PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais
Curso de Ciências Contábeis
6º Período Noite
Análise de Custos
Auditoria
Contabilidade e Orçamento Empresarial
Contabilidade Governamental
Ética Profissional
Sistemas Contábeis II


Geranyce de Miranda Guedes
Gleydson Tadeu Parreiras Peroni
Marco Antônio Carneiro Xavier
Sílvia Santana da Silva

CONTRIBUIÇÕES DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


Belo Horizonte
01 novembro 2012 Geranyce de Miranda Guedes
Gleydson Tadeu Parreiras Peroni
Marco Antônio Carneiro Xavier
Sílvia Santana da Silva

CONTRIBUIÇÕES DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Artigo científico apresentado às Disciplinas: Análise de Custos, Auditoria, Contabilidade e Orçamento Empresarial, Contabilidade Governamental, Ética Profissional e Sistemas Contábeis do 6º Período do Curso de Ciências Contábeis Noite do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH.

Professores: Alex Magno Diamante
Amaro da Silva Júnior
Amilson Carlos Zanetti
Giovanni José Caixeta
José Luiz Faria
José Ronaldo da Silva


Belo Horizonte
01 novembro 2012SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
2 ANÁLISE DE CUSTOS 4
3 AUDITORIA 6
4 CONTABILIDADE E ORÇAMENTO EMPRESARIAL 8
5 CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL 10
6 ÉTICA PROFISSIONAL 12
7 SISTEMAS CONTÁBEIS 13
8 CONCLUSÃO 16
REFERÊNCIAS 18
ANEXOS 19

CONTRIBUIÇÃO DAS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO PARA A FORMAÇÃO E A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

RESUMO

O presente trabalho traz como tema a contribuição das diversas áreas do conhecimento para a formação e a atuação do profissional de ciências contábeis. Para seu desenvolvimento foi realizada uma pesquisa bibliográfica, uma busca por dados na internet e uma entrevista com um profissional da área. Em momento posterior o grupo reuniu-se para estruturá-lo. Tem como objetivo apresentar de maneira geral os custos da auditoria em estoques e os custos ambientais inerentes às atividades desenvolvidas pelas entidades, demonstrar o papel e a importância do auditor, com todo seu aprendizado acadêmico, perante a empresa e à sociedade em geral, observar a importância da aplicação do orçamento empresarial, apresentar a necessidade do cumprimento das normas e de uma conduta ética pelo profissional contábil, demonstrar as especificidades da contabilidade pública e discutir como os sistemas de informações contábeis contribuem positivamente para a gestão. Proporciona aos estudantes de contabilidade uma ampliação no conhecimento relativo a Ciências Contábeis, destacando a relevância de cada disciplina para a formação do futuro profissional.

PALAVRAS-CHAVE

Custos Ambientais. Contribuições da Auditoria. Ética. Processo Orçamentário. Contabilidade Pública Sistema de Informação Contábil.

1- INTRODUÇÃO

O presente trabalho interdisciplinar refere-se às Contribuições das diversas áreas do conhecimento para a formação e atuação do profissional de ciências contábeis. Interligando as disciplinas do 6° período tais como: Análise de Custos, Auditoria, Contabilidade e Orçamento Empresarial, Contabilidade Governamental, Ética Profissional e Sistemas Contábeis II. Tem como objetivo apresentar, de maneira geral, os custos da auditoria em estoques e os custos ambientais inerentes às atividades desenvolvidas pelas entidades, discutir a importância da auditoria e as suas vantagens, bem como apresentar o valor do aprendizado desta disciplina. Verificar as contribuições trazidas pelo orçamento e pelo processo orçamentário, analisar a importância da conduta ética por parte do contador, demostrar as especificidades da contabilidade pública por meio de entrevista a um profissional da área e explicar como os sistemas de informações contábeis contribuem positivamente para a gestão de uma empresa.

