Grupo ou equipe? a parte mais importante de um empreendimento!
Publicado em 12 de outubro de 2011 por Eloy Ribeiro de Souza
Em um empreendimento, qual a seção, parte ou departamento é a mais importante?
Tenho ouvido reclamações de vendedores que se dizem não reconhecidos pela empresa, mesmo sendo a parte MAIS IMPORTANTE da mesma. Afinal de contas, SEM VENDAS, para que empresa?
Prioritariamente, concordo com todas as reclamações! Eles estão cobertos de razão. Sem vendas, para que empresa?
Com a minha concordância, eles começam então a reclamar mais e mais. Do chefe imediato ao sistema de remuneração. Da expedição que “esqueceu” de enviar aquele pedido importantíssimo, até da colega do cafezinho que faz o café muito amargo(ou doce) para colocar na sala de vendas.
Eu apenas os escuto e, pacientemente, sinalizo concordando.
Cinco minutos depois de todas (?) as reclamações, reforço a máxima que “sem vendas para que empresa”? E peço a eles para pedirem ao “chefe do chefe” intermediário (geralmente o proprietário da empresa) para que dispense o chefe intermediário, ficando então os vendedores ligados, hierarquicamente, diretamente ao “big boss”.
Tão logo a maioria concorda com o tema “dispensar o chefe intermediário”, aproveitando, peço também que solicitem a exclusão da “expedição”. Eles fariam os pedidos que, após analisados pelo “big Boss” seria enviado diretamente a industria que despacharia diretamente ao cliente. Este tema dá um pouco mais de trabalho, mas, logo também é aprovado.
Na seqüência, proponho que os próprios vendedores analisem as condições de compras e vendas, ou seja, eles sabem o que venderiam mais e melhor,portanto também saberiam o que comprar e em que condições. Dispensando-se, então,também o “setor” de compras, custeio e análise de crédito.
Neste ponto, muitos já entendem onde quero chegar e começam, sorrateiramente, a sorrir dos demais colegas.
Ao final, uns 20 ou 30minutos depois, já fechamos a empresa. Vamos cada um procurar uma empresa onde tudo seja perfeito. A expedição, a colega do café, o setor de compras, gestão de pessoal etc.
Tudo organizadamente limpo, bonito, educado, com altos salários e pouco trabalho.
Peço então a eles que, se fossem os responsáveis únicos pela empresa, com o capital próprio alí investido, como agiriam?
Dou-lhes 5 minutos para pensar e retiro-me da sala.
Ao voltar à sala.. MILAGRE. Todos agiriam exatamente como o chefe intermediário age. Exatamente como o BIG BOSS faz. Incrível. Em 30 minutos os colegas e a empresa passaram de “final de carreira” para uma excelente empresa. Cheia de oportunidades de crescimento.
Neste ponto, todos tem a consciência de que devem atuar em equipe. Vendas é parte do processo. A entrega do produto (e o recebimento dos valores) é apenas o coroamento do processo, onde, a telefonista, o segurança, a senhora do café, a contabilidade, compras e todos os demais integrantes da EQUIPE, fizeram, e BEM, a sua participação no processo.
Um grupo pode até “dar certo” durante algum tempo. Pode acertar, esporadicamente, aqui ou acolá. Mas, dificilmente será mantido. Dificilmente se desenvolverá. A evolução perene, meta máxima de todo empreendimento, será curta e frustrante. Tanto para o empreendedor quanto para os participantes.
Já EQUIPES jogam justo. Na medida exata. Cada um fazendo o seu melhor em proveito de todos. Ninguém, continuamente, se excede. Esporadicamente sim, mas não como rotina operacional. Todos envidam a quantidade certa de esforço e recebem a quantidade justa de recompensa.
Desta forma, volta-se a pensar mais em EQUIPE do que em GRUPO. Cada um sabendo, e fazendo, exatamente aquilo que lhe é proposto e, melhor ainda, dispondo-se a ajudar quem, mesmo envidando máximo esforço, sente dificuldades em cumprir aquilo que lhe é determinado!
Espírito de equipe é desenvolvido, não somente mas, principalmente por liderança forte e confiável.
O líder, não o chefe, que consegue fazer com que a EQUIPE caminhe sozinha, sem a necessidade da sua presença, está apto a galgar novos postos e desafios.
A empresa que tem este LIDER está apta a crescer e melhorar a sua participação na comunidade em que atua.
A comunidade que tem esta empresa está apta a desenvolver uma sociedade mais justa, necessária, compartilhadora, ética e humana!
Afinal de contas, tudo começa e termina em e para nós mesmos!
E na sua empresa? A atuação desenvolve-se como grupo ou equipe?
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Eloy Ribeiro de Souza, é formado em Administração de Empresas e pós graduado em Gestão Empresarial e Metodologia do Ensino Superior, além de diversos cursos complementares tanto no Brasil quanto no exterior. Palestrante, poliglota, com experiência de mais de 20 anos em comércio exterior, o que lhe possibilitou, a convivência rotineira com muitas culturas, e, por conseqüência, conhecer posturas pessoais e profissionais que, hoje,são temas de suas palestras por todo o Brasil.