1 Introdução

Com o passar do tempo viu-se cada vez mais necessária a preocupação com a responsabilidade socioambiental de uma empresa, uma vez que com a facilidade de se obter informações do mundo moderno, são proporcionadas novas imagens relevantes sobre a empresa a cada instante.
A imagem deve ser um dos bens mais bem preservados num momento da história em que não existem mais mercados consumidores fixos para cada estabelecimento. A idéia de manter um público fiel já caiu há muito tempo, mas algumas empresas insistem em acreditar que as coisas podem ser bem escondidas.
A RSA não pode ser tratada apenas como uma ferramenta de preservação da imagem, mas com certeza abre portas para que o consumidor bem informado sobre o assunto deposite sua confiança e realize seu consumo da maneira em estabelecimentos que garante bem-estar da sociedade.
Tratar de uma empresa varejista acaba tornando a tarefa muito complexa, pois ao mesmo tempo em que existe a necessidade constante de venda, não se pode simplesmente ignorar padrões e normas de conduta, para que o reconhecimento venha por motivo socioambiental.


2 Desenvolvimento

Uma empresa varejista sabe que deve todo seu esforço a seu cliente e por isso acaba sempre favorecendo o mesmo nas suas mais diversas situações. Mesmo assim deve-se atentar que nem sempre a melhor maneira de vender um produto é a mais correta.
Inicialmente, é importante verificar que a ética deve ser o norte regulador de toda e qualquer atitude do funcionário, pois ela que é a responsável pelo conjunto de normas regulamentadoras da conduta da sociedade e por isso mesmo não pode ser ignorada de maneira alguma num projeto empresarial.
A prática da ética numa empresa, qualquer seja o seu ramo, requer convicção, vontade política e competências adequadas para tornar as decisões e realizar ações empresariais concretas e objetivas, minimizando as resistências e as incompreensões, mas mantendo o foco do exercício daquele empreendimento.
Nesse caso verifica-se a importância que valores que são respeitados por todos possuem. Apesar de o foco ser vender, nunca se pode esquecer que funcionários que conhecem os valores da empresa e até mesmo reconhecem em si mesmos estes valores, tendem a trabalhar com autonomia constante para atingirem seus objetivos e o dos clientes, gerando maior satisfçação na compra.
A transparência de um negócio comercial deve ser exemplar e irretocável, principalmente no que tange a informações repassadas aos consumidores e forncedores. Por isso no comércio varejista, os preços oferecidos em propagandas, não podem em hipótese alguma serem diferentes dos presentes nas gondôlas.
O público interno de uma empresa varejista, deve ser bem tratado também, com a concessão de benefícios e salários adequados às suas atividades e competitivos perante o mercado de trabalho. A alta rotatividade faz uma imagem negtiva se fomrar em torno da empresa.
É importante ter projetos sociais voltados à educação das pessoas, por ela ser a base para que não se necessite corrgir erros no futuro. Tais projetos não precisam necessariamente voltados ao público externo, pois existem muitas pessoas dentre os funcionários que necessitam de apoio para seu progresso. A empresa pode oferecer cursos profissionalizantes que garantam a vida dos funcionários mesmo fora da empresa e lançar uma campanha para encurtar o caminho de todos no aprendizado da era digital.
É importante frisar que as empresas estão se importando cada vez mais com o meio ambiente, principalmente pelo fato de pensar no futuro. A idéia de desenvolver projetos sustentáveis (desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações) acaba tornando-se um assunto em pauta com constância nas reuniões mais importantes.
Um comércio varejista deve-se lembrar que sua preocupação com o meio ambiente vai além de reciclar os produtos que possam vir a ser reutilizados, pois existem os mais diversos produtos que são utilizados na confecção de produtos ou mesmo que são eliminados ao final de algum processo, os quais precisam de uma atenção especial, como por exemplo, sacolas plásticas estão sendo muito discutidas como grandes vilãs do meio ambiente e para isso já existem locais que utilizam sacolas que se degradam em contato com o ar, num prazo de até seis meses. Inclusive muitas pessoas estão aderindo a uma famosa campanha onde as pessoas trazem suas próprias sacolas de casa, para dessa forma diminuir o número de sacolas plásticas utilizadas.
Claro que o comércio varejista nem se compara com os grandes vilões industriais na luta contra a poluição e degradação do ambiente em que vivemos, mas o importante no caso dos varejistas é auxiliar na mudança de comportamento da sociedade, afinal são inúmeras as pessoas que circulam por esses locais todos os dias.