2- ANÁLISE DE CUSTOS

Dentre as diversas áreas de atuação da Contabilidade está a Auditoria que objetiva mensurar a exatidão dos registros e demonstrações contábeis.
A atividade empresarial vem sendo pressionada pelos vários segmentos da sociedade, desde o próprio cliente – que exige maior qualidade e menores preços – até os ambientalistas – que exigem maiores investimentos no combate à poluição.
Para atender a essas exigências e continuarem competitivas, as empresas têm que se modernizar, não apenas em instalações, mas no processo de gestão, no qual todas as atividades desenvolvidas pelas empresas que não agregam valor a seu produto final devem consumir o mínimo de recursos.
Os estoques constituem o principal item de ativo de muitas empresas e dedica-se geralmente um tempo considerável à verificação dos estoques. Uma vez que estes constituem itens tangíveis, os auditores têm de se preocupar em determinar quantidades e qualidades dos mesmos, assim como em conferir a exatidão dos cálculos referentes a seu valor. Por merecer atenção especial, uma vez que reflete diretamente na apuração do Lucro Líquido de cada exercício, é necessário que o auditor aplique mais testes ao avaliar os estoques, aumentando assim os custos da auditoria.
A Contabilidade Pública é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transações em função deles, atuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos.
Uma das diferenças entre a contabilidade privada e a pública está no foco da atividade. Enquanto a primeira trabalha em função do lucro financeiro e econômico e na maximização de riqueza para os acionistas, a segunda utiliza seu patrimônio na execução de projetos de cunho social, voltados para a melhoria e promoção do bem comum, independente dos recursos ou resultados obtidos.
As entidades do setor público devem manter procedimentos uniformes de registros contábeis, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico, em rigorosa ordem cronológica, como suportes às informações.
Conforme a Secretaria do Tesouro Nacional, na gestão do patrimônio público é necessário que os atos e fatos relacionados a esse patrimônio sejam evidenciados de forma clara e objetiva. Para isso há o sistema contábil que é a estrutura de informações para a identificação, mensuração, avaliação, registro e controle do patrimônio público. O sistema contábil tem como principal objetivo, orientar o processo de decisão, a prestação de conta e a instrumentalização do controle social.
Na contabilidade pública, as contas do Plano de Contas são separadas, em sistemas de contas independentes, para facilitar a elaboração dos balanços e demonstrativos. Esses sistemas são classificados em: Financeiro, Patrimonial e Orçamentário.
A Contabilidade Ambiental informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente, avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida local. Já a Contabilidade Social informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade, sua contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.
Atualmente é possível identificar um crescente interesse de toda a sociedade para os problemas relativos ao meio ambiente. Os impactos ambientais surtem efeitos na qualidade de vida do homem e fizeram com que as mais variadas áreas de conhecimento tentassem contribuir de algum modo para solucionar o problema.
Este problema tem sua origem em como os recursos naturais são consumidos e na relação de quais são os efetivos benefícios desse consumo. Benefícios que facilitam o cotidiano podem ao mesmo tempo trazer doenças, escassez de recursos imprescindíveis, como a água, entre outros problemas.
O foco é sobre o resultado da gestão ambiental e não somente sobre os custos da degradação do meio ambiente.
Dependendo da característica da degradação causada, incorrerá em: gastos efetivos com a recuperação do Meio Ambiente, de modo a torná-lo em condições idênticas às existentes antes da degradação; gastos com o tratamento de doenças resultantes da poluição causada pela ação do homem; os gastos referentes a ações que pudessem prevenir a poluição; gastos com indenizações pela degradação ambiental; descontinuidade das operações; e, outros.
            É através desses gastos que o aspecto econômico do problema ambiental se torna evidente, pois eles podem ser mensurados economicamente. 
Ocorrida uma degradação que cause, além do impacto ambiental, também um efeito econômico, uma ação gerencial será solicitada.
Sem essa ação, supõe-se que os custos aconteçam num determinado patamar. Com ela, é de se esperar que aconteçam num patamar menor. É preciso, entretanto, levar em consideração os próprios custos dessa ação, antes de se avaliar o resultado dela.
As decisões tomadas devem ser avaliadas nos seus aspectos, operacionais, econômicos, financeiros e obviamente, ambientais e espera-se que, o resultado dessas avaliações possa ser positivo.
Os custos ambientais envolvem: tentar recuperar o ambiente degradado;  procurar evitar que novas degradações venham a ocorrer; permitir que existam condições para a reutilização de material ou da sucata gerada nas demais atividade; e, monitorar todas as ações da empresa que envolvam alterações ambientais, de modo a tê-las sob controle e evitar expor o meio ambiente a riscos desnecessários.

