PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais

Curso de Ciências Contábeis

1º Período Noite

Contabilidade Introdutória

Direito Empresarial

Introdução ao Estudo de Ciências Sociais

Matemática

Metodologia do Trabalho Científico

Teoria Básica da Contabilidade

 

 

Luiza Batista Santos Pereira

Marlene de Sousa Gonçalves

Nathália Patrícia Paulino Cerqueira

Rafael Porto Marques

Tainara Fernandes dos Santos

Vanessa Gifford Erse

 

 

 

CONTRIBUIÇÕES DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL CONTÁBIL

 

 

 

 

 

Belo Horizonte

21 maio 2012
Luiza Batista Santos Pereira

Marlene de Sousa Gonçalves

Nathália Patrícia Paulino Cerqueira

Rafael Porto Marques

Tainara Fernandes dos Santos

Vanessa Gifford Erse

 

 

 

 

 

 

 

 

CONTRIBUIÇÕES DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL CONTÁBIL

 

Resumo de assunto apresentado às disciplinas: Contabilidade Introdutória, Direito Empresarial, Introdução ao Estudo de Ciências Sociais, Matemática, Metodologia do Trabalho Científico e Teoria Básica da Contabilidade do lº Período do Curso de Ciências Contábeis Noite do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da PUC Minas BH.

Professores:  Anna Florência de C. Martins Pinto

Candice Vidal

Cristiano Moreira da Silva

Fátima Penido Drumond

Sabino J. de Paula Freitas

Vicente Omar Diniz Torres

 

 

 

 

Belo Horizonte

21 de maio 2012

SUMÁRIO

 

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................04

 

2 CONTABILIDADE........................................................................................................... 06

2.1 O profissional contábil.................................................................................................... 06

2.2 Os relatórios contábeis.................................................................................................... 06

2.3 Principais   usuários   da   contabilidade   e   suas    demandas   por   informações contábeis...........................................................................................................................08

2.4 Perspectivas para o futuro profissional contábil.......................................................... 09

 

3 PERFIL DO PROFISSIONAL CONTADOR..................................................................10

 

4 CONTRIBUIÇÕES   DA   MATEMÁTICA   NA   FORMAÇÃO    E    ATUAÇÃO

DO PROFISSIONAL CONTÁBIL..................................................................................12

5 DIREITO EMPRESARIAL...............................................................................................15

 

6 CIÊNCIAIS SOCIAIS E AS ORGANIZAÇÕES............................................................ 18

6.1 Características da transnacionalidade..........................................................................  18

6.2 Análise de como as condições  da  transnacionalidade  se   manifestaram   na   crise

      econômica  de  2008,  abordada  no filme  “Trabalho Interno"  (2010),  de  Charles

      Fergunson......................................................................................................................... 22

 

7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 23

 

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................25

1 INTRODUÇÃO

 

O trabalho feito tem por objetivo a construção de uma relação interna entre as disciplinas cursadas, para assim ter a exata noção da importância e da contribuição de cada disciplina para o desenvolvimento da formação e atuação de um profissional de ciências contábeis.

A disciplina da Matemática a ser identificada, trará uma breve abordagem demonstrando como a matemática contribui na formação e atuação do profissional contábil, também é demonstrado como surgiu, onde foi criado, quem criou e a contribuição do método das partidas dobradas na contabilidade. Para ter um exemplo pratico e para o melhor entendimento desses temas o trabalho traz uma entrevista feita com um professor que é contador e uma entrevista com um contador que não é professor, explicando e tirando duvidas a respeito do método das partidas dobradas, citando a importância da matemática como ferramenta no Curso de Ciências Contábeis e a aplicação da matemática no dia-a-dia do contador.

Identificada também no trabalho a importância da disciplina da Contabilidade Introdutória na formação do profissional contábil, é feita uma descrição do profissional contábil, citando como se da sua formação acadêmica, as instituições de ensino para uma boa formação, o prazo de conclusão da sua graduação, e os cursos de pós-graduação para esta área.

Os principais relatórios contábeis serão descritos no trabalho, demonstrando quais as suas finalidades, quais são os relatórios mais usados para gestão de empreendimento e quais relatórios não obrigatórios mais utilizados, demonstrando que tais relatórios são de grande importância na profissão. Citará também os principais usuários da contabilidade, externos e internos e a necessidade de tais pelas informações contábeis.

É de grande importância identificar as perspectivas para o futuro profissional contábil, as principais dificuldades da profissão, e as áreas promissoras para o exercício da profissão. Para ser possível uma ilustração melhor dessa importância é feita uma entrevista com um contador descrevendo como é a formação contábil e falando a respeito dos relatórios contábeis.

Dentro do tema da disciplina de Teoria Básica da Contabilidade será descrito o perfil do profissional contábil hoje, apresentando características profissionais necessárias para o exercício da profissão, habilidades técnicas utilizadas por um contador, o perfil pessoal de um contador, as áreas de conhecimento específicos utilizados na profissão, e as possíveis áreas de especialização.

A relação do Direito Empresarial com a contabilidade será identificada no trabalho utilizando-se dos temas que são a aplicação do direito na pratica contábil, a forma com que a sociedade empresaria adquire sua personalidade jurídica e qual a vantagem da sociedade empresaria de direito e não de fato. A fim de demonstrar tal relação é exemplificada a quem o Direito e a Contabilidade dirige suas ciências.

Na disciplina da Sociologia serão demonstradas as características da transnacionalidade de acordo com Ribeiro, através da interpretação do texto escrito pelo mesmo, pois para assim, ser possível relacionar o filme assistido á teoria da sociologia.

Através de um relatório feito a partir da analise do filme “Trabalho interno” (2012), de Charles Fergunson, é demonstrado de que maneira as condições da transnacionalidade se manifestam na crise econômica de 2008 abordada no filme.

