Quando nos referimos à inovação, tratamos de um conceito que pode obter vários graus de complexidade.
Na sua forma mais comum, ela corresponde à alteração de uma ou mais propriedades de um produto, de modo a agregar-lhe valor. Nas suas formas mais complexas, a inovação pode representar uma grande e significativa modificação em conceitos, na forma de produzir bens, ou no modo de utilizar propriedades da natureza.
A inovação pode ser vista como um evento no desenrolar da trajetória de
evolução, desenvolvimento de um conjunto de ideias, conceitos, produtos ou tecnologias.
A característica mais importante do processo, que produz um desenvolvimento da inovação é que ele não ocorre linearmente, em decorrência de um conjunto de passos preestabelecidos. Ao contrário, a maior parte das vezes, é o resultado da convergência de ideias e conhecimentos, cuja conexão e sinergia são percebidos, permitindo uma alteração na forma de compreender e expressar uma dada realidade, de conceber um produto, de concretizar uma funcionalidade.
Esta característica de imprevisibilidade decorre da natureza do processo criativo, que se baseia naquilo que se sabe e que parte na direção do desconhecido, associando algumas etapas de conhecimento, revendo soluções já propostas para situações semelhantes, propondo alternativas, testando-as, e consolidando conclusões.
. Enquanto o método científico busca o conhecimento dos mecanismos básicos da natureza, os métodos tecnológicos buscam a solução de problemas específicos e de aplicação econômica.
Está fora do alcance destas reflexões uma análise dos modelos e das alternativas de descrição dos processos de inovação. Entretanto, algumas considerações de cunho geral, nos pode auxiliar no entendimento de condições para que as inovações possam contribuir para a inserção competitiva no mercado globalizado.
Quanto mais rica a base de conhecimentos, mais provável é a ocorrência de
desenvolvimento e inovações, pois se pode estabelecer um grande número de oportunidades para que ocorram os processos que as produzem.
 Quanto mais ativa a economia, maior a probabilidade de que as inovações produzidas sejam adotadas. Quanto mais rica a economia, maior a probabilidade de que tanto o processo de geração como o de adoção de uma inovação, seja financiado e reembolsado.
O financiamento da fase inicial de geração de novos conhecimentos, portanto,
somente trará retorno se houver possibilidade do financiamento da fase de competição e se ocorrerem condições peculiares que viabilizem a adoção dos resultados por um número expressivo de agentes econômicos.
Por outro lado, mesmo em condições de riqueza econômica, se não houver consciência da importância do desenvolvimento da inovação no processo de competição e, portanto, se não ocorrerem tentativas de inovar, os investidores que poderiam atuar no estabelecimento de novos paradigmas, não terão oportunidade de fazê-lo.

A Inovação tem sido destacada como a grande força propulsora e renovadora das empresas e, consequentemente, do crescimento sustentável das nações. O fato de “fazer diferente” é reconhecido por todos, como algo que proporciona uma posição de destaque junto aos clientes, fornecedores e a sociedade, gerando, com isso, valor econômico para as organizações.

Mais do que uma intuição, inovar é a chave do crescimento sustentável.

 Inovar, pragmaticamente, é transformar ideias novas em resultados sustentáveis, ou seja, consiste no justo equilíbrio entre criatividade e processos para geração de valor.

Em termos de criatividade, o Brasil tem um diferencial oportuno em comparação com outros países. É uma nação multicultural e linguisticamente unida - diferente da Europa, por exemplo -, em que o respeito e admiração da diferença, de forma geral, prevalecem. Por outro lado, o Brasil tem, também, um enorme desafio, que consiste na própria inserção efetiva desta diversidade no contexto organizacional.

O Brasil tem um cenário empreendedor interessante que o coloca como país de destaque no mundo, porém este destaque está mais ligado ao tamanho da população empreendedora do que pelo planejamento empreendedor. Infelizmente por aqui essa atividade ainda acontece mais no sentido de um da necessidade e não de oportunidade, e com muito pouco conteúdo inovador.

Os dados da PINTEC (Pesquisa de Inovação Tecnológica) coletados pelo IBGE demonstram que o protagonismo privado nos investimentos em inovação e, consequentemente, na cultura do risco como contrapartida da oportunidade, ainda é baixo. Efetivamente, a porcentagem total de investimentos privados em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) no Brasil é de 0,55% do PIB, contra 1,87% nos Estados Unidos e 2,45% na Correia do Sul.

Naturalmente, não se deve utilizar de tais dados para autenticar que o país estacionou a inovação. No Paraná, por exemplo, tem se incentivado e verificado um esforço cada vez maior de desenvolvimento da inovação por meio de parcerias.

Redes internas e externas de parceria, que decorrem do incentivo ao trabalho interno em rede (potencializado pela chamada web 2.0), e pela busca constante pela aproximação de empresa-empresa, universidade-empresa, ONG-empresa e governo-empresa, têm sido decisivas para o fortalecimento da cultura de empreendedorismo inovador no Estado.

Entre os esforços que estão impulsionando o Paraná em termos de referência para o Brasil em inovação e desenvolvimento, e que tem despertado o interesse de outros países, está à iniciativa da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), com a criação do C2i - Centro Internacional de Inovação.

 A abordagem do C2i para acelerar o desenvolvimento do setor produtivo do estado, consiste em propor que “inovar é transformar conhecimentos novos em resultados sustentáveis”, e que a gestão da inovação está na “capacidade sistemática e estratégica de inovar”.

Apontando, assim, para dois pilares essenciais e em constante equilibro desta disciplina: a Cultura da Inovação, e os Processos de Inovação.

Bibliografia:

www.bibliotecadigital.unicamp.br

www.dominiopublico.gov.br