Decomposição ou mineralização?

Esses termos são freqüentemente usados como sinônimos. No entanto, eles apresentam uma ligeira diferença entre si. Esse texto pretende expor essa sutil distinção.

Freqüentemente, diz-se que as folhas ao caírem sobre a superfície do solo estão sofrendo decomposição. As vezes, usa-se o termo mineralização com o mesmo fim.

Embora sejam termos semelhantes, eles possuem uma pequena diferença entre si. Enquanto o termo "decomposição" é usado de um modo geral para indicar a "quebra" da matéria orgânica pela ação de microrganismos, o termo "mineralização" é um termo mais específico e se refere à liberação ou transformação dos constituintes da matéria orgânica que se encontram nesta na forma orgânica (ligado ao carbono) para a inorgânica. Por exemplo, o carbono das moléculas de carboidratos, lipídios (gorduras), proteínas é liberado na forma de dióxido de carbono (CO2). Do mesmo modo, os nutrientes como o nitrogênio e o fósforo também contidos nesta são liberados. Assim, por exemplo, o nitrogênio que está na forma de proteínas sofre o processo de mineralização sendo liberado na forma de amônio (NH4+). Diz-se que o nitrogênio da matéria orgânica está sofrendo mineralização. Da mesma maneira, o fósforo pode ser liberado da matéria orgânica na forma de fosfato. Essa liberação é realizada pela ação dos microrganismos (fungos e bactérias) do solo durante o processo de decomposição. Por essa razão, os termos podem ser muitas vezes confundidos.

Vale ainda explicitar que apesar de muito menos usado, o termo "decaimento" de matéria orgânica ainda pode ser aplicado como sinônimo de decomposição.

Diante do exposto, embora sejam termos muito parecidos, nota-se que há uma diferença tênue entre decomposição e mineralização justificando a aplicação muitas vezes como sinônimos corriqueiramente. Esses termos são muito utilizados em ecologia e agronomia principalmente na área de ciclos de nutrientes.

Preparado a partir de:

SCHLESINGER, W.H. Biogeochemistry: an Analysis of Global Change. Second Edition. San Diego: Academic Press, 1997. 588p.