Um estudo actual da Comissão Europeia aponta para algumas conclusões interessantes das principais motivações que leva os portugueses a tornarem-se empreendedores.
As crise que este país atravessa não parece ser o factor primordial que demova as pessoas.

Quando questionados sobre a preferência entre trabalhar por conta própria ou por conta de terceiros, as respostas apontam para uma vitória dos empreendedores, com 49% das respostas neste sentido, contra 47% dos inquiridos que indica que prefere evadir ao risco e trabalhar por conta de terceiros.
Isto torna-se ainda mais interessante, quando o comparamos com a média da União Europeia, onde apenas 33% dos inquiridos indica que gostaria de trabalhar por conta própria.
Estes valores indicam uma vez amis que a vontade, a força e o querer que as gentes lusas têm perante a vida, e se ouvimos que estivemos muitos anos acomodados com o emprego certo e para toda a vida no passado, os valores do presente apontam para uma vontade de rumar por si próprio, e na abertura de novas empresas.
Este estudo demonstra também que os portugueses estão alinhados com as maiores economias mundiais, nas principais vontades de ser empreendedores.

Verificamos que em todos os países, a liberdade e independência são a maior motivação que move os empreendedores. A maior possibilidade de salário é o 3.º fator mais indicado pelos portugueses para criar a sua própria empresa.
Contudo, apesar de toda a vontade existente no âmago dos nossos empreendedores, 66% considera que não será exequível que nos próximos 5 anos possam abrir a sua própria empresa.
Parecendo este valor um paradoxo inexplicável, ao avaliarmos as respostas dadas verificamos que a “crise bate à porta”, e mais do que a falta de competências técnicas ou a falta de oportunidades, onde encontramos as verdadeiras diferenças nas respostas dos portugueses face aos demais países é no receio de que a atual conjuntura não seja a melhor para lançar uma empresa no mercado.

As economias do Reino Unidos e dos Estados Unidos da América, apontam apenas com 9% e 5% respetivamente como fatores de preocupação para uma não abertura de empresa, ou desenvolvimento de novos negócios.

Poderá ser esta uma daquelas situações em que o “copo está meio cheio, ou meio vazio”, mas há uma valência sobejamente conhecida que não podemos ignorar, que é nos tempos de crise e de dificuldades que as melhores oportunidades aparecem. Talvez por isso, é que as maiores empresas que conhecemos nascem desses momentos e, curiosamente, no Reino Unido e nos Estados Unidos da América.