UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB 

Por: José Carlos de Oliveira Ribeiro,2008.

 CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-TERRITORIAL DO BRASIL

Segundo as informações contidas no filme/Cronicamente Inviável, a situação social do Brasil é gritante, onde muitos estão excluídos da sociedade e entregues as mais terríveis condições de vida a que podem chegar. Por outro lado, existem aqueles que se conformarem as condições de abandono pelo Estado e aceitam como uma predestinarão ao sofrimento.

Dessa forma, o Brasil um país calcado numa formação social de muitas desigualdades sociais, ' reproduzindo assim, uma massa de pessoas sem oportunidades, pessoas que não conseguem emprego, casa para morar, terra para trabalhar e produzir os alimentos necessários à sobrevivência das famílias ou mesmo trabalhar e receber salários dignos, que atendam “as necessidades”. Esse é sem dúvida, parte das cenas observadas no filme Cronicamente Inviável, porém não é apenas sena de um filme, mas sim, a realidade social do Brasil, de um povo que apesar de ter muitos valores culturais se ver a margem da sociedade entre muitas vezes a vontade política de uma minoria abastarda que usufrui da miséria dos pobres para se elegerem, mas que, só lembrados pobres em épocas eleitoreiras, passado este período desaparecem, e só retornam com quatro anos para repetir as mesmas promessas e oferecer as mesmas migalhas para a compra do voto, este fato acontece muito Nordeste principalmente nas áreas mais pobres socialmente.

Retomando as colocações do filme, a massa de trabalhadores que chegam às Regiões Sul e Sudestes do país e mais precisamente na Região sudeste em sua grande maioria são formada por nordestinos em busca de melhores condições de vida na metrópole de São Paulo, porém como é fácil de identificar é um povo sem nenhuma escolaridade, quando chega a são Paulo enfrentam todas as condições impostas desde o trabalho braçal e pesadas até a expor o próprio corpo em casa noturna por conta da miséria para se vir livres. Assim conseguir dinheiro para sobreviverem na cidade grande. As cenas do filme Cronicamente Inviável, faz parte da realidade de muitos brasileiros que por conta inoperância do Estado em implementar políticas públicas nas regiões mais pobres no sentido de distribuir a renda e investir em vários setores importantes como saúde, educação e geração de empregos apossa disso para ter ganhos durante as políticas eleitorais.

As questões sociais e territoriais do Brasil como já foram relatadas estão concordando com as ideias de Roberto Da Matta, quando ele descreve a identidade social das pessoas e, sobretudo do espaço da casa e do espaço da rua que as pessoas em casa se sentem seguras no sentido de conhecer as pessoas da casa e conviverem com elas, diferentes do espaço da rua que é desconhecido e em muitos casos pode ser perigoso. Relacionando com o filme Cronicamente Inviável, não é diferente, uma vez que, os nordestinos que tem uma identidade social construída ao longo de suas vidas, quando chegam ao Sudeste se sentem forasteiros, até porque são vistos como pessoas diferentes no falar na maneira de agir, de serem vistos com muito preconceito, quando um dos personagens do filme utiliza a massa de nordestinos em São Paulo para justificar a miséria, os favelados e que os capitalistas do Sudeste estão fazendo um favor aos nordestinos pobres que lá chegam, demonstrando assim, que os nordestinos devem estar submissos a eles sem direito de reivindicarem.

 

A espacialidade de que trata Matta é sem dúvida o paralelo entre o espaço da rua e o espaço da casa, então os nordestinos no Sudeste não podem sentir em casa uma vez que, não são bem vindos ou que são, porém com limitações.

Os autores: Martins, Chauí e Ribeiro fazem um histórico do qual está formada a sociedade brasileira, que não é diferente do filme Cronicamente Inviável. O Martins trata de um assunto bastante observado na sociedade brasileira que é o clientelismo político, onde o povo torna cliente do político comprador de votos durante as eleições partidárias. Por outro lado, um povo miscigenado e discriminado pela raça e cor, porém tudo camuflado, dando a ideia de que tudo está certo que não existe na sociedade brasileira o preconceito racial. Para tanto, a sociedade brasileira está calcada numa maneira de corromper com os problemas sociais e demonstrar que tudo que foi produzido na sociedade foi determinado pelo próprio povo. Dessa forma quem é pobre está predestinado a ser pobre, enquanto quem é rico de qualquer forma foi à sorte.

A Marilena, por sua vez, faz uma crítica da formação social do Brasil, (quando ela coloca Que) as questões referente as cores da bandeira e da letra do hino nacional, pois nem tudo que diz é realidade, de certa forma a Marilena fez muito bem, por que a nossa pátria geralmente não é muito exercida pelos brasileiros e sim, este espírito patriótico só é lembrado em épocas de copa do mundo e na verdade os brasileiros, não estão 'deitados em berços esplendidos, portanto tudo isso é uma ideologia, muito bonito pra ser verdade.

É um paradoxo o que demonstrou Marilena no seu texto. O povo vive uma situação social conturbada por conta do Estado principalmente, que desde sua formação sempre privilegiou a elite dominante e não o povo de fato. Dessa forma, o Brasil é sem dúvida é, um país que nasceu em meio a exploração e corrupção e que permeia até hoje. A sociedade precisa de fato, ter mais consciência e procurar mudar este cenário ou caso contrária vamos ficar sempre assistindo filmes reais.

Referências Bibliográficas:

CHAUÍ, Marilena. Brasil. Mito Fundador e Sociedade Autoritária, Editora Hucitec, São Paulo, 1990.

MARTINS, José de Souza. O Poder do Atraso. 2a edição, Editora Hucitec, 1980.

MATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil. 2a edição, Editora Raco, Rio de Janeiro, 1986

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. Editora Companhia das Letras, São Paulo, 1980.