RESUMO 

O artigo estuda as práticas de manejo do solo, no sítio Jussaramia, Monte Alegre-Pará. A pesquisa foi realizada com um casal de agricultores que reside na propriedade do Engenheiro Agrônomo, preferir uma abordagem qualitativa. As informações coletadas evidenciam que a três tipos de aspectos: A erosão acarreta prejuízos ambientais e socioeconômicos. Os manejos e as práticas inadequadas utilizadas para evitar a erosão. A análise permitiu identificar que a prática utilizada por esses/as agricultores/as envolve atividade rústica, por falta de orientação dos órgãos competente essa massa produtora contribui com a erosão manejando os solos de forma inadequada, com isso só agrava o problema ambiental que, no entanto uma e das causas e a erosão.  

Palavras-chave: Manejo do solo. Problema ambiental. Agricultores. 

INTRODUÇÃO       

Este artigo é resultado da pesquisa que foi realizada com os agricultores que residem no Sítio Jussaramia, Monte Alegre – Pará, possuindo como objetivo analisar quais as causas da erosão, na referida localidade.

            A escolha do local para a pesquisa se justifica por ser uma propriedade privada, de pequeno porte que atende à população em geral de Monte Alegre e vem sofrendo processo de erosão por meio da interferência humana.

A estrutura física da benfeitoria da propriedade é metade alvenaria e madeira construída pelo primeiro dono, porém sofreu algumas alterações pelos atuais proprietários. Na frente da propriedade nos deparamos com uma esterqueira e com cinco estufas, além de três canteiros ao lado. Existe uma área por traz com objetivo de fornecer sementes, essas matrizes são: de abacateiro (Persa americana), açaizeiro (euterpe oleracea), pupunheira (Bactris gasipaesvar), jaqueira (Artocarpus heterophylluslam), cupuzeiro (Theobroma grandiflorum), limão tipo Taiti (Ciytrus aurantifolia), etc. Foram selecionadas para, que não ocorram doenças, bactérias e que sejam mais produtivas.

O sitio dispõem de solo areno-argiloso, onde apresenta um PH baixo, tornando-o ácido. A propriedade visivelmente apresenta desnível em sua composição, pois os fundos apresentam elevação e a frente e baixa, isso contribui efetivamente para o agravamento do problema relacionado à erosão pluvial já bastante visível em alguns locais.

Ao longo do texto serão apresentados e analisados os dados coletados durante a pesquisa de campo. À medida que forem citadas as respostas dos informantes procurou-se articulá-las com as teorias disponíveis sobre o referencial e a temática retratada.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

O solo é a camada da superfície da terra que suporta toda cobertura vegetal, além de ser uma das maiores fontes de energia para o homem, plantas e animais.

O sucesso dessa fonte de energia é graças a sua constituição que sofrem três processos que são: solida (mineral e material orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar). O solo pode ser observado em diferentes maneiras, para o agrônomo e a matéria estendida uniformemente sobre uma superfície, que é responsável pelo desenvolvimento da vida vegetal, para o engenheiro civil, é um corpo passível de ser usar para sustentar uma base de construção ou material de construção. etc.

O solo interfere sobre a frequência de uma corrente alternada biogeoquímica dos nutrientes mineras e determina o hábito dos seres vivos. Para Cruz et al (1999) o solo está em constante mudanças no microclima em decorrência do sombreamento das árvores ou pela melhoria na fertilidade do solo, principalmente se as árvores  forem capazes de associar-se a microrganismo que fixam nitrogênio do ar como ocorre em certas leguminosas.

Há algumas décadas, quando se ouvia comentar em conservação do solo, não se dava muito importância eram pouco mais que simples teorias. Atualmente, os resultados das pesquisas, e empenho dos técnicos e de muitos agricultores que reconhecem a necessidade de melhores métodos culturais fizeram com que os conservacionistas inovassem e desenvolvesse em poucos anos uma ciência relativamente, adquirida e estabelecida e através desses avanços foram possíveis analisar os fatores restritos de uso (erosão, declividade, excesso de umidade, escassez de água na região, inundação, acidez ou alcalinidade, baixar fertilidade, pedregosidade) pode determinar a separação de subclasses, diferentes tipos de manejos, dentro das classes.