3- AUDITORIA

A contabilidade deve sempre fornecer dados verídicos em seus demonstrativos proporcionando segurança aos usuários da informação contábil. Sobre estes demonstrativos a Auditoria tem por função garantir a confiabilidade às informações prestadas pela empresa, através de seu parecer.
De acordo com Crepaldi (2011) todos os usuários buscam saber se as informações sobre os recursos gerados e aplicados, se o resultado operacional e a variação patrimonial obedeceram a padrões usuais de medição. É nesse espaço que a auditoria ganha sua importância.
Ainda segundo CREPALDI (2011, p. 9)

Em geral, a Auditora procura determinar se as demonstrações e respectivos registros contábeis merecem ou não confiança, isto é a auditoria é um espaço para verificar se as informações contábeis realmente refletem, ou não, a situação patrimonial, assim como os resultados das operações da empresa ou entidade que está sendo examinada.

Nesse sentido a auditoria surge como uma ferramenta eficaz para examinar os registros e demonstrações contábeis das empresas e confirmar ou desmentir a veracidade das suas informações, evitando-se fraudes ou erros, além de auxiliar os gestores dessas organizações nas tomadas de decisões.
É necessário que o estudante de contabilidade conheça os objetivos da auditoria e seus procedimentos técnicos para que junto a ela possa contribuir, no futuro, para a qualidade das informações prestadas à sociedade usuária em geral.
É necessário também neste período de estudos, conhecer as vantagens fornecidas por esta atividade contábil. Por exemplo, a de fiscalizar a eficiência dos controles internos, opinar sobre a adequação das demonstrações contábeis, apontar falhas na organização administrativa, assegurar maior exatidão dos resultados apurados e a de contribuir para maior observância das leis fiscais.
De acordo com CREPALDI (2011, p.7)

A auditoria atualmente é um meio indispensável de confirmação da eficiência dos controles e fator de maior tranquilidade para a administração e de maior garantia para investidores, bem como para o próprio fisco, que tem na auditoria o colaborador eficiente e insuspeito , que contribui indiretamente para melhor aplicação das leis fiscais.

A formação acadêmica do auditor auxilia as entidades na proteção de sua riqueza patrimonial. De acordo com Crepaldi (2011) o contador auditor pode assegurar aos administradores, proprietários, fisco e financiadores do patrimônio:
Sob o aspecto administrativo: a redução de ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade de empregados e administradores;
Sob o aspecto patrimonial: o melhor controle dos bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio;
Sob o aspecto fiscal: maior rigor no cumprimento das obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas;
Sob o aspecto técnico: maior adequação na utilização das contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios de Contabilidade;
Sob o aspecto financeiro: a resguarda dos créditos de terceiros contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio;
Sob o aspecto econômico: maior exatidão dos custos e veracidade dos resultados.
O auditor contábil é o profissional responsável por garantir que a administração de uma sociedade apresente as demonstrações contábeis e divulgações adequadas e esclarecedoras à opinião pública. O seu parecer é fundamental para a confiabilidade sobre as informações prestadas.
A auditoria através de suas normas e padrões de natureza técnica e ética é um elemento fundamental no sistema de informações, medição de desempenho e prestação de contas da administração de uma empresa.

4- CONTABILIDADE E ORÇAMENTO EMPRESARIAL

4.1. ORÇAMENTO: INSTRUMENTO DE GESTÃO

O atual contexto mercadológico propõe cada vez mais desafios às empresas, e é notável que para sobreviver na selva de negócios empresariais o mercado busca profissionais capacitados, qualificados e com visão difusa para gerir processos. Por sua vez o Orçamento é um instrumento que agrega um conjunto de informações rápidas e eficientes. Sua implantação pode ser complexa, porém pode trazer benefícios que contribuirão para reduzir a margem de erro, a redundância de informações e a maximização de lucros da empresa.
Segundo Caixeta, (2005, p. 4) o orçamento pode ser definido,

Instrumento de Planejamento e Controle que descreve atividades operacionais e programas de investimentos da empresa, relacionando os objetivos empresariais com funções de planejamento e controle, permitindo-se a tomada de decisão.