No desenvolvimento do trabalho será possível identificar tudo aqui mencionado, observando sempre a relação existente entre as matérias como a Matemática, Contabilidade Introdutória, Teoria Básica da Contabilidade, Direito Empresarial e Sociologia com a formação do profissional contábil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 CONTABILIDDE

2.1 O profissional contábil

A Contabilidade surgiu antes mesmo da moeda. Ela é conhecida como uma ciência social aplicada, que se modifica com o ambiente em que está inserido. Obteve seu principal parecer com a obra de Luca Pacioli, em Veneza, com o Método das Partidas Dobradas. Ele era um dos principais representantes da escola européia (ou italiana), escola esta que contribuiu com as demonstrações financeiras. Com a ascensão da escola americana, foi dando-se mais ênfase ao profissional contábil. (HISTÓRIA da contabilidade, 2011)                                  

Marion, ao explicar o profissional contábil nos diz que

denomina-se técnico em contabilidade aquele que cursou o curso de Contabilidade em nível técnico (médio). Após o término do curso superior (3°grau) de Contabilidade, o profissional é chamado de contador ou bacharel em Ciências Contábeis. Tanto o técnico em Contabilidade quanto o contador podem ser chamados contabilistas. (MARION, 2009, p.30).

A Resolução do CFC faz referência a outras funções exercidas pelo profissional contábil como: analista; assessor; assistente; auditor (interno ou externo); conselheiro consultor; controlador de arrecadação; controller; educador; escritor ou articulista técnico; escriturador contábil ou fiscal; executador subordinado; fiscal de tributos; legislador organizador; perito; pesquisador; planejador; professor ou conferencista; redator e revisor.

Estas funções podem ser exercidas em cargos como os de: Chefe; subchefe; diretor; responsável; encarregado; supervisor; superintendente; gerente; subgerente de todas as unidades administrativas onde se processem serviços contábeis.

Quanto às titulações do mesmo poderá ser de contador geral, contador de custos, contador departamental, contador de filial, contador fazendário, contador fiscal, contador industrial, contador patrimonial, contador público, contador revisor, contador seccional ou setorial, contadoria, técnico em contabilidade e outras semelhantes, expressando seu trabalho. (BRASÍLIA, 2003).

Com isso, foi possível apresentar todas as áreas de atuação do profissional contábil.

2.2 Os relatórios contábeis

A contabilidade tem por objetivo fornecer informações estruturadas. Estas

informações são apresentadas através de relatórios contábeis, que possuem grande importância dentro de uma empresa, pois significam o produto final da contabilidade. Estes relatórios devem atender aos usuários internos e externos da informação contábil. Os relatórios contábeis são divididos em relatórios contábeis obrigatórios e relatórios contábeis não obrigatórios Os relatórios contábeis obrigatórios são conhecidos como demonstrações financeiras. Estes são exigidos pela Lei 11638/2007 e geralmente são usados em sociedades anônimas ou outros tipos de societários. (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA 2009, P. 53-54).

Os relatórios contábeis obrigatórios são:

a)      balanço patrimonial: De acordo com Iudícibus, Marion e Faria (2009, p. 53-59) o Balanço Patrimonial é uma das peças fundamentais dentro de uma entidade, pois retrata o saldo de contas após serem apresentados todos os lançamentos em operações de um determinado período, posteriormente todos os provisionamentos (depreciação, devedores duvidosos) e ajustes. Também é considerado um dos relatórios mais usados na gestão do empreendimento. (Informação verbal).[1]

b)      demonstração do resultado (DR) [2]: é um relatório contábil que procura mostrar através do confronto entre receitas e despesas o resultado obtido na entidade em determinado período de tempo.  Este resultado pode ser positivo (receitas superando despesas), negativo (despesas superando receitas), ou nulo (receitas igual despesas). (CLÓVIS et al, 2006, p. 82-84);

c)      demonstração dos lucros e prejuízos acumulados[3]: apresenta as mutações sofridas pela conta, como lucro ou prejuízo acumulados ao longo de um determinado

período partindo do resultado inicial do seu exercício social, por isso o nome.

(CLÓVIS et al , 2009, p. 84-85);

d)     demonstração de fluxo de caixa: através deste demonstrativo se evidencia todos os recebimentos e pagamentos ocorridos no período. Visualiza - se as alterações ocorridas durante o exercício, no saldo caixa. (MARION, 2009, p. 118-119);

e)      demonstração de valor adicionado: esta demonstração mostra qual foi à riqueza gerada em determinada empresa e como foi distribuída esta riqueza. Esta demonstração só será obrigatória em companhias abertas, ou seja, que negociam ações na bolsa de valores e deverão ser publicadas de acordo com os padrões das normas do CVM (Comissão de Valores Mobiliários). (BRASIL, 2007, p. 1).

Os Relatórios não obrigatórios mais usados são aqueles que não são previstos pela Lei 11638/2007. Estes relatórios dependerão do tipo de sociedade que foi constituída.  Tem-se como exemplo, a Demonstração de Valor Adicionado. Outro caso a ser citado é a Demonstração de Fluxo de Caixa. Esta demonstração não é requisitada em companhias fechadas com patrimônio liquido inferior a R$ 2 milhões. Porém em companhias que não atendem a estas condições como em algumas sociedades no ramo de hotelaria, este relatório será obrigatório. O mesmo acontece com a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos que hoje não é tão elaborada. Outros relatórios que se pode citar são o balanço social e os orçamentos. (Informação verbal).[4]

2.3 Principais usuários da contabilidade e suas demandas por informações contábeis

A contabilidade tem por objetivo fornecer informações aos diversos usuários da informação contábil de acordo com o ramo econômico- financeiro e a natureza física correlacionando com a produtividade e a sociedade em que estamos inseridos. Ela auxilia os interessados na tomada de decisão de forma estruturada, atendendo apenas ao que o usuário precisa em determinado momento, utilizando-se dos relatórios contábeis. Estes relatórios devem atender aos usuários, internos e externos, da informação contábil.

 Os usuários internos são aqueles que estão principalmente inseridos na entidade como administradores, empregados, diretores entre outros. Eles estão quase sempre relacionados a tomadas de decisão; por isso necessitam de certas informações que os direcionem para qual caminho seguir. Interessam para esses usuários as demonstrações financeiras (relatórios contábeis) como as citadas anteriormente, além de informações que estão ligadas a “contabilidade financeira (geral)- que produz os relatórios tradicionais, a outros derivantes da Contabilidade de Custos, da administração financeira, da produção e outras disciplinas que apresentem conceitos importantes para a tomada de decisão.” (IUDICIBUS; MARION; FARIA 2009, p. 34).

