H I S T O R I A  D E  V A Z A N T E  - U M A  R E L E I T U R A

O que a Inconfidência Mineira de 1789 (quando inicia a Revolução Francesa, depois de 13 anos da Independência dos Estados Unidos da América) tem haver com a história de Vazante?

O que a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguaio em 1864 (mesma época de outro sangrento conflito no norte do continente - a Guerra da Secessão) tem haver com a história de Vazante?

Havia algum representante da Coroa e/ou Império com domínios nesta região explorando alguma riqueza?

Quem era o Administrador Colonial da fazenda guarda-mor? Quem pagava e quais impostos eram arrecadados neste posto?

Ouve algum morador destes vãos com poderes outorgado pela Câmara de Vereadores de Paracatu durante a Monarquia e/ou República no Século XIX, ou antes?

Nas imediações do local da aparição de Nossa Senhora da Lapa - a gruta da Lapa – havia alguma rota? Era passagem para algum caminho?

O cemitério mais antigo destes vãos foi iniciado com enterro de três forasteiros que abusava dos moradores, criava medo e fazia-os pensarem em até abandonar suas moradas. No entanto, os moradores reagiram. Uniram-se, contrataram jagunços e em motim apagaram os três bárbaros bandidos. O feito foi com resquícios de crueldade. Depois de eliminarem o Chapéu Branco e seu comparsa faltava o chefe – Miguel Germano. Encontraram-no sobre rancho renovando a cobertura com sapés de folhas novas e de lá mesmo foi apagado. Foram informados da esposa deste último em resguardo de três dias e perguntaram se era menino ou menina. Confirmou-se menino. Um, então, sentenciou também tem que morrer. Pegaram o bebê e ficaram a jogar de facão de um a facão de outro.

Assustador? Mas infelizmente a barbárie é que, na maioria das vezes, define ocupações e isto vem desde o início da idade média. Ainda hoje, barbáries semelhantes acontecem nos domínios do Estado Islâmico, Al Qaeda e Boku Haran.

Nas disputas ou na proteção do nosso território quantos se sacrificaram no século XIX ou mesmo antes? O que sabemos da ocupação e dos domínios de terra deste território? Como poderia estes vãos ficar vazio de almas por tanto tempo até a aparição de Nossa Senhora da Lapa? Se estes vãos estavam tão próximos da rota de tropeiros para Paracatu em Brejo Alegre, futura Presidente Olegário e apenas 100 quilômetros das fazendas produtivas de Santana de Patos, Coromandel dos diamantes e do Paracatu do ouro de aluvião (Cidade Comarca de todo a região do Triangulo Mineiro, do Alto Paranaíba, do Noroeste e do Norte de Minas no passado remoto).

Esta região dos vãos era ainda um dos acessos a Vila Boas de Goiás. Caminho usado por contrabandistas até a Coroa empreitar a obra e oficializar a estrada. O patrono cívico da Nação Brasileira, Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes foi o seu encarregado. Depois de finalizada a obra a região recebe o guarda-mor de fiscalização e tributação para a Administração Colonial.

Antes existia um único caminho para Goiás e havia até pena de morte se alguém abrisse outro. “Goiás era uma Canaã, voltavam ricos os que iam pobres. Um mar de aventureiros, boiadas e tropas, comboios de escravos, cargueiros com bugigangas, miçanga, tapeçarias e sal. O caminho era um caos por causa do quilombo de Ambrosio, muitos assaltos aos transeuntes e pilhagem”, conforme relato historiográfico de Manso de Almeida.

Sabe-se que o Noroeste de Minas foi esquadrinhado por pecuarista. Em 1744 José Francisco Frois comunicou a descoberta do ouro de Paracatu. No entanto, o arraial havia sido fundado bem antes. Mas os bandeirantes Felisberto Caldeira Brant e Nicolau Barreto já haviam passado por estas paragens em 1604 e antes deles, Domingos Fernandes em 1599, Domingos Rodrigues em 1596, Antonio de Macedo em 1590 e ainda antes destes, o bandeirante Domingos Luis Grau em 1587 fez por estas paragens passagens, segundo o mesmo historiador.

Até mesmo um naturalista francês August F. C. Saint Hilaire pôs em livro (publicado na França em 1819 e somente traduzido para o português em 2004) as impressões da fazenda Guarda-Mor, onde pernoitou na viagem de estudo que empreendeu às nascentes do rio São Francisco. Ele citou no livro que a fazenda, situada nos contrafortes da Serra dos Pilões, já não era do guarda-mor da Administração Colonial.