Os orçamentos quase que em sua totalidade procuram antever receitas, custos e despesas que entidade incorrerá a fim de praticar seu negócio. Os orçamentos baseiam-se em dados históricos, fatos ocorridos no passado que permitem previsibilidade, exceto os orçamentos iniciais de uma entidade quando são realizadas projeções de negócio ou de uma atividade futura. A contabilidade é o registro histórico das operações econômicas e financeiras, consequentemente torna-se o principal elemento para formação das premissas orçamentárias.
Considerando as inúmeras vantagens do orçamento podemos mencionar: que para Sanvicente (1995, p.35), ”o orçamento obriga a empresa a análise antecipada das políticas básicas”. O Orçamento também é um instrumento poderoso para Gestão Pública que o toma como instrumento legal que por sua vez deve integrar todo processo administrativo e financeiro, que direcionará a alocação dos recursos para as diferentes áreas que o poder público abrange.
Sanvicente (1995, p. 43) salienta que apesar de todas as vantagens e contribuições que o uso de um sistema de planejamento e controle orçamentários pode proporcionar a entidade, aos administradores, ele não é a resposta para todos os impasses que incorrem dentro de uma organização, pois para que seja aplicado corretamente requer condicionantes apropriados e o conhecimento da técnica envolvida em sua utilização.

4.2 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO

O processo orçamentário direciona os gestores para que os objetivos organizacionais sejam alcançados. A proposta orçamentária final deverá ser apresentada a coordenação e direção para que esta seja analisada e aprovada.
Fatores que determinam os limites gerais aos planos orçamentários: a capacidade produtiva da planta operacional; os recursos financeiros disponíveis; as condições do mercado; a capacidade de venda no período e etc.

4.3 PLANO ORÇAMENTÁRIO E SUAS APLICAÇÕES

Orçamento de vendas: baseia-se na elaboração das metas de vendas a organização, dividas por região, produtos, tipos de clientes.
Orçamento de produção: baseado nas medas de vendas, política de estoques da organização, será elaborado o plano mestre de produção onde serão estimadas as quantidades a serem produzidas para que empresa supra todo seu planejamento de vendas.
Orçamento de matéria prima: baseado no plano mestre de produção define as quantidades necessárias para produção de cada unidade do produto.
Orçamento de mão de obra: baseado no plano mestre de produção. Para cada unidade de determinado produto a ser fabricado, deve haver uma tabela de unidades de tempo, apurando o período de tempo gasto para elaborar determinado produto, sendo de extrema importância analisar a capacidade produtiva quanto à suficiência para executar o plano mestre de Recursos Humanos.
Orçamento dos custos indiretos de fabricação: geralmente possuem natureza fixa, para que seja elaborado são utilizados custos históricos corrigidos ou novas cotações realizadas pelos diversos departamentos da fábrica.
Orçamento de despesas administrativas: são despesas fixas que abrangem e englobam itens necessários à gestão burocrática da empresa.
Orçamento de despesas de vendas: trata-se do planejar os valores que serão gastos na comercialização e distribuição dos produtos.
Orçamento de Caixa: consolida as informações das movimentações (entradas e saídas) de caixa.

5- CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL

Para um entendimento melhor sobre a contabilidade pública, foi realizada uma entrevista com profissional da área. Foi entrevistado o senhor José Vuotto Nievas. Contador e Administrador, com pós-graduação e mestrado, técnico de controle do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, perito contador, professor (25 anos) e membro da Academia Mineira de Ciências Contábeis.