De acordo com Clóvis e outros (2006, p. 3) as principais informações requeridas são: Fluxo de caixa, Desempenho e rentabilidade, Produtividade e análise das variações de desempenho, Desempenho por região, linhas de produtos, vendedores, etc., Comparações entre custos orçados (ou padrão) e reais, Relatórios para decisões especiais do tipo fabricar versus adquirir, orçamento de capital, expansão da fábrica, criação de divisões, relatórios sobre mix de produtos e serviços, etc. Tais relatórios dependem dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Entretanto também necessitam de outros conceitos como: custos de oportunidade, taxas de juros e de desconto, custos de reposição, custos imputados e econômicos, noções e cálculos de risco econômico e financeiro e muitos outros. (IUDICIBUS; MARION; FARIA 2009, p. 34)

Os usuários externos da contabilidade são aqueles que não estão inseridos diretamente dentro da sociedade, porém necessita das informações para tomarem decisões. Normalmente, há um padrão para estas informações. Os principais exemplos destes usuários são os Bancos, entidades governamentais, acionistas, quotistas minoritários ou investidores, sindicatos entre outros. Para estes usuários, as informações mais prescritas são: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado, Demonstração de Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado, entre outros. (CLÓVIS et al, 2006, p. 3)

 

2.4 Perspectivas para o futuro profissional contábil

            A contabilidade é um dos ramos que está mais crescendo no mercado brasileiro. “O ambiente global é internacional, e está colocando, para os contadores e para a Contabilidade, desafios e, ao mesmo tempo, oportunidades de desenvolvimento.” (IUDICIBUS; MARION; FARIA 2009, p. 261).

            De acordo com Clóvis e outros (2006, p. 22-23) os principais obstáculos encontrados no futuro da contabilidade são a dificuldade em transmitir aos alunos do curso os fundamentos teóricos, a falta de harmonização entre instituição de ensino e mercado de trabalho, as mudanças constantes nas normas internacionais e finalmente a ausência de fundos e esforços que incentivem as pesquisas sobre os princípios contábeis. Apesar dos problemas falados acima, a Contabilidade tem grande importância na área de conhecimento e geração de informações. As perspectivas são excepcionais e a cada dia começa a abrir novos rumos para os profissionais contábeis. Os profissionais podem atuar como contadores de sociedades privadas, contadores de sociedades publicas, contadores de sociedades de economia mista e do terceiro setor, analistas financeiro, consultores da área de custos, consultores da área de sistemas de informação, consultores na área de finanças, controller, diretores financeiros, professores, pesquisadores, conferencistas, auditores interno e externo, auditores fiscais, peritos e outros cargos no âmbito das organizações.

 

3 PERFIL DO PROFISSIONAL CONTADOR

 

            Sabendo que “a contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões” (MARION, 2006, p.23) e que “a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisão.” (MARION, 2006, p.25), o profissional contábil deve estar sempre atualizado para que possa fornecer informações adequadas aos usuários da informação contábil, podendo, assim, contribuir efetivamente na tomada de decisões.

            Levando em consideração que “a contabilidade tem evoluído de forma acompanhar as mudanças políticas, econômicas e sociais que afetam a sociedade e, em consequência, modificam as suas necessidades informacionais” (Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras, 2009, p. 70), o contador também deve estar em constante evolução acompanhando as modificações que a sociedade vem sofrendo. Desta forma, ele poderá atuar na organização da qual faz parte de forma eficiente e eficaz.

               Conforme Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras

anteriormente, a contabilidade e, por consequência, os contadores, estavam, focados no processo de registro e elaboração dos relatórios econômico-financeiros, mas, atualmente, a dinamicidade do ambiente em que as entidades desenvolvem suas atividades e negociam os seus produtos, e a diversidade de players com os quais se relacionam, requerem um contador capaz de prover as informações requeridas pelos usuários (internos e externos) da contabilidade, sejam elas de natureza econômico-financeira ou de natureza física, ambiental ou social. (RIBEIRO FILHO, LOPES E PEDERNEIRAS, 2009, 9. 71).

               Sendo assim, o contador deve ser um profissional capaz de suprir as necessidades informacionais que os usuários da informação contábil têm. Tal capacidade não se limita apenas a elaboração de relatórios, mas também a capacidade de “analisá-los, não apenas para identificar problemas [...], mas também, para contribuir na solução”. (RIBEIRO FILHO, LOPES E PEDERNEIRAS, 2009, 9. 71). Além de possuir os conhecimentos técnicos e científicos da área contábil, o contador deve ser um profissional capaz de enfrentar desafios. Ele deve possuir conhecimento referente aos temas atuais, como a regulamentação internacional, também deve ter visão de mercado, ser um profissional flexível, ter responsabilidade ética e social.

               Para que o profissional contábil possa exercer suas atividades de forma correta é necessário que ele possua conhecimentos referentes às normas contábeis, capacidade de analisar e implantar sistemas de informações contábeis e de controle. Além disso, considerando que “o novo ambiente de negócios impõe ao contador o desafio de participar mais ativamente do processo de gestão da entidade em que atua” (RIBEIRO FILHO; LOPES; PEDERNEIDES, 2009, p. 71) e que “as competências exigidas de um profissional contábil capacitado a enfrentar os desafios impostos pelo ambiente de atuação das empresas não se limitam unicamente aos conhecimentos técnicos” (RIBEIRO FILHO; LOPES; PEDERNEIDES, 2009, p. 72), o contador deve possuir características pessoas que o façam se destacar dos demais profissionais. Pode-se considerar como tais características o espírito de liderança, um bom relacionamento interpessoal, a capacidade de influenciar e motivar pessoas, ser íntegro, ser responsável, entre outras.

               Para que o contador possa exercer a sua profissão, é necessário que ele além dos conhecimentos técnicos e científicos adquiridos através de uma formação superior em ciências contábeis e através da prática profissional, ele tenha conhecimentos multidisciplinares e interdisciplinares. Tais conhecimentos podem ser áreas relacionas a finanças tecnologia da informação, economia, marketing e à compreensão das forças econômicas, sociais, culturais e psicológicas que afetam a organização. (MOHAMED E LASHINE apud RIBEIRO FILHO; LOPES; PEDERNEIRAS, 2009, p. 70).

