FAMÍLIA CORREIA OU CORRÊA

Correia é um sobrenome português classificado como sendo um toponímico, ou seja, de origem geográfica, indica "um lugar onde há muitas corriolas, tiras ou correias (espécies de plantas )", semelhantes em seus filamentos as correias ou tiras de couro. Sabe-se que essa família é de origem ibérica. Em um documento latim do século XIII figura como alcunha (apelido) de " Dominicus Menendi, clericus, dictus Corrigia", tendo presentes no Brasão dos Correias as 6 correias, originadas do nome. A família Correia de Portugal procede de Paulo Ramiro, rico homem que passou ao reino com o Conde D. Henrique. Os Correias ou Corrêas procedem de Paio Ramiro, cavaleiro português, rico homem, que serviu a Portugal com o Conde D. Henrique, e foi seu terceiro neto o frade D. Paio Corrêa, mestre da ordem de Santiago em toda a Espanha. Correia é originário do tipo de trabalho exercido por seu primeiro portador, vindo diretamente do vocábulo português cujo significado é "correia, tira de couro", identificava um fabricante de correias de couro. Outra derivação do sobrenome Correia seria do vocábulo "correio" ("mensageiro") referindo-se a um mensageiro que traz mensagens atadas com tiras de couro. Uma das mais antigas referências feitas a este sobrenome seria o nome de Soeiro Paes Correia, conselheiro real, considerado por alguns genealogistas como o primeiro a usar este sobrenome. Outra referência seria o nome do navegante português do que acompanhou Pedro Álvares no século XIV até Calicut na Índia. Uma referência mais contemporânea deste foi Alejo Salgado Correia, jurista também nascido em Portugal.
Entre as várias personalidades que possuem este sobrenome, destacam-se Antônio Correia, autor dramático do século XIX, nascido na cidade do Porto. De linhagem portuguesa a genealogia da família Correia pode traçar-se documentalmente desde épocas bastante recuadas e a ela pertenceu D. Frei Paio Peres Correia, que foi mestre da Calatrava. António Correia, a quem fazem derivar os Correias de Farelães, distinguiu-se muito na Índia, durante o governo de Diogo Lopes de Siqueira e foi capitão-mor de uma frota contra o Rei de Bahrem ou Bérem, a quem venceu. Por tal razão lhe deu o Rei D. João III por carta de 14 de Janeiro de 1540 um «acrescentamento» honroso de armas. Este António Correia deixou prole, tanto em Portugal como na Índia, tendo o primeiro ramo adotado a designação de Correia de Barém. O segundo, talvez proveniente de uma filha natural, permaneceu no reino de Ormuz, ai dando origem a uma ilustre família que readaptou a religião maometana e se mestiçou com uma família principesca dos Emirados Árabes Unidos, que não esqueceu as origens portuguesas, usando à europeia as armas daquele seu antecessor. Subsistem na atualidade algumas famílias que mantêm o uso da grafia antiga, Corrêa, na impossibilidade de saber-se em rigor quem assim assina ou está registrado, por uma questão de uniformização adota-se aqui a grafia moderna Correia.Suas armas e brasão acham-se no livro da Torre do Tombo, f. 30.
Os Correias do Brasil são predominantes nos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Maranhão e Pará. A maioria descendentes de bandeirantes e sertanistas que atuaram ativamente na ocupação de sesmarias e na recuperação de fazendas abandonadas pelos donatários do periodo das capitanias hereditárias, até na ocupação do sertão no plano dos Governos Gerais, principalmente no interior desses estados.
Essa família teve papel importante no sertanismo em Minas, Bahia, São Paulo, Pernambuco, Maranhão e Pará, em cujos estados formaram fazendas, núcleos urbanos e até cidades, principalmente em terras da União ou áreas indígenas onde desempenhavam funções de prefeitos intendentes, tenentes coronéis e capitães. Os Correias, inicialmente, se destaram como militares, administradores, criadores de núcleos urbanos e senhores da escrituração e cobranças de soldos e impostos das fazendas e sesmarias para a coroa e para a igreja, primeiro na área correspondente à São Vicente, Minas Gerais, no nordeste: Bahia, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Itamaracá e no norte, principalmente na região lusitana que antes era conhecida como Província do Maranhão e Grão Pará, nas cidades de Bragança, Santarém, Aveiro, Óbidos e Itaituba, cujos Correias são considerados fundadores.
Atualmente, é comum encontrar Correias em todo o Brasil e atuando em todas as atividades rurais e urbanas, principalmente nas áreas de serviços públicos, na política, na educação, no direito e nas letras. Na região de Terra Nova (Pe), próximo ao povoado de Morais (Pe), há uma fazenda com um açude, currais e Casa Grande, antiga sesmaria de nome João Correia que, segundo historiadores, foi denominado pela família em homenagem a um sertanista da família Correia de Sá e Araújo que auxiliou na conquista de índios e na catequese de caboclos daquela região.