Ética na administração pública e privada

          Partindo do pressuposto de que a ética é um conjunto de valores instituídos e vivenciados juntos ao bem e ao mal, ao justo e ao injusto, ao permitido e ao proibido e tomando por base os recentes escândalos políticos em que empresas privadas viabilizaram um grande esquema de corrupção envolvendo o governo federal (vulgarmente definido como “ mensalão ”), há o fortalecimento na opinião pública de  que as empresas privadas são as grandes responsáveis pela ausência da conduta ética na administração, pois fica evidente a inexistência de códigos de ética em suas estruturas funcionais e relacionamentos com os clientes (em especial o setor público), buscando-se assim unicamente o lucro, sem medir suas ações para tal conquista.

 Neste contexto, há quem defenda que deva partir da administração pública, a implementação de regras e códigos administrativos, para balizar e incentivar a iniciativa privada a melhorar suas condutas comerciais.

Traçar um paralelo entre a administração pública e privada no Brasil, sem dúvida alguma é algo muito complexo, entretanto, compreendesse que a grande dificuldade dessa discussão não remonta ao setor privado ou ao público, e sim aos princípios éticos do ser humano e especialmente do cidadão brasileiro.

Talvez o que falte aos administradores de nosso país é o entendimento de que o “bom administrador” é a essência da administração pública e privada e que suas atividades não devem restringir-se unicamente ao cumprimento dos preceitos legais vigentes, mas também devem seguir a moral comum, pois se os primeiros delimitam as fronteiras do lícito e do ilícito, do justo e do injusto, a segunda espera dele conduta honesta, intrínseca e extrinsecamente conforme á função realizada por seu intermédio.