            Sabendo que “a Contabilidade é uma das áreas que mais proporcionam oportunidades para o profissional” (MARION, 2006, p. 27), e que o campo de atuação da contabilidade é “o patrimônio de toda e qualquer entidade” (IUDÍCUBUS; MARION; FARIA 2009, p. 36), o profissional contábil poderá atuar em diversas áreas em que o patrimônio e suas modificações forem objeto de análise, podendo ser em entidades públicas e ou privadas.

            O profissional contábil pode atuar como contador (Bacharel em Ciências Contábeis), como auditor interno e ou auditor independente, perito contábil, consultor contábil, em cargos públicos e ou administrativos, professor (sendo necessária além da formação acadêmica a especialização na área), pesquisador contábil e em todas as áreas que forem necessárias um profissional que tenham conhecimentos contábeis necessários para a tomada de decisões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4 CONTRIBUIÇÕES DA MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO

   PROFISSIONAL CONTÁBIL

A correlação entre os diversos ramos do saber é algo natural. A Contabilidade possui relações com outras ciências que se preocupam com a riqueza, as mais próximas são: Administração, Matemática, Direito, Economia e Sociologia.

Torna-se necessária analisar a importância da correlação entre a Contabilidade e a Matemática.

Aritmética e geometria estão presentes na obra de grande relevância para a Contabilidade, criada em 1494, pelo frade franciscano Luca Pacioli, que trata do método das partidas dobradas.

Pacioli sistematizou a contabilidade e abriu novos caminhos para novas obras serem escritas sobre o mesmo assunto. A obra de Pacioli expressa à causa efeito do fenômeno patrimonial com os termos débito e crédito e introduz a seguinte prática que é efetuada até hoje: primeiro deve vir o devedor, depois o credor.

Apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi Pacioli que criou o método das partidas dobradas, estudos comprovaram que o método já era utilizado na região da Toscana, na Itália desde o século XIX.

Marion define que:

 “O método das partidas dobradas consiste no fato de que para qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor ou um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais créditos). Portanto, não há débitos sem créditos correspondentes, ou ainda a soma dos débitos é igual à soma dos créditos.” (MARION, 2009, p. 160)

        Marion (2009) defende que o método das partidas dobradas de tão perfeito não sofre o risco de ser substituído na Contabilidade.

Segundo Sá, a contabilidade já chegou a ser considerada uma disciplina dependente da matemática, devido à relevância da quantificação como medida de fenômenos patrimoniais, já que utilizamos de cálculos específicos aplicados as transações comerciais. (SÁ, 1998, p.113)

Sá afirma que “... das matemáticas, utilizamos muito conhecimento, e como todas as demais ciências, adotamos a dialética matemática.” (SÁ, 1998, p.113).

São diversas, as situações que o bacharel em Ciências Contábeis utiliza-se da ciência de Pitágoras. Tornando-se assim, de grande relevância a absorção dos conhecimentos matemáticos, dentre os quais se destacam: a possibilidade do fortalecimento lógico, e as possibilidades de conseguir a homogeneidade na expressão da riqueza.

Para verificar a importância e eficácia da matemática no cotidiano de um contador, foi realizado entrevista com dois contadores. [5]

Ambos entrevistados citaram vários exemplos práticos da utilização da matemática no dia a dia: para realização de conciliação bancária, fluxo de caixa, análise gerencial, controle de custos, cálculos de impostos, conferência de saldos, pagamento de funcionários, análise de orçamentos, etc.

A matemática além de essencial para o professor Cristiano Moreira Silva exercer suas atividades de contabilista na sociedade empresarial que trabalha, é relevante também na docência de suas aulas. Podemos citar alguns exemplos da aplicação da matemática em sala de aula: para ensinar os alunos a calcular os balanços patrimoniais, balancetes, análise de resultados, apuração de lucro ou prejuízo, etc.

Após efetuar entrevista foi possível considerar que a matemática é vital para o cotidiano dos contabilistas, seja ministrando aulas ou exercendo a profissão de contador em sociedades empresariais.

De acordo com Hendriksen: “Pacioli se sentiria muito confortável com os sistemas contábeis que encontramos hoje sem dúvida, vários instrumentos financeiros o surpreenderiam...”. Desde a publicação do livro de Pacioli em 1494, a contabilidade tem permanecido virtualmente constante. (HENDRIKSEN, 1999, p.49)

Já Iudícibus afirma que do ponto de vista financeiro e “... em termos de mercado de trabalho para o contador, as perspectivas são excelentes”. (IUDÍCIBUS, 2006, p.43). O autor ainda destaca na mesma obra que, também a importância da função contábil dentro das entidades.

Iudícibus afirma que:

O número de bons profissionais, com ampla visão de administração financeira, é tão escasso, no momento, que os poucos que a possuem e, portanto  têm condições de assumir posições de controladores, diretores financeiros, chefes de departamento de contabilidade e de custos, auditores internos e externos, têm obtido remuneração e satisfação profissional muito grandes. (ÍUDICIBUS, 2006, p.43)

Atualmente a profissão contábil está com elevado índice de valorização no mercado. Ambos entrevistados afirmam que a cada dia que passa o contabilista está sendo mais procurado pelas sociedades empresariais e que não existe espaço para amadorismo.

Sendo assim, são necessários que os profissionais se mantenham em constante aprendizado, realizando cursos de pós-graduação, especialização, mestrado, etc. Ainda segundo os entrevistados para se encaixar neste cenário, é necessário que haja a preocupação do profissional no investimento em cursos de atualização como as novas exigências do mercado.

Ambos entrevistados reconhecem a carência de profissionais altamente qualificados no mercado e demonstram boas perspectivas para o futuro da profissão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5 DIREITO EMPRESARIAL

 

O Direito impõe a essência de um sujeito ativo e passivo e também de um objeto de direito que são definidos como coisa ou atividades humanas.

Freitas define que Sujeito do Direito é todo aquele que prática ou sofre uma ação no mundo jurídico. Podendo ser classificado em dois objetos:

Pessoa natural – para exercer seus direitos, é necessário ser registrado no cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais;

Pessoa Jurídica – é registrada de acordo com a sua finalidade, possuem locais distintos de registro:

- Sem fins lucrativos: Devem ser registrados no Cartório de Registro Civil e de Pessoas Jurídicas.