ENTREVISTA:
1) Em que patamar o senhor diria que está a Contabilidade Pública, atualmente, no Brasil?
R.: A Contabilidade Pública já esteve bem à frente da Contabilidade das Empresas Privadas. De um tempo para cá ela perdeu essa condição, principalmente com a internacionalização da contabilidade empresarial. Nos últimos anos ela vem se modernizando, devendo incorporar em seu conjunto de informações a Contabilidade de Custos e em breve estará, também, internacionalizada.
2) Quais os principais aspectos das Normas Brasileiras de Contabilidade Pública?
R.: Observância aos princípios de contabilidade, estabelecimento de novas regras de contabilização e apuração de custos e apresentação das demonstrações contábeis.
3) Quais os principais aspectos das Normas Brasileiros de Contabilidade Pública?
R.: Observância aos princípios de contabilidade, estabelecimento de novas regras de contabilização e apuração de custos e apresentação das demonstrações contábeis.
4) De que forma o setor público precisa se adaptar a essas Normas?
R.: Atualmente, a Contabilidade Pública é regulada por uma Lei Federal de 1964. É preciso que o setor público compreenda que as Normas Brasileiras de Contabilidade Pública devem ser elaboradas, por quem entende de contabilidade. A adaptação é no sentido da compreensão e importação de regras da Contabilidade Privada para a Pública.
5) O que a Contabilidade Pública representa para a sociedade?
R.: Uma importante fonte de informações e uma ferramenta capaz de aprimorar os controles internos e externos dos entes públicos, para que o cidadão e os órgãos de controle possam exercer uma fiscalização dos gastos públicos, com uma maior transparência e eficiência.
A contabilidade aplicada a Administração Pública tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que instituiu Normas Gerais de Direito Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos entes da administração direta e indireta da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, incluindo as fundações, autarquias, fundas municipais e empresas estatais dependentes. A Lei 4.320/64 está para a contabilidade aplicada ao setor público assim como a Lei 6.404/76 alterada pela Lei 11.638/07 está para as sociedades empresariais. A Contabilidade Pública já esteve bem à frente da contabilidade das empresas privadas. De um tempo para cá ela perdeu essa condição, principalmente com a internacionalização da contabilidade empresarial. Nos últimos anos ela vem se modernizando, devendo incorporar em seu conjunto de informações a Contabilidade de Custos e em breve estará, também, internacionalizada e o setor já está se mobilizando para essa adaptação promovendo muitos seminários e treinamentos para a efetivação dessa transição e adaptação às novas Normas Brasileiras de Contabilidade Pública.
A Contabilidade Pública é uma importante fonte de informações e uma ferramenta capaz de aprimorar os controles internos e externos dos entes públicos, para que o cidadão e os órgãos de controle possam exercer uma fiscalização dos gastos públicos, com uma maior transparência e eficiência. A Contabilidade Pública pode contribuir para inibir virtuais desvios do dinheiro público no sentido do aprimoramento dos controles internos e externos dos entes públicos, com vistas a permitir uma maior transparência e avaliação dos gastos efetuados pelos agentes políticos.
. É preciso que o setor público compreenda que as Normas Brasileiras de Contabilidade Pública devem ser elaboradas, por quem entende de contabilidade. A adaptação é no sentido da compreensão e importação de regras da Contabilidade Privada para a Pública. Os principais aspectos das Normas Brasileiros de Contabilidade Pública são a observância aos princípios de contabilidade, estabelecimento de novas regras de contabilização e apuração de custos e apresentação das demonstrações contábeis, essas normas são aplicadas os entes públicos em geral tais como: Prefeituras, governos dos estados e da união, fundações, autarquias e empresas públicas, tribunais, poder legislativo, etc.
Na contabilidade pública, as contas do Plano de Contas são separadas, em sistemas de contas independentes, para facilitar a elaboração dos balanços e demonstrativos. Esses sistemas são classificados em: Financeiro, Patrimonial e Orçamentário.
Orçamentário – De acordo com o artigo 102, da Lei 4.320 de 1964, o balanço orçamentário demonstrará as receitas e as despesas previstas em confronto com as realizadas. Portanto, ao analisar um balanço do sistema orçamentário podemos perceber se ouve equilíbrio na aprovação do orçamento. Desse modo podemos dizer que ao analisar um balanço orçamentário é possível identificar se a receita arrecadada foi a maior, a menor ou igual à despesa empenhada.
De acordo com as NBCASP e o manual do PCASP, o sistema orçamentário é o que registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária, tais como: orçamento, programação e execução orçamentária, alterações orçamentárias e resultado orçamentário.
Financeiro – O sistema financeiro registra os recebimentos e pagamentos de receitas e despesas orçamentárias e extra orçamentárias. Ao analisar o balanço do sistema financeiro tem-se como foco observar como foram gastos os recursos ingressos no órgão público. A receita orçamentária é apresentada por categoria econômica e a despesa orçamentária é apresentada por função e classificação funcional da despesa.
De acordo com o anexo 13 da Lei 4.320/64, no balanço financeiro a receita é desdobrada em orçamentária, extra orçamentária e saldo do exercício anterior, e a despesa orçamentária, extra orçamentária e saldo para o exercício seguinte.
Conforme as NBCASP e o manual do PCASP, o sistema financeiro é o que registra, processam e evidenciam os fatos relacionados aos ingressos e aos desembolsos financeiros, bem como as disponibilidades no início e final do período, que subsidia a administração com informações financeiras tais como: fluxo de caixa, resultado primário e receita corrente líquida.
Patrimonial – O sistema patrimonial registra os fatos que afetam o patrimônio da entidade, resultantes das variações ocorridas no patrimônio, independente de movimentação financeira. A STN define o sistema patrimonial, através do manual do PCASP, como sendo aquele que registra, processa e evidenciam os fatos não financeiros relacionados com as variações quantitativas e qualitativas do patrimônio público, que subsidia a administração com informações tais como: alterações nos elementos patrimoniais, resultado econômico e resultado nominal.