É importante também trazer seus fornecedores para dentro da empresa, principalmente fazendo com que se comprometam a apoiar projetos sociais, como forma de patrocínio mútuo com os varejistas. Os fornecedores podem também apoiar em campanhas que recursos advindos da venda de seus produtos sejam repassados a alguma entidade social que necessite de apoio. A transparência com os fornecedores também é de suma importância, pois se obtiverem a confiança dos mesmos, os comerciantes poderão manter stands dos produtos dos mesmos em seus estabelecimentos, gerando novos postos de trabalho.
A idéia de ter uma relação ética e transparente com os seus fornecedores traz à tona a idéia de que os dois lados devem se unir em busca de fornecer produtos que cada vez mais levem a sociedade à sustentabilidade e estabeleçam assim uma junção de seus objetivos estratégicos com os socioambientais.
Os clientes necessitam ser guiados rumo ao desenvolvimento sustentável, pois eles serão os principais responsáveis pelas mudanças de comportamento que o varejo possa tentar implantar. Principalmente, o respeito ao consumidor deve ser uma das maiores virtudes a ser preservada por qualquer estabelecimento. Contratos obscuros, atendimento ineficiente, produtos defeituosos e políticas que vão contra os princípios do Código de Defesa do Consumidor demonstram a total falta de responsabilidade para com seus clientes. Uma cultura de responsabilidade com seus compradores e a junção dos aspectos visíveis pela sociedade, como as ações de responsabilidade social, e aqueles que envolvem os clientes internos e externos, pode fazer com que a empresa, possa, enfim, intitular-se responsável socialmente.
A responsabilidade empresarial deve ser correspondida pela responsabilidade social do consumidor. A última consiste na busca de informações sobre os impactos dos seus hábitos de consumo e em escolhas preocupadas com a sociedade, o meio ambiente e os direitos humanos. O consumidor também deve cobrar permanentemente uma postura ética e responsável de empresas, governos e de outros consumidores.
O governo deve apoiar aqueles locais que desejam tornarem-se desenvolvedores de projetos socioambientais e dessa forma fomentar essa idéia em grande parte dos comércios varejistas. Para isso, é essencial que subsídios sejam repassados ou mesmo isenções fiscais aos que provem serem merecedores. A sociedade necessita saber os locais que desenvolvem esses projetos para apoiá-los e até mesmo, se for o caso, receber a ajuda em questão, por isso a área política pode desenvolver propagandas informativas sobre projetos que se destaquem ou até mesmo criar um banco de dados onde todos tenham acesso à consulta, para que dessa forma sejam reconhecidos os trabalhos pelos indivíduos que gostam de saber quais são os locais que realmente se preocupam com o futuro.
Ao mesmo tempo a ática e a transparência se tornam vetores importantes para se contar com esse apoio, pois não se pode pedir algum auxílio se nem mesmo os impostos corretos a empresa pagar. Além disso, as mais diversas normas impostas e documentos necessários ao funcionamento do local devem ser respeitados para que se consiga a confiança necessária em novas idéias.
Com certeza a maior beneficiada com todo o exposto acima, acaba sendo a comunidade em volta do estabelecimento que desenvolva esses projetos. Os mais diversos apoios que possam receber, seja de fornecedores, governo ou pessoas interessadas em dar seu apoio, geram economias, que, em muitos casos, são revertidas para investimentos sociais da empresa, especialmente ligados à educação de crianças e jovens, projetos comunitários e conscientização ambiental.
O compromisso com a comunidade deve estar declarado em todos os valores expostos como sendo fundamentais da empresa. A razão para esse compromisso e para que a empresa se esforce em mantê-lo é bastante simples: é a comunidade que proporciona os mais diversos recursos humanos, sócios e colaboradores, para servir aos mais variados tipos de clientela.
É clara a importância que é dada pelo pessoal colaborador ao ceder seu apoio às comunidades necessitadas. Ao participar dessas iniciativas, o corpo de funcionários do local acaba por desenvolver as mais diversas habilidades e em áreas que seriam mais difícil ser conseguidas apenas com o trabalho do dia-a-dia, tais como: liderança, trabalho em equipe e comunicação. Há uma imensa aventura a todos que é deparar-se com situações das mais diversas, que os convidam a enfrentarem as dificuldades, transformando-as em experiências gratificantes.


