ambientais, além possuírem populações com maior grau de educação formal, abrigam inúmeras experiências inovadoras para a substituição de fontes de energia, de produtos e processos poluidores e de tecnologia para reaproveitamento de materiais, disposição de resíduos, entre outros.

Já os países emergentes enfrentam ainda desequilíbrios nas áreas econômicas e sociais. Assim, sua política ambiental, passa, na prática, para o segundo plano, pois depende das prioridades governamentais. Além, das demandas governamentais, este cenário é agravado pela situação da pobreza que conflita com a adoção de programas de proteção dos recursos naturais, urgência de crescimento econômico, descontrole da poluição do solo, do ar e da água, falta de fiscalização e deficiência na aplicação dos instrumentos coercitivos e da resistência dos atores econômicos contra a aprovação de leis que envolvam a responsabilização pelos danos ambientais e a assunção dos custos, tanto pelos produtores, quanto por consumidores.

 A busca pela reestruturação produtiva dentro da Economia Verde faz parte do planejamento de todas as organizações. O desenvolvimento de novos mercados pautados na utilização de fontes de energia mais limpa, inclusão social e sustentabilidade legal, ambiental e econômica, têm como objetivo principal a proteção do meio ambiente.

O maior desafio na adoção da Economia Verde é nos ajustes dos instrumentos econômicos que impactam diretamente nas políticas econômicas, sociais e setoriais. Nesses termos, quando os agentes econômicos não recebem os sinais corretos, são levados a decisões distorcidas de produção e consumo, sendo indispensável à intervenção do Estado para a adoção de políticas que corrijam as falhas de mercado. Sendo este o mentor dessas políticas, em especial as orientadas para recursos naturais, infraestrutura, expansão industrial e agropecuária, exportação, geração de empregos e investimentos, reforma agrária, privatizações, incentivo a pequenas empresas, assentamentos urbanos e outras.

Nos dias de hoje, as organizações estão revendo seus conceitos, atitudes, aprimorando seus conhecimentos em busca do melhor para seus produtos e serviços e agregando valores aos mesmos, sem agredir ao meio ambiente e o preservando para gerações futuras. Por fim, fica evidente que a figura da maximização do lucro não se apoia mais na exploração predatória da natureza, em detrimento do uso sustentável dos recursos naturais.

Um dos fatores importantes é a questão do fortalecimento da imagem institucional, pois essa é relacionada por meio dos valores da empresa e reflete-se diretamente nas expectativas em relação aos produtos ou serviços e às ações que desenvolvem em benefício da comunidade onde está inserida.

No entanto, os programas de responsabilidade social, dentre eles a Economia Verde, nas empresas ganham, destaque não só na comunidade na qual realiza as suas ações, mas também com seus próprios colaboradores. Além de tornar a empresa reconhecida através de sua marca a qual torna a imagem favorável com credibilidade.

Diante ao exposto, fica evidente os benefícios para as organizações que investem em responsabilidade social. É importante destacar o valor agregado à imagem da empresa e o rendimento dos próprios trabalhadores que se apresentam mais motivados, crescem pessoalmente, sempre que há um comprometimento com o trabalho sustentável. Também podemos levar em consideração que os programas sociais levam a um interesse maior e visibilidade da marca da organização, ocasionando não somente respeito e admiração, mas também interesse. Havendo também o maior interesse por parte da sociedade, que valorizam mais as empresas que são socialmente responsáveis.

           

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

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