Delegados entram para a estatística correcional (Delegados Ademir, Vilson e Jurema):

Dia 21.07.2015, por volta das dezesseis horas, estava no gabinete do Delegado Dirceu Silveira, na cidade de Joinville, cujo objetivo era propor uma termo de ajustamento de condutas, por determinação da Corregedora da Polícia Civil (Delegada S. M. P.). No curso da conversa, surgiu o assunto "Delegado Ademir Braz de Souza". Na verdade eu tinha me reportado a fatos que já tínhamos conversado em outras épocas. A conversa se iniciou quando havia mencionado que estava tendo alguns problemas de relacionamento com a Delegada S. M. na Corregedoria em razão de discordar de certas posições adotadas pela Delegacia-Geral, como no caso do Delegado Vilson Carvalho, demitido junto com o Delegado Ademir Braz de Souza. Relatei para Dirceu que mandaram que eu presidisse um processo disciplinar contra o Delegado Vilson Carvalho (conhecido por "Mancha"), apesar do mesmo já estar demitido, sendo que fiz um recurso ao Secretário de Segurança Pública, contra a decisão do Delegado-Geral Artur Nitz. Dirceu argumentou que as relações dele com o Delegado Nitz atualmente eram "polares".

Aproveitei para relatar que por volta do ano de 2010 o Corregedor Nilton Andrade havia me chamado na sua sala e me apresentado dois procedimentos disciplinares, afirmando que eu teria que presidir ambos processos disciplinares, um contra o Delegado Ademir Braz de Souza e o outro contra a Delegada Jurema Wulf. Relatei que em fracções de segundos um filme havia passado na minha mente..., e decidi que só presidiria um deles. Reportei que disse ao Delegado Nilton que só aceitava presidir um dos procedimentos o que recebeu o seu consentimento. Como já tinha certeza do que deveria escolher logo respondi que era o da Delegada Jurema. Afirmei que naquele instante o Delegado Nilton tentou reverter a situação e me "empurrar" o processo contra os Delegados Ademir Braz de Souza (ex-DRP/Brusqu) e Vilson Carvalho, porém, teria sido mais contundente e disse que só aceitaria se fosse o da Jurema (ex-DRP/Jaraguá do Sul).

A partir daquele momento Dirceu, mostrando um olhar sagaz, além de estampar um sorriso com um certo quê de ironia, foi relatando fatos não surpreendentes a respeito da passagem desse personagem (Ademir) por Joinville:

- "...Tu sabes que ele foi Delegado aqui em Joinville? ...Sim, ele veio prá cá, tava no oeste, não sei onde, acho que era Chapecó. O Narbal me ligou, lembra do Narbal? Ele era ex-psicólogo da Polícia Civil que atuou em Chapecó, depois passou na concurso da Ufsc... Pois é, o Narbal me ligou dizendo que a família do Ademir era vizinha dele na Trindade (Bairro Trindade - Florianópolis) e que os pais dele foram conversar com ele pedindo para ver se eu intercedia para trazer ele aqui para o litoral. Bom, fui conversar com o João Pessoa (ex-DRP/Joinville, presidente da Câmara e Vereador/PMDB), ele não v. n. ..., mas tinha força política. Mas cara, imagina, um dia nós estávamos numa solenidade na DRP, o Ademir já tinha dito que não ia, que o João Pessoa não v. n. ..., mas eu insisti e lá estávamos nós. Rapaz, de repente o Ademir começou a falar que o João Pessoa era um s., s. v. ... Eu mandei ele calar a boca e disse 'olha cara, tu estais aqui em Joinville graças a ele, se não tu não vinhas...'. Tudo bem, tu sabes como é que ele foi nomeado Delegado Regional de Brusque? ...Então, eu não sabia de nada, um dia nós fomos num jantar político e quando o Ademir chegou eu notei que o carro dele estava com faixas do João Pessoa no para choque, vidros... Eu me aproximei dele e fui dizendo: '...como é que é Ademir? Quer dizer que tu agora estais fazendo campanha para o João Pessoa que tu dizias que era um...'. Bom, eu fiquei olhando para ele rindo... Moral da história, quando o Paulo Afonso assumiu o governo ele foi nomeado DRP/Brusque, tudo graças ao João Pessoa. Ele também fez outra aqui em Joinville, meu Deus, não sei se tu conhecesses o Juiz Rodrigo Cunha que trabalhou aqui, tem um problema na perna? Bom, um dia o Ademir apreendeu um caminhão carregado de palmitos e depois que lavrou o APF entrou em contato com o fórum querendo saber se iriam receber o veículo junto com os autos. Bom, tu sabes, né Felipe, nesses casos a gente tem que dar um jeito, o caminhão tem que ficar na Delegacia... Olha só o que o louco do Ademir fez, ele foi até o fórum e entregou os autos com as chaves em cima, deixou o caminhão carregado de palmitos em frente ao prédio, na rua, e foi embora. Rapaz, o Rodrigo Cunha me ligou, ele tava uma fera, e disse que estava decretando a prisão do Ademir e que eu teria que cumprir o mandado. Eu vi que o homem estava totalmente fora de si. Entrei em contato com o Ademir e tu sabes, depois que ele fez a 'cagada' virou um cachorrinho... e eu disse, olha Ademir se tu és louco esse juiz é duas vezes mais louco que você, tu pega e vais lá no forum, te humilha e pede perdão para ele, porque se não eu vou ter que te prender. O Ademir me perguntou se teria que ir acompanhado de um advogado e eu disse que não precisava, mas que ele teria que ir imediatamente lá. Bom, eu sei que ele foi e ouviu, ouviu, ouviu, o juiz falou tudo o que devia e não devia para o Ademir e ele teve que se humilhar". 

