RESUMO

Neste trabalho apresentaremos o caminho percorrido por Darc Costa, ao analisar o papel das idéias na reconstrução do nosso pensamento frente ao Estado Moderno, em seu texto: "Planejamento na Formação do Estado Nacional Moderno", Darc Costa descreve os "fundamentos filosóficos" da questão abordada "desde que o homem surgiu na terra" para concluir que o interesse nacional e o nacionalismo são categorias centrais "do conjunto de idéias que acompanha o sonho de Nação".

INTRODUÇÃO

No tópico "as idéias e o Estado Nacional", Darc Costa analisa, inicialmente, como essa interação filosófica, no campo das idéias, foi se dando e como o predomínio ocidental se fez. Desde que o homem existe se apresentou a necessidade de agregar, que o autor usa o termo "cooptar", a natureza para continuar vivendo. Sem a agregação da natureza ao homem ele não conseguiria sobreviver e a forma primitiva, como ele executou essa agregação, foi à interação física do seu corpo com a natureza - o que conhecemos como trabalho. Essa forma primitiva ainda está presente hoje, mas a ela somaram outras formas de agregação
Em seu texto, Darc Costa caminha pelo lado filosófico, utilizando o pensamento de vários estudiosos, destacando o pensamento de Hegel. Relata o surgimento da filosofia, quando o homem foi liberado por alguns instantes da sua necessidade de agregar fisicamente a natureza. Na Grécia antiga, o homem se libertou da interação física do seu corpo com a natureza durante alguns momentos e pôde "pensar" sobre sua própria existência. E ao fazer isso, ao montar este sistema filosófico que é amplo, de certa forma, Hegel leva o predomínio da idéia ocidental a todo mundo, seja pelos três ramos centrais que seguem a visão hegeliana, seja pela própria visão positivista, todas de certa forma constroem um processo em que a civilização ocidental hoje, sem dúvida alguma, tem na filosofia a sua grande ideologia.
A partir de então duas correntes se formaram: a dos que viam no homem o representante do absoluto na condução do processo e a outra, dos que viam a natureza com esta função. É pelo absoluto que se dá a primeira ruptura no campo das idéias, que é a idéia trazida pela visão cristã de mundo, da igualdade de todos os homens perante Deus. Antes da vinda de cristo os homens eram divididos. Darc caminha pela dualidade proposta por Hegel.
Hegel como o filósofo apresenta que a evolução histórica resulta da solução da tensão entre opostos, se dá de forma repentina. Desaparecendo os opostos, desaparecia, na visão do filósofo, a tensão. Poderia, então, ser a conclusão, de quem esteja trabalhando sob a ótica hegeliana, ao tratar da dualidade centro e periferia, ou da dualidade barbárie e cultura, que existiriam soluções na tensão entre esses opostos. Ao se tratar dessas dualidades as duas partes são múltiplas, o que garante a permanente tensão e, conseqüentemente, a imortalidade da história. Síntese feita, antítese colocada. Novo centro, nova periferia. Nova cultura, nova barbárie.
Podemos concluir que o processo civilizatório, nomeado "teoria do retardo", pode ser assim resumido: toda periferia busca o centro e toda a barbárie busca a cultura. O centro exerce sobre a periferia dois papéis: o de repulsor e o de articulador. Pode-se dizer que o ponto central de toda a sua linha de pensamento foi baseado numa trilogia, denominada de dialética. Essa idéia baseava-se nos seguintes elementos: tese ou afirmação, antítese ou negação e síntese ou negação da negação.
Explicando um pouco melhor essa dialética hegeliana, pode-se dizer que na tese algo é afirmado e que a antítese seja a negação do que fora afirmado antes. A tensão entre esses dois momentos encontra sua conciliação na síntese, ou seja, na negação da negação. De acordo com as complexas questões vistas se processarão no âmbito do Estado Nacional. Simplificando, a periferia sonha e ao sonhar conduz o processo de civilização e a evolução histórica resulta a solução da tensão entre opostos.
O Estado Moderno, na filosofia hegeliana proposta por Darc Costa, é a máxima manifestação do Espírito Objetivo, onde ele explica usando um projeto nacional. E um projeto nacional é o resultado da articulação entre meios e fins, que conjuga a política nacional, a estratégia nacional e o poder nacional em um planejamento estratégico.

REFERÊNCIAS

COSTA, Darc. Planejamento na formação do Estado Nacional Moderno: as idéias e o Estado Nacional. Disponível em: http://www.esg.br/uploads/2009/03/darc9.pdf. Acesso em 26-06-2011.

Everaldo Rufino da Silva
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