A Formação das Monarquias Nacionais.

Por Edjar Dias de Vasconcelos | 09/09/2013 | História

A formação das monarquias

 

 

Durante toda a Idade Média não existiam países como hoje são definidos, viver em qualquer parte da Europa, como conhecemos, não significava absolutamente nada, devido a não existência das nações.

Todo mundo era apenas ligado a uma cidade, as denominadas cidades Estado, com sua política ou economia própria. Contrariamente, a segunda realidade de povoação definia-se como feudo, com o prevalecimento da economia rural.

 A realidade  estava associado a um feudo, a um determinado reino.  Em síntese não existiam as nações como hoje, a chamada criação das nações como Estado, foi produto da Filosofia Iluminista associada à burguesia produtiva.

O processo foi longo para a formação em primeiro lugar para as chamadas monarquias nacionais, num momento em vários lugares geográficos deu se a união da nobreza com a burguesia.

Esse processo de centralização de poder regionalizado denominado de monarquias europeias teve seu início na Europa no século XI e só foi mesmo consolidado a partir dos séculos XIV e XVI.

Então um longo processo político, motivado por interesses diversos, somente mais tarde viria dar origem, os muitos países na Europa tais como: França, Portugal, Espanha, Inglaterra e posteriormente a diversidades de outros países que hoje compõem a chamada democracia moderna.

O processo de formação das monarquias europeias, não aconteceu ao mesmo tempo e da mesma maneira em diversos lugares do continente Europeu.

  Em certos lugares devido ao atraso do surgimento da burguesia, essas monarquias nem mesmo chegaram a efetivar-se, como por exemplo, as regiões da península Itálica e ao norte da Europa, dada a fragmentação da região e a convivência das cidades Estado com a sociedade rural, seu funcionamento em feudos.

Um fenômeno interessante a ser analisado na história, para o fundamento dessas explicações, é que o fato das criações das monarquias regionais, no mecanismo da centralização do poder, sempre esteve envolvido alguns grupos sociais.

  Os reis, a burguesia e nobres feudais, as regiões em que faltou o desenvolvimento da burguesia o processo foi de fato atrasado, sem entender essa reflexão não seria possível compreender a grande obra, O príncipe de Maquiavel.

O que é importante saber que cada um desses grupos, era movido por interesses próprios, em muitos aspectos semelhantes e outros não. Com efeito, existiam entre eles ideologias produtos de conflitos.

A burguesia, como nova classe social e política, naquele momento histórico de formação dos princípios elementares do liberalismo econômico, fundamentado na Filosofia Iluminista, era profundamente desinteressante a descentralização do poder para a própria burguesia.

Por motivos óbvios, submetia os burgueses  aos impostos cobrados pelos  senhores feudais e prejudicava a atividade comercial, sobretudo pela falta de moeda comum e de pesos e medidas padronizadas necessárias para o desenvolvimento do comércio.

Por esses motivos, facilitou aproximação da burguesia com os reis, que naquele momento estava interessado tão somente na concentração do poder em suas mãos.

 Nessa perspectiva formularam um pacto em que a burguesia dava o dinheiro, em formas de impostos, os reis desenvolviam as medidas políticas exigidas pelo os burgueses, no favorecimento do desenvolvimento do comércio.

 O dinheiro da burguesia foi fundamental para aos reis na organização da nação Estado, superando as cidades Estado e com o tempo ao próprio feudalismo, na organização de um exército poderoso como defesa das monarquias até então constituídas. O exército defendia a autoridade da nobreza feudal, no novo estágio de pouco desenvolvimento econômico.

Uma das principais contradições da nobreza feudal se enfraquecia pelos gastos com as Cruzadas e tinha necessidade de apoio forte da burguesia, até mesmo para se defender das revoltas camponesas.

 Precisava cada vez mais explorar a própria burguesia, o que levou mais tarde as revoluções burguesas de Estado, superando as monarquias em função do estabelecimento das repúblicas.

Desenvolveram diversos conflitos, um deles, os reis era forçado politicamente, às vezes prejudicar a própria realeza em favor da burguesia, acabando naturalmente com os privilégios feudais, o que elevava naturalmente o custo do Estado Monárquico.

O rei na prática passou a ser refém de duas forças políticas, burguesia e nobreza, tendo de desenvolver o papel de mediador de classes com interesses antagônicos.

Esse conflito ao longo dos anos terminou por possibilitar a formação política de um poder altamente centralizado, e por outro lado, a consolidação da unidade territorial, esse fenômeno que foi denominado de monarquias nacionais centralizadas.

Foi exatamente por essa prática política que levou em diversas regiões da Europa, a formação das monarquias centralizadas, nas quais os reis, dependendo do momento histórico tinham em suas mãos grandes parte do poder político.

Em síntese a monarquia foi à forma de governo, que possibilitou a organização da Europa, politicamente a serviço da burguesia nascente, já no final da idade média e o início da idade moderna.

 Na mediada que a burguesia foi prevalecendo no seu desenvolvimento econômico sobre a nobreza, as monarquias não atendiam mais os interesses da burguesia e por esse motivo foram acontecendo às revoluções liberais.

Algumas radicais como foi a Revolução Francesa, outras moderadas, como a Revolução Gloriosa na Inglaterra, nesse caso em específico a nobreza foi aos poucos adquirido comportamentos burguesas nas suas formas de sustentação da riqueza.

Edjar Dias de Vasconcelos.