Foi desta propriedade que o senhor Ilídio Pereira Guimarães tirou trinta alqueires e doou para Santa Rita dos Impossíveis futura Guarda-Mor (tornou-se paróquia em 1871, mas foi extinta em 1873). No entanto, um povoado já existia, pois a vila é distrito desde 1850.

Havia grande interesse da Coroa pela região, haja vista, o alvará assinado em 1798 por Dona Maria - a louca, quando transformou São Luiz e Sant’Anna das Minas de Paracatu em Paracatu do Príncipe, com uma intervenção mais direta na região.

Colocar o posto de fiscalização nos contrafortes da Serra dos Pilões era uma boa estratégia. Mas seria esta região ainda inabitada com uma pressão de ocupação por todos os lados? Como se manteria vazio por dezenas de anos, talvez século, até a aparição de Nossa Senhora?

O provérbio português, contra fatos não há argumentos, pode ser aqui repetido para afirmar que nestes vãos, certamente, ouve disputas por domínio e ocupação e a região deva ter sido ocupada com algumas fazendas não só de subsistência, mas muito provavelmente fazendas produtivas pela demanda de alimento da região vizinha depois da descoberta do seu ouro de aluvião.

Uma demanda de alimento tamanha obrigou a Coroa a uma excepcionalidade em Araxá (estância terapêutica de águas sulforosas): titular os ocupantes das terras ao invés de expulsá-los com a contrapartida deles em suprirem a nova fronteira mineradora.

Por que então, não promoveria incentivos às regiões mais circunvizinhas como nos vãos das vazantes dos rios?

O fato é que a fome assolava, os preços disparavam, até confisco de carros de bois com alimentos foi feito em Paracatu para eliminar atacadistas distribuidores que majoravam ainda mais os preços conforme se lê nas atas de reunião da Câmara de Vereadores.

Soma-se ao já exposto as articulações na Assembléia para criação da Província do Rio Paracatu no final do ano 1857 e a elevação do distrito de Guarda-Mor à Freguesia em junho de 1871 pelo decreto, nº 1.082, de 18 de agosto de 1860, artigo 1º parágrafo 10 e 11. 

Dos titulados com terra em Araxá um é ancestral de muitos vazantinos, Bento Carneiro de Mendonça. Na relação de seus bens consta bastante gado, além de fazendas conforme testamento de 1824, em anexo. Sabe-se que o filho ou bisneto, senhor Ignácio Carneiro de Mendonça adquiriu num leilão em Paracatu a fazenda desses vãos.

O rio da integração nacional era chamado – o Velho Chico, por alguns de “rio dos currais” por causa dos mais de 500 deles na ribeirinha do rio, conforme levantamento historiográfico da história do leite no Brasil.

Graças ao rio e os seus currais o caminho da Bahia era preferível aos outros para se chegar a Minas Gerais. A própria expansão da igreja do nordeste para o sul deva a esse “rio dos currais”. Haja vista, Paracatu pertencer primeiramente à Diocese de Olinda conforme consta na historia de 260 anos da Paróquia Santo Antonio.

Portanto, havia no distrito muitas ocupações e o domínio dos Carneiro de Mendonça não pode se consumar em sua plenitude. Sabe-se que jagunços foram enviados para expulsar, causar medo. Foi um expediente falho, pois estes jagunços foram mortos na passagem da cabeceira do rio. Então, para consumar o domínio tomar pose de direito o casamento com vaqueiros migrados das inúmeras fazendas do lado oriental e ocidental do Rio São Francisco deva ter sido o melhor expediente.

Assim, a filha Maria Lívia Carneiro de Mendonça casou-se com o senhor José Ferreira e Silva, conhecido como o construtor da capela de Nossa Senhora da Lapa e a neta Mariana Eufrásia de Jesus com Antonio Valeriano Correia que se tornou, na seqüência, o primeiro morador destes vãos outorgado pelo poder constituído como Juiz de Paz no distrito em 1894, em anexo esta nova descoberta. Já as bisnetas Maria Conceição Correa com Gustavo Alves Rosa e depois de viúvo com a irmã da primeira, Leolina Eufrásia de Jesus. E por fim, Maria Lívia de Santíssima Trindade com Francisco Pereira Guimarães.

Juiz de Paz era cargo eletivo importante deste a época da monarquia quando a paróquia o elegia. No entanto, na nova Constituição Republicana a paróquia já não era mais unidade administrativa levando esta importante função judicial há uma indefinição que se estende até hoje.

Junto com o Juiz de Paz na mantença da ordem pública havia o Joaquim Machado Diniz, outorgado pela Guarda Nacional como Tenente em 1893 e João Machadinho como Capitão da mesma Guarda nos anos 60’s do mesmo século.