- Com fins lucrativos: (Empresário Individual, Sociedade Empresária) O registro deverá ser feito no Registro Público de Empresas Mercantis – Junta Comercial. (Informação verbal) [6]

Já Coelho esclarece que o sujeito de direito pode ser definido também pela necessidade de autorização para a prática de atos jurídico, podendo ser classificado como sujeito de direito personalizado e sujeito de personalidade despersonalizado.

O que distingue o sujeito de direito personalizado do despersonalizado é, como vimos, o regime de autorização ou não para a prática de atos jurídicos.
O sujeito de direito personalizado pode praticar todos os atos jurídicos que a lei não lhes proíbe... O sujeito de direito despersonalizado somente pode praticar os atos jurídicos que a lei lhes autoriza ou aqueles correspondentes à sua função essencial. (COELHO, 1999)

 

O objeto da ciência contábil é o patrimônio, que também é objeto de estudo de outras ciências sociais. Entre elas, Administração, Economia e Direito. Sendo relevante, analisarmos neste momento a aplicação do direito na prática contábil.

O contabilista apropria do Direito para exercer as seguintes atividades:

- Para proteger o uso do nome comercial é necessário efetuar o Registro e Proteção do Nome Comercial.

- Solicitar o Processo de Registro de Firma ou Razão Social na Junta Comercial.

- Registrar possíveis modificações da firma na Junta Comercial.

- Em caso de Extinção da Sociedade Empresarial, o contabilista terá relevante participação para efetuar os procedimentos decorrentes.

- É obrigatória a confecção e guarda de documentos contábeis. A atividade contábil deve ser regular, tendo os documentos registrados na Junta Comercial e mantendo os papeis referentes aos negócios em arquivo conservado.

- Realizar a escrituração contábil, registrando nos livros específicos.

- Manter a Inviolabilidade dos Livros comerciais.

- Exibição dos Livros comerciais, caso solicitados por ordem jurídica.

- É obrigatória a formação anual de um balanço anual, devidamente assinado de acordo com o artigo 1179 do Código Civil. Para empresas S.A. o balanço deverá ser publicado em Diário ou Jornal de grande circulação

- Aplicar a formalidade imposta pelo Código vigente aos registros dos livros obrigatórios. Esses requisitos se referem à forma de apresentação externa e autenticação dos livros, a maneira de serem escriturados, sendo dividas em formalidades extrínsecas e formalidades intrínsecas. (MARTINS, 2009, p. 95-114).

A lei determina a escritura e os lançamentos em livros e documentos, observando-se uma ordem extrínseca, exterior, que deverá conter e ser observada em cada espécie de livro ou documento, observando se sua formula estrutural [...] que obedece a um padrão na sua estrutura. Uma outra ordem é a escrituração de ordem intrínseca, no seu interior, no seu conteúdo, ou seja a escrituração propriamente dita que deverá ser feita em língua portuguesa, ordem cronológica de dia, mês e ano, em moeda corrente nacional em forma corrente e mercantil, aceita sem intervalos em branco, nem entrelinha, nem borrões, nem rasuras, emendas ou transporte para margens. (Informação verbal).[7]

Para adquirir a personalidade, a sociedade empresária deverá proceder: [...] com o arquivamento de seus atos constitutivos no registro público de empresas mercantis – Junta Comercial, sendo então considerada uma Sociedade de Direito e poderá usufruir de todos os benefícios da lei. A que assim não proceder, será Sociedade de Fato, um exercício mercantil ilegal. (Informação Verbal).[8]

O contrato social é o instrumento jurídico contábil que possui clausulas de grande importância na contabilidade. É um documento firmado entre duas ou mais pessoas que tem como objetivo estabelecer cláusulas e condições a constituição de uma Sociedade Empresária. Será ele e as leis pertinentes as Sociedades Empresárias que irão reger a vida empresarial. Este documento devidamente arquivado na Junta Comercial dá a Sociedade Empresária a sua personalidade jurídica e protege o seu nome empresarial. (informação verbal) [9]

Já Lakryc afirma que o Contrato Social,

... não serve somente para ‘’fazer nascer’’ uma sociedade personificada, e sim, um documento que será ao longo da existência da sociedade, considerando e usado como um ‘‘raio-X’’, requisitando por vários entes, como por exemplo: instituições públicas, privadas, financeiras, pelo Poder Judiciário, etc. É através desse documento, por exemplo, que um juiz conhece uma sociedade e tira suas conclusões. (LAKRC, 2012)

Nele existem cláusulas societárias que devem constar em favor da sociedade e, principalmente dos sócios, causando reflexos positivos em vários aspectos. Vale ressaltar que o contrato social deve ser usado não só para preencher um protocolo da lei, e sim como uma arma de defesa societária. (LAKRYC, 2012)

Os sócios agindo desse jeito, além dos benefícios proporcionados pela “proteção societária”, qualquer instituição ou pessoa ao ler esse contrato social, não terá dúvida do ramo dessa sociedade, pois, contém cláusulas nítidas e específicas para o desenvolvimento da atividade, dentro de seu ambiente societário. (LAKRYC, 2012)

O Contabilista deve estar atento ao prazo para publicação do balanço e realização da assembleia geral ordinária de prestação de contas prevista no Código Civil e na Lei 6404/76.

A assembleia geral ordinária para prestação de contas do exercício anterior deve ser realizada anualmente nos três primeiros meses após o encerramento do exercício social, sendo convocado pelo presidente, qualquer órgão da administração, pelo conselho fiscal e se não atendida, por 1/5 dos seus associados. A publicidade do edital deverá ser de no mínimo 10 dias antes da data de realização da assembleia geral. (SILVEIRA, 2009)

A data para fechamento do balanço é 31 de dezembro do exercício social, e para apresentação dos sócios que não exerçam a administração é até o 3º mês do termino do exercício social. (BATHKE, 2008)

 

 

 

 

 

 

6 CIÊNCIAIS SOCIAIS E AS ORGANIZAÇÕES

6.1 Características da transnacionalidade.

 

Na visão de Ribeiro a transnacionalidade se aliada à globalização modifica a realidade dos Estados e a nação ao redor do planeta, influenciando na criação de novas regras. Para tanto, propõe uma modificação do conceito de cidadania a partir da idéia de transnacionalidade, cujo ponto central seria a relação entre territórios e os diferentes arranjos socioculturais e políticos. O autor relaciona os níveis de integração com a formação identitária. Nesse sentido, as condições para a transnacionalidade são estabelecidas a partir de sete conjuntos: condições integrativas, históricas, econômicas, tecnológicas, ideológicas e culturais, sociais e rituais. Há muitas indicações de que transnacionalidade já existe ou está em processo de existir, virtual ou concretamente. As condições da transnacionalidade em um sentido análogo àquele da discussão de David Harvey (1989) sobre a pós-modernidade. (RIBEIRO 2000, p. 93-94).

