INTRODUÇÃO 

As praças públicas fazem parte da paisagem de uma cidade, tendo fundamental importância social e política desde a época da Grécia Antiga, além de ser um espaço de encontro e de diversão, representa a identidade daquele povo, geralmente é palco de acontecimentos históricos na História dos municípios ou de manifestações culturais, feitas conforme os estilos arquitetônicos e artísticos de sua época de construção.

Nesse sentido, havendo inúmeras definições tanto no sentido arquitetônico ou geográfico, uma praça, segundo Pinto Silva (2003, p. 26) pode ser entendido como um “espaço público aberto, construído ou adaptado a um vazio urbano, ou até mesmo aberto no meio do espaço urbano, e que se tem seu uso definido [...]”.

Em âmbito nacional, mais especificamente no estado de Santa Catarina, existem inúmeras praças que são consideradas de grande valor histórico e cultural, algumas inclusive sendo tombadas graças a sua importância tanto no âmbito regional, estadual ou federal, dependendo de sua importância diante da comunidade em que ela está inserida.

Mesmo sendo lugares considerados cartões postais dentro das cidades, infelizmente existem casos em que as praças públicas são completamente abandonadas pelo poder público, ocasionado depredações, roubos de obras de arte, pichações, invasão de criminosos e usuários de drogas, fazendo que as pessoas se afastem de frequentar esses espaços, havendo a necessidade de policiamento constantemente.

Apesar dos problemas sociais que assolam esses lugares, as praças precisam ser bem cuidadas tanto pelo poder público como pelos próprios frequentadores, deve ser pensado como ponto de encontro de pessoas, como lugar de lazer, de práticas de esportivas ou culturais e principalmente, um lugar de lembranças, sendo necessária restauração daquele ambiente e formas eficientes que tornem esses espaços atrativos e formem a identidade do lugar onde ela está localizada.

Compreendendo a praça como um patrimônio cultural, espaço de memória e de cultura dentro das cidades, o presente trabalho vem fazer um estudo de caso sobre a Praça Frei Raimundo Simonetto, localizada no município de Santa Rosa do Sul, que fica no extremo sul catarinense, a qual é palco de acontecimentos importantes, de estórias inesquecíveis e da cultura sul santarosense.

 Sendo um lugar que traz nostalgia aos moradores mais antigos e ponto de encontro aos mais jovens, esse artigo tem como objetivo principal patrimonializar esse espaço, descrevendo ela geograficamente através de mapa, planta e de observação visual, apresentando de forma breve a trajetória do personagem que dá nome ao lugar, relembrar fatos marcantes e destacar as manifestações culturais que acontecem nos dias de hoje na praça, além de fazer uma análise sobre a situação atual daquele espaço e porque esse patrimônio merece ser preservado.

Usando principalmente de uma pesquisa bibliográfica, como livros e artigos de jornal, esse trabalho também utiliza da História oral, sendo entrevistado um morador de Santa Rosa do Sul, morador do centro, que vivenciou alguns momentos importantes dos últimos trinta anos do munícipio, o qual autorizou o uso de suas falas nesse trabalho em áudio, e também trechos de entrevistas concedidas por moradores do município ao padre João Lenoir Dall’Alba  e Rolando Christian Sant’Helena Coelho,  relembrando como era a praça antigamente ou de estórias o qual aquele espaço foi palco principal, dando ênfase a memória dos moradores desse munícipio, os quais são protagonista dos acontecimentos ocorridos na Praça Frei Raimundo Simonetto, também conhecida como a Praça da Igreja ou simplesmente por Praça, considerado o coração histórico, religioso, político, e cultural do munícipio de Santa Rosa do Sul, além de ser uma homenagem ao povo alegre e trabalhador dessa terra, além de uma homenagem aos antepassados, que segundo Coelho (2012, p.07) “semearam nossa existência”.