Este último, João Machadinho tornou-se Conselheiro Distrital em fevereiro de 1894 e no mesmo dia viabilizou o empoderamento de outro morador destes vãos por procuração, o senhor Pedro Pereira Guimarães como Presidente Agente Distrital. Ou seja, três meses antes de tomar pose o Juiz de Paz já citado, conforme se vê nos anexos dos termos de juramento e pose. Um oportunismo por aproveitar os pressupostos da recente constituição federativa que dava autonomia aos municípios e confirma o esforço do Capitão em buscar a soberania para o seu povoado numa façanha tão quanto foi a descoberta do minério, o processo de se tornar distrito e de se emancipar ante o distrito de Guarda-Mor.

Onde colocar a tríade destes precursores? João, Pedro e Antonio garantiram a soberania a seu povoado em 1894? O Conselheiro Distrital definindo regras, o Presidente Agente Distrital executando e o Juiz de Paz dirimindo dúvidas e ainda este sendo auxiliado pelo representante da Guarda Nacional. Em analogia não seria o mesmo papel hoje do legislativo, executivo, judiciário e um agente federal com poder de polícia?

Com este novo fato necessário se faz colocá-los no panteão das autoridades do Município ou seria negar a própria história. O que não é surpreendente, já que não é característica dos brasileiros preservarem suas memórias. O espírito sertanejo bandeirante que desde quando deixou os barcos e passou às bruacas parece que deixou lá suas memórias.

No entanto, a injustiça poderá ser corrigida e o reconhecimento poderá ser dado se as autoridades constituídas no poder na atualidade reconhecerem os fatos e os argumentos aqui apresentados. Sacrifícios foram feitos por esses precursores e não foram poucos, haja vista, que até mesmo um envio de um simples memorando dependia de uma jornada a cavalo.

No Arquivo Público de Paracatu foram encontrados estes cinco moradores dos vãos outorgados pelo poder constituído como autoridades ainda no século XIX. Quanto ainda se pode encontrar para esclarecer mais sobre esta ocupação se considerar que os novos fatos aqui apresentados foram localizados por um curioso buscando sua identidade. Oxalá outros descubra novos fatos ou tenham novos pontos de vista a partir dos já existentes numa necessidade incessante de reescrever a história da formação da nossa gente e assim fortalecer a cultura e o sentimento de pertencimento.

Com a comprovação dos cidadãos destes vãos outorgados autoridade pelo poder constituído tem-se, então a soberania da região, ou seja, décadas e mais décadas antes da emancipação. Haja vista, para a soberania necessitar apenas território, povoado e poder político.

Com o empoderamento de três homens da região como autoridade já no Século XIX (na recente República, com apenas três anos da sua Constituição) inicia, se não a soberania do povoado pelo menos, o processo que poderia levar a ela nos anos seguintes se não fosse interrompido pela morte de seu principal articulador em 1901, o senhor João Machadinho, deixando órfã uma enorme prole aqui radicada, em anexo seu inventário[1] onde é citado como Capitão - uma outorga recebida pelo apoio dado em alistamento de soldados na formação do Exército para a Guerra contra o Paraguaio[2] - sendo alguns deles de Indianópolis.

Contra fatos não há argumentos. Mas há alguma dúvida de que havia ocupação destes vãos antes da aparição de Nossa Senhora? “Vazante não surgiu do pouso de tropeiros em busca do ouro e muito menos por possuir prados amenos”. “Nasceu de uma visão da imagem de Nossa Senhora, em uma de suas grutas por um casal de viajantes”[3]. Se não havia pouso de tropeiros, nem era rota para algum lugar? Então, não poderia haver viajantes. A única possibilidade é de serem eles moradores. Não poderia haver outros e mais outros? Quem foram eles e o que faziam? São perguntas e mais perguntas a serem respondidas.

É dignificante dizer Vazante nasceu da fé. Mas limitar a data da aparição de Nossa Senhora ao casal como o início da ocupação destes vãos não contribui para resgatar a memória de ocupação na região de abrangência do município. Desde então, romeiros vêem e voltam às suas raízes. Não se fixam no entorno da gruta. A própria volta à sua origem representa a penitencia em cumprir para “pagar a promessa”.