3 Conclusão

A Responsabilidade Socioambiental Empresarial (RSE) está a cada dia mais se tornando um fator que pode ser determinante dentro da forte competitividade para os negócios. Atualmente, os mais diversos tipos de empresas, sejam de diferentes portes ou mesmo diferentes ramos, investem em ações voltadas a preservar o valores sociais e ambientais e por esse motivo acabam tendo como recompensa uma melhora significativa na sua imagem perante a sociedade como um todo. De acordo com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, já é significativo o número de grandes e médias empresas brasileiras que selecionam fornecedores (micro e pequenos) utilizando critérios da RSE. Além disso, com o mundo globalizado de hoje, as informações tendem a chegar como maior velocidade graças às tecnologias disponíveis. Assim, convivendo com uma imprensa que está cada vez mais fiscalizadora e consumidores muito mais instruídos e exigentes, percebe-se o quão vital para o futuro de um estabelecimento se torna desenvolver atividades com essa responsabilidade.
As empresas que necessitam saber alguns indicadores para saber como anda seu nível de responsabilidade, podem procurar no portal Ethos ferramentas de auto-diagnóstico e planejamento do estágio da empresa na incorporação da responsabilidade social empresarial. Podem ser aplicadas periodicamente e está dividida em sete temas: valores, transparência e governança, público interno, meio ambiente, relações com fornecedores, consumidores e clientes, comunidade, governo e sociedade. Os Indicadores contemplam, além dos gerais, válidos para qualquer organização, indicadores específicos do setor de jornais - dados sobre treinamento, apoio jurídico e proteção aos jornalistas que cobrem áreas de risco.
Na prática, integrar aspectos econômicos, ambientais e sociais diminui custos, principalmente futuros, além de reduzir riscos, evitar desperdícios e o principal no mundo capitalista, auferir lucros. E mais, num pensamento de longo prazo, acaba construindo inúmeros relacionamentos sólidos e duradouros com os públicos da empresa, em especial colaboradores, clientes e comunidade do seu entorno, gerando alianças muito importantes em que reinam valores e princípios como a lealdade, a confiança e responsabilidade de um para com o outro.
Desta forma, conscientes do atual papel das empresas no mundo e ainda, com sua crença na proposta da sustentabilidade, empresários e executivos almejam cada dia mais investir nessa área como uma forma de mostrar ao mundo e comemorar algo ainda visto por muitos como impossíveis de serem vistos juntos: resultados e benefícios para o negócio ao lado de resultados e benefícios para a sociedade e o ambiente.

4 Referências

Iochpe, Evelyn Berg (org). 3º Setor: Desenvolvimento Social Sustentado. São Paulo: Paz e Terra S.A, 1997.

Drucker, Peter. Administração de Organizações Sem Fins Lucrativos: Princípios e Práticas. São Paulo: Pioneira, 1994.