6- ÉTICA PROFISSIONAL

Ética Profissional pode ser conceituada pelo conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce, para isso, as empresas podem ter seu próprio código de ética, que se compõem por princípios e normas adotadas por elas para orientar seus funcionários no cumprimento da ética.
No caso do Contador, a Ética inclui-se também em seguir todos os princípios e normas contábeis.
O Código de Ética estabelece padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura estimular a auto-reflexão exigida de cada indivíduo, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no exercício profissional.
Todos os seus conselheiros, diretores e funcionários devem cumprir rigorosamente todas as leis e regulamentos aplicáveis. Geralmente no primeiro dia de trabalho o novo colaborador se compromete a seguir tais regulamentos, podendo quem não cumprir, sofrer ações disciplinares, incluindo o seu desligamento.
Além dos princípios que a empresa adota, algumas organizações trazem em seu código de Ética alguns deveres que devem ser cumpridos por todos, inclusive os superiores, e os comportamentos que não são permitidos sem prévia autorização de um superior. A maneira como devem se comportar perante os fornecedores, a concorrência e até mesmo com a imprensa.
No âmbito da ética, também inclui o comprometimento das entidades com o lado social, desenvolvimento de projetos Ambientais que visam reduzir o consumo de água, gastar menos energia, diminuir a emissão de poluentes, aumentarem a índice de reciclagem dos resíduos e, não menos importante, garantir o tratamento de água utilizada para devolução na natureza.
Todos esses projetos e princípios que as empresas adotam têm como principal objetivo o de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o seu reconhecimento social, mantenha a organização e harmonia entre seus colaboradores.