Em contrapartida, há moradores com devoção a padroeira de outras regiões, como foi o caso de um muito conhecido, radicado nestes vãos deste menino, devoto da padroeira de Bonfim de Goiás, aonde ia anualmente cumprir sua promessa até próximo de 1970, quando fez o seu passamento. Ele levava 14 dias a cavalo e outro tanto para retornar à sua origem. Provavelmente ele nunca havia pensado em mudar para Bonfim de Goiás. Ou seja, devotos pagam a promessa e voltam às origens e eles não justificam a ocupação do território, precisa haver outras razões, como riquezas exploradas, conflitos de ocupação e definições de domínios.

Se a ocupação deu-se antes da aparição de Nossa Senhora não seria importante empreender esforços e descobrir mais desta nossa história?

Voltando à formação do Exército contra o Paraguaio do General Solano López que o Capitão João Machadinho tão patrioticamente auxiliou no alistamento de tropas. A historiografia reconhece que esse processo criou uma consciência política entre seus pares que sem ela, provavelmente não haveria na Nação um Teodoro com legitimidade para iniciar a República tardia.

Apesar da patente de Capitão da Guarda Nacional João Machadinho parecia não ter muito entusiasmo pelos milicos quando disse ao seu filho primogênito de mesmo nome: “A República pode ser até bom, mas vai ser mais difícil arrumar homem que honra suas calças”. Uma profecia que ainda insiste em ser cumprida no nosso tempo.

Por que República tardia? Por que mais de 100 anos já se havia passado da inconfidência Mineira. Um movimento amplo, envolvente de todas as classes sociais, desde militares da mais alta até a mais baixa patente, padre, cônego, desembargador, poeta e escritor, recolhedor de impostos, juízes, funcionários públicos, comerciantes, fazendeiros, mineradores, políticos, engenheiros e médicos formados na Inglaterra e na França.

O médico inconfidente quando estudante na França pediu apoio a nada menos que o patrono da nação americana, o paradoxal Thomas Jefferson, o principal autor da Declaração da Independência deles. Lá sem riqueza - a não ser peixe seco, alguns cereais e pouca manufatura - conseguiu 13 anos antes a independência como o Brasil com a riqueza das Minas Gerais não seria bem sucedido? Perguntavam-se os articuladores.

Entre os políticos que participaram da Conjuração Mineira, um era ajudante-de-ordem do Governador Visconde de Barbacena,Tenente Coronel Francisco Antonio Rabelo, um simpatizante da causa que informava os passos do seu chefe aos aliados inconfidentes, como se vê nos autos da devassa a sua condenação.

Depois do dia do Fico em 1822, a independência brasileira, um opositor descendente deste inconfidente, senhor Manoel Esteves Rabelo, foi eleito na região desta província quando ainda regime parlamentarista (1847 – 1889). Numa disputa entre duas facções de liberais e conservadores que na região chamavam-se mugangos e catimbais. Apesar da derrota dos conservadores o Imperador mandou um amigo, Juiz de Direito como profissão do Rio de Janeiro o representar. No fervor das comemorações o eleito diz: “depois do pleito pedirei o título de Barão. O Juiz respondeu: “quando Vos mercês for Barão minha mula vai ser baronesa”. A desforra não foi engolida. O Juiz amanheceu comendo formiga. Nova devassa quase praticamente foi implantada, condenação, títulos confiscados e até envio de milícias para dar fim nos Rabelo e seus pares. No entanto, estes se cercaram com uns cinqüenta jagunços na fazenda da Rocha. Retidos sem poderem ter vida social o irmão gêmeo Esteves Manoel Rabelo se suicidou.

Neste cenário desolador era inviável criar família. Conseguiu, sigilosamente, abrigo para a filha no Arraial em formação na região do Sertão da Farinha Podre, futura Uberlândia[4]. Ela conheceu João Naves de Ávila e eles se apaixonaram. Mas excluída do ciclo social dele devido à origem desconhecida dela o namoro foi proibido. Ele, por sua paixão recolhida, caiu em depressão. A família não teve outra opção para tirá-lo desse estado a não ser permitir o enlace matrimonial.

Deste casal descende o Rondon Pacheco, governador biônico de Minas Gerais na década de 70. Soube que este conseguiu uma indenização simbólica de Portugal aos descendentes dos inconfidentes. A verba foi repartida entre os parentes de alguns Rabelo em Abadia dos Dourados.

Há apenas duas informações nos autos da devassa e nada mais, dos 34 acusados, 24 foram condenados, mas apenas quatro foi estudada. Oralmente a historia desse Rabelo foi passada. O tio avô, já no seu leito de morte a este autor revelou. Somente agora, 16 anos depois se torna público e oxalá seja publicado.

