OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO: RAZÕES E FATORES DIVERSOS

Sydney Pinto dos Santos[1]

Há muito tempo os conflitos no Oriente Médio são uma constante; desde tempos bíblicos, já havia os vários conflitos entre os próprios povos que ali habitavam, ou por outros que, por alguma razão também, entravam em choque beligerante. Pois, esta zona que muito já serviu de rota na Antiguidade para as caravanas, hoje, segue, o mesmo "ritual" de conflitos, mas de uma forma mais "científica tecnológica". Pois, Israel, com seu potencial bélico é odiado e ao mesmo tempo temido por seus vizinhos e seus rivais históricos.

No entanto, os conflitos no Oriente Médio, seguem uma certa lógica, que muitas vezes são fundadas ou muitas vezes perpassa ao cúmulo da ignorância. Por exemplo, Egito e Israel, que são inimigos "eternos" sempre buscaram se equipar militarmente da melhor maneira possível, compondo um arsenal de guerra cada vez mais sofisticado e capaz de mandar apenas "máquinas" para o front, do que indivíduos vestidos de soldados.

Desta forma, entendemos que pós 1948, Israel começou a ganhar status de potência regional, quando impossibilitou seus próprios vizinhos como Líbano e Jordânia de seguir o mesmo caminho. Ainda pior, aniquilou quaisquer possibilidades da Cisjordânia e se tornar um país com direitos reconhecidos internacionalmente; assim prevalecendo metralhadoras e mísseis israelenses contra pedras e fundas. Ou tanques e lanças-torpedos contra paus e tambores.

Desta forma e tendo um dos exércitos mais treinados do mundo, assim como um dos serviços de inteligência mais bem preparados, tanto no amparo no quesito tecnológico como no assíduo treinamento e aperfeiçoamento.

Logo, tentamos entender quais razões realmente estão por trás destes conflitos que já levaram há milhares de mortes que muitas vezes se chega ao absurdo, pois de um lado estão soldados com horas e horas de treinamento forçado, e de um potencial de preparação física  que alcança a de "Davi",do outro lado, se encerra na juventude e crianças que são tomadas por esperanças e possibilidades futuras, que ao longo do tempo a Organização das Nações Unidas, tornou-se tão impotente em achar uma resolução cabível a esta "Questão Palestina".

Devemos pensar também que estes conflitos estão arraigados em vários aspectos e fatores que ao longo da história perduram nesta questão. Por exemplo, o fator étnico-cultural, a formação de diversos povos, inclusive israelitas que se basearam em promessas de seus antepassados para se alocarem  em uma região onde já existiam povos primitivos. Ou seja, depois do êxodo egípcio, depois dos 40 anos no deserto, foram o povo israelita para uma região já ocupada e conflitante. A questão estratégica-logística, onde a região da Ásia Menor, sempre possibilitou esta conexão entre três grandes continentes: Ásia, África e Europa, que favoreceu não só o intercâmbio comercial-financeiro, mas também o cultural e o social-étnico. E, por último a questão histórico-cultural, quando esta região sendo um dos lugares mais estéril do planeta pela grande dimensão arenosa, o que faz com que ali cresceram e se desenvolveram civilizações fortes, capazes de suportar as intempéries diversas: falta dágua, alimentação, falta de produção agrícola, e outras.

Mas não podemos esquecer de abordar a questão do domínio sobre os recursos naturais existentes na região, quando o caso mais expressivo é a invasão do exército israelense às Colinas de Golã, onde as nascentes do Rio Jordão aflora, vindo ao discurso de que a Síria, verdadeira detentora deste espaço geográfica poderia envenenar a água, assim como outras desculpas esfarrapadas. É como se o Brasil sendo o maior beneficiado das águas do rio Amazonas, quisesse invadir e tomar como sua a nascente deste rio que fica nos Andes e em outro país.

Sabemos que muitas "águas irão rolar", muitas dores e lágrimas irão existir, e assim os povos de Deus ou aqueles que matam em nome de Deus, não precisam fazer tudo isso, humilhar outros seres humanos, no sentido de ganhar a tão sonhada "Vida Eterna".



[1] Pós-graduado em Gestão Escolar - Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA

Graduado em Educação Física - Universidade Federal do Pará - UFPA