 Ribeiro diz que globalização é:

Desenvolver sua dinâmica seletiva reproduzindo ou criando poderosas elites e que o capitalismo transnacional mais e mais dita regras para os Estados nacionais, cresce a necessidade dos cidadãos em todo o mundo de se localizarem em novos cenários e de encontrarem maneiras de contrabalançar novas tendências hegemônicas. Discutir a condição da transnacionalidade é levantar a possibilidade de modificar nossas concepções sobre cidadania para e compassar uma clara sensibilidade e responsabilidade com relação aos efeitos de ações políticas e econômicas em um mundo globalizado. É o reconhecimento de que qualquer novo movimento que se alça sobre o horizonte necessita ser regulado por um contrário. Esta é a única garantia que temos de que uma só tendência não colonizará, de maneira totalizante, todo o espaço que possa encontrar. (RIBEIRO, 2000, p 93).

As condições integrativas são formadas pelos níveis local (redes sociais e instituições às quais a pessoa é exposta em suas atividades cotidianas), regional (definição cultural de uma região dentro de uma nação), nacional, internacional e transnacional. Os três últimos níveis de integração referem-se às relações internas e externas entre Estados-nações. As condições integrativas são instâncias que atuam sobre a formação identitária de um indivíduo, em um eixo que atravessa perpendicularmente os cinco níveis, compondo assim o processo integrativo. (RIBEIRO, 2000, p. 95).

Na concepção de Ribeiro “os níveis de integração é também informada por uma fusão heterodoxa de análise regional com uma compreensão fluída das relações entre parte e todo de qualquer sistema organizativo ou classificatório” (RIBEIRO, 2000, p. 95).

 

As condições históricas buscam situar historicidade dos processos concomitantes a estruturação de uma transnacionalidade como algo dado e menos como algo atemporal. Para Ribeiro o transnacionalismo não é fenômeno novo. O amadurecimento do sistema de Estados-nações, um acontecimento do século XX que alcançou sua plenitude após a Segunda Guerra Mundial. Os processos de globalização, algo que poderia atingir o presente nível apenas após os avanços tecnológicos nas indústrias de comunicação e transportes ocorridos nas últimas duas ou três décadas. (RIBEIRO, 2000, 97-98).

Na visão de Ribeiro a história do sistema mundial nem a dos diferentes modos de representar pertencimento a unidades socioculturais:

Mas transnacionalidade necessita ser compreendida em relação a processos históricos que evoluem notadamente desde o século XV quando a Europa começou uma expansão política, econômica, social, cultural e biológica que sedimentou progressivamente o sistema mundial com diferentes graus históricos e geográficos de integração (Wallerstein 1974). A expansão europeia coincide amplamente com a expansão capitalista e as diferentes realidades interconectadas que esta criou ao redor do planeta (Wolf 1982). Modernidade é um rótulo frequentemente associado a este processo, um processo no qual o crescimento das forças produtivas, especialmente das indústrias de comunicação, informação e transportes, provocou um “encolhimento do mundo” (Harvey 1989). Assim, heterogeneidade cada vez mais se produz na presença de processos de homogeneização. (RIBEIRO, 2000, 97-98).

 

As condições econômicas referem-se à importância das reestruturações de um capitalismo global, agora pós-fordista e flexível. Historicamente, muito da eficácia da expansão capitalista baseou-se em formas de produção, verdadeiras cabeças e ponte responsáveis durante tempos coloniais. (RIBEIRO, 2000, p. 104).

Para Ribeiro o capitalismo transnacional é altamente relacionado com o desenvolvimento do capitalismo flexível pós-fordista e destaca duas características:

Primeiro, a integração dos maiores mercados financeiros do mundo em uma corrida planetária por lucros. Esta é uma das principais forças subjacentes à impossibilidade de atribuir rótulos nacionais a transações econômicas transnacionais. Segundo, a fragmentação de um mesmo processo produtivo por diferentes áreas do mundo. Esta disseminação maximiza o uso que os empresários capitalistas podem fazer de força de trabalho e recursos naturais baratos em escala planetária, ao mesmo tempo em que dificulta enormemente a articulação de trabalhadores, normalmente representados por entidades operando nos quadros do Estado-nação. Ambas as tendências, se alimentam do que Castells chama a revolução da tecnologia de informação, “um acontecimento histórico tão importante quanto a Revolução Industrial do século dezoito, induzindo um padrão de descontinuidade na base material da economia, sociedade e cultura” (Castells 1996: 30). Estados e comunidades tecnocientíficas tiveram um papel fundamental em desatar o novo “modo informacional de desenvolvimento”, um contexto onde a passagem do industrialismo para o informacionalismo ocorre e onde a economia informacional global e a sociedade informacional prosperam. Para Castells (idem: 21) “o termo informacional indica o atributo de uma organização social específica na qual a geração, o processamento e a transmissão de informação tornaram-se as fontes fundamentais de produtividade e poder”. (CASTELLS apud RIBEIRO, 2000, p.104).

 

  As condições tecnológicas levam em consideração a noção da compreensão do espaço-tempo de Harvey (2002) a partir do desenvolvimento tecnológico principalmente relativo às inovações na indústria de transportes e comunicações que tem gerado processos de conexão simultâneos e cada vez mais velozes. Como crescimento das indústrias tecnológicas e das indústrias de transporte, o mundo vem cada vez mais “encolhendo”, pois com a facilidade de comunicação entre as pessoas e com a velocidade da simultaneidade, dar-se uma impressão de que todos estão próximos. (RIBEIRO, 2000, p. 104-105).

A televisão global e as redes de computadores dão vida ao principal suporte simbólico e ideológico para a emergência da cultura e representações transnacionais. Após a revolução industrial, a velocidade aumentou significativamente e tornou-se tão capilar que se encontra naturalizada no presente. Os aparatos da velocidade fazem parte de uma genealogia que inclui locomotivas, barcos a vapor, carros, motocicletas, aviões. (Ribeiro, 2000, p.105).