Os Rabelo moradores destes vãos devem sua migração aos domínios do já citado Joaquim Machado Diniz[5] e sua esposa Maria dos Anjos (Dona Zeca), irmã da mãe do Sebastião Rabelo no primeiro casamento e de Zequinha Bento no segundo. Este último foi presidente da Câmara de Vereadores de Coromandel. Anexo inventário de 1913 e inventário arrecadação de 1924 de Dona Zeca.

Conjunto documental: Inconfidência em Minas Gerais - Levante de Tiradentes
Notação: Códice 5, Volume 1.
Data limite: 1789-1789
Título de fundo: Diversos Códices SDH
Código de fundo: NP
Argumento de pesquisa: Inconfidência Mineira
Ementa: carta do visconde de Barbacena comunicando ordens ao tenente Francisco Antônio Rabelo, para a prisão de Domingos de Abreu Vieira. Também foi solicitada apreensão de documentos e bens pertencentes a Tomás Antônio Gonzaga, cuja casa abrigava reuniões dos inconfidentes. 
Data: 21 de maio de 1789
Local: Cachoeira do Campo - Minas Gerais
Folha(s): 35

Conjunto documental: Inconfidência em Minas Gerais - Levante de Tiradentes
Notação: Códice 5, vol. 1.
Data limite: 1789-1789
Título de fundo: Diversos Códices SDH
Código de fundo: NP
Ementa: através deste ofício, temos conhecimento dos inconfidentes apresados na Ilha das Cobras. Segue a lista: o vigário São José Carlos Correa de Toledo, o coronel Inácio José de Alvarenga, o tenente coronel Francisco Antônio Rabelo, o desembargador Tomás Antônio Gonzaga, o tenente Miguel Nunes Vidigal, o cônego Luis Vieira, o alferes Joaquim José Ferreira, o tenente coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes e o capitão Francisco de Paula Freire de Andrade.
Data: s.d
Local: Vila Rica - Minas Gerais
Folha(s): 148

 [1] Antes de ser finalizado o inventário falece o filho Antonio Machado Diniz. Sendo este solteiro é também incluído no mesmo processo. Nas 300 paginas há muitas informações. O irmão Joaquim inventariante empresta ao tesouro o direito de herança do órfão caçula de oito anos há juros de 5% ao ano. Quatro anos depois o contador judicial apresenta os cálculos para resgate, em anexo. Mais para o final do processo há uma solicitação do marido da herdeira Júlia para abrir cofre na residência do cunhado inventariado; Antonio Machado Diniz.

[2] Ata de 27 de Março de 1868. A câmara, por indicação de um de seus membros, resolveu que se convidasse por edital aos habitantes desta cidade, a iluminarem a frente de suas casas, em três noites consecutivas, em demonstração em júbilo pelo feito de armas de nosso exército e armada na passagem do Humaitá.

[3] História tirada do catálogo telefônico de 2015.

[4] Casa de parentes distantes, provavelmente família descendente do casal João Pereira da Rocha e Francisca Alves Rabello ou de Francisco Rodrigues Rabello da Sesmaria Ribeirão da Rocinha.

A viúva Francisca Alves Rabelo vendeu área de cem alqueires de terra de cultura e campo para os procuradores da Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo por quatrocentos mil réis. Extensa área para uma capela se deveu à necessidade de fazer renda com aluguel de pastagens aos tropeiros. Desta área expandiu-se o povoado a partir da Capela que hoje é a progressiva Uberlândia. Já Felisberto Alves Carrejo transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego das Galinhas (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de João Pereira da Rocha, nesta porção de terra está, hoje, o Bairro Tabajara.

João Pedro da Rocha, após o mesmo ter palmilhado a região com seus cunhados Rabelo, retornou à Fazenda Rocha em Cachoeira do Campo em busca de sua família – esposa e onze filhos em 1818.

João Pereira da Rocha era filho do casal português, Cel. João Lobo Leite Pereira (foi vereador e Juiz de Fora em Vila de Santarém) e D. Teresa da Silva Ávila Figueiredo, bisneta do Conte de Aveiras que veio para o Brasil em 1735, exerceu o posto de Tenente Coronel do Regimento de Cavalaria de Ordenança de Vila Rica, foi promovido a Coronel por merecimento. Na sua patente denota que era fidalgo da Casa de Sua Majestade El-Rei D. João III.

[5] Sabe-se que apesar das longas jornadas a cavalo a Uberaba, Paracatu e quem sabe até a capital do império no Rio Janeiro, este futuro Tenente da Guarda Nacional não renunciava os serviços à mesa mesmo estando ao relento nas Gerais. Exigia mesa posta: talheres de prata, porcelanas e cristais.