A vontade dos empreendedores portugueses
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 por Bruno Santos
Um estudo actual da Comissão Europeia aponta para algumas conclusões interessantes das principais motivações que leva os portugueses a tornarem-se empreendedores.
As crise que este país atravessa não parece ser o factor primordial que demova as pessoas.
Quando questionados sobre a preferência entre trabalhar por conta própria ou por conta de terceiros, as respostas apontam para uma vitória dos empreendedores, com 49% das respostas neste sentido, contra 47% dos inquiridos que indica que prefere evadir ao risco e trabalhar por conta de terceiros.
Isto torna-se ainda mais interessante, quando o comparamos com a média da União Europeia, onde apenas 33% dos inquiridos indica que gostaria de trabalhar por conta própria.
Estes valores indicam uma vez amis que a vontade, a força e o querer que as gentes lusas têm perante a vida, e se ouvimos que estivemos muitos anos acomodados com o emprego certo e para toda a vida no passado, os valores do presente apontam para uma vontade de rumar por si próprio, e na abertura de novas empresas.
Este estudo demonstra também que os portugueses estão alinhados com as maiores economias mundiais, nas principais vontades de ser empreendedores.
Verificamos que em todos os países, a liberdade e independência são a maior motivação que move os empreendedores. A maior possibilidade de salário é o 3.º fator mais indicado pelos portugueses para criar a sua própria empresa.
Contudo, apesar de toda a vontade existente no âmago dos nossos empreendedores, 66% considera que não será exequível que nos próximos 5 anos possam abrir a sua própria empresa.
Parecendo este valor um paradoxo inexplicável, ao avaliarmos as respostas dadas verificamos que a “crise bate à porta”, e mais do que a falta de competências técnicas ou a falta de oportunidades, onde encontramos as verdadeiras diferenças nas respostas dos portugueses face aos demais países é no receio de que a atual conjuntura não seja a melhor para lançar uma empresa no mercado.
As economias do Reino Unidos e dos Estados Unidos da América, apontam apenas com 9% e 5% respetivamente como fatores de preocupação para uma não abertura de empresa, ou desenvolvimento de novos negócios.
Poderá ser esta uma daquelas situações em que o “copo está meio cheio, ou meio vazio”, mas há uma valência sobejamente conhecida que não podemos ignorar, que é nos tempos de crise e de dificuldades que as melhores oportunidades aparecem. Talvez por isso, é que as maiores empresas que conhecemos nascem desses momentos e, curiosamente, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América.