7- SISTEMAS CONTÁBEIS

As estratégias empresariais são apoiadas pelo uso da tecnologia de informação que busca agilizar o fluxo de informação para a tomada de decisões. Portanto, a informação deve ser entendida como um dos recursos básicos de uma empresa.
Martin (2002) menciona a importância de um gerenciamento dos recursos disponíveis como uma ferramenta estratégica que deve ser utilizada pelos profissionais para o bom desempenho do Sistema de Informações Integrado em todo o sistema da empresa, a partir da integração de diversos departamentos, sendo estes de apoio ou produtivos.
Com a visão geral de utilização de Sistemas de Informações Integrados pelos diversos departamentos da empresa, cada departamento pode constituir um subsistema que é abastecido com informações. Assim, a Contabilidade é abastecida por lançamentos contábeis que se tornam registros. Esses lançamentos podem ser feitos diretamente no sistema do setor de Contabilidade ou por meio de integração, ou de interfaces com outros sistemas da empresa.
De acordo com Riccio (2001), a Contabilidade é um sistema de controle largamente utilizado pela sociedade que, por sua natureza, é uma área controladora e consolidadora dos Sistemas de Informações da empresa. Dessa forma, supõe-se que com a implantação de um Sistema de Informações Integrado e informatizado possam ocorrer mudanças no desempenho da empresa, na estrutura organizacional e na própria contabilidade, provocando alterações nos serviços que presta à empresa e no relacionamento que ela mantém com as demais áreas da organização.
Entende-se que dada a importância da informação para a gestão empresarial, torna-se necessária a existência de um sistema de controles consistente. A contabilidade, utilizando-se de banco de dados, pode atuar para que se estabeleçam níveis de controles adequados, integrando-os ao sistema de informações empresarial. Nesse sentido, ela realiza uma interpretação dos relatórios com visão sistêmica, orientando os gestores em relação aos aspectos relevantes observados para que eles, então, analisem os mesmos relatórios focando cada uma de suas áreas de atuação.
Na manutenção dos registros legais e históricos e na produção de demonstrativos financeiros precisos é que estão concentrados os sistemas contábeis operacionais, que envolvem, normalmente, processamento de pedidos, de controle de estoque, de contas a receber, de contas a pagar, de folha de pagamento e do livro razão geral, que estão incluídos no sistema contábil operacional (O’BRIEN, 2002). Para o autor, os sistemas contábeis administrativos enfocam o planejamento e controle das operações da empresa, concentrando-se nos relatórios de contabilidade de custos e desenvolvimento de orçamentos financeiros. O mesmo autor cita que as inter-relações ocorridas entre os diversos e importantes sistemas de informação contábil, geralmente processados em computadores, são ilustradas no Anexo I.
Dessa forma, a contabilidade recebe lançamentos contábeis pode envolver as empresas do estágio parcialmente integrado, quando alternar entre alguns lançamentos efetuados dentro do setor de contabilidade e outros obtidos pela integração ou interfaces, bem como as empresas totalmente integradas, quando a obtenção for apenas por meio da integração. Nesse último caso, a integração pode ser de forma original (como, por exemplo, com a utilização de um sistema ERP) ou não-original (como, por exemplo, utilizando integração entre sistemas de várias áreas da empresa).
De acordo com O’Brien (2010), é no Processamento de Pedidos de vendas, conforme Anexo I, que os pedidos dos clientes são captados e processados, produzindo dados necessários para a análise de vendas e o controle de estoque.
Sendo assim, o Sistema de Controle de Estoques processa dados que refletem mudanças nos estoques. Por exemplo: depois que os dados sobre pedidos são recebidos do sistema de Processamento de Pedidos, é o controle de estoques quem registra mudanças que esses causaram nos níveis de estoques e prepara os devidos documentos de expedição. Dessa forma, esse subsistema destina-se ao controle das movimentações físicas e à avaliação econômica desses ativos (O’BRIEN, 2010).
Verifica-se ainda que no Processamento de Inventários torna-se necessário processar a mensuração econômica dos estoques de materiais, da produção em processo e produtos acabados, para fins de elaboração do balanço societário/fiscal (O’BRIEN, 2010). Esse sistema poderia ser abastecido pelo Sistema de Custos e por alguns sistemas operacionais que possam estar interligados no processo como, por exemplo: Controle de estoques, Estrutura de Produtos, Roteiros de Fabricação, Custos, Compras e Entradas Fiscais, Expedição e Emissão de Notas Fiscais.
O Sistema de Contas a Receber recebem informações de outras áreas, como o valor das vendas realizadas no Faturamento e, segundo O’Brien (2002), esses sistemas mantêm registros de totais em débitos por clientes a partir de dados gerados pelas compras e pagamentos. Os sistemas de Contas a Receber estimulam pagamento dos clientes por meio de faturas precisas e oportunas, assim como permitem a retirada de extratos dos clientes a prazo. Fornecem ainda relatórios aos gerentes para auxiliá-los no controle financeiro e de cobrança.
O mesmo autor comenta que o Sistema de Contas a Pagar tem registrado as compras feitas de fornecedores mediante dados recebidos do Sistema de Compras, e fornece informações de totais devidos e pagamentos efetuados. O sistema também contribui para que os pagamentos aos fornecedores sejam executados pontualmente e corretamente, bem como proporcionem controle dos desembolsos da empresa.
O Sistema de Folha de Pagamento, conforme visualizado na Anexo I, recebe e mantém dados dos cartões de ponto dos funcionários e outros registros de trabalho e remuneração dos funcionários, produz contracheques e outros documentos relacionados a folha de pagamento e encargos sociais. Esse sistema também pode fornecer, à administração, relatórios com análise dos custos e da produtividade da força de trabalho (O’BRIEN, 2010). Todos os processos mencionados até aqui podem envolver os sistemas de empresas parcialmente ou totalmente integradas com a contabilidade, e estes formam um fluxo de informações que precisa ser organizado, controlado e planejado, para tornar-se otimizado.
De acordo com O’Brien (2010) o Sistema de Livros Contábeis consolida os dados recebidos dos demais sistemas (contas a receber, contas a pagar, folha de pagamento e outros). Assim, após a consolidação poderá produzir demonstrativos e relatórios financeiros. Esse sistema ajuda a empresa a executar tarefas da contabilidade de maneira correta e oportuna. Para auxiliar nas análises de rentabilidade de produtos, custos de processos e processo de formação e gestão do preço de venda, um Sistema de Custos poderia ser utilizado na empresa, respeitando a visão de custos de cada empresa.
O anexo I, portanto, relaciona as principais etapas do processo de uma empresa com os subsistemas de informações que servem de apoio a cada um deles, integrando-os ao Sistema de Informações Contábil existente. Esse processo representa a execução de um planejamento operacional, que ainda pode fazer parte de um planejamento estratégico existente na empresa. A contabilidade pode acompanhar esses processos como um todo no processo de gestão da empresa.