Depois que Dirceu fez o seu relato coube a mim fazer o meu, e comecei:

- "...Na década de oitenta eu estava na Presidência da Fecapoc (Federação Catarinense dos Policiais Civis), lembra? Todas as vezes que eu ia fazer reunião em Brusque o Ademir que era Investigador sentava na frente e me soltava os cachorros, dizendo que nunca seria Delegado, que nunca dariam chance para ele pois era muito 'bocudo', falava mal dos 'Delegados", sentava o pau no governo... Eu procurava aconselhá-lo a continuar estudando porque um dia ele chegaria no topo da carreira. Todas vezes, Dirceu, ele era um pedra no sapato, acho que ele sabia que tinha cargo no governo, então aproveitava, mas eu dizia que um dia ele chegaria na carreira de Delegado de Polícia e que eu esperava que quando isso acontecesse ele arregaçasse as mangas e passasse a trabalhar pela instituição, pelos policiais civis e não esquecesse as suas origens. Olha Dirceu, que pedreira...E tu sabes que ele chegou, só que ai mudou a conversa, ele passou a se comportar como um Delegado e não mais como um ex-investigador que veio das bases. Bom, eu encontrei ele algumas vezes e a conversa agora era outra, não tinha mais críticas contra governo algum, nem contra os Delegados dirigentes das instituição. Mas aí ele me pediu para fazer uma viagem comigo pelo interior do Estado naquelas reuniões que eu fazia uma vez por semestre em todas a DRPs, lembra? Então, ele foi numa viagem comigo e lá pelas tantas, quando nós estávamos no oeste, o A. contou animado que quando foi Delegado em Campos Novos arranjou três amantes por lá e que quando os maridos viajavam ele pegava elas levava para um motel... Dirceu, sabe o que ele ‘prazeirozamente’ falou que fazia? Na hora que estava t. com elas mandava gritar que os 'm. delas era uns c. ...', e que fazia isso porque dava muita tesão. Chegou a dizer que uma delas no início resistiu e que não queria gritar por causa dos filhos, mas que depois passou a gostar daquela 'experiência'... Então, Dirceu, olha só a mente dele, que tipo de m. d. é essa...? Olha só a falta de respeito a um marido enganado, aos filhos, à família... Noutra oportunidade encontrei Ademir no Hotel Joinvilletur, num encontro de Presidentes de Câmaras de Vereadores (nessa época Ademir já era Vereador e estava na Presidência da Câmara de Brusque) mas tu precisavas ver Dirceu a esnobação, era época em que a Lúcia mandava e desmandava e ele se achava... e eu fiquei lembrando aquele 'Investigador' naquelas assembleias regionais... E a última dele, foi com o Braga (Delegado Lauro Cesar Radke Braga), na época do Governo Paulo Afonso. O Ademir se lançou a Deputado Estadual pelo PMDB e o Braga me procurou dizendo que iria fazer campanha para seu amigo Ademir e que esperava que o mesmo ajudasse sua filha. Eu fiquei em silêncio sem saber o que dizer diante da empolgação de Braga. Depois das eleições o Braga me procurou, literalmente chorando, nervoso, tu precisavas ver, eu vi o Braga chorando em duas oportunidades, essa foi a segunda (lembrei da primeira que foi lá em Canoinhas observando que era uma outra história para outro momento). Mas o Braga chegou chorando dizendo que depois das eleições procurou o Ademir para dizer que conseguiu uns seiscentos votos para ele lá no Ribeirão da Ilha (Florianópolis), onde reside com seu familiares há muitos anos, esperando um agradecimento, e também para tratar da sua filha, e sabe o que aconteceu? Rapaz, o Ademir deu um 'xá' de banco e fez com que o Braga ficasse mais de uma hora sentado esperando e não o atendeu. O Braga estava possesso, chorava que nem criança... Então, Dirceu, como é que eu poderia aceitar presidir um processo contra esse cara, me diz? É claro que eles queriam que eu assumisse também esse procedimento disciplinar por razões políticas achando talvez que poderia dar um novo rumo mais brando na apuração. Bom, quem presidiu o processo deles foi o Jeferson e tu sabes quem é o Jeferson, todo mundo sabe, pediu a demissão de todo mundo, e fez isso rapidamente. No caso do processo disciplinar da Jurema eu acabei atacando todo o trabalho do Ministério Público que ficou mais de um ano fazendo escutas telefônicas ao arrepio da lei... e eu sei que ela já conseguiu reduzir a pena de quatorze para sete anos..., atualmente, está em recurso no STJ".