Ribeiro define bem de uma forma geral a rede global. “As redes globais de comunicação tornaram-se um redemoinho redefinido de funções políticas, econômicos de atribuições e representações coletivas dissolvendo, ao redor do planeta, linhas entre diferentes níveis de integração” (RIBEIRO, 2000, p. 104-106). O ciberespaço esta estritamente relacionada com essa simultaneidade e com a rede global, pois o ciberespaço é um lugar, onde não há barreiras nem espaços físicos, os usuários de diversos lugares muitas vezes, bem distantes um dos outros, se comunicam parecendo estarem bem próximos, muitas vezes, os que se comunicam no ciberespaço nem se conhecem. (RIBEIRO, 2000, p. 104-107).

 As condições ideológicas e culturais tangem os processos culturais, identitários, ideológicos, utópicos, discursivos frente a embate entre processos centralizados e descentralizadores, homogeneizantes, entre localização e globalização, entre outros aspectos. “Cultura pode ser de uma forma geral como entidades factuais formados pelas contribuições desiguais de indivíduos”. (RIBEIRO, 2000, p. 111).

A ideologia de todos os indivíduos é muitas vezes influenciada por diversos fatores, a globalização vem disseminando as ideologias dos indivíduos. As condições ideológicas têm grandes consequências na cultura de todos os indivíduos. Segundo Appadurai “elementos da visão do mundo do Iluminismo que consistem da concatenação de idéias, termos e imagens, incluindo ‘liberdade’, ‘bem-estar’, ‘direitos’, ‘soberania’, ‘representação’ e o termo matriz ‘democracia’” (RIBEIRO, 2000, p.115). Definindo de forma bem simplificada as condições ideológicas.

Em relação ás condições sociais, Ribeiro trata da aceleração do fluxo de pessoas como um dos fatores que propiciam a veiculação de uma percepção transnacional resgata tanto a agência como os grupos sociais por trás dos que vivem, como dos que cria e mantêm posturas discursos ou sustentam condições objetivas do transnacionalismo. (RIBEIRO, 2000 p.118).

Ribeiro aponta que:

Á aceleração e intensificação do fluxo de pessoas em escala global não envolvem apenas atores grandiosos e com uma inclinação consciente para o transnacionalismo. Elas também criam um mundo onde uma quantidade maior de alteridades pode ser experimentada por atores sociais que não são necessariamente membros de elites econômicas e políticas. Entre estes se destacam os turistas internacionais, os migrantes internacionais. (RIBEIRO, 2000, p.121).

A idéia presente neste trecho é que, ao migrarem, os indivíduos sustentam relações sociais, formando redes que unem as sociedades de origem às de residência. Os migrantes se constituem em um veículo de elementos simbólicos, que contribuem com modificações culturais, sociais, políticas e econômicas em suas sociedades de origem e de residência.

As Condições rituais compõem um gama de diferentes rituais que dão valor e significado às condições transnacionais pelos diferentes grupos sociais, são, por exemplo, encontros esportivos mundiais ou mesmo conferencias das Nações Unidas. “Cada novo encontro produz um convívio global nos diferentes locais. A festa é de suma importância, é a condição ritual da transnacionalidade desses sujeitos” (RIBEIRO, 2000, p.124). As pessoas se engajam na preparação de eventos como:

 

 Os megas shows de rock, rituais onde os fãs se encontram em espaços públicos e mostram sua adesão a um estilo de música pop internacional, à cultura pop global. As competições mundiais, dentre as quais duas se destacam, pelo peso e alcance: os Jogos Olímpicos e o Campeonato Mundial de Futebol. “Os Jogos Olímpicos são de interesse especial, pois mostra em diferentes formas a tensão entre um discurso que se pretende universal, os esportes são o instrumento para a integração pacífica da humanidade”, e as diferentes apropriações nacionais desta pretensão (RIBEIRO, 2000, p.125).

 

“Porém, nenhum outro cenário representa melhor os megas rituais de transnacionalidade do que as conferências da ONU, uma agência imediatamente vinculada à promoção do Inter e do transnacionalismo” (RIBEIRO, 2000, p.126).

6.2 Análises de como as condições da transnacionalidade se manifestaram na crise econômica de 2008, abordada no filme “Trabalho Interno" (2010), de Charles Fergunson.

 

 Segundo as condições apresentadas por Ribeiro, (2000, p. 93-126), as condições mais presentes no filme de Charles Ferguson “Trabalho Interno” são as condições econômicas. É evidente na exposição do que foi a recente crise econômica mundial de 2008, a maior desde a depressão da década de 30, e que começou com a quebra do banco americano Lehman Brothers, seguida de gigantescos desmantelos numa série de outros, com perdas globais estimadas em (trilhões), em vista da enorme quantidade de falências também em outros setores, principalmente o imobiliário, numa onda assustadora de desemprego. Nos Estados Unidos, essa desregulamentação fora obtida já no governo Reagan, que colocou no arquivo morto a rígida lei que controlava os bancos de investimento. Com isso escancarou-se o crédito, principalmente para o setor imobiliário, criaram-se fortunas em cima de papeis nomeadamente de seguradoras a maioria das vezes em operações de imenso risco, onde diversas fraudes principalmente contábeis explodiram em 2008. Começou na Islândia pequeno país europeu, população pequena, baixa criminalidade, boa educação e principalmente alta tecnologia. A flexibilidade de regras de investimentos, o que encheu os bolsos dos especuladores, o país foi à ruína. A Islândia era um país capitalista, social-democrata, porém, representava dentro do capitalismo um sonho de desenvolvimento e bem-estar. Na Islândia pode-se entender que como o capitalismo financeiro se descolou da base econômica real e desenvolveu-se de forma autônoma, tornando-se um cassino global. Ferguson mostra como o mercado foi se tornando especulativo além da conta e sujeito a riscos até então inéditos, sob a desregulamentação iniciada nos anos 1980. Alimentado por uma ambição sem medidas, o sistema foi levado à beira da falência. E só foi salvo apos uma  injeção de dinheiro do governo. No entanto, passada a tempestade, a bomba relógio foi montada, mais uma vez. O cassino global é conduzido com lógica própria e independe de governos, ou conta com a conivência deles. O filme foi vencedor do Oscar de melhor documentário é uma análise demolidora da indústria financeira e da decadência dos Estados Unidos. Como cinema o maior mérito é ser extremamente didático bem construído e fundamentado, mostra a corrupção do pensamento acadêmico na área de economia.