Segundo Prado (1995), os processos de formação do solo (ou processo de pedogênico) resultam da ação interdependente dos fatores de formação de solo, considerando a adição de material e mineral orgânico, pode haver perda de ar e água através do manejo mecânico desse material. Na gênese do solo não ocorre um processo de pedogenético isoladamente, mas a predominância de pelo menos um deles.

A taxonomia (ciências das classificações) dos solos é baseada nas características de cada região ou país sendo, portanto nacionais ou regionais.

Os primeiros sistemas de classificação na pedologia exigiam apenas as práticas de observância do pesquisador. Eram geralmente associadas aos processos mais marcantes da formação pedológica, ou a rocha matriz ou até mesmo a cor do solo. Portanto, através desses avanços nessa área a classificação brasileira de solos sempre está em constante atualização, é chamada de SIBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solo), sendo desenvolvida pela Embrapa, e a mais recente, publicada em 1999 com importante atualização em 2005. Nesta classificação, feita por profissionais do órgão e diversos voluntários acadêmicos, há seis níveis categóricos (ordem, subordem, grande grupo, subgrupo), sendo os níveis mias baixo (família e serie) ainda discutidos.

Existia, no SIBCS, 1999, quatorze ordens do solo, contudo em 2005, uma ordem foi extinta. As treze ordens restantes são: argiloso, cambissolo, chernossolo, espodossolo, gleissolo, latossolo, plantossolo, plintossolo, vertissolo, a que foi extinta em 2005 se chamava de alissolos, Entretanto na região da Amazônia os solos existentes são: Latossolos, Argissolos, Plintossolos, Gleissolos, Neossolos, Quartzarênicos, Litólicos, Espodossolos, c.Lateriticos, Cambissolos, Nitossolos, etc.

Quanto, aos solos da Amazônia apenas 7% da área é ocupado por solo arenoso, ou seja, por solos que apresentam menos de 15% de argila. Esses solos são classificados como NEOSSOLOS, QUARTZARÊNICOS E ESPODOSSOLOS. O restante da região (93%) é majoritariamente ocupado por solos com uma porcentagem de argila superior a 15% e que, portanto, não podem ser considerados como arenosos.

Apesar da Amazônia ser exuberante, a mesma não possui grande riqueza de nutrientes. Porém, nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis, conhecidos como várzeas. Nelas são acumuladas grandes quantidades de nutrientes trazidos pelas águas em períodos de cheias, especialmente vindos de áreas próximas à Cordilheira dos Andes. Ainda são encontrados solos férteis em áreas restritas da região da Amazônia, com destaque para o estado de Rondônia e Acre. Os solos amazônicos possuem uma fina camada de matéria-orgânica que se encontra na superfície, conhecida como húmus. Para que isso ocorra à temperatura deve permanecer alta o ano todo, com a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita variação do clima, isso favorece e garante a sustentação da floresta.

  1. MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa possui como objetivo analisar quais as causas da erosão, no sitio Jussaramia, próximo à zona urbana do município de Monte Alegre, estado do Pará.

            Quanto à forma, a pesquisa preferir a abordagem qualitativa. Os principais procedimentos da pesquisa incluíram a elaboração de um referencial teórico, a pesquisa de campo e a análise das informações coletadas. Os principais textos utilizados no embasamento teórico foram: Cruz (1999), Lepsh (2002), Prado (1995).

Com o referencial teórico devidamente construído partiu-se para o trabalho de campo que foi organizado em dois momentos. No primeiro deles foi realizada uma visita inicial na propriedade. Nessa etapa realizou-se uma conversa previa com os caseiros do sítio. Na ocasião o pesquisador apresentou a temática que iria ser tratada.

 No segundo momento foram realizadas as entrevistas com os agricultores/as e com o engenheiro agrônomo para a coleta de dados. Essas entrevistas foram transcritas e analisadas e esse processo de coleta de informações ocorreu no próprio sitio no período de 18 a 21 de junho de 2012.

Participaram da pesquisa dois agricultores da propriedade Jussaramia e um engenheiro agrônomo deste local. O instrumento utilizado consistiu em um roteiro de entrevista com três perguntas. Após a etapa de execução das entrevistas, seguiu-se a transição e análise do material coletado. Nessa fase se assegurou o anonimato dos agricultores e engenheiro agrônomo entrevistados (as).