O caso Ademir Serafim:

Dirceu me interrompeu para dizer que o processo contra a Delegada Jurema foi o que mais lhe surpreendeu, pois não esperava. Argumentei que Jurema havia sido Escrivã da Justiça e acabou sendo muito visada, mas que acreditava na inocência dela, apesar de ter cometido falhas. Disse, ainda, que havia pedido apenas a suspensão disciplinar da Delegada Jurema, não a sua demissão, o que entendia como injusto.  Depois, acabei me reportando ao processo disciplinar contra o Delegado Ademir Serafim, e que tive que ameaçar entrar com recurso e, talvez, mandado de segurança porque queriam me obrigar a presidir o mesmo. Relatei que na época o Delegado-Geral me telefonou (Aldo Pinheiro) pedindo que eu presidisse os autos, mas eu tive que dizer "não" em razão da minha suspeição (motivos pessoais, a exemplo de Ademir Braz de Souza) e que numa certa altura da conversa o Delegado-Geral me pediu que indicasse os nomes para comissão, quando sugeri os nomes da Delegada Veronice Schineider, Delegados Adalto Sousa e Antonio Carlos Pereira.

Dèja Vú?

Depois que deixei o gabinete de Dirceu lembrei de que alguém me contou que nos últimos dias o Delegado Ademir Braz teria sido visto ir trabalhar na Delegacia de Polícia da Comarca de Balneário Camboriú, mesmo apesar de demitido, negando-se a entregar sua carteira funcional e arma de fogo. Também disseram que ele estaria acabado, ainda mais depois de receber a informação de que o cargo comissionado que havia sido prometido junto ao gabinete do vice governador Eduardo Pinho Moreira havia sido dado para outra pessoa, recebendo mais uma "rasteira", que triste fim... (pensei).

Lembrei de uma foto tirada num jantar postada no “face” de alguém no dia 23.07.2015 onde Ademir se apresentava vívido sentado numa mesa de um restaurante qualquer (Joinville), rodeado de Delegadas formosas e sorridentes, com todo o vigor e eloquência digna de um “rei”: A primeira da esquerda para direita - em pé: Delegada Jurema Wulf, a terceira - Delegada Marilisa Boehm, a sexta - Delegada Veronice. No centro, sentado: Delegado Ademir Braz de Souza nos tempos do DRP/Joinville Delegado João Pessoa Machado.

Notícias da Marilisa:

"Esperança do PP - Embora o PSDB de Joinville tenha a disposição de concorrer com candidato próprio, uma “obrigação” em cidades com mais de 100 mil habitantes e geração de TV, há quem sonhe em contar com um tucano como vice. O PP do Dr. Xuxo tem essa esperança. PP e PSDB estiveram juntos na eleição estadual passada" (Jornal A Notícia Online - PORTAL | Jefferson Saavedra, 29.02.2016).