7 CONCLUSÃO

 

No estudo feito neste trabalho sobre vários temas é notável a relação entre várias disciplinas com a Contabilidade, observando também no desenvolvimento do trabalho como é a contribuição dessas matérias na formação e atuação do profissional contábil. Dentre as várias temáticas abordadas no decorrer do trabalho é possível relações com a contabilidade.

Dentro da disciplina de contabilidade introdutória foi abordada a origem da contabilidade, citando que ela surgiu antes mesmo da moeda e que ela é conhecida como uma ciência social aplicada, que se modifica com as ações humanas, ressaltando que a contabilidade é uma das áreas que mais proporcionam oportunidades para o profissional.

Os relatórios contábeis têm o objetivo de auxiliar os usuários internos e externos no esclarecimento de duvidas sobre a situação de uma empresa e ajudando na gestão de tal. As demonstrações financeiras que são os relatórios contábeis obrigatórios são o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a demonstração dos lucros e prejuízos acumulados, a demonstração de fluxo de caixa e a demonstração de valor adicionado. A publicação dessas demonstrações dependera do tipo de sociedade que foi constituído.

Existe relatórios não obrigatórios porem usados como, por exemplo, a demonstração de valor adicionado que será requisitada em companhias abertas, também a demonstração de fluxo de caixa que não é requisitada em companhias fechadas com patrimônio liquido inferior a R$ 2 milhões.

Os usuários da contabilidade utilizam se dos relatórios contábeis para auxiliá-los na tomada de decisão de forma estruturada, os relatórios fornecem informações aos seus usuários de acordo com o ramo econômico-financeiro e a natureza física correlacionando com a produtividade e a sociedade em que estão inseridos.

Com a entrevista feita com o contador, foi possível observar na pratica como é a utilização dos relatórios contábeis e a relação que eles têm no dia-a-dia de um contador. Também como se da à formação de um profissional contábil e observando a perspectiva do profissional contábil, que tem uma grande área de atuação e um bom mercado pela frente.

Na disciplina da Matemática, a aritmética e geometria estão presente s no método das partidas dobradas que é de grande relevância dentro da contabilidade, o método que foi utilizado largamente por Luca Pacioli, tal método expressa à causa efeito do fenômeno patrimonial com termos debito e credito e introduz a seguinte pratica que é efetuada até hoje: primeiro deve vir o devedor depois o credor. Luca Pacioli é considerado o pai do método das partidas dobradas porem não foi ele quem o criou, tal método já era utilizado na região da Toscana, na Itália desde o século XIX.

São em varias situações em que o profissional contábil se utiliza da matemática, a contabilidade já foi confundida varias vezes com a matemática por ter presentes em sua matéria vários tipos de conhecimento matemáticos.

Foram feitas duas entrevistas com um professor de matemática que é contador e um contador que não era professor, abordando o tema da matemática na contabilidade e foi possível observar que a matemática tem grande utilização na pratica diária de um contador.

Para a disciplina de teoria básica da contabilidade é notável grande relação com a própria contabilidade, e foi destacado o perfil do profissional contador. Demonstrando que a contabilidade auxilia na administração e na tomada de decisão. A principal função do contador é produzir informações úteis para a tomada de decisões e administração para os usuários da contabilidade.

O profissional contábil deve estar sempre atualizado para que estas informações possam contribuir na tomada de decisões, também é imprescindível que o contador saiba analisar os relatórios contábeis elaborados para que assim possa ajudar nas soluções de problemas. O contador deve ter grande ideia de como deve ser gestão de uma empresa, é necessário também que o contador tenha conhecimentos referentes às normas contábeis.

O contador além de atuar nessa função também poder pode atuar como, auditor internos e ou auditor independente, perito contábil, consultor contábil, em cargos públicos e ou administrativos, professor (sendo necessário além da formação acadêmica a especialização na área), pesquisador contábil e em todas as áreas que for necessário um profissional que tenham conhecimentos contábeis necessários para a tomada de decisões.

Para que seja possível observar a relação do Direito Empresarial com a contabilidade é necessário definir o sujeito de direito, que é todo aquele que prática ou sofre uma ação no mundo jurídico, observando a diferença entre pessoa natural e pessoa jurídica, e os diversos ramos existentes da pessoa jurídica. O patrimônio é o objeto que trata a ciência contábil e também outras ciências sociais na qual o direito esta incluída.

Para exercer atividades como o uso do nome comercial, solicitar o processo de registro de firma ou razão social, registrar possíveis modificações da firma, para a extinção da sociedade empresarial, realizar escrituração contábil, e outras diversas atividades praticadas pelo profissional contábil é necessário à utilização do direito.

O contrato social é o instrumento jurídico contábil que possui clausulas de grande importância na contabilidade, ele deve ser usado não só para preencher um protocolo da lei, e sim como uma arma de defesa societária.  O prazo para a publicação do balanço e realização da assembleia geral ordinária de prestação de contas prevista no Código Civil e na Lei 6404/76 deve ser algo que o contabilista deve estar sempre atento, pois tal atividade é de responsabilidade do contabilista.

A condição da transnacionalidade foi à temática desenvolvida dentro da disciplina da Sociologia para que fosse destacada a relação dessa disciplina com a contabilidade, o filme trabalho interno de Charles Ferguson que expõe sobre a recente crise econômica mundial de 2008, foi analisado para que fosse percebida a relação das condições da transnacionalidade com a contabilidade.

Enfim, após analisadas as relações de todas as disciplinas cursadas com a contabilidade é notável que seja de grande contribuição este trabalho para a formação de um profissional contábil e tais relações foram de grande valia para o esclarecimento de duvidas sobre a profissão e a vivencia na contabilidade.

 REFERÊNCIAS

 

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TRABALHO Interno: Documentário, Direção Charles Ferguson. Produção: Charles Ferguson, Audrey Marrs. Roteiro: Chad Beck, Adam Bolt. EUA: Sony Picture Classics, 2010. 1 fita de vídeo (120 min.), DVD, son., color.