A estrutura física da benfeitoria da propriedade é metade alvenaria e outra metade de madeira construída pelo primeiro dono, porém sofreu algumas alterações pelos atuais proprietários (imagem 01). 

Imagem (01) da Benfeitoria.
Imagem: 01 Assunção 2012.

O sítio Jussaramia fica localizado na Avenida Sapucaia, aproximadamente a 4 km do município de Monte Alegre, se confrontando com o manancial São Tomé.

Quando se observa a frente da propriedade deparamos com uma esterqueira e com cinco estufas, sendo uma dessas afastada alguns metros, cada estufa tem aproximadamente 30 metros de comprimentos, por seis de larguras a mesma metragem para os canteiros (três), nas estufas e nos canteiros, cultivam hortaliças conforme a demanda todos irrigados por gotejamento, por mangueira de polientro. 

CROQUI DA PROPRIEDADE. 

Este sítio recebeu esse nome, segundo um dos proprietários Itajiry H. Sena kishi, devido o mesmo se localizar entre Pajussara e o Jussarateua, além de sua filha também ter o nome de Jussara.

 No lado esquerdo da casa tem um viveiro de 15 x 15 metros, onde são vendidas mudas de diversas culturas, como: Itaúba (Camelopardilis), cumaru (Dipteryx adorata), Angelim (Vatarrea Heteroptera ducke), ipê (Tabebuia chrysotricaha), abacateiro (Persa americana), açaizeiro (euterpe oleracea), pupunheira (Bactris gasipaesvar), jaqueira (Artocarpus heterophylluslam), cupuzeiro (Theobroma grandiflorum), limão tipo Taiti (Ciytrus aurantifolia), etc. Essas culturas são vendidas para agricultores, prefeituras, associações, escolas, e os públicos em geral. Em uma área por traz da casa podemos encontrar culturas introduzidas com objetivo de fornecer sementes, como: matrizes de abacateiro, coqueiro, açaizeiros e limão Taiti, estas foram selecionadas devido serem mais produtivas e resistentes a doenças, bactérias.

A propriedade tem 60 há, sendo: 600 metros de frente, por 1000 metros de fundo, ainda possui aproximadamente 80% de mata tipo capoeira, quanto às cercas são de arame farpado aproximadamente 2.000 metros de cercas, as estacas a são itaúba, a distância de uma para outra e de dois metros.

Quanto ao solo, o sitio dispõem de solo areno-argiloso, onde apresenta um PH baixo, tornando esses solos ácidos, ou seja, vai precisar de correção para que as culturas introduzidas produzam além do esperado. Essa propriedade possui no seu fundo uma elevação enquanto na frente e baixa, e isso contribuir com efeito da erosão pluvial, onde no sitio já, e visível em alguns sinais de erosão, isso ocorreu devido a retiradas de vegetação naturais, favorecendo que o solo seja lixiviado para lugares baixos do sitio.

O casal de agricultores que moram no sitio, utilizam práticas tradicionais adquiridas com seus descendentes, ao observarem o desgaste do solo passam a, deixar a vegetações naturais rasteiras para evitar que o solo seja lavado ou arrastado para pontos baixos do sitio. 

  1. AS PRATICAS DE MANEJO DO SOLO NO SITIO JUSSARAMIA 

Nesta seção serão apresentados os dados coletados na pesquisa de campo no Sitio Jussaramia, cujo objetivo foi identificar as causas da erosão, as consequências provocadas pela atividade agrícola mal manejada e os métodos agrícolas empregados por eles.

A partir do que se viu e ouviu podem-se categorizar os dados em três aspectos: A erosão acarreta prejuízos ambientais e socioeconômicos, os manejos inadequados e as práticas utilizadas para evitar a erosão. 

3.1. A erosão acarreta prejuízos ambientais e socioeconômicos. 

A partir das respostas dos agricultores pode-se perceber que, concebem a erosão como uma forma de perda do solo, que apesar das suas descobertas atuais e crescentes o índice no Brasil da mesma. A compactação do solo resulta da degradação da sua estrutura, que advém, sobretudo do movimento de máquinas em solos com elevada humidade, ou pulverização excessiva. Os solos tornam-se mais permeáveis, com maior risco de escoamento superficial e maior probabilidade de erosão. Outra causa a não desprezar que lava a compactação é o sobre pastoreio.    