8- CONCLUSÃO

Durante o desenvolvimento e conclusão deste trabalho foi possível expandir o conhecimento sobre o campo de atuação, atividades exercidas e a importância do profissional contábil. Realizamos uma entrevista com um profissional da área concluindo que na prática, todo conhecimento adquirido nas disciplinas estudadas será visto no dia a dia do profissional. A Análise de Custos demonstrou a importância da mensuração dos custos ambientais causados pela atividade empresarial. Com a auditoria foi possível perceber que ela é fundamental a todos os seus usuários, no momento em que ela, através de seus procedimentos técnicos e com a contribuição da formação acadêmica do contador é capaz de assegurar a confiabilidade aos relatórios e demonstrativos contábeis. Observou-se que a Ética vem sendo utilizada no âmbito empresarial como instrumento de expansão dos negócios e como meio de recuperar a confiança na empresa, tanto dos funcionários, quanto dos clientes e que para isto se utilizam do chamado “Código de Ética Empresarial”, que visa melhorar a imagem e o desempenho das empresas perante a sociedade, observou-se que a implantação do sistema orçamentário provoca mudanças internas em todos os setores, portanto, é necessário investimento, dedicação, treinamento e profissionais capacitados para que o orçado seja alcançado. Lembrando que nenhum sistema orçamentário pode resolver todos os problemas administrativos, mas pode prever soluções. O orçamento fornece uma grande quantidade de relatórios gerenciais e fiscais e permite análises que ajudam a organizar e controlar os setores na contabilidade. Tornou-se de conhecimento ao grupo as nuances da contabilidade pública, através de uma entrevista com profissional da área. Foi possível perceber também que as estratégias empresariais são apoiadas pelo uso da tecnologia de informação que busca agilizar o fluxo de informação para a tomada de decisões e por isso a informação deve ser entendida como um dos recursos básicos de uma empresa.
. O conhecimento adquirido na realização desse trabalho é de grande valia e indispensável na vida de um profissional contábil.


REFERÊNCIAS

ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; WHITAKER, Maria do Carmo e RAMOS, Jose Maria Ramos. Fundamentos da Ética Empreendedora e Econômica. 2 ed. São Paulo: Atlas S/A, 2003.


CAIXETA, Giovanni José; Orçamento Empresarial. Belo Horizonte, 2005. 131p.


CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011.


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ANEXOS

ANEXO I
Sistema de Informação Contábil (SIC)

Fonte: Toigo & Nascimento (2008, p. 98).