Capítulo 6: Novos Processos Inovativos
Publicado em 14 de outubro de 2013 por Patricia Pereira de Almeida
Capítulo 6: Novos processos inovativos
6.1 Tecnologias sociais como processo inovativo para diminuir a desigualdade social
É possível gerenciar os riscos da modernidade. Toda prática inovativa, assentada em resultados incertos e instáveis, representa potencialmente um risco para as instituições e relações sociais (BECK, 1992; BRUESEKE, 2002).
Entende-se que Tecnologias Sociais são soluções sociais simples de baixo custo, onde a comunidade é protagonista e que podem ser muitas vezes reaplicáveis em qualquer lugar.
Grande parte da população vive hoje na história da humanidade uma tragédia sem precedentes, de um lado a forme e do outro lado um enorme desperdício dos recursos essências para a vida no planeta.
São inúmeros exemplos de tecnologias sociais, do mais simples como o soro caseiro - que combate a desidratação e redução da mortalidade infantil, até as cisternas que amenizam o problema da seca do nordeste. A Tecnologia Social vai além de um simples conceito, significa também empreendimentos, redes e iniciativas de cooperação, organizações associativas negócios que geram empregos e renda, proporciona ferramentas para inclusão social e o progresso do ser humano.
Os problemas sociais no Brasil talvez seja o maior empecilho a seu desenvolvimento. Mesmo sendo dono de uma enorme potência natural, onde a sua economia está entre as maiores do mundo, é um dos primeiros países em desigualdade social no ranking mundial. Tem um alto índice de desemprego, analfabetismo, miséria e fome.
As tecnologias sociais estão aí para diminuir índices de desigualdades sociais, para a construção de uma sociedade justa, e ambientalmente sustentável.
Como reconhecer um programa social e como enquadrá-lo como tecnologia social?
Pode-se responder esta questão da seguinte maneira: Fazendo o reconhecimento do meio em questão, descobrindo assim suas necessidades.
Nem sempre o que se observa em um meio como solução e replicável a outro meio.
Um Programa social, só ganha status de tecnologia social quando abrange de forma a impactar todo o meio em questão. Porém isto não implica em limitações em função da magnitude de cada ação.
Hoje o Brasil é um gigante em busca de soluções para os problemas sociais mais elementares como saneamento básico, educação e principalmente a saúde.
Em torno destes três tópicos podemos afirmar que o governo federal vêm se preocupando e buscando soluções por meio destes recursos tecnológicos que possam transformar socialmente o meio.
A sociedade não espera esmolas tecnológicas, mas sim soluções reais e possíveis.
Os programas sociais proposto pelo governo federal são em muitas vezes ineficientes. Em razão a esta ineficiência há uma explosão de ações particulares nos centros urbanos, com o surgimento de ONG’S. Estas ONG’S conseguem olhar para as comunidades de modo particular, passando a dar o suporte específico para aquele meio, como por exemplo as pastorais que já são status mundial.
Tecnologias Sociais não se compõem apenas por uma definição, mas também por princípios, parâmetros e implicações.
Tecnologias Sociais saem do micro social para o macro social, esta característica deve servir como divisor entre programa social e a tecnologia social.
Conforme SANTOS
é a partir do espaço geográfico que se dá a solidariedade orgânica;
tais atividades, não importa o nível, devem sua criação e alimentação
às ofertas do meio geográfico local […] na verdade, mudadas as
condições políticas, é nesse espaço banal que o poder público encontraria as melhores condições para sua intervenção. Trata-se, aqui, da produção local de uma integração solidária, obtida mediante
solidariedades horizontais internas, cuja natureza é tanto econômica,
social e cultural como propriamente geográfica. A sobrevivência do conjunto, não importa que os diversos agentes tenham interesses
diferentes, depende desse exercício da solidariedade, indispensável
ao trabalho, e que gera a visibilidade do interesse comum (Santos,
2000, p. 110).
Referências Bibliográficas
BEHRENS, F. A Assinatura Eletrônica como Requisito de Validade dos Negócios Jurídicos e a Inclusão Digital na Sociedade Brasileira – Curitiba, 2005.
SANTOS, E. S. Desigualdade social e inclusão digital no Brasil – Rio de Janeiro, 2006.
BRUESEKE, F. A técnica e os riscos da modernidade, Florianópolis, UFSC, 2001. “A modernidade técnica”, Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 49, p. 135-144, 2002.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.