Segundo o relato de um/a agricultor / a erosão é                       

... À uma forma de acontecimento simples as vezes nem percebemos, mas prejudica muito a terra, passar a ficar fraca e também a produzir menos, enquanto que a outra parte que a chuva levou, e se acumulou em áreas baixas então vai se tornar fértil, e passar a produzir mais, porem, em áreas pequenas (Produtor/a A).

No entendimento de Prado (1995), os processos do solo (ou processo pedogênico), resultam da ação interdependente dos fatores de formação dos solos, considerando a adição de material, mineral e orgânicos, o ar e água estarão em constante transformação, devido à perda do mesmo pelo transporte e o manejo mecânico desse material. Na gênese do solo não ocorre um processo de pedogenético isoladamente, mas a predominância de pelos menos um deles.

Dependendo de que se originou esse solo, sempre estará sofrendo alterações, se esses volumem de camadas de solos revelam certas adaptabilidades no espaço, em função dos processos ocorridos, enquanto cultivar, corrigir, irrigar, ou seja, movimentar esse solo. Há de Existirem técnicas e cuidado para uma melhoria continua do solo, que só apresente vantagens ao agricultor/produtor, que minimizam o risco de erosão e consequentes problemas ambientais que podem ser evitados a um menor esforço.

 Outro/a agricultor /a em sua verbalização disse que a erosão e um problema grave inclusive assistiram em um canal de tv a um programa que comentava sobre esse assunto.

A erosão acontece devido o uso inadequado, que tanto eu como inúmeros agricultores, praticam diariamente como retirada de todas as árvores, uso de máquinas pesadas, principalmente em áreas baixas ou altas, desmatamento nas beiras dos igarapés etc. e com isso o vento forte, as vezes quebram as plantas, e a chuvas acaba levando a camada fértil do solo(Produtor/a B).

Para Mota (1999), Frey, Garcias e Rosa (2005), o surgimento de problemas ambientais graves, com reflexos sobre o próprio homem, induziu a busca de um melhor entendimento dos fenômenos naturais, suas causas e consequências sobre a qualidade de vida das populações. A analise das relações entre os ambientes naturais e antrópico é descrita como sendo constituído pelo homem e suas atividades (antrópico), enquanto que aquele é composto do meio físico e do meio biológico (natural)

A indústria é a causa da crescente complexidade da sociedade humana (criando novas necessidades como ocupar novos espaços agricultáveis e expandir e o mesmo visando o mercado interno e externo).

Na década de 50 e 60 o Brasil começou a se beneficiar tanto no meio rural quanto urbano, e nesse período o solo foi manejado de forma incorreta, se analisarmos, atualmente ainda ocorre com frequência a forma de como o mesmo e tratado, apesar dos avanços nesse setor.

Essas inovações tecnológicas quando seu uso é correto produz em uma escala maior, com isso o agricultor prevê sua safra futura, etc. Com avanços tecnológicos, os agrônomos passam a imitar a natureza deixando árvores para que nessas áreas ocorra uma oxigenação maior.

Para Lepsch (2002) a ciência do solo começou a se preocupar em aperfeiçoar as técnicas agrícolas, contudo sem se preocupar em estudar diretamente a origem e evolução do solo.

Ao se preocupar em estudar o solo, através desta análise os estudiosos começam a utilizar técnicas para evitar a erosão, observando o grau de acidez, corrigir quanto necessário, etc.

Para Guerra e Mendonça (2004), a erosão dos solos tem causas relacionadas á própria natureza, como a quantidade e distribuição das chuvas, a declividade, o comprimento, a forma das encostas, o tipo de cobertura vegetal e também a ação do homem, como o uso e o manejo da terra que na maioria das vezes, tende acelerar os processos erosivos.

 3.2 OS MANEJOS INADEQUADOS.

A partir das respostas dos agricultores pode-se perceber que concebem o manejo inadequado uma das causas agravante da erosão.

            Segundo relato de um/a agricultor a erosão:

...Acontece de forma natural, mas se o nos retirarmos a cobertura natural com certeza vai prejudicar essa área e se ela for mal manejada em poucas décadas ela pode se tornar improdutivas, principalmente se o terreno apresentar um declive. (Produtor/a C). 

No entendimento de Kochhann (1996), encontraram maiores taxas de infiltração de água no solo em um sistema plantio direto, enquanto comparados ao convencional.

A perda do solo, água, nutriente e matéria orgânica por erosão hídrica são fortemente influenciados por sistema de manejo do solo, os quais, mal utilizados podem acarretar a degradação de agro - ecossistemas.

Outro/a agricultor /a em sua verbalização disse que as praticas.

...Utilizadas por mim ainda e que meus familiares me repassaram, não sei de dizer se estou trabalhando de forma certa ou errada, só sei que a minha produção vem diminuindo ano após ano. (Produtor/a D).   

Para Barcelos (1996), afirma que o impacto da gota de chuva, no sistema plantio, induz a uma redução na taxa de infiltração da água, comparada as registradas para os preparos com revolvimento e conclui-se que a taxa de infiltração de água no sistema plantio direta estar relacionada diretamente com a presença e a quantidade de resíduos culturais que protegem a superfície do solo.

            Os solos usados na agricultura demoram de 300 a 12000 anos para se tornarem produtivas, sua composição e variável, pois o solo e formado pelo intemperismo do material original, que vai passando por transformação naturalmente ou por ação antrópica ao longo do tempo, as variações de temperaturas causam as fraturas nas rochas, e quando a agua da chuva provoca as infiltrações e ataca os minerais e os seres vivos provocando as alterações.

            Para Guerra e Mendonça (2004), a erosão do solo tem causas relacionadas à própria natureza, como a quantidade e distribuição das chuvas, a declividade, o comprimento, a forma das encostas, o tipo de cobertura vegetal e também ação do homem, como o uso e o manejo da terra que na maioria das vezes, tende a acelerar os processos erosivos.

            No que diz respeito à produtividade nas áreas agrícolas, a erosão dos solos implica a sua diminuição e dependendo da extensão e gravidade do processo erosivo, e muito comum no caso do Brasil, a agricultura cessar a sua atividade ou dar lugar a pecuária extensiva.

            Para Guerra (2000), as principais causas para a ocorrência desses processos de erosão são: o desmatamento e posteriormente uso do solo para a agricultura e pecuária, a construção civil, o crescimento das cidades, a mineração e outras atividades econômicas são significadas na erosão acelerada.

3.3 AS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA EVITAR A EROSÃO

A partir das respostas dos agricultores pode-se perceber que as praticas utilizadas para evitar a erosão são de fundamental importância para amenizar a mesma.

Segundo relato de um/a agricultor /as pratica utilizadas por eles são:

...As nascentes ou açudes, não devem ser desmatado totalmente, e sempre bom observamos o declive do terreno, prevenindo para que não aja uma perda total do solo eu evito de derrubar algumas arvores para que o vento não leve cobertura verde de resto de culturas e outros, onde as mesma adubara o solo. (Produtor/a B).

No entendimento de Vitte (2004), vários são os problemas ambientais, a erosão e um deles, comprometendo a quantidade e qualidade da produção de alimentos.

As praticas são, nas encostas onde a erosão e maior, existem técnicas a serem usadas no cultivo de plantações de modo a evitar a erosão. O cultivo inconsciente pode provocar danos graves ao solo, devido à alta inclinação, a água infiltrada no solo tente a escoar rapidamente tornando-o pobre. Uma formar de resolver esse problema e dispor as plantações no sentido do fluxo de escoamento e na forma de degraus e em fileiras formando uma curva de nível e sempre fazer rotatividade de culturas.

Outro/a agricultor em sua verbalização diz que as praticas empregadas por eles:

...Em áreas de declive, eu procuro deixar, capoeira ou qualquer tipo de mata para aguentar o solo e evitar que a agua do inverno não faça buracos profunda, desse modo eu estou protegendo o solo que me dar produtos e alimento para minha família. (Produtor/a E).

Para Guerra (1998), resumem bem a relação entre os solos e paisagens quando destacam o papel que e o relevo exerce no desenvolvimento dos solos, com grande influencias nas condições hídricas.

Uma das praticas para se evitar a erosão foi à descoberta de três pesquisadores da Universidade Federal e a EMBRAPA, a espécie de adubo verde e feijão-de-porco, tem a capacidade de desenvolvimento do solo com resíduos de herbicidas, o uso de herbicida (Piclosam) pode exemplificar essa situação, pois após a sua aplicação no solo, deve-se esperar, em media três anos para se possa efetuar a semeadura de uma cultura sensível, com segurança na mesma. 

Para Guerra (1998), Mafra e Botelho (1991) e Oliveira (1995), a historia de a ocupação passar a ter um significado primordial, constituindo-se no principal fator para o entendimento do estado de degradação nessa área.

Para outro agricultor, os adubos orgânicos ou inorgânicos são utilizados para enriquecer o solo quando ele se encontrar deficiente de sais minerais. Os adubos orgânicos consistem em uma mistura de esterco (fezes de animais), resto de vegetais (folhas secas e galhos). Sem duvida bem mais natural e econômico que os adubos inorgânicos que consiste em mistura de sais, sendo um deles o nitrato de sódio – Na No3.

Para David Drew (2002), em seu livro processos interativos homem-meio ambiente, constitui o esclarecimento do solo e paisagens como sistema aberto. 

CONSIDERAÇÕES FINAS

A pesquisa produz uma analise sobre que praticas serão adotada para amenizar as possíveis causas da erosão, no sitio Jussaramia, próximo à zona urbana do município de Monte Alegre, estado do Pará.

Os métodos empregados pelos agricultores são bastante distantes da realidade atual. A maioria dos/as agricultores/as entrevistados/as utilizam as praticas rusticas repassada há gerações, ao praticarem ações sobre o solo, os mesmo contribui para que ocorra a erosão, isso implica no empobrecimento de áreas grandes e por sua vez a camada fértil do solo se concentrará em áreas com menor elevação tornando-as fértil.

Apesar de existirem novas técnicas que poderá os beneficia-los e elevar sua produção os mesmo não à praticam devido o medo de perder toda sua produção, em relação a erosão eles/as estão compreendendo que ao deixarem matas em áreas baixas podem amenizar a perda do solo.

Para superar essa dificuldade e medo que os agricultores têm, eles devem compreender a erosão, porem os órgãos competentes deveriam repassar essas informações mostrando experiência e comparações de áreas com nível bastante elevado de erosão que poderá estar presente em quase todo tipo de solo.

Espera-se que esses projetos possam servir como bases para a educação dessa massa trabalhadora e os mesmo ponham em praticas o que os repassaram através de cursos, reunião, etc. Iram perceber que sua produção terá aumentos significativos, e com o passar do ano a fertilidade do solo e o risco de erosão será amenizado.

Nestes casos, o estudo sobre erosão, seria de fundamental importância para que se pudessem compreender as inter - relações entre o ser humano e o meio ambiente, suas expectativas, satisfação, necessidade, julgamento etc. A verdadeira educação ambiental ainda estar longe de ser uma atividade tranquilamente aceita e desenvolvida por que ela implica em mudanças profundas e ainda fáceis de serem colocadas em praticas. 

REFERÊNCIAS

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GUERRA, A. J. T. O início do Processo Erosivo. In: Erosão e Conservação dos Solos - Conceitos, Temas e Aplicações. A. J. T. GUERRA; SILVA, Antônio Soares e R.G.M. BOTELHO (organismo). Rio de Janeiro, Editora Bertrand Brasil, 1999, pp. 15-55.

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PELOGGIA, A.UG. A dialética da geologia (Tema de Geologia inspirados na obra de Friedrich Engels, e suas aplicações). Revista brasileira de Geociências, 1995.

PRADO, H. do. Manual de classificação do solo do Brasil. 2. Ed. Jaboticaba: FUNCEP, 1995. p 8 a 10.

VITTE, Carlos Antônio e GUERRA, A. J. T. Reflexões Sobre a Geografia Física no Brasil. Ed. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2004, 280p.

[1] Professor da Rede Municipal de Ensino, Licenciado Pleno em Geografia, Especialista em Gestão Ambiental e Metodologia do Ensino da